03.02.2020 Views

A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

confiança, dizem essas pessoas, o relacionamento começou a parecer um fardo,

uma ameaça que deve ser monitorada e questionada, e não desfrutada.

O problema é que a maioria das pessoas que é pega traindo pede desculpa, usa

o famoso “isso nunca mais vai acontecer” e pronto. É como se órgãos sexuais

estivessem sempre se chocando por acidente. Muitos traídos aceitam essa

resposta logo de cara e não questionam os valores e o que realmente importa

para seu parceiro; não se perguntam se esses fatores fazem valer a pena ficar com

ele. Estão tão preocupadas em manter o relacionamento que não reconhecem

que ele se tornou um buraco negro que consome seu amor-próprio.

Se as pessoas traem é porque algo além do relacionamento é mais importante

para elas. Pode ser o poder que exercem sobre os outros. Pode ser a necessidade

de auto-afirmação através do sexo. Pode ser a entrega aos próprios impulsos. Seja

o que for, é evidente que os valores de quem trai não estão alinhados de forma a

sustentar um relacionamento saudável. Se o traidor não admite ou aceita isso, se

só dá a velha resposta “não sei o que eu tinha na cabeça”, ele não tem a

autoconsciência necessária para resolver qualquer problema do relacionamento.

Os traidores precisam, portanto, começar a descascar a cebola da

autoconsciência e descobrir quais valores escrotos os levaram a quebrar a

confiança do relacionamento (e se realmente ainda valorizam essa relação).

Precisam ser capazes de dizer: “Eu sou egoísta. Eu me preocupo mais comigo do

que com o meu parceiro; para ser sincero, eu nem respeito muito esse

relacionamento.” Se os traidores não conseguem expressar seus valores de merda

e mostrar que os superaram, não há motivo para acreditar que são confiáveis. E

se não são confiáveis, o relacionamento não vai melhorar nem mudar.

Outro fator que ajuda a recuperar a confiança é bem prático: o histórico. Se

alguém trai, as palavras que dirá na sequência soarão agradáveis; mas é preciso

enxergar se há um histórico consistente de melhoria no comportamento. Só

então é possível ter certeza de que os valores do traidor estão alinhados

corretamente e que ele realmente mudará.

Infelizmente, construir um histórico de confiança leva tempo — sem dúvida

muito mais que o necessário para quebrá-la. Durante esse período de

reconstrução da confiança é provável que as coisas fiquem uma merda. Ambas as

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!