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confiança, dizem essas pessoas, o relacionamento começou a parecer um fardo,
uma ameaça que deve ser monitorada e questionada, e não desfrutada.
O problema é que a maioria das pessoas que é pega traindo pede desculpa, usa
o famoso “isso nunca mais vai acontecer” e pronto. É como se órgãos sexuais
estivessem sempre se chocando por acidente. Muitos traídos aceitam essa
resposta logo de cara e não questionam os valores e o que realmente importa
para seu parceiro; não se perguntam se esses fatores fazem valer a pena ficar com
ele. Estão tão preocupadas em manter o relacionamento que não reconhecem
que ele se tornou um buraco negro que consome seu amor-próprio.
Se as pessoas traem é porque algo além do relacionamento é mais importante
para elas. Pode ser o poder que exercem sobre os outros. Pode ser a necessidade
de auto-afirmação através do sexo. Pode ser a entrega aos próprios impulsos. Seja
o que for, é evidente que os valores de quem trai não estão alinhados de forma a
sustentar um relacionamento saudável. Se o traidor não admite ou aceita isso, se
só dá a velha resposta “não sei o que eu tinha na cabeça”, ele não tem a
autoconsciência necessária para resolver qualquer problema do relacionamento.
Os traidores precisam, portanto, começar a descascar a cebola da
autoconsciência e descobrir quais valores escrotos os levaram a quebrar a
confiança do relacionamento (e se realmente ainda valorizam essa relação).
Precisam ser capazes de dizer: “Eu sou egoísta. Eu me preocupo mais comigo do
que com o meu parceiro; para ser sincero, eu nem respeito muito esse
relacionamento.” Se os traidores não conseguem expressar seus valores de merda
e mostrar que os superaram, não há motivo para acreditar que são confiáveis. E
se não são confiáveis, o relacionamento não vai melhorar nem mudar.
Outro fator que ajuda a recuperar a confiança é bem prático: o histórico. Se
alguém trai, as palavras que dirá na sequência soarão agradáveis; mas é preciso
enxergar se há um histórico consistente de melhoria no comportamento. Só
então é possível ter certeza de que os valores do traidor estão alinhados
corretamente e que ele realmente mudará.
Infelizmente, construir um histórico de confiança leva tempo — sem dúvida
muito mais que o necessário para quebrá-la. Durante esse período de
reconstrução da confiança é provável que as coisas fiquem uma merda. Ambas as