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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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dizer coisas educadas, mesmo quando não estamos com vontade, além de contar

mentirinhas bobas e fingir concordar mesmo quando discordamos. É por isso

que as pessoas aprendem a fingir que são amigas de gente de quem não gostam, a

comprar produtos que não desejam. O sistema econômico promove essa farsa.

A desvantagem é que, no Ocidente, você nunca sabe se pode confiar na pessoa

com quem está falando, e isso acontece até entre amigos íntimos ou parentes. No

Ocidente, a pressão para ser agradável é tão forte que muitas vezes

reconfiguramos nossa personalidade inteira para se adequar melhor ao

interlocutor.

Rejeição faz bem

Como extensão da nossa cultura positivista/consumista, muitas pessoas foram

“doutrinadas” na crença de que devem tentar concordar e aceitar o máximo

possível. Este é um dos pilares de muitos dos livros que pregam o pensamento

positivo: abra-se para as oportunidades, aceite, diga sim a tudo e a todos, e por aí

vai.

Mas alguma coisa a gente tem que rejeitar. Do contrário, não somos nada. Se

uma coisa não for melhor ou mais desejável do que outra, somos vazios e nossa

vida não tem sentido. Deixamos de ter valores e, portanto, vivemos sem

propósito.

Evitar rejeitar e ser rejeitado é uma ideia vendida como uma maneira de se

sentir melhor. Evitar a rejeição proporciona um prazer breve, mas nos deixa

desorientados por um bom tempo.

Para realmente apreciar algo, é preciso se limitar. Há um nível de alegria e

significado que só pode ser alcançado depois de décadas investindo em um único

relacionamento, uma única habilidade, uma única carreira. É impossível alcançar

tais coisas sem rejeitar as alternativas.

O ato de escolher um valor implica rejeitar outros. Se eu escolho tornar meu

casamento a coisa mais importante da minha vida, estou também escolhendo

não considerar importante orgias regadas a cocaína. Se escolho me julgar com

base na minha capacidade de ter amizades honestas e tolerantes, ao mesmo

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