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Em algum momento, acabamos com medo de falhar, instintivamente
evitando inovar ou só fazer aquilo em que somos muito bons.
Isso é limitador e sufocante. Só podemos atingir a excelência em algo se
estivermos dispostos a falhar. Se você se recusa a correr o risco, não está disposto
a ser bem-sucedido.
Grande parte do medo do fracasso surge por conta de valores pessoais muito
ruins. Por exemplo, se eu avaliar a mim mesmo pelo parâmetro “ser amado por
todo mundo”, a ansiedade é certa, uma vez que dependerei cem por cento dos
outros. Não estarei no controle. Assim, meu valor estará à mercê do julgamento
de terceiros.
Se, em contrapartida, eu decidir adotar o parâmetro “ter uma vida social
melhor”, posso satisfazer o ideal de “manter boas relações” independentemente
da reação dos outros. Meu valor próprio vai depender do meu comportamento e
minha felicidade.
Valores escrotos, como expliquei no capítulo 4, são aqueles que envolvem
objetivos externos, fora do nosso controle. Buscá-los provoca alto grau de
ansiedade. E, mesmo que consigamos alcançá-los, ficamos vazios e inertes: não
há mais problemas a resolver.
Valores melhores, como vimos, são focados no processo. Algo como
“honestidade ao se expressar” — um parâmetro a ser adotado em virtude do
valor “honestidade” — nunca termina; é um problema que precisa ser revisto
sempre. Toda nova interação social e todo novo relacionamento trazem novos
desafios e novas oportunidades para se expressar com sinceridade. Esse tipo de
valor é um processo contínuo e vitalício.
Se seu parâmetro para o valor “sucesso pelos padrões comuns” é “casa própria
e carro bom” e você passa vinte anos trabalhando para conseguir isso, não terá
mais parâmetros a se guiar quando atingir a meta. E aí é bom dizer alô para a
crise da meia-idade, porque o problema que o motivou a vida toda lhe foi tirado.
Daí em diante, não haverá como continuar crescendo e melhorando — só que é
o crescimento que gera felicidade, não uma longa lista de conquistas arbitrárias.
Nesse sentido, os objetivos convencionalmente adotados — fazer faculdade,
comprar uma casa de praia, perder dez quilos — oferecem uma quantidade