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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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Em algum momento, acabamos com medo de falhar, instintivamente

evitando inovar ou só fazer aquilo em que somos muito bons.

Isso é limitador e sufocante. Só podemos atingir a excelência em algo se

estivermos dispostos a falhar. Se você se recusa a correr o risco, não está disposto

a ser bem-sucedido.

Grande parte do medo do fracasso surge por conta de valores pessoais muito

ruins. Por exemplo, se eu avaliar a mim mesmo pelo parâmetro “ser amado por

todo mundo”, a ansiedade é certa, uma vez que dependerei cem por cento dos

outros. Não estarei no controle. Assim, meu valor estará à mercê do julgamento

de terceiros.

Se, em contrapartida, eu decidir adotar o parâmetro “ter uma vida social

melhor”, posso satisfazer o ideal de “manter boas relações” independentemente

da reação dos outros. Meu valor próprio vai depender do meu comportamento e

minha felicidade.

Valores escrotos, como expliquei no capítulo 4, são aqueles que envolvem

objetivos externos, fora do nosso controle. Buscá-los provoca alto grau de

ansiedade. E, mesmo que consigamos alcançá-los, ficamos vazios e inertes: não

há mais problemas a resolver.

Valores melhores, como vimos, são focados no processo. Algo como

“honestidade ao se expressar” — um parâmetro a ser adotado em virtude do

valor “honestidade” — nunca termina; é um problema que precisa ser revisto

sempre. Toda nova interação social e todo novo relacionamento trazem novos

desafios e novas oportunidades para se expressar com sinceridade. Esse tipo de

valor é um processo contínuo e vitalício.

Se seu parâmetro para o valor “sucesso pelos padrões comuns” é “casa própria

e carro bom” e você passa vinte anos trabalhando para conseguir isso, não terá

mais parâmetros a se guiar quando atingir a meta. E aí é bom dizer alô para a

crise da meia-idade, porque o problema que o motivou a vida toda lhe foi tirado.

Daí em diante, não haverá como continuar crescendo e melhorando — só que é

o crescimento que gera felicidade, não uma longa lista de conquistas arbitrárias.

Nesse sentido, os objetivos convencionalmente adotados — fazer faculdade,

comprar uma casa de praia, perder dez quilos — oferecem uma quantidade

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