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cara bacana, a única explicação para o seu comportamento envolveria
inseguranças ou valores escrotos. Ele presume saber o que é melhor para a irmã,
supondo que ela não tem capacidade de tomar decisões de vida importantes por
conta própria; ele presume ter o direito e a responsabilidade de tomar as decisões
por ela; ele tem certeza de que está certo e de que os outros, por consequência,
estão errados.
Mesmo depois de descoberto, seja no irmão da minha amiga ou em nós
mesmos, esse tipo de arrogância é difícil de admitir. Doloroso. É por isso que
poucas pessoas fazem as perguntas mais profundas. O problema é que essas
perguntas são vitais para chegar ao âmago dos problemas que motivam o
comportamento babaca dele. Ou o nosso.
Pergunta 3: Se eu concluísse que estou errado, criaria um problema
melhor ou pior que o atual, tanto para mim como para os outros?
Este é o teste crucial para determinar se temos valores sólidos ou se somos uns
escrotos neuróticos que ferram com todo mundo, inclusive nós mesmos.
O objetivo é analisar qual problema é melhor. Porque, como bem disse o
Panda da Desilusão, os problemas da vida são infinitos.
Quais são as opções do irmão da minha amiga? A) Manter o drama e a tensão
na família, complicando o que deveria ser um momento feliz e nutrindo a
desconfiança e o desrespeito na relação com a irmã, em função do palpite (alguns
chamariam de intuição) de que o futuro esposo será ruim para ela.
B) Desconfiar da própria habilidade de determinar o que é certo ou errado
para a vida da irmã e, na dúvida, optar pela humildade, confiando na capacidade
dela de tomar decisões ou, mesmo que não confie, aceitando suas escolhas por
amor e respeito a ela.
A opção A é a mais popular, por ser a mais fácil. Não exige muita reflexão,
não desperta autoquestionamentos e permite tolerância zero às decisões que
outras pessoas tomem à sua revelia.
Também cria um nível maior de infelicidade para todos os envolvidos.
Já a opção B é aquela que pode nutrir relacionamentos saudáveis e felizes,
construídos com confiança e respeito. É a que nos obriga a baixar a bola e