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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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Essa visão dá uma sensação de insegurança, mas traz algumas vantagens em

termos psicológicos. Quando abrimos mão das histórias que contamos sobre nós

mesmos para nós mesmos, nos libertamos para agir (e fracassar) e crescer.

Quando alguém admite para si mesmo: “Acho que não tenho talento para

relacionamentos”, fica livre para agir e terminar um casamento infeliz. Essa

pessoa não estará protegendo sua identidade ao manter uma união insatisfatória

só para provar algo a si mesma.

Quando um estudante admite para si mesmo: “Sabe, talvez eu não seja

rebelde; talvez só esteja com medo”, subitamente se vê livre para voltar a ser

ambicioso. Não há motivo para se sentir ameaçado por um possível fracasso na

busca de seus sonhos acadêmicos.

Quando o corretor de imóveis admite para si mesmo: “Sabe, talvez não haja

nada de único ou especial nos meus sonhos ou no meu emprego”, ele se liberta

para se matricular numa aula de música e ver no que dá.

Eu tenho uma notícia boa e uma ruim para você: seus problemas são bem pouco

originais e especiais. É por isso que abrir mão das coisas é tão libertador.

Há uma espécie de egoísmo que acompanha o medo, e ele é baseado numa

certeza irracional. Quando você presume que seu avião vai cair, que a ideia do seu

projeto é idiota e que todo mundo vai rir dela ou que você é a pessoa que todos

vão escolher para zombar ou ignorar, está implicitamente dizendo a si mesmo:

“Eu sou a exceção; eu sou diferente de todos os outros; eu sou diferente e

especial.”

Isso é narcisismo puro e simples. Você sente que os seus problemas merecem

ser tratados de forma diferente, que os seus problemas têm uma característica

única que não obedece às leis do universo.

Meu conselho é: não seja especial; não seja único. Redefina-se de acordo com

as medidas mais comuns e abrangentes. Escolha não avaliar a si mesmo como

uma estrela em ascensão ou um gênio em estado bruto. Escolha não avaliar a si

mesmo como uma vítima ou um fracassado infeliz. E veja a si mesmo sob o viés

de identidades mais simples — aluno, parceiro, amigo.

Quanto mais limitada e rara a identidade que você escolher, mais ameaçador

parecerá o ambiente ao redor. Defina-se das formas mais simples e comuns se

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