Edição de janeiro 2020
Umbanda para Umbandista
Umbanda para Umbandista
- No tags were found...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
vive dessa forma, perde a si mesmo, perda sua essência… e vive
apenas um dia após o outro, vive de rotina e de fugas
emocionais. A pessoa cai num vazio do qual será difícil sair. Esse
é o fim da vida e o início da sobrevivência.
E qual o caminho seguir para retomar o sentido da vida? Para se
libertar dessa vida amarga, vazia e sem propósito, é preciso
abandonar em definitivo o medo de perder, o temor de tudo dar
errado, o pânico de ser um zé ninguém. A pessoa deve colocar o
significado profundo da vida acima de qualquer pavor… a pessoa
precisa entregar sua vida a Deus, ao cosmos, ao infinito, ao
eterno e deixar que tudo volte a fluir. Ela precisa se libertar de
todas as amarras e passar a viver sem preocupações. Ela precisa
se desprender, se soltar, se desamarrar de tudo… Precisa retirar
as máscaras, abdicar dos padrões, dos conceitos arraigados, das
crenças, dos dogmas, dos valores do sistema humano de vida.
Como diz a música “Se eu quiser falar com Deus” de Gilberto Gil:
“Se eu quiser falar com Deus, tenho que folgar os nós… dos
sapatos, da gravata, dos desejos, dos receios. Tenho que
esquecer a data. Tenho que perder a conta. Tenho que ter mãos
vazias. Ter a alma e o corpo nus. Tenho que me aventurar. Tenho
que subir aos céus sem cordas pra segurar. Tenho que dizer
adeus, dar as costas, caminhar…”.
Isso não significa que a pessoa deva largar tudo o que possui,
todas as responsabilidades e ir curtir a vida de forma irrefletida e
inconsciente. Começar a beber, ir a festas, viajar, fazer o que
quer etc. Tudo isso nada mais é do que outra prisão a que a
pessoa se submete, ou pode ser uma fuga dos nossos
sentimentos mais profundos. É preciso começar a enfrentar
aquilo que está oculto e que não desejamos mexer dentro de nós.
É preciso tocar nas feridas para cura-las; é preciso desatar os
nós para soltar tudo; é preciso ver o que não desejamos ver; é
preciso parar de fugir; é preciso deixar o rio da vida fluir, deixar o
vento soprar em nosso rosto; deixar de lado as autocobranças e
o perfeccionismo; deixar a vida seguir seu fluxo natural, permitir
as mudanças, abandonar o velho sem nostalgia, largar o passado
e desistir da ânsia pelo futuro. É preciso parar de guerrear contra
todos e contra a vida. É preciso olhar para nossa escuridão, para
nossas dores, para nossos traumas, para nossas mágoas e se
libertar de tudo. É preciso se libertar até mesmo do desejo de
liberdade.
É preciso se desvencilhar do medo de sofrer… pois quem vive
com medo de sofrer, não caminha em direção à felicidade, mas
fica estagnado numa prisão que ela mesma criou. Nessa gaiola
de ouro ela tem a ilusão de possuir segurança, conforto e
previsibilidade. A gaiola pode ser de ouro, mas continua sendo
Edição 01/20 contato: portalcdovendas@gmail.com
10