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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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como um modelo da segunda maneira de desescalar a ira:

esfriar psicologicamente, esperando que passe o surto adrenal,

num ambiente não propício à alimentação da ira. Numa

discussão, por exemplo, isso significa afastar-se, naquele exato

momento, da outra pessoa. No período de esfriamento, a pessoa

irada pode frear o ciclo de crescente pensamento hostil,

buscando distrações. Zillmann constata que a distração é um

poderosíssimo artifício moderador do estado de espírito, por um

simples motivo: é difícil continuar zangado quando estamos nos

divertindo. O segredo, claro, é, em primeiro lugar, esfriar a

raiva a ponto de a pessoa poder divertir-se.

A análise, feita por Zillmann acerca de como a raiva

aumenta e diminui, explica muito das constatações de Diane

Tice sobre as estratégias que as pessoas comumente dizem usar

para aliviá-la. Uma delas, que é bastante eficaz, consiste em dar

uma volta para ficar só, enquanto esfria. Muitos homens dão essa

volta de carro — um achado da pesquisa que serve de alerta

para quando estivermos dirigindo (e que, disse-me Diane, a

inspirou a dirigir com mais atenção). Talvez a alternativa mais

segura seja sair para uma longa caminhada; o exercício ativo

também ajuda em casos de raiva. O mesmo efeito é obtido

através de métodos de relaxamento do tipo inspirar fundo e

relaxar a musculatura, talvez porque essas medidas alterem a

fisiologia corporal, da alta estimulação provocada pela raiva a

um estado de baixa estimulação, e talvez também porque

retirem a atenção do que tenha desencadeado a raiva. O

exercício ativo pode esfriar a raiva por algo do mesmo motivo:

após altos níveis de ativação fisiológica durante o exercício, o

corpo recai para um baixo nível assim que pára.

Mas um período de esfriamento não funcionará se esse

tempo for usado para prosseguir na cadeia de pensamento que

induz à raiva, uma vez que cada um desses pensamentos é, em

si, um disparador menor de outras cascatas de raiva. O poder

da distração está em interromper essa cadeia. Em sua pesquisa

sobre as estratégias utilizadas pelas pessoas para o controle da

ira, Diane Tice constatou que, em geral, as distrações ajudam a

acalmá-la: TV, cinema, leitura e coisas do gênero interferem nos

pensamentos furiosos que alimentam a raiva. Mas ela constatou

que se entregar a prazeres como fazer comprinhas e comer

não produzem muito efeito; é muito fácil permanecer numa

cadeia de pensamento indignado enquanto se passeia num

shopping center ou quando se devora uma fatia de bolo de

chocolate.

A essas estratégias, acrescentam-se aquelas criadas por

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