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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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seguinte, Elliot não sabia que decisão tomar. Ele encontrava

argumentos contra e a favor a todos os horários sugeridos por

Damasio, mas não conseguia escolher nenhum deles. No nível

racional, havia razões perfeitamente lógicas para recusar ou

aceitar quase todos os horários possíveis. Mas faltava a Elliot

qualquer noção do que sentia em relação a qualquer deles. Sem

consciência de seus próprios sentimentos, não tinha qualquer

preferência.

Entre outras coisas, o que podemos concluir dessa

incapacidade de tomar decisão é o importante papel que o

sentimento desempenha na navegação pela interminável

corrente das decisões pessoais da vida. Embora sentimentos

fortes possam causar devastações no raciocínio, a falta de

consciência do sentimento também pode ser destrutiva,

sobretudo no avaliar decisões das quais depende, em grande

parte, o nosso destino: que carreira seguir, se ficar num

emprego seguro ou arriscar-se em outro mais atraente, com

quem namorar ou casar, onde viver, que apartamento alugar ou

que casa comprar — sempre e sempre, pela vida afora. Essas

decisões não podem ser bem tomadas apenas através do uso da

razão; exigem intuição e a sabedoria emocional que

acumulamos de experiências passadas. A lógica formal, por si

só, jamais pode servir de base para decidir com quem se casar

ou em quem confiar, ou mesmo que emprego pegar; são

domínios onde a razão, sem o sentimento, fica cega.

Os sinais intuitivos que nos orientam nesses momentos vêm

sob a forma de impulsos límbicos das vísceras que Damasio

chama de “marcadores somáticos” — literalmente, intuições. O

marca-dor somático é uma espécie de alarme automático,

geralmente chamando a atenção para o perigo potencial de

uma determinada linha de ação. Na maioria das vezes, esses

marcadores nos orientam para que fiquemos bem longe de uma

escolha contra a qual nossa experiência nos adverte, embora

também possam nos alertar para uma oportunidade de ouro.

Em geral, nesses momentos, não nos lembramos que tipo de

experiência deu forma a esse sentimento negativo; basta que

recebamos o sinal de que uma determinada linha potencial de

ação pode ser desastrosa. Sempre que surge uma dessas

intuições, podemos abandonar ou seguir imediatamente com

maior confiança essa linha de consideração e, desta forma,

reduzir o leque de escolhas a uma matriz de decisão com

menos variedade. A chave para uma tomada de decisão mais

sábia é, em suma, estar mais sintonizado com nossos

sentimentos.

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