Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
Carl Rogers ou de um líder de nível mundial como Martin LutherKing, Jr., e a aptidão “intrapsíquica”, que pode surgir, de umlado, nas brilhantes sacações de Sigmund Freud, ou, com menosalarde, na satisfação interior que vem de estarmos sintonizadoscom a vida e com nossos verdadeiros sentimentos.A característica dessa visão de inteligências é suamultiplicidade: o modelo de Gardner vai muito além doconceito-padrão de QI como fator único e imutável. Reconheceque os testes que nos tiranizaram quando passamos pela escola— desde a realização de testes de aproveitamento que diziamquem entre nós seria encaminhado para as escolas técnicas equem iria para a universidade, aos SATs, que determinavamqual faculdade, se fosse o caso, poderíamos freqüentar — sebaseiam numa noção limitada de inteligência, uma noção semligação com a verdadeira gama de talentos e aptidões que sãoimportantes para a vida, acima e além do QI.Gardner reconhece que sete é um número arbitrário para avariedade de inteligências; não há nenhum número mágico paraa multiplicidade de talentos humanos. A determinada altura, elee seus colegas haviam aumentado esse número para vinteaptidões diferentes. A inteligência interpessoal, por exemplo,desdobrou-se em quatro aptidões distintas: liderança, capacidadede manter relações e conservar amigos, de resolver conflitos e ado tipo de análise social em que Judy, de 4 anos, era excelente.Essa visão multifacetada da inteligência oferece um quadromais rico da capacidade e do potencial de uma criança para osucesso do que o QI padrão. Quando os alunos da Spectrumforam avaliados pela Escala de Inteligência Stanford-Binet —outrora o padrão-ouro dos testes de QI — e mais uma vez poruma bateria destinada a medir o espectro de inteligências deGardner, não houve nenhuma relação significativa entre ascontagens obtidas nos dois testes.9 As cinco crianças com QImais alto (de 125 a 133) mostraram uma variedade de perfisnas dez capacidades medidas pelo teste Spectrum. Porexemplo, entre as cinco “mais inteligentes” segundo os testes deQI, uma era muito boa em três áreas, três, em duas, e umacriança “inteligente” tinha apenas uma capacidade Spectrum.Esses talentos eram dispersos: quatro em música, duas em artesvisuais, uma em compreensão social, uma em lógica, duas emlinguagem. Nenhuma das cinco crianças de alto QI era talentosaem termos de movimento, números ou mecânica: movimento enúmeros foram, na verdade, pontos fracos para duas das cincocrianças.A conclusão de Gardner foi que “a Escala de InteligênciaStanford-Binet não previu desempenho bem-sucedido de ponta aponta ou num subconjunto consistente de atividades Spectrum”.
Por outro lado, as contagens Spectrum dão aos pais uma claraorientação sobre as áreas que serão de interesse espontâneo dacriança e onde se sairão bem o bastante para desenvolverpaixões que poderão um dia conduzi-las para além daeficiência — até a maestria.O pensamento de Gardner sobre a multiplicidade dainteligência continua a evoluir. Cerca de dez anos após terpublicado sua teoria pela primeira vez, ele fez o seguintesumário das inteligências inter e intrapessoal:Inteligência interpessoal é a capacidade decompreender outras pessoas: o que as motiva, comotrabalham, como trabalhar cooperativamente com elas.As pessoas que trabalham em vendas, políticos,professores, clínicos e líderes religiosos bem-sucedidosprovavelmente são todos indivíduos com alto grau deinteligência interpessoal. A inteligência intrapessoal (...)é uma aptidão correlata, voltada para dentro. É umacapacidade de formar um modelo preciso, verídico, desi mesmo e poder usá-lo para agir eficazmente navida.10Em outra versão, Gardner observou que o âmago dainteligência interpessoal inclui “a capacidade de discernir eresponder adequadamente ao humor, temperamento, motivaçãoe desejo de outras pessoas”. Na inteligência intrapessoal, chavedo autoconhecimento, ele incluiu o “contato com nossos própriossentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los paraorientar o comportamento”.11“JORNADA NAS ESTRELAS”: A COGNIÇÃO NÃO BASTAAs teorias de Gardner contêm uma dimensão da inteligênciapessoal que é amplamente mencionada, mas pouco explorada:o papel das emoções. Talvez isso ocorra porque, como elepróprio diz, seu trabalho é fortemente calcado num modelomental que se apóia em ciência cognitiva. Por isto, sua visãoacerca dessas inteligências enfatiza a percepção — acompreensão de si e dos outros nas motivações, nos hábitos detrabalho e no uso dessa intuição na própria vida e na relaçãocom os outros. Mas, como acontece com o campo cinestésico,onde o brilho físico se manifesta não-verbalmente, o campo dasemoções também se estende além do alcance da linguagem eda cognição.Embora haja amplo espaço em suas descrições das
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Por outro lado, as contagens Spectrum dão aos pais uma clara
orientação sobre as áreas que serão de interesse espontâneo da
criança e onde se sairão bem o bastante para desenvolver
paixões que poderão um dia conduzi-las para além da
eficiência — até a maestria.
O pensamento de Gardner sobre a multiplicidade da
inteligência continua a evoluir. Cerca de dez anos após ter
publicado sua teoria pela primeira vez, ele fez o seguinte
sumário das inteligências inter e intrapessoal:
Inteligência interpessoal é a capacidade de
compreender outras pessoas: o que as motiva, como
trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas.
As pessoas que trabalham em vendas, políticos,
professores, clínicos e líderes religiosos bem-sucedidos
provavelmente são todos indivíduos com alto grau de
inteligência interpessoal. A inteligência intrapessoal (...)
é uma aptidão correlata, voltada para dentro. É uma
capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de
si mesmo e poder usá-lo para agir eficazmente na
vida.10
Em outra versão, Gardner observou que o âmago da
inteligência interpessoal inclui “a capacidade de discernir e
responder adequadamente ao humor, temperamento, motivação
e desejo de outras pessoas”. Na inteligência intrapessoal, chave
do autoconhecimento, ele incluiu o “contato com nossos próprios
sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los para
orientar o comportamento”.11
“JORNADA NAS ESTRELAS”: A COGNIÇÃO NÃO BASTA
As teorias de Gardner contêm uma dimensão da inteligência
pessoal que é amplamente mencionada, mas pouco explorada:
o papel das emoções. Talvez isso ocorra porque, como ele
próprio diz, seu trabalho é fortemente calcado num modelo
mental que se apóia em ciência cognitiva. Por isto, sua visão
acerca dessas inteligências enfatiza a percepção — a
compreensão de si e dos outros nas motivações, nos hábitos de
trabalho e no uso dessa intuição na própria vida e na relação
com os outros. Mas, como acontece com o campo cinestésico,
onde o brilho físico se manifesta não-verbalmente, o campo das
emoções também se estende além do alcance da linguagem e
da cognição.
Embora haja amplo espaço em suas descrições das