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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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aptidões para a vida.

O orientador visionário que está por trás do Projeto Spectrum

é Howard Gardner, psicólogo da Escola de Educação de

Harvard.7

— Chegou a hora — disse — de ampliar nossa noção sobre

o espectro de talentos. A maior contribuição que a educação

pode dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la a

escolher uma profissão onde possa melhor utilizar os seus

talentos, onde ela será feliz e competente. Perdemos isso

inteiramente de vista. Em vez disso, sujeitamos todos a uma

educação em que, se você for bem-sucedido, estará mais bem

capacitado para ser professor universitário. E avaliamos todos,

ao longo do percurso, conforme satisfaçam ou não esse estreito

padrão de sucesso. Devíamos gastar menos tempo avaliando as

crianças e mais tempo ajudando-as a identificar suas aptidões e

dons naturais, e a cultivá-los. Há centenas e centenas de

maneiras de ser bem-sucedido e muitas, muitas aptidões

diferentes que as ajudarão a chegar lá.8

Se existe alguém que vê as limitações das velhas formas de

pensar sobre a inteligência, é Gardner. Ele observa que os dias

de glória dos testes de QI tiveram início durante a Primeira

Guerra Mundial, quando 2 milhões de americanos foram

classificados por meio do preenchimento, em massa, do

primeiro formulário para avaliação de QI, então criado por

Lewis Terman, um psicólogo de Stanford. Isso levou a décadas

do que Gardner chama de “modo de pensar do QI”:

— Pensar que as pessoas são inteligentes ou não, que

nasceram assim, que esse é um dado imutável e que os testes

podem dizer se a gente é um dos inteligentes ou não. O teste

SAT para admissão em universidades repete a forma de pensar

segundo a qual uma única aptidão é determinante para o nosso

futuro. Esse modo de pensar está impregnado na sociedade.

O influente livro de Gardner, Frames of Mind (Estados de

Espírito), de 1983, foi um manifesto de contestação à visão do

QI; ali, o que o autor coloca é que não há um tipo específico,

monolítico, de inteligência decisiva para o sucesso na vida, mas

sim um amplo espectro de inteligências, com sete variedades

principais. Em sua lista entram os dois tipos-padrão de

inteligência acadêmica, a fluência verbal e o raciocínio lógicomatemático,

mas ele vai mais além para incluir a aptidão

espacial que se vê, digamos, num destacado pintor ou arquiteto;

o gênio cinestésico exibido na fluidez e graça físicas de uma

Martha Graham ou de um Magic Johnson; e os dons musicais de

um Mozart ou de um YoYo Ma. Arrematando a lista, há duas

faces do que Gardner chama de “inteligências pessoais”:

aptidões interpessoais, como as de um grande terapeuta como

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