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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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continuaram a manter um bom desempenho, tirando excelentes

notas, mas ao beirarem os 30 anos haviam alcançado apenas

níveis medianos de sucesso. Dez anos após terem feito o ginásio,

só um em quatro se achava em nível mais alto na profissão que

haviam escolhido, e muitos tinham se dado bem pior.

Karen Arnold, professora de Pedagogia na Universidade de

Boston, uma das pesquisadoras que acompanham esses

“primeiros de turma”, explica:

— Acho que descobrimos as pessoas “de sucesso”, as que

sabem como vencer no sistema. Mas os “primeiros de turma”,

claro, têm de lutar tanto quanto qualquer um de nós. Saber que

uma pessoa é um excelente aluno é saber apenas que ela é

muitíssimo boa na obtenção de boas notas. Nada nos diz de

como ela reage às vicissitudes da vida.6

E esse é o problema: a inteligência acadêmica não oferece

praticamente nenhum preparo para o torvelinho — ou para a

oportunidade — que ocorre na vida. Apesar de um alto QI não

ser nenhuma garantia de prosperidade, prestígio ou felicidade na

vida, nossas escolas e nossa cultura privilegiam a aptidão no

nível acadêmico, ignorando a inteligência emocional, um

conjunto de traços — alguns chamariam de caráter — que

também exerce um papel importante em nosso destino pessoal.

A vida emocional é um campo com o qual se pode lidar,

certamente como matemática ou leitura, com maior ou menor

habilidade, e exige seu conjunto especial de aptidões. E a

medida dessas aptidões numa pessoa é decisiva para

compreender por que uma prospera na vida, enquanto outra, de

igual nível intelectual, entra num beco sem saída: a aptidão

emocional é uma metacapacidade que determina até onde

podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos,

incluindo o intelecto bruto.

Claro, há muitos caminhos para o sucesso na vida e muitos

campos em que outras aptidões são recompensadas. Numa

sociedade cada vez mais baseada no conhecimento, a aptidão

técnica é, sem dúvida, uma delas. Há uma piada infantil: “Como

se chama um chato daqui a 15 anos?” Resposta: “Chefe.” Mas,

mesmo entre os “chatos”, a inteligência emocional oferece uma

vantagem extra no local de trabalho, como veremos na Parte

Três. Há muitos indícios que atestam que as pessoas

emocionalmente competentes — que conhecem e lidam bem

com os próprios sentimentos, entendem e levam em

consideração os sentimentos do outro — levam vantagem em

qualquer setor da vida, seja nas relações amorosas e íntimas,

seja assimilando as regras tácitas que governam o sucesso na

política organizacional. As pessoas com prática emocional bem

desenvolvida têm mais probabilidade de se sentirem satisfeitas e

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