Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
sobre um acontecimento que se deu de forma inesperada,tornando mais fácil perceber exatamente o que estáacontecendo e conceber o melhor plano de ação.• Em todo o mundo, a expressão de repugnância seassemelha e envia a mesma mensagem: alguma coisadesagradou ao gosto ou ao olfato, real ou metaforicamente.A expressão facial de repugnância — o lábio superior seretorcendo para o lado e o nariz se enrugandoligeiramente — sugere, como observou Darwin, umatentativa primeva de tapar as narinas para evitar um odornocivo ou cuspir fora uma comida estragada.• Uma das principais funções da tristeza é a de propiciarum ajustamento a uma grande perda, como a morte dealguém ou uma decepção significativa. A tristeza acarretauma perda de energia e de entusiasmo pelas atividades davida, em particular por diversões e prazeres. Quando atristeza é profunda, aproximando-se da depressão, avelocidade metabólica do corpo fica reduzida. Esseretraimento introspectivo cria a oportunidade para queseja lamentada uma perda ou frustração, para captar suasconseqüências para a vida e para planejar um recomeçoquando a energia retorna. É possível que essa perda deenergia tenha tido como objetivo manter os seres humanosvulneráveis em estado de tristeza para quepermanecessem perto de casa, onde estariam em maiorsegurança.Essas tendências biológicas para agir são ainda maismoldadas por nossa experiência e pela cultura. Por exemplo, aperda de um ser amado provoca, universalmente, tristeza e luto.Mas a maneira como demonstramos nosso pesar, comoexibimos ou contemos as emoções em momentos íntimos, émoldada pela cultura, o mesmo ocorrendo quando se trata deeleger quais pessoas em nossas vidas se encaixam na categoriade “entes queridos” dignos de nosso lamento.O prolongado período de evolução em que, por força dascircunstâncias, essas respostas emocionais se formaram foi, semdúvida, uma realidade bem mais dura que a maioria dos sereshumanos teve de suportar desde o alvorecer da históriaregistrada. Foi um tempo em que poucas crianças sobreviveramà infância e em que poucos adultos viveram mais do que trintaanos, tempo em que predadores atacavam a qualquer momento,tempo em que as condições climáticas determinavam se iríamosou não morrer de fome. Mas, com o advento da agricultura, eaté mesmo das mais rudimentares formas de organização social,as possibilidades de sobrevivência mudaram de forma
extraordinária. Nos últimos 10 mil anos, quando esses avanços seespalharam por todo o mundo, reduziram-se significativamenteas violentas pressões que ameaçaram a população humana.8Mas foram exatamente essas pressões que tornaram nossasrespostas emocionais fundamentais para a sobrevivência;atenuadas as pressões, a importância das reações que passarama fazer parte de nosso repertório emocional também declinou.Enquanto, no passado distante, a raiva instantânea funcionavacomo arma decisiva para garantir nossa sobrevivência, aeventual disponibilidade de uma arma para um garoto de 13anos pode resultar numa catástrofe.Nossas Duas MentesUma amiga me falava de seu divórcio, uma dolorosa separação.O marido apaixonara-se por uma mulher mais jovem comquem trabalhava e, de repente, anunciara que ia deixá-la paraviver com a outra. Seguiram-se meses de brigas amargas sobrea casa, dinheiro e custódia dos filhos. Agora, passados algunsmeses, ela dizia que sua independência lhe agradava, que sesentia feliz contando apenas consigo mesma.— Simplesmente não penso mais nele; na verdade, nemquero saber dele.Só que, ao dizer isso, de repente seus olhos ficaram cheiosde lágrimas.Aquele lacrimejar de olhos poderia passar facilmentedespercebido. Mas, por um tipo de compreensão que aconteceatravés da empatia, os olhos marejados em uma pessoa indicamque ela está triste, não importa o que tenha expressado empalavras. A empatia é um ato de compreensão tão seguroquanto a apreensão do sentido das palavras contidas numapágina impressa. O primeiro tipo de compreensão é fruto damente emocional, o outro, da mente racional. Na verdade,temos duas mentes — a que raciocina e a que sente.Esses dois modos fundamentalmente diferentes deconhecimento interagem na construção de nossa vida mental.Um, a mente racional, é o modo de compreensão de que, emgeral, temos consciência: é mais destacado na consciência, maisatento e capaz de ponderar e refletir. Mas, além desse, há umoutro sistema de conhecimento que é impulsivo e poderoso,embora às vezes ilógico — a mente emocional. (Para umadescrição mais detalhada das características da menteemocional, ver o Apêndice B.)A dicotomia emocional/racional aproxima-se da distinção quepopularmente é feita entre “coração” e “cabeça”; saber que
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extraordinária. Nos últimos 10 mil anos, quando esses avanços se
espalharam por todo o mundo, reduziram-se significativamente
as violentas pressões que ameaçaram a população humana.8
Mas foram exatamente essas pressões que tornaram nossas
respostas emocionais fundamentais para a sobrevivência;
atenuadas as pressões, a importância das reações que passaram
a fazer parte de nosso repertório emocional também declinou.
Enquanto, no passado distante, a raiva instantânea funcionava
como arma decisiva para garantir nossa sobrevivência, a
eventual disponibilidade de uma arma para um garoto de 13
anos pode resultar numa catástrofe.
Nossas Duas Mentes
Uma amiga me falava de seu divórcio, uma dolorosa separação.
O marido apaixonara-se por uma mulher mais jovem com
quem trabalhava e, de repente, anunciara que ia deixá-la para
viver com a outra. Seguiram-se meses de brigas amargas sobre
a casa, dinheiro e custódia dos filhos. Agora, passados alguns
meses, ela dizia que sua independência lhe agradava, que se
sentia feliz contando apenas consigo mesma.
— Simplesmente não penso mais nele; na verdade, nem
quero saber dele.
Só que, ao dizer isso, de repente seus olhos ficaram cheios
de lágrimas.
Aquele lacrimejar de olhos poderia passar facilmente
despercebido. Mas, por um tipo de compreensão que acontece
através da empatia, os olhos marejados em uma pessoa indicam
que ela está triste, não importa o que tenha expressado em
palavras. A empatia é um ato de compreensão tão seguro
quanto a apreensão do sentido das palavras contidas numa
página impressa. O primeiro tipo de compreensão é fruto da
mente emocional, o outro, da mente racional. Na verdade,
temos duas mentes — a que raciocina e a que sente.
Esses dois modos fundamentalmente diferentes de
conhecimento interagem na construção de nossa vida mental.
Um, a mente racional, é o modo de compreensão de que, em
geral, temos consciência: é mais destacado na consciência, mais
atento e capaz de ponderar e refletir. Mas, além desse, há um
outro sistema de conhecimento que é impulsivo e poderoso,
embora às vezes ilógico — a mente emocional. (Para uma
descrição mais detalhada das características da mente
emocional, ver o Apêndice B.)
A dicotomia emocional/racional aproxima-se da distinção que
popularmente é feita entre “coração” e “cabeça”; saber que