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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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arrependimento, mortificação e contrição.

Claro, esta lista não resolve toda a questão de como

caracterizar a emoção. Por exemplo, que dizer de combinações

como o ciúme, uma variante da ira que também funde tristeza e

medo? E das virtudes como esperança e fé, coragem e perdão,

certeza e equanimidade? Ou alguns dos vícios clássicos,

sentimentos como dúvida, complacência, preguiça e torpor —

ou o tédio? Não há respostas claras; continua o debate científico

sobre como classificar as emoções.

A defesa da existência de umas poucas emoções básicas

depende em certa medida da descoberta por Paul Ekman, na

Universidade da Califórnia, em São Francisco, de que as

expressões faciais de quatro delas (medo, ira, tristeza e alegria)

são reconhecidas por povos de culturas de todo o mundo,

inclusive povos pré-letrados supostamente intocados pela

exposição ao cinema ou à televisão — o que sugere sua

universalidade. Ekman mostrou fotos que retratavam expressões

faciais de precisão técnica a pessoas em culturas tão remotas

como a Fore da Nova Guiné, uma tribo isolada, na Idade da

Pedra, das montanhas distantes, e constatou que todos em toda

parte reconheciam as mesmas emoções básicas. Essa

universalidade das expressões faciais da emoção provavelmente

foi notada pela primeira vez por Darwin, que a viu como

indício de que as forças da evolução haviam gravado esses sinais

em nosso sistema nervoso central.

Ao buscar princípios básicos, sigo Ekman e outros no pensar

nas emoções em termos de famílias ou dimensões, tomando as

famílias principais — ira, tristeza, medo, amor e assim por

diante — como exemplos dos intermináveis matizes de nossa

vida emocional. Cada uma dessas famílias tem no centro um

núcleo emocional básico, com os parentes partindo dali em

ondas de incontáveis mutações. Nas ondas externas, estão os

estados de espírito, que, em termos técnicos, são mais contidos e

duram muito mais que uma emoção (embora seja relativamente

raro permanecer no pleno calor da ira o dia todo, por exemplo,

não é tão raro ficar num humor rabugento, irritável, no qual se

disparam facilmente ataques mais curtos de ira). Além dos

estados de espírito, há os temperamentos, a disposição para

evocar uma determinada emoção ou estado de espírito que

torna as pessoas melancólicas, tímidas ou alegres. E ainda, além

dessas disposições emocionais, estão os distúrbios das emoções,

como a depressão clínica ou a ansiedade constante, em que

alguém se vê perpetuamente colhido num estado tóxico.

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