Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
sua vez permitem o verdadeiro compromisso com valorescívicos e morais.18 Ao fazer isso, não basta pregar valores àscrianças; é preciso praticá-los, o que acontece quando ascrianças formam as aptidões emocionais e sociais essenciais.Nesse sentido, a alfabetização emocional anda de mãos dadascom a educação para ter caráter, desenvolvimento moral ecidadania.UMA ÚLTIMA PALAVRANo momento em que concluo este livro, algumas perturbadorasnotícias de jornais me chamam a atenção. Uma anuncia que asarmas se tornaram a causa número um de morte nos EstadosUnidos, superando os acidentes de carro. A segunda diz que, noano passado, o percentual de homicídios subiu 3%.19Particularmente perturbadora é a previsão nessa segundamatéria, de autoria de um criminologista, de que estamosvivendo numa calmaria, porque o “vendaval de crime” virá napróxima década. Segundo o articulista, os assassinatos cometidospor adolescentes de até 14 e 15 anos estão em ascensão, e aessa faixa etária pertencem milhões de jovens. Na próximadécada, esse grupo estará com 18 a 20 anos, idade em que aprática de crimes violentos é o auge de uma carreira criminosa.Os prenúncios estão no horizonte. Uma terceira matéria diz que,nos quatro anos entre 1988 e 1992, cifras do Departamento deJustiça mostram um salto de 68% no número de jovens acusadosde assassinato, lesões corporais com agravantes, assalto eestupro, sendo que as lesões corporais aumentaram em 80%.20Esses adolescentes são a primeira geração a ter não apenasarmas, mas armas automáticas à sua inteira disposição, damesma forma que a geração de seus pais foi a primeira a terum grande acesso às drogas. O uso de armas por adolescentesimplica que, se no passado as desavenças eram resolvidas naporrada, hoje podem tranqüilamente ser resolvidas a tiros. E,observa um especialista, esses adolescentes “não são muito bonsnessa coisa de evitar brigas”.Um dos motivos por que são tão ruins nessa aptidão básicapara a vida, claro, é que como sociedade não tivemos apreocupação de garantir a todas as crianças o mínimo decompetência para lidar com a raiva e para resolver conflitos deforma positiva — tampouco nos preocupamos em ensinarempatia, controle de impulso ou qualquer dos outrosfundamentos da competência emocional. Deixando ao acaso aaprendizagem de lições emocionais, corremos o enorme riscode não aproveitar os momentos mais oportunos —proporcionados pelo lento processo de maturação do cérebro —
para proporcionar às crianças o cultivo de um repertórioemocional saudável.Apesar do grande interesse que têm os educadores naalfabetização emocional, esse gênero de treinamento é difícil deser encontrado; a maioria dos professores, diretores e paissimplesmente nem sabe que eles existem. Os melhores modelosestão, em sua maioria, fora da corrente principal da educação,em algumas poucas escolas particulares e em poucas centenasde escolas públicas. Claro que nenhum programa, inclusive estede que falo, é solução para qualquer tipo de problema. Mas, emvista da crise que nós e nossos filhos estamos enfrentando e dasperspectivas alvissareiras trazidas pelos cursos de alfabetizaçãoemocional, devemos nos perguntar: não devíamos — agoramesmo — já estar ensinando a todas as crianças essasessencialíssimas aptidões para a vida?Se não for agora, quando será?[1] Para maiores informações sobre cursos de alfabetização emocional: TheCollaborative for the Advancement of Social and Emotional Learning —CASEL), Yale Child Study Center, P.O. Box 207900, 230 South FrontageRoad, New Haven, CT 06520-7900.
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sua vez permitem o verdadeiro compromisso com valores
cívicos e morais.18 Ao fazer isso, não basta pregar valores às
crianças; é preciso praticá-los, o que acontece quando as
crianças formam as aptidões emocionais e sociais essenciais.
Nesse sentido, a alfabetização emocional anda de mãos dadas
com a educação para ter caráter, desenvolvimento moral e
cidadania.
UMA ÚLTIMA PALAVRA
No momento em que concluo este livro, algumas perturbadoras
notícias de jornais me chamam a atenção. Uma anuncia que as
armas se tornaram a causa número um de morte nos Estados
Unidos, superando os acidentes de carro. A segunda diz que, no
ano passado, o percentual de homicídios subiu 3%.19
Particularmente perturbadora é a previsão nessa segunda
matéria, de autoria de um criminologista, de que estamos
vivendo numa calmaria, porque o “vendaval de crime” virá na
próxima década. Segundo o articulista, os assassinatos cometidos
por adolescentes de até 14 e 15 anos estão em ascensão, e a
essa faixa etária pertencem milhões de jovens. Na próxima
década, esse grupo estará com 18 a 20 anos, idade em que a
prática de crimes violentos é o auge de uma carreira criminosa.
Os prenúncios estão no horizonte. Uma terceira matéria diz que,
nos quatro anos entre 1988 e 1992, cifras do Departamento de
Justiça mostram um salto de 68% no número de jovens acusados
de assassinato, lesões corporais com agravantes, assalto e
estupro, sendo que as lesões corporais aumentaram em 80%.20
Esses adolescentes são a primeira geração a ter não apenas
armas, mas armas automáticas à sua inteira disposição, da
mesma forma que a geração de seus pais foi a primeira a ter
um grande acesso às drogas. O uso de armas por adolescentes
implica que, se no passado as desavenças eram resolvidas na
porrada, hoje podem tranqüilamente ser resolvidas a tiros. E,
observa um especialista, esses adolescentes “não são muito bons
nessa coisa de evitar brigas”.
Um dos motivos por que são tão ruins nessa aptidão básica
para a vida, claro, é que como sociedade não tivemos a
preocupação de garantir a todas as crianças o mínimo de
competência para lidar com a raiva e para resolver conflitos de
forma positiva — tampouco nos preocupamos em ensinar
empatia, controle de impulso ou qualquer dos outros
fundamentos da competência emocional. Deixando ao acaso a
aprendizagem de lições emocionais, corremos o enorme risco
de não aproveitar os momentos mais oportunos —
proporcionados pelo lento processo de maturação do cérebro —