Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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15.01.2020 Views

os próprios sentimentos; o currículo do PATHS tem cinqüentalições sobre diferentes emoções, ensinando as mais básicas,como felicidade e raiva, às crianças mais novas, e depoistocando em sentimentos mais complexos como ciúme, orgulho eculpa. As lições de consciência emocional incluem comomonitorar o que eles e os outros em volta estão sentindo e — omais importante para os inclinados à agressão — comoreconhecer quando alguém é de fato hostil, e quando nós é queestamos supondo a hostilidade.Uma das lições mais importantes, claro, é o controle daraiva. A premissa básica que as crianças aprendem sobre essetipo de sentimento (e todas as outras emoções também) é que“é legal ter todos os sentimentos”, mas algumas reações sãocorretas e outras não. Aqui, um dos instrumentos para ensinarautocontrole é o mesmo exercício de “sinal de trânsito” usadoem New Haven. Outras unidades ajudam as crianças com suasamizades, um contrapeso da rejeição social que pode facilitar ocaminho para a violência.REPENSANDO AS ESCOLAS: O ENSINO PELO SER,COMUNIDADES QUE SE ENVOLVEMComo a vida em família não mais proporciona a crescentesnúmeros de crianças uma base segura na vida, as escolaspermanecem como o único lugar a que a comunidade poderecorrer em busca de corretivos para as deficiências dagarotada em competência emocional e social. Isso não querdizer que as escolas, sozinhas, possam substituir todas asinstituições sociais que muitas vezes já estão ou se aproximamdo colapso. Mas, como praticamente toda criança vai à escola(pelo menos no início), este é um lugar que pode proporcionaràs crianças os ensinamentos básicos para a vida que talvez elasnão recebam nunca em outra parte. Alfabetização emocionalimplica um mandado ampliado para as escolas, entrando nolugar de famílias que falham na socialização das crianças. Essatemerária tarefa exige duas grandes mudanças: que osprofessores vão além de sua missão tradicional e que as pessoasna comunidade se envolvam mais com as escolas.Se há ou não uma classe explicitamente dedicada àalfabetização emocional importa muito menos do que como seensinam essas lições. Talvez não haja outro tema em que aqualificação do professor seja mais importante, uma vez que amaneira como ele lida com a classe é, por si mesma, ummodelo, uma lição de fato de competência — ou incompetência— emocional. Sempre que um professor responde a um aluno,vinte ou trinta outros aprendem uma lição.

Há uma seleção natural do tipo de professor que gravitapara cursos como esses, porque nem todos possuem otemperamento adequado. Para começar, eles precisam se sentirà vontade para falar sobre sentimentos; nem todos são ouquerem ser assim. Pouca coisa ou nada na educação padrão dosprofessores os prepara para esse tipo de ensinamento. É poressa razão que os programas de alfabetização emocional,normalmente, fornecem aos professores em perspectiva váriassemanas de treinamento especial na técnica.Embora muitos professores possam relutar no início aenfrentar um tópico que julgam tão estranho à sua formação erotinas, há indícios de que, uma vez que se dispõem a tentar, amaioria fica mais satisfeita do que aborrecida. Nas escolas deNew Haven, quando os professores souberam que iam sertreinados para dar os novos cursos de alfabetização emocional,31% disseram que relutavam em fazê-lo. Após um ano dando oscursos, mais de 90% disseram que estavam satisfeitos, e quequeriam voltar a dá-los no ano seguinte.UMA MISSÃO MAIOR PARA AS ESCOLASAlém do treinamento do professor, a alfabetização emocionalamplia nossa visão acerca do que é a escola, explicitando-acomo um agente da sociedade encarregado de constatar se ascrianças estão obtendo os ensinamentos essenciais para a vida— isto significa um retorno ao papel clássico da educação. Esseprojeto maior exige, além de qualquer coisa específica nocurrículo, o aproveitamento das oportunidades, dentro e fora dassalas de aula, para ajudar os alunos a transformar momentos decrise pessoal em lições de competência emocional. Tambémfunciona melhor quando as lições em classe são coordenadascom o que se passa na casa das crianças. Muitos programas dealfabetização emocional incluem aulas especiais para pais, afim de transmitir a eles o que seus filhos estão aprendendo, nãoapenas para complementar o que se dá na escola, mas paraajudar os pais que querem lidar mais efetivamente com a vidaemocional de seus filhos.Assim, as crianças recebem mensagens consistentes sobrecompetência emocional em todas as áreas da vida. Nas escolasde New Haven, diz Tim Shriver, diretor do Programa deCompetência Social, “se os garotos se metem numa briga nalanchonete, são mandados a um colega mediador, que se sentacom eles e soluciona o conflito com a mesma técnica de adoçãode perspectiva que eles aprenderam na aula. Treinadores usama técnica de solução de conflito no campo de esportes. Temosclasses para pais sobre o uso desses métodos com as crianças

os próprios sentimentos; o currículo do PATHS tem cinqüenta

lições sobre diferentes emoções, ensinando as mais básicas,

como felicidade e raiva, às crianças mais novas, e depois

tocando em sentimentos mais complexos como ciúme, orgulho e

culpa. As lições de consciência emocional incluem como

monitorar o que eles e os outros em volta estão sentindo e — o

mais importante para os inclinados à agressão — como

reconhecer quando alguém é de fato hostil, e quando nós é que

estamos supondo a hostilidade.

Uma das lições mais importantes, claro, é o controle da

raiva. A premissa básica que as crianças aprendem sobre esse

tipo de sentimento (e todas as outras emoções também) é que

“é legal ter todos os sentimentos”, mas algumas reações são

corretas e outras não. Aqui, um dos instrumentos para ensinar

autocontrole é o mesmo exercício de “sinal de trânsito” usado

em New Haven. Outras unidades ajudam as crianças com suas

amizades, um contrapeso da rejeição social que pode facilitar o

caminho para a violência.

REPENSANDO AS ESCOLAS: O ENSINO PELO SER,

COMUNIDADES QUE SE ENVOLVEM

Como a vida em família não mais proporciona a crescentes

números de crianças uma base segura na vida, as escolas

permanecem como o único lugar a que a comunidade pode

recorrer em busca de corretivos para as deficiências da

garotada em competência emocional e social. Isso não quer

dizer que as escolas, sozinhas, possam substituir todas as

instituições sociais que muitas vezes já estão ou se aproximam

do colapso. Mas, como praticamente toda criança vai à escola

(pelo menos no início), este é um lugar que pode proporcionar

às crianças os ensinamentos básicos para a vida que talvez elas

não recebam nunca em outra parte. Alfabetização emocional

implica um mandado ampliado para as escolas, entrando no

lugar de famílias que falham na socialização das crianças. Essa

temerária tarefa exige duas grandes mudanças: que os

professores vão além de sua missão tradicional e que as pessoas

na comunidade se envolvam mais com as escolas.

Se há ou não uma classe explicitamente dedicada à

alfabetização emocional importa muito menos do que como se

ensinam essas lições. Talvez não haja outro tema em que a

qualificação do professor seja mais importante, uma vez que a

maneira como ele lida com a classe é, por si mesma, um

modelo, uma lição de fato de competência — ou incompetência

— emocional. Sempre que um professor responde a um aluno,

vinte ou trinta outros aprendem uma lição.

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