15.01.2020 Views

Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

rotulem de perturbador. Quando você levou as peças aos olhos,

parece que estava se sentindo frustrado e queria alegrar o

ambiente. Mas Tucker chamou isso de perturbador porque não

entendeu sua intenção. Está certo?

Os dois meninos assentem com a cabeça, enquanto os outros

alunos acabam de recolher os quebra-cabeças. Esse pequeno

melodrama de sala de aula chega ao seu finale.

— Estão se sentindo melhor? — pergunta Jo-An. — Ou isso

ainda os aborrece?

— Ééé, está legal — diz Rahman, a voz mais baixa, agora

que se sente ouvido e entendido.

Tucker também balança a cabeça, sorrindo. Os meninos,

percebendo que todos os demais já saíram para a aula seguinte,

voltam-se e saem correndo juntos.

POST-MORTEM: UMA BRIGA QUE NÃO HOUVE

Quando um novo grupo começa a ocupar as cadeiras, Jo-An

disseca o que acabou de acontecer. O acalorado diálogo e seu

esfriamento baseiam-se no que os meninos vêm aprendendo

sobre solução de conflitos. O que normalmente se transforma em

conflito começa, como diz ela, com a “falta de comunicação,

em fazer suposições e tirar conclusões, enviar uma mensagem

‘dura’, tornando difícil a pessoa ouvir o que estamos dizendo”.

Os alunos da Ciência do Eu aprendem que a questão não é

evitar inteiramente o conflito, mas resolver a discordância e

ressentimento antes que descambe para uma briga aberta. Há

sinais dessas primeiras lições na maneira como Tucker e

Rahman lidaram com a disputa. Os dois, por exemplo, fizeram

algum esforço: para expressar seu ponto de vista de uma forma

que não acelerasse o conflito. Essa assertividade (que é diferente

de agressão ou passividade) é ensinada na Nueva a partir da

terceira série. Acentua a expressão direta dos sentimentos, mas

de uma maneira que não se torne uma agressão. No início do

conflito, nenhum dos meninos olhava um para o outro, mas,

com a continuação, foram dando mostras de “escuta ativa”,

frente a frente, olho no olho, enviando os sinais tácitos que

transmitem àquele que fala que ele está sendo ouvido.

Pondo-se esses instrumentos em ação, ajudados por um certo

treinamento, a “assertividade” e a “escuta ativa” para esses

meninos são mais que expressões vazias num questionário —

tornam-se formas de reagir a que podem recorrer em situações

de emergência.

O domínio no campo emocional é difícil porque as aptidões

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!