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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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trabalhar coletivamente para montar o primeiro quadrado, e

continuam a trabalhar em conjunto até montar o quebra-cabeça.

Mas o terceiro grupo ainda se debate, com apenas um

quebra-cabeça próximo da conclusão, e mesmo assim

parecendo mais um trapézio que um quadrado. Sean, Fairlie e

Rahman ainda não atingiram a tranqüila coordenação em que os

dois outros grupos entraram. Estão visivelmente frustrados e

olham frenéticos as peças sobre a mesa, tentando acertar de

forma aleatória e pondo-as junto dos quadrados semiconcluídos,

apenas para se decepcionarem porque não se encaixam.

A tensão desfaz-se um pouco quando Rahman pega duas das

peças e as põe diante dos olhos como uma máscara; os

parceiros riem. Esse será o momento crucial da lição do dia.

Jo-An-Varga, a professora, dá um pouco de estímulo:

— Os que acabaram podem dar uma só dica aos que ainda

não acabaram.

Dagan aproxima-se do grupo que está ainda em apuros,

indica duas peças que se projetam do quadrado e sugere:

— Vocês têm de rodar essas duas peças.

De repente, Rahman, a cara larga franzida em concentração,

pega a nova gestalt, e as peças rapidamente se encaixam no

primeiro quebra-cabeça, depois nos outros. Ouvem-se aplausos

espontâneos quando a última peça se encaixa e o quebracabeça

é inteiramente montado.

UM PONTO DE ATRITO

Mas quando a classe passa a refletir sobre as lições extraídas do

trabalho em equipe, emerge outro diálogo, mais intenso.

Rahman, alto e com uma juba de revoltos cabelos negros

cortados numa longa escovinha, e Tucker, o observador do

grupo, engalfinham-se numa acirrada discussão sobre a regra

que não permite a gesticulação. Tucker, os cabelos louros bem

penteados a não ser por uma mecha rebelde, usa uma camiseta

folgadona com os dizeres “Seja Responsável”, que, de certa

maneira, enfatiza seu papel oficial.

— Você pode oferecer uma peça: isto não é fazer um gesto

— diz Tucker a Rahman, num tom enfático, de discussão.

— É, sim — insiste Rahman, veemente.

Jo-An percebe o volume alterado e o crescente staccato do

diálogo e aproxima-se da mesa deles. Trata-se de um incidente

crítico, uma troca espontânea de sentimentos acalorados; é em

tais momentos que as lições já aprendidas dão dividendos, e

outras novas podem ser ensinadas com mais proveito. E, como

sabe todo bom professor, as lições aplicadas nesses momentos

elétricos perdurarão na memória dos alunos.

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