Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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15.01.2020 Views

para agir, depois identificando ações alternativas e suasconseqüências antes de agir. Muitas aptidões são interpessoais:interpretar sinais sociais e emocionais, ouvir, ser capaz deresistir a influências negativas, considerar as perspectivas dosoutros e compreender qual comportamento é aceitável numadeterminada situação.Esses são talentos emocionais e sociais fundamentais para avida e incluem, pelo menos, soluções parciais para a maioriaou para todas as dificuldades que discuti neste capítulo. Aescolha de problemas específicos contra os quais esses talentospodem ser utilizados, à guisa de vacina, é quase arbitrária —pode-se utilizar o mesmo argumento para destacar o papel deaptidões emocionais e sociais, por exemplo, na gravidez ou nosuicídio na adolescência.É evidente que as causas de todos esses problemas sãocomplexas, entremeando diversos dados de herança biológica,dinâmica familiar, uma política aplicada à questão da pobreza eà cultura das ruas. Não existe um tipo único de intervenção,inclusive aquele que diz respeito às emoções, que possasolucioná-los. Mas, na medida em que deficiências emocionaisaumentam o risco para a criança — e vimos que aumentammuito —, deve-se dar atenção aos remédios emocionaisjuntamente com outras medidas. A pergunta seguinte é: como éuma educação sobre emoções?[1] Nas crianças, ao contrário dos adultos, a medicação não é umaalternativa clara para a terapia ou a educação preventiva no tratamento dadepressão; elas metabolizam os remédios de um modo diferente dosadultos. Os antidepressivos tricíclicos, muitas vezes eficientes em adultos,em estudos com crianças não se mostraram melhores que um placeboinativo. Novos medicamentos para a depressão, incluindo o Prozac, aindanão foram testados para uso em crianças. E a desipramina, um dos maiscomuns (e seguros) tricíclicos usados em adultos, é no momento em queescrevo objeto de uma investigação do Departamento de Alimentos eMedicamentos (FDA em inglês) como possível causa de morte em crianças.

16Ensinando as EmoçõesA principal esperança de um país está na educaçãoadequada de sua juventude.ErasmoÉ uma estranha chamada, que percorre o círculo de 15 alunosda quinta série sentados no chão à moda hindu. Quando oprofessor chama seus nomes, os alunos não respondem com ovago “Presente”, mas gritam um número que indica como sesentem; um significa deprimido; dez, muito energizado.Hoje os ânimos estão lá em cima:— Jessica.— Dez: estou a mil, é sexta-feira.— Patrick.— Nove: excitado, meio nervoso.— Nicole.— Dez: numa boa, feliz...É uma aula de Ciência do Eu no Centro de AprendizadoNueva Lengua, uma escola na antiga grande mansão da famíliaCrocker, a dinastia que fundou um dos maiores bancos de SãoFrancisco. Agora a casa, que se assemelha a uma versão emminiatura da Ópera de São Francisco, abriga uma escolaparticular que oferece um tipo de treinamento modelar eminteligência emocional.O tema da Ciência do Eu são os sentimentos — os nossos eos que irrompem nos relacionamentos.O tema, por sua própria natureza, exige que professores ealunos se concentrem no tecido emocional da vida da criança —uma concentração decididamente ignorada em quase todas asoutras salas de aula dos Estados Unidos. A estratégia aqui inclui ouso das tensões e traumas da vida das crianças como o tema dodia. Os professores falam de problemas reais — a mágoa porser deixado de fora, inveja, desacordos que podem setransformar numa batalha no pátio de recreio. Como diz Karen

para agir, depois identificando ações alternativas e suas

conseqüências antes de agir. Muitas aptidões são interpessoais:

interpretar sinais sociais e emocionais, ouvir, ser capaz de

resistir a influências negativas, considerar as perspectivas dos

outros e compreender qual comportamento é aceitável numa

determinada situação.

Esses são talentos emocionais e sociais fundamentais para a

vida e incluem, pelo menos, soluções parciais para a maioria

ou para todas as dificuldades que discuti neste capítulo. A

escolha de problemas específicos contra os quais esses talentos

podem ser utilizados, à guisa de vacina, é quase arbitrária —

pode-se utilizar o mesmo argumento para destacar o papel de

aptidões emocionais e sociais, por exemplo, na gravidez ou no

suicídio na adolescência.

É evidente que as causas de todos esses problemas são

complexas, entremeando diversos dados de herança biológica,

dinâmica familiar, uma política aplicada à questão da pobreza e

à cultura das ruas. Não existe um tipo único de intervenção,

inclusive aquele que diz respeito às emoções, que possa

solucioná-los. Mas, na medida em que deficiências emocionais

aumentam o risco para a criança — e vimos que aumentam

muito —, deve-se dar atenção aos remédios emocionais

juntamente com outras medidas. A pergunta seguinte é: como é

uma educação sobre emoções?

[1] Nas crianças, ao contrário dos adultos, a medicação não é uma

alternativa clara para a terapia ou a educação preventiva no tratamento da

depressão; elas metabolizam os remédios de um modo diferente dos

adultos. Os antidepressivos tricíclicos, muitas vezes eficientes em adultos,

em estudos com crianças não se mostraram melhores que um placebo

inativo. Novos medicamentos para a depressão, incluindo o Prozac, ainda

não foram testados para uso em crianças. E a desipramina, um dos mais

comuns (e seguros) tricíclicos usados em adultos, é no momento em que

escrevo objeto de uma investigação do Departamento de Alimentos e

Medicamentos (FDA em inglês) como possível causa de morte em crianças.

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