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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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metade o risco de depressão.36

Constatações igualmente promissoras vieram de uma classe

especial, uma vez por semana, dada a jovens de 10 a 13 anos

com problemas com os pais e mostrando alguns sinais de

depressão. Na sessão após as aulas, eles aprenderam algumas

aptidões emocionais básicas, incluindo como lidar com

discordâncias, pensar antes de agir e, talvez mais importante,

contestar as crenças pessimistas associadas à depressão — por

exemplo, resolvendo estudar mais após sair-se mal numa prova,

em vez de pensar: “Eu não sou muito inteligente mesmo.”

— O que a criança aprende nessas aulas é que sentimentos

como ansiedade, tristeza e raiva simplesmente não se abatem

sobre nós sem que tenhamos qualquer controle sobre eles, mas

que podemos mudar o que sentimos utilizando o raciocínio —

observa o psicólogo Martin Seligman, um dos criadores do

programa de três meses.

Como a contestação dos pensamentos depressivos vence o

estado de melancolia em formação, Seligman acrescenta: “é um

reforço instantâneo que se torna um hábito.”

Também aqui as sessões especiais reduziram à metade a

taxa de depressão — e isso até dois anos depois. Um ano após

essas aulas, apenas 8% dos que participaram tinham uma média

de pontos de moderada a severa num teste de depressão, contra

29% dos de um grupo de comparação. E, dois anos depois,

cerca de 20% dos que participaram do curso mostravam pelo

menos alguns sinais de branda depressão, em comparação com

44% dos do grupo-controle.

Aprender essas aptidões emocionais no início da adolescência

pode ser especialmente proveitoso. Observa Seligman:

— Essas crianças parecem lidar melhor com os rotineiros

tormentos de rejeição na adolescência. Parecem ter aprendido

isso num momento crucial para o risco de depressão, que é a

entrada na adolescência. E a lição parece persistir e fortalecerse

no decorrer dos anos, o que nos faz supor que estão de fato

usando-a na vida diária.

Outros especialistas em depressão na infância aplaudem os

novos programas:

— Se há vontade de fazer alguma coisa importante mesmo

em doenças psiquiátricas como a depressão, é preciso agir

antes que os jovens adoeçam, em primeiro lugar — comentou

Maria Kovacs. — A verdadeira solução é uma vacinação

psicológica.

DISTÚRBIOS DE ALIMENTAÇÃO

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