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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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—, constataram que para meninos e meninas entre 10 e 13 anos

o percentual de depressão séria no curso de um ano chega a 8

ou 9%, embora outros estudos apontem para cerca da metade

desse percentual (e alguns a rebaixem até 2%). Alguns dados

sugerem que, na puberdade, a taxa quase dobra para as

meninas; até 16% das meninas entre 14 e 16 anos sofrem uma

crise de depressão, enquanto para os meninos não há

mudança.25

O PERCURSO DA DEPRESSÃO NOS JOVENS

O fato de, nas crianças, a depressão merecer não apenas

tratamento, mas também ser prevenida fica evidenciado numa

descoberta alarmante: mesmo episódios brandos de depressão

numa criança podem antecipar outros mais severos mais

tarde.26 Isso vai de encontro à antiga crença de que a

depressão na infância não importa a longo prazo, pois as

crianças, supostamente, a superam com a idade. Claro, toda

criança fica triste de vez em quando; a infância e a adolescência

são, como a idade adulta, tempos de ocasionais decepções e

grandes e pequenas perdas, com o conseqüente sofrimento. A

necessidade de prevenção não é para esses tempos, mas para

as crianças nas quais a tristeza se torna uma “fossa” que as

deixa desesperadas, irritáveis e retraídas — uma melancolia

muito mais séria.

Entre as crianças cuja depressão era suficientemente séria

para que fossem submetidas a tratamento, três quartos tiveram

um episódio posterior de severa depressão, segundo dados

coletados por Maria Kovacs, psicóloga do Instituto e Clínica

Psiquiátricos Ocidentais em Pittsburgh.27 Ela estudou crianças

com diagnóstico de depressão já aos 8 anos, avaliando-as de

tempos em tempos, algumas até os 24.

As crianças com séria depressão tinham episódios que

duravam cerca de 11 meses em média, embora em uma em

cada seis delas a depressão persistisse até um ano e meio. As

depressões brandas, que começavam já aos 5 anos em algumas

crianças, eram menos incapacitantes, mas duravam muito mais

— uma média de quatro anos. E, constatou Maria Kovacs, as

crianças com uma depressão branda têm mais probabilidade de

que ela se transforme em depressão grave — a chamada dupla

depressão. Os que desenvolvem dupla depressão são muito mais

inclinados a sofrer episódios recorrentes com o passar dos anos.

Quando as crianças que já tinham vivido um episódio de

depressão chegaram à adolescência e à idade adulta, sofreram

de depressão ou problemas maníaco-depressivos, em média um

em cada três anos.

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