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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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perspectiva de outras crianças, a saber como eram vistos pelos

outros e a perceber o que outras crianças poderiam estar

pensando e sentindo nos embates que os deixavam tão irados.

Também receberam treinamento direto de controle da raiva

através de encenações de provocações, que podiam levá-los a

perder a calma. Uma das aptidões-chave para o controle da

raiva consistia em monitorar os próprios sentimentos — tomar

consciência das sensações corporais, como o enrubescimento e

a tensão muscular quando estavam começando a ficar zangados

e considerar essas sensações como um alarme: deviam parar e

pensar como reagir, em vez de agir impulsivamente.

John Lochman, psicólogo da Universidade Duke que foi um

dos idealizadores do programa, disse:

— Eles discutem situações que viveram recentemente, como

receber no corredor um encontrão que julgam proposital. Os

garotos dizem como poderiam ter agido. Um deles disse, por

exemplo, que simplesmente encararia o garoto que esbarrasse

nele e lhe diria para não fazer mais aquilo, e seguiria em frente.

Isso o punha em posição de exercer algum controle e manter a

auto-estima, sem iniciar uma briga.

Esse programa tem um forte apelo; muitos garotos agressivos

ficam infelizes por terem perdido tão facilmente a calma e,

portanto, são receptivos ao treinamento que lhes ensine como

controlá-la. No calor do momento, claro, respostas sóbrias como

afastar-se ou contar até dez, até passar o impulso de agredir,

antes de reagir, não são automáticas; os meninos praticam tais

alternativas em cenas onde desempenham papéis como entrar

num ônibus onde outros garotos o provocam. Assim, podem

experimentar respostas amistosas que preservem sua dignidade

e lhes dêem, ao mesmo tempo, uma alternativa que não seja

bater, chorar ou fugir envergonhado.

Três anos depois de os garotos passarem pelo treinamento,

Lochman comparou-os com outras crianças agressivas que não

haviam participado do programa de controle da raiva.

Descobriu que, na adolescência, os garotos que concluíram o

programa eram muito menos perturbadores nas salas de aula,

se sentiam melhor consigo mesmos e havia uma menor

probabilidade de que fossem beber ou usar drogas. E quanto

mais tempo tinham participado do programa, menos agressivos

eram como adolescentes.

PREVENINDO A DEPRESSÃO

Dana, de 16 anos, sempre parecera se dar bem.

Mas agora, de repente, simplesmente não conseguia se

relacionar com outras garotas, e, o que mais a

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