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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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de uma quase duplicação do número de crianças com

problemas emocionais que sugerem a necessidade desse tipo de

ajuda, mas que não a recebem (um mau sinal) — de cerca de

9% em 1976 para 18% em 1989.

Urie Bronfenbrenner, eminente psicólogo da Universidade de

Cornell, que realizou uma pesquisa comparativa sobre o bemestar

de crianças, em nível internacional, declara:

— Na falta de bons sistemas de apoio, as tensões externas

tornaram-se tão grandes que mesmo famílias bem-estruturadas

estão desmoronando. A atividade febril, instabilidade e

inconsistência da vida diária grassam em todos os segmentos de

nossa sociedade, incluindo os bem-educados e ricos. O que está

em jogo é a próxima geração, sobretudo a dos homens que,

quando adultos, ficam especialmente vulneráveis a forças

desintegradoras como os efeitos devastadores do divórcio, da

pobreza e do desemprego. O status das crianças e famílias

americanas está mais desesperador que nunca... Estamos

privando milhões de crianças da competência e caráter

moral.10

Esse não é um fenômeno americano, mas global. A

competitividade econômica, em nível mundial, que barateia o

custo da mão-de-obra, cria forças econômicas que pressionam a

família. Vivemos tempos de famílias economicamente acossadas,

em que os pais trabalham muitas horas, de modo que os filhos

são deixados por sua própria conta e risco ou aos cuidados da

televisão, a babá substituta; em que mais crianças do que nunca

são criadas na pobreza; em que famílias-de-um-só-pai ou mãe

são cada vez mais comuns; em que mais bebês e crianças

pequenas são deixados em creches tão mal equipadas que

equivalem ao abandono. Tudo isso acarreta, mesmo para pais

bem-intencionados, a perda, cada vez maior, de incontáveis

oportunidades para pequenos e protetores intercâmbios com

seus filhos, fundamentais para o desenvolvimento das aptidões

emocionais.

Se as famílias não mais têm condições de dar aos seus filhos

um embasamento para que pisem em solo firme, o que

devemos fazer? Um olhar mais atento sobre o mecanismo dos

problemas específicos sugere como determinados dados sobre

aptidões emocionais ou sociais colocam as fundações para

graves problemas — e como corretivos ou preventivos bem

orientados podem manter mais crianças no caminho certo.

DOMANDO A AGRESSÃO

Em minha escola primária, o valentão era Jimmy, quartanista

quando entrei na primeira série. Era ele quem roubava o

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