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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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mais espertos na saída de labirintos que os ratos pobres.

Experiências semelhantes com macacos mostram essas

diferenças entre “ricos” e “pobres”, e com certeza o mesmo

efeito se dá nos seres humanos.

A psicoterapia — isto é, o reaprendizado emocional

sistemático — surge como um exemplo de como a experiência

pode, ao mesmo tempo, mudar padrões emocionais e moldar o

cérebro. A demonstração mais sensacional vem de um estudo de

pessoas que estavam se tratando de perturbações obsessivocompulsivas.12

Uma das compulsões mais comuns é lavar as

mãos, o que é feito muitas vezes, até mesmo centenas de vezes

por dia, a ponto de a pele da pessoa rachar. Estudos analíticos

de varredura PET mostram que os obsessivo-compulsivos têm

uma atividade maior que a normal nos lobos pré-frontais.13

Metade dos pacientes sob estudo recebeu o tratamento

químico padrão, fluoxetina (mais conhecida pelo nome

comercial de Prozac), e metade fez terapia comportamental.

Durante a terapia, foram sistematicamente expostos ao objeto de

sua obsessão ou compulsão sem satisfazê-la; pacientes com

compulsão para lavar as mãos foram postos junto a uma pia,

mas sem permissão de lavá-las. Ao mesmo tempo, aprendiam

a questionar os temores e medos que os mobilizavam — por

exemplo, não lavar as mãos significava que iam pegar uma

doença e morrer. Aos poucos, após meses de tais sessões, as

compulsões foram acabando, tal como se deu através do uso de

medicamentos!

A descoberta notável, porém, foi um teste de varredura PET

que mostrou que os pacientes em terapia comportamental

tinham uma redução tão significativa na atividade de uma partechave

do cérebro emocional, o núcleo caudato, quanto os

pacientes que foram tratados, com sucesso, com a fluoxetina. A

experiência deles mudara a função cerebral — e aliviara os

sintomas — tão eficazmente quanto a medicação.

MOMENTOS CRUCIAIS

De todas as espécies, a nossa — seres humanos — é a que

requer mais tempo para o amadurecimento do cérebro. Embora

cada área do cérebro se desenvolva em ritmo diferente durante

a infância, o início da puberdade assinala um dos períodos mais

abrangentes de poda em todo o cérebro. Várias áreas cerebrais

críticas para a vida emocional são as de mais lento

amadurecimento. Embora as áreas sensoriais amadureçam

durante a primeira infância, e os sistemas límbicos, na

puberdade, os lobos frontais — sede do autocontrole emocional,

compreensão e hábil resposta — continuam a se desenvolver

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