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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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ainda aguarda testagem experimental.

Davidson diz que, embora sua pesquisa se refira aos mais ou

menos 30% de pessoas nos extremos, praticamente todo mundo

pode ser classificado por padrões de ondas cerebrais como

tendendo para um ou outro tipo. O contraste entre tristes e

alegres mostra-se de muitas formas, grandes e pequenas. Por

exemplo, num experimento, voluntários viram pequenos trechos

de filmes. Uns eram divertidos — um gorila tomando banho, um

cachorrinho brincando. Outros, como um filme didático para

enfermeiros, exibia detalhes sanguinolentos de cirurgias, eram

bastante perturbadores. As pessoas cujo hemisfério direito era

dominante, soturnas, acharam os filmes alegres apenas

medianamente divertidos, mas sentiram extremo medo e náusea

em reação à sangueira cirúrgica. As pessoas do grupo alegre

reagiram muito pouco à cirurgia; reagiram com intensa alegria

quando viram os filmes alegres.

Assim, nós parecemos, por temperamento, preparados para

responder à vida segundo um registro positivo ou negativo. A

tendência para um temperamento melancólico ou alegre —

como para a timidez ou ousadia — surge no primeiro ano de

vida, um fato que sugere fortemente que ele seja geneticamente

determinado. Como a maior parte do cérebro, os lobos préfrontais

ainda estão amadurecendo nos primeiros meses de vida,

e assim sua atividade não pode ser medida com segurança até

em torno dos dez meses. Mas, em bebês de cerca de dez

meses, Davidson descobriu que o nível de atividade nos lobos

pré-frontais predizia se iam chorar quando as mães deixassem o

quarto. A correlação era praticamente de 100%: de dezenas de

bebês assim testados, todos os que choravam tinham mais

atividade cerebral no lado direito, e entre os que não choravam,

a atividade cerebral era mais acentuada no lado esquerdo.

Ainda assim, mesmo que essa dimensão básica de

temperamento venha de nascença, ou de muito próximo,

aqueles que apresentam o padrão de tristeza não estão

necessariamente condenados a levar a vida meditativos e

excêntricos. O aprendizado emocional adquirido na infância

pode ter um profundo impacto no temperamento, ampliando ou

reduzindo uma predisposição inata. A grande plasticidade do

cérebro na infância indica que as experiências então vividas

podem causar um impacto duradouro no esculpir das rotas

neurais para o resto da vida. Talvez a melhor ilustração dos

tipos de experiência que podem melhorar o temperamento

esteja na observação que surgiu da pesquisa de Kagan com

crianças tímidas.

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