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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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— Uma vez que nosso sistema emocional aprende alguma

coisa, parece que nunca mais nos livraremos dela. O que a

terapia faz é ensinar-nos a controlá-la: ensina nosso neocórtex a

inibir nossa amígdala. A tendência à impulsividade é suprimida,

enquanto a emoção básica sobre ela continua sob contenção.

Considerando que a arquitetura do cérebro está por trás do

reaprendizado emocional, o que parece permanecer, mesmo

após uma psicoterapia bem-sucedida, é uma reação residual,

um resto da sensibilidade ou medo original na raiz de um

problema emocional perturbador.21 O córtex pré-frontal pode

aprimorar ou frear o impulso desenfreado da amígdala, mas não

pode simplesmente impedi-lo de reagir. Assim, embora não

possamos decidir quando temos nossas explosões emocionais,

temos mais controle sobre o quanto elas duram. Um tempo

mais rápido de recuperação dessas explosões talvez seja um

sinal de maturidade emocional.

Durante a terapia, o que parece mudar principalmente são

as respostas que as pessoas dão assim que uma reação

emocional é disparada — mas a tendência para a reação ser

disparada não desaparece inteiramente. Isso é indicado por uma

série de estudos em psicoterapia realizados por Lester Luborsky

e seus colegas na Universidade da Pensilvânia.22 Eles analisaram

os principais conflitos de relacionamento que levavam dezenas

de pacientes à psicoterapia — questões como o profundo anseio

por ser aceito ou encontrar intimidade, ou o temor de ser um

fracasso ou superdependente. Eles analisaram então

cuidadosamente as respostas típicas (sempre negativas) que os

pacientes davam quando esses desejos e medos eram ativados

em seus relacionamentos — respostas como ser muito exigente,

que geravam reações de raiva ou frieza na outra pessoa, ou

retirar-se como uma autodefesa de uma ofensa prevista,

deixando a outra pessoa triste com a suposta rejeição. Durante

esses malfadados contatos, os pacientes, compreensivelmente,

sentiam-se inundados por sentimentos perturbadores —

desesperança e tristeza, ressentimento e raiva, tensão e medo,

culpa e auto-recriminação e por aí adiante. Qualquer que fosse

o padrão específico do paciente, a sensação perturbadora

parecia surgir na maioria dos mais importantes relacionamentos,

com o cônjuge ou o namorado, filho ou pai, ou colegas e chefes

no trabalho.

Durante a terapia de longo prazo, porém, esses pacientes

passavam por dois tipos de mudança: sua reação emocional aos

fatos disparadores tornava-se menos angustiante, e até calma e

divertida, e suas respostas abertas tornavam-se mais efetivas na

obtenção do que eles realmente queriam do relacionamento. O

que não mudava, porém, era o subjacente desejo ou medo e a

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