15.01.2020 Views

Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

como reagir a eles; aprendemos como interpretar e manifestar

nossas expectativas e temores. Aprendemos tudo isso não

somente através do que nossos pais fazem e do que dizem, mas

também através do modelo que oferecem quando lidam,

individualmente, com os seus próprios sentimentos e com

aqueles sentimentos que se passam na vida conjugal. Alguns pais

são professores emocionais talentosos, outros, são atrozes.

Há centenas de estudos que demonstram que a forma como

os pais tratam os filhos — se com rígida disciplina ou empática

compreensão, indiferença ou simpatia etc. — tem conseqüências

profundas e duradouras para a vida afetiva da criança. Mas só

recentemente surgiram dados concretos que mostram que ter

pais emocionalmente inteligentes é em si de enorme proveito

para a criança. A maneira como um casal lida com os seus

sentimentos — além do trato direto com a criança — passa

poderosas lições para seus filhos, que são aprendizes astutos,

sintonizados com os mais sutis intercâmbios emocionais na

família. Quando equipes de pesquisa chefiadas por Carole

Hooven e John Gottman, na Universidade de Washington,

fizeram uma microanálise da forma como os casais interagem

no trato com os filhos, constataram que aqueles que eram mais

competentes, do ponto de vista emocional, na relação conjugal

eram também os mais eficazes na ajuda aos altos e baixos

emocionais dos filhos.2

A pesquisa junto às famílias começou quando um dos filhos

tinha 5 anos, e se repetiu quando chegou aos 9. Além de

observar os pais conversarem um com o outro, a equipe

também os observava (como ocorreu com a família de Leslie)

ao tentarem ajudar o filho pequeno a operar um videogame —

uma interação aparentemente inócua, mas bastante reveladora

sobre as correntes emocionais entre pais e filhos.

Alguns pais e mães eram como Carl e Ann: impositivos,

perdendo a paciência diante da inépcia do filho, elevando a voz

indignados ou exasperados, às vezes até mesmo reduzindo o

filho a um “idiota” — em suma, caindo na mesma tendência de

descaso e nojo que corrói um casamento. Outros, porém, eram

tolerantes com os erros dos filhos, deixando que descobrissem,

por eles mesmos, como jogar, sem lhes impor as suas vontades.

A sessão de videogame foi um inesperado barômetro do padrão

emocional dos pais.

Os três mais comuns padrões de pais emocionalmente

inábeis são:

• Ignorar qualquer tipo de sentimento. Esses pais

consideram a perturbação emocional do filho como algo

banal ou que os chateia, uma coisa que passará com o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!