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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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a doença; um sistema imunológico robusto pode resistir — e o

faz constantemente — ao vírus do resfriado. Cohen constatou que

quanto mais tensão as pessoas tinham em suas vidas, mais

provável era que pegassem resfriado. Entre aqueles que viviam

sob baixa tensão, 27% se resfriaram após expostos ao vírus;

entre os mais tensos, 47% ficaram doentes — prova cabal de

que a própria tensão debilita o sistema imunológico.23 (Embora

esse talvez seja um daqueles resultados científicos que

confirmam o que todo mundo já sabia ou suspeitava, é

considerado uma descoberta que fez época, dado o seu rigor

científico.)

Do mesmo modo, casais que durante três meses,

diariamente, tiveram de lidar com questões desgastantes e

perturbadoras como, por exemplo, discussões conjugais,

mostraram um forte padrão: três ou quatro dias após uma série

particularmente intensa de perturbações, contraíram resfriado ou

infecção das vias respiratórias. O período de retardo é

precisamente o tempo de incubação dos vírus mais comuns de

resfriado, sugerindo que a exposição ao vírus, quando estavam

mais preocupados e perturbados, os tornava mais vulneráveis.24

O mesmo padrão estresse-infecção se aplica ao vírus do

herpes — tanto aquele que causa feridas nos lábios quanto o que

causa lesões genitais. Assim que as pessoas são expostas a esse

vírus, ele fica latente, eclodindo de tempos em tempos. A

atividade desse vírus pode ser identificada pelos níveis de

específicos anticorpos no sangue. Através desse método, foi

possível descobrir a reativação do vírus do herpes em estudantes

em exame final, em mulheres recém-separadas e entre pessoas

estressadas por estarem cuidando de pessoa da família com o

mal de Alzheimer.25

O que a ansiedade acarreta não é apenas a redução da

resposta imunológica; outra pesquisa mostra efeitos adversos no

sistema cardiovascular. Enquanto o sentimento de rancor crônico

e a raiva episódica parecem pôr os homens sob um grande

risco de contração de doença cardíaca, as emoções mais letais

em mulheres são a ansiedade e o medo. Numa pesquisa feita na

Faculdade de Medicina de Stanford com mais de mil homens e

mulheres que haviam sofrido um ataque cardíaco, as mulheres

que sofreram um segundo ataque se caracterizavam por uma

grande tendência a sentir medo e ansiedade. Em muitos casos, o

medo se apresentava sob a forma de fobias incapacitantes: após

o primeiro ataque cardíaco, as pacientes paravam de dirigir, de

trabalhar ou evitavam sair de casa.26

Os insidiosos efeitos físicos da tensão mental e ansiedade —

produzidas por um determinado tipo de profissão ou por uma

vida sob grande pressão, como a da mãe solteira que faz

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