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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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físico permite que as células nervosas liberem

neurotransmissores para regular as células imunológicas; na

verdade, elas enviam sinais de um lado para outro. A descoberta

é revolucionária. Ninguém suspeitava que as células

imunológicas poderiam ser alvo de mensagens enviadas dos

nervos.

Para testar a importância dessas terminações nervosas no

funcionamento do sistema imunológico, Felten foi mais adiante

em suas investigações. Em experiências com animais, removeu

alguns nervos de nódulos linfáticos e do baço — onde são

fabricadas ou armazenadas as células imunológicas — e depois

utilizou vírus para que atacassem o sistema imunológico.

Resultado: uma enorme queda de resposta imunológica ao vírus.

Ele concluiu que, sem essas terminações nervosas, o sistema

imunológico simplesmente não responde como deveria à

ameaça de um vírus ou bactéria invasores. Em suma, o sistema

nervoso não apenas está ligado ao sistema imunológico, mas

também é essencial para a função imunológica adequada.

Outra importante rota que liga emoções e sistema

imunológico está na influência dos hormônios liberados no

estresse. As catecolaminas (epinefrina e norepinefrina —

também conhecidas como adrenalina e noradrenalina), cortisol e

prolactina e os opiatos naturais betaendorfina e encefalina são

todos liberados durante a estimulação do estresse. Cada um deles

tem um forte impacto sobre as células imunológicas. Embora as

relações sejam complexas, a influência principal é que,

enquanto esses hormônios percorrem o corpo, as células

imunológicas têm sua função obstruída: o estresse acaba com a

resistência imunológica, ao menos temporariamente, ao que se

supõe numa conservação de energia que dá prioridade à

emergência mais imediata, mais premente para a

sobrevivência. Mas se o estresse é constante e intenso, essa

eliminação pode se tornar duradoura.4

Microbiólogos e outros cientistas constatam cada vez mais

essas ligações entre o cérebro e os sistemas cardiovascular e

imunológico — tendo primeiro de aceitar a outrora radical idéia

de que elas existem mesmo.5

EMOÇÕES TÓXICAS: DADOS CLÍNICOS

Apesar desses indícios, muitos ou a maioria dos médicos ainda

se mostram céticos sobre a possibilidade de as emoções

influírem em termos clínicos. Esse tipo de pensamento se

justifica porque, embora muitos estudos tenham constatado que o

estresse e as emoções diminuam a eficácia de várias células

imunológicas, nem sempre fica claro se o alcance dessas

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