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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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Prefácio à Edição Brasileira

Escrevi Inteligência Emocional em meio a uma sensação de

crise civil nos Estados Unidos onde há um aumento crescente

dos índices de criminalidade, suicídios, abuso de drogas e outros

indicadores de mal-estar social, sobretudo entre os jovens.

Acredito que o único remédio capaz de debelar esses sintomas

de doença social seja uma nova forma de interagirmos no

mundo — com a inteligência emocional no Brasil me dizem que

já há sinais, nesse país, que apontam para a emergência de

uma alienação e pressão sociais que, se não contidas, podem

levar a colapsos bastante sérios na teia das relações sociais.

Nos países desenvolvidos, a tendência é para um

individualismo exacerbado, o que acarreta, conseqüentemente,

uma competitividade cada vez maior — isso pode ser

constatado nos postos de trabalho e no meio universitário. Essa

visão de mundo traz consigo o isolamento e a deterioração das

relações sociais. A lenta desintegração da vida em comunidade e

a necessidade de auto-afirmação estão acontecendo,

paradoxalmente, num momento em que as pressões econômicosociais

estão a exigir maior cooperação e envolvimento entre os

indivíduos.

Além dessa situação que reflete um mal-estar social, há

indicadores de um crescente desconforto emocional, sobretudo

entre as crianças. Parece-me que a infância — um período

crucial para a formação do adulto —, neste mundo em que

estamos vivendo, deva merecer uma atenção maior de parte

daqueles que são os principais responsáveis pelas crianças: pais

e professores.

Os pais, em nossos dias, exercem sua paternidade sob

tensões e pressões de ordem econômica que não existiam na

época de nossos avós. O que eu proponho é que esses pais

dediquem o tempo que lhes sobra para ajudar seus filhos a

dominarem as habilidades humanas essenciais que são

necessárias, não só para lidar com as próprias emoções, como

para o estabelecimento de relações humanas verdadeiramente

significativas.

Aos professores, sugiro que considerem também a

possibilidade de ensinar às crianças o alfabeto emocional,

aptidão básica do coração. Tal como hoje ocorre nos Estados

Unidos, o ensino brasileiro poderá se beneficiar com a

introdução, no currículo escolar, de uma programação de

aprendizagem que, além das disciplinas tradicionais, inclua

ensinamentos para uma aptidão pessoal fundamental — a

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