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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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que “o QE é responsável por 80% do sucesso”. Esta afirmação é

absurda.

Essa interpretação equivocada vem do dado que sugere que o

QI é responsável por 20% do sucesso profissional. O fato de esta

estimativa — e é só uma estimativa — deixar uma grande

parcela do sucesso sem esclarecimento nos obriga a buscar

outros fatores para explicar o restante. No entanto, isto não

significa que a inteligência emocional representa os outros

fatores do sucesso: eles certamente compreendem uma gama

muito ampla de forças — desde a condição financeira e

educação da família em que nascemos, até temperamento, pura

sorte e afins —, além da inteligência emocional.

Conforme apontam John Mayer e seus colegas: “Para o leitor

ingênuo, trazer à tona a ‘variação não-explicada de 80%’ sugere

que deve haver de fato uma variação até o momento ignorada

que pode prever grandes porções de sucesso na vida. Embora

isso seja conveniente, nenhuma variação estudada em um século

de psicologia deu uma colaboração tão grande.”4

Um outro equívoco comum se dá através da aplicação

imprudente do subtítulo original do livro — “Porque ela pode ser

mais importante do que o QI” — em áreas como desempenho

acadêmico, onde ele não se aplica sem as devidas ressalvas. A

forma mais extrema deste equívoco é o mito de que o QE “é

mais importante do que o QI” em qualquer área.

A inteligência emocional prevalece sobre o QI apenas

naquelas áreas “tenras” nas quais o intelecto é relativamente

menos relevante para o sucesso — nas quais, por exemplo,

autocontrole emocional e empatia podem ser habilidades mais

valiosas do que aptidões meramente cognitivas.

Como se sabe, algumas dessas áreas são extremamente

importantes em nossas vidas. A saúde vem logo à mente

(conforme pormenorizado no Capítulo 11), no sentido de que

emoções perturbadoras e relacionamentos nocivos já foram

identificados como fatores de risco para doenças. Aqueles que

conseguem gerenciar suas vidas emocionais com mais

serenidade e autoconsciência parecem ter uma vantagem clara

e considerável na saúde.

Uma outra área é a do amor romântico e relacionamentos

pessoais (ver Capítulo 9), onde, como sabemos muito bem,

pessoas muito inteligentes podem fazer coisas bastante idiotas.

Uma terceira — embora eu não tenha escrito sobre ela aqui —

se dá nos níveis mais altos de esforços competitivos, como nos

esportes de âmbito mundial. Neste nível, como me revelou um

psicólogo de esportistas que treina os times olímpicos dos EUA,

todos têm como requisito 10 mil horas extras de treinamento, de

modo que o sucesso depende do empenho mental do atleta.

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