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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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nessa área; enquanto em 1995 não havia praticamente nenhuma

literatura científica sobre QE, hoje em dia o campo possui

legiões de pesquisadores. Uma pesquisa no catálogo de teses de

doutorado investigando os aspectos da inteligência emocional

revela mais de setecentas escritas até hoje, com muitas outras a

serem entregues — isso sem mencionar os estudos feitos por

professores e outras pessoas não listados naquele catálogo.3

O crescimento dessa área de estudo deve muito a Mayer e

Salovey que — juntamente com seu colega David Caruso, um

consultor de negócios — trabalharam incansavelmente em prol

da aceitação científica da inteligência emocional. Ao formular

uma teoria da inteligência emocional cientificamente defensável

e fornecer uma mensuração dessa capacidade na vida real, eles

estabeleceram um impecável padrão de pesquisa para o

campo.

Uma outra fonte importante para a germinação das

descobertas acadêmicas sobre QE foi Reuven Bar-On,

atualmente no Braço Médico da Universidade do Texas, em

Houston, cuja própria teoria de QE — e entusiasmo dinâmico —

inspirou diversos estudos que se utilizam de uma medida que ele

inventou. Bar-on também teve um grande papel na produção e

edição de livros acadêmicos que ajudaram a dar vulto crítico ao

campo, incluindo o Manual de Inteligência Emocional.

O crescimento do campo de estudos do QE enfrentou

oposições encarniçadas no mundo mesquinho dos acadêmicos da

inteligência, principalmente daqueles que consideram o QI a

única medida aceitável das aptidões humanas. Não obstante, o

campo emergiu como um paradigma vibrante. Todo modelo

teórico relevante, observou o filósofo da ciência Thomas Kuhn,

deve ser progressivamente revisado e aperfeiçoado na medida

em que suas premissas passam por testes mais rigorosos. No

caso do QE, esse processo parece estar perfeitamente em curso.

Existem atualmente três modelos principais de QE, com

dezenas de variações. Cada um deles representa uma

perspectiva diferente. O de Salovey e Mayer se apóia com

firmeza na tradição de inteligência concebida pelo trabalho

original sobre QI, de um século atrás. O modelo trazido por

Reuven Bar-On se baseia na sua pesquisa sobre o bem-estar. E

o meu modelo se concentra no desempenho no trabalho e na

liderança organizacional, misturando a teoria do QE com

décadas de pesquisa sobre a modelação de competências que

separam indivíduos notáveis dos medianos.

Infelizmente, leituras equivocadas deste livro deram origem a

alguns mitos que eu gostaria de esclarecer aqui e agora. Um

deles é a bizarra — embora repetida à exaustão — falácia de

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