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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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emoções envolve os circuitos amígdala-córtex, que têm um

papel-chave na organização das respostas adequadas.

— O valor para a sobrevivência desse sistema é óbvio —

observa Brothers. — A percepção da aproximação de outro

indivíduo deveria determinar um certo padrão [de resposta

fisiológica] — e muito rapidamente — que fosse apropriado à

intenção de morder, de entrar numa gostosa sessão de cafuné ou

copular.13

Uma base fisiológica semelhante da empatia em nós

humanos é sugerida numa pesquisa realizada por Robert

Levenson, psicólogo da Universidade da Califórnia, em Berkeley,

que estudou casais em que cada cônjuge tentava adivinhar o que

o outro estava pensando durante uma acalorada discussão que

mantinham.14 O método dele é simples: o casal é filmado em

vídeo e suas respostas fisiológicas vão sendo medidas enquanto

eles discutem um problema importante no casamento deles —

educação das crianças, hábitos de despesa e coisas assim.

Depois, cada um deles vê o filme e descreve o que sentia,

momento a momento. O outro cônjuge revê a fita, desta vez

tentando interpretar os sentimentos do outro.

A mais precisa acuidade empática ocorreu nos maridos e

esposas cuja própria fisiologia identificava a do cônjuge que

eles estavam vendo. Quer dizer, quando um suava mais, o outro

também; quando um sofria uma queda nos batimentos cardíacos,

o mesmo acontecia com o outro. Em suma, o corpo de um

imitava as mais sutis reações físicas do outro. Se aquele que

estivesse vendo o filme repetisse o mesmo comportamento

fisiológico que tivera na situação ao vivo, este dado era apontado

como um indicador de que ele não era capaz de entender o

sentimento do outro. Só quando o corpo de um entrava em

sintonia com o corpo do outro é que ocorria a empatia.

Isso sugere que quando o cérebro emocional dirige o corpo

com uma forte emoção — o calor da fúria, digamos —, há

pouca ou nenhuma empatia. Empatia exige bastante calma e

receptividade para que os sutis sinais de sentimento de uma

pessoa sejam recebidos e imitados pelo cérebro emocional da

outra pessoa.

EMPATIA E ÉTICA: AS RAÍZES DO ALTRUÍSMO

“Nunca pergunte por quem dobra o sino; ele dobra por ti” é um

dos versos mais famosos da literatura inglesa. O sentimento de

John Donne fala ao cerne da ligação entre empatia e

envolvimento: a dor do outro é nossa. Sentir com o outro é

envolver-se. Neste sentido, o oposto de empatia é antipatia. A

atitude empática empenha-se interminavelmente em

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