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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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na boca, para ver se também doem. Ao ver a mãe chorar, um

bebê enxugou os próprios olhos, embora não tivessem lágrimas.

Essa mímica motora, como é denominada, é o significado

técnico original da palavra empatia, como pela primeira vez

foi usada, na década de 1920, por E. B. Titchener, psicólogo

americano. Esse sentido é um pouco diferente de sua introdução

original em inglês, do grego empátheia, “entrar no sentimento”,

termo inicialmente usado por teóricos da estética para designar

a capacidade de perceber a experiência subjetiva de outra

pessoa. A tese de Titchener era de que a empatia vinha de uma

espécie de imitação física da angústia de outra pessoa, que

então evoca os mesmos sentimentos em nós. Ele procurou uma

palavra distinta de simpatia, algo que sentimos pelo que o outro

está vivenciando, sem, contudo, sentir o que esse outro está

sentindo.

A mímica motora desaparece do repertório dos bebês por

volta dos dois anos e meio, quando eles percebem que o

sofrimento de outra pessoa é diferente do deles, e então podem

melhor consolá-los. Um incidente típico, extraído do diário de

uma mãe:

O bebê de um vizinho chora... e Jenny se aproxima

e tenta dar-lhe biscoito. Segue-o por toda parte e

começa a choramingar. Então, tenta alisar os cabelos

dele, mas ele se afasta... Ele se acalma, mas Jenny

continua preocupada. Continua a trazer-lhe brinquedos

e a dar-lhe tapinhas na cabeça e nos ombros.6

Nessa altura de seu desenvolvimento, os bebês começam a

se diferenciar na sensibilidade geral às perturbações emocionais

de outras pessoas, com alguns, como Jenny, sendo agudamente

conscientes e outros desligando-se. Uma série de estudos feitos

por Marian Radke-Yarrow e Carolyn Zahn-Waxler, do Instituto

Nacional de Saúde Mental, mostrou que grande parte dessa

diferença em interesse empático tinha a ver com a maneira

como os pais educavam seus filhos. Elas constataram que as

crianças eram mais empáticas quando a educação incluía

chamar fortemente a atenção para a aflição que o mau

comportamento delas causava nos outros: “Veja como você a

deixou triste” em vez de “Isso foi malfeito”. Também

descobriram que a empatia das crianças é igualmente moldada

por verem como os outros reagem quando alguém mais está

aflito; imitando o que vêem, as crianças desenvolvem um

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