Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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15.01.2020 Views

no aprendizado, se sintam encorajadas a enfrentar desafios emnovas áreas — diz Gardner, acrescentando que a experiênciasugere ser assim.Em termos mais gerais, o fluxo sugere que a conquista demaestria em qualquer ofício ou conjunto de conhecimentos devese dar, idealmente, de uma maneira natural, à medida que acriança é encaminhada para as áreas que a atraemespontaneamente — que, em essência, ela adora. Essa paixãoinicial pode ser a semente para maiores níveis de conquista, àmedida que a criança venha a compreender que seguir nessaatividade — seja dança, matemática ou música — é uma fontedo prazer do fluxo. E, como isso exige forçar os limites de nossacapacidade de manter o fluxo, torna-se um motivador básicopara nos tornarmos cada vez melhores; a criança, desta forma,fica feliz. Isso, claro, é um modelo mais positivo de aprendizadoe educação do que a maioria de nós encontrou na escola. Quemnão se lembra daquele tempo, pelo menos em parte, comointermináveis e pavorosas horas de tédio, pontuadas pormomentos de alta ansiedade? Buscar o fluxo através doaprendizado é uma maneira mais humana, natural e muitoprovavelmente mais eficaz de arregimentar as emoções aserviço da educação.Isso revela o sentido mais geral em que canalizar emoçõespara um fim produtivo é uma aptidão mestra. Seja no controlede impulsos e adiamento da satisfação, no controle de nossosestados de espírito para que facilitem, em vez de impedir, opensamento, motivando-nos a persistir e tentar de novo apesardos reveses, seja na descoberta de formas para entrar em fluxoe com isso atuar com mais eficiência — tudo indica o poder daemoção na orientação do esforço eficaz.

7As Origens da EmpatiaVoltemos a Gary, o brilhante mas alexitímico médico que tantoperturbava a noiva, Ellen, por ignorar não apenas seus própriossentimentos, mas também os dela. Como a maioria dosalexitímicos, faltava-lhe não só empatia, mas também intuição.Se Ellen se dizia deprimida, ele não demonstrava entender osseus sentimentos; se ela falava de amor, ele mudava de assunto.Gary fazia críticas “construtivas” a coisas que Ellen fazia, semcompreender que ela se sentia agredida, e não ajudada.A empatia é alimentada pelo autoconhecimento; quanto maisconsciente estivermos acerca de nossas próprias emoções, maisfacilmente poderemos entender o sentimento alheio.1Alexitímicos como Gary, que não têm idéia do que eles própriossentem, ficam completamente perdidos quando se trata de sabero que as pessoas à sua volta estão sentindo. Não têm ouvidoemocional. As notas e os acordes emocionais que são entoadosnas palavras e ações das pessoas — um tom revelador oumudança de postura, o silêncio eloqüente ou o tremor que trai— passam despercebidos.Confusos acerca de seus próprios sentimentos, os alexitímicosficam igualmente perplexos quando outras pessoas falam do queestão sentindo. Essa incapacidade de registrar os sentimentos deoutrem significa que existe um grande déficit de inteligênciaemocional e uma trágica falha no entendimento do que significaser humano. Pois todo relacionamento, que é a raiz doenvolvimento, vem de uma sintonia emocional, da capacidadede empatia.Essa capacidade — de saber como o outro se sente — entraem jogo em vários aspectos da vida, quer nas práticascomerciais, na administração, no namoro e na paternidade, nosermos piedosos e na ação política. A falta de empatia étambém reveladora. Nota-se em criminosos psicopatas,estupradores e molestadores de crianças.As emoções das pessoas raramente são postas em palavras;com muito mais freqüência, são expressas sob outras formas. Achave para que possamos entender os sentimentos dos outrosestá em nossa capacidade de interpretar canais não-verbais: otom da voz, gestos, expressão facial e outros sinais. Talvez amais ampla pesquisa acerca da capacidade que têm as pessoasde detectar mensagens não-verbais seja a de Robert Rosenthal,psicólogo de Harvard, e seus alunos. Ele idealizou um teste de

no aprendizado, se sintam encorajadas a enfrentar desafios em

novas áreas — diz Gardner, acrescentando que a experiência

sugere ser assim.

Em termos mais gerais, o fluxo sugere que a conquista de

maestria em qualquer ofício ou conjunto de conhecimentos deve

se dar, idealmente, de uma maneira natural, à medida que a

criança é encaminhada para as áreas que a atraem

espontaneamente — que, em essência, ela adora. Essa paixão

inicial pode ser a semente para maiores níveis de conquista, à

medida que a criança venha a compreender que seguir nessa

atividade — seja dança, matemática ou música — é uma fonte

do prazer do fluxo. E, como isso exige forçar os limites de nossa

capacidade de manter o fluxo, torna-se um motivador básico

para nos tornarmos cada vez melhores; a criança, desta forma,

fica feliz. Isso, claro, é um modelo mais positivo de aprendizado

e educação do que a maioria de nós encontrou na escola. Quem

não se lembra daquele tempo, pelo menos em parte, como

intermináveis e pavorosas horas de tédio, pontuadas por

momentos de alta ansiedade? Buscar o fluxo através do

aprendizado é uma maneira mais humana, natural e muito

provavelmente mais eficaz de arregimentar as emoções a

serviço da educação.

Isso revela o sentido mais geral em que canalizar emoções

para um fim produtivo é uma aptidão mestra. Seja no controle

de impulsos e adiamento da satisfação, no controle de nossos

estados de espírito para que facilitem, em vez de impedir, o

pensamento, motivando-nos a persistir e tentar de novo apesar

dos reveses, seja na descoberta de formas para entrar em fluxo

e com isso atuar com mais eficiência — tudo indica o poder da

emoção na orientação do esforço eficaz.

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