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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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outros funcionários do campus, o estudo acompanhou as

crianças até concluírem o segundo grau.7

Algumas foram capazes de esperar o que certamente devem

ter sido intermináveis 15 a 20 minutos até o pesquisador

retornar. A fim de se agüentarem na luta contra o impulso,

tapavam os olhos para evitar a tentação, ou metiam a cabeça

entre os braços, conversavam consigo mesmas, cantavam,

brincavam com as mãos e os pés, e até tentavam dormir. Esses

valentes pré-escolares receberam a recompensa dos dois

marshmallows. Mas outros, mais impulsivos, agarraram o seu

único doce, quase sempre segundos depois de o pesquisador

deixar a sala para ir cumprir sua “tarefa”.

O poder diagnóstico de como lidaram com esse momento de

impulso tornou-se claro 12 a 14 anos depois, quando essas

mesmas crianças foram observadas na adolescência. A diferença

emocional e social entre os pré-escolares que agarraram o

marshmallow e seus colegas que adiaram a satisfação era

impressionante. Os que resistiram à tentação aos 4 anos eram,

agora, adolescentes mais competentes socialmente:

pessoalmente eficazes, auto-assertivos e mais bem capacitados

para enfrentar as frustrações da vida. Tinham menos

probabilidade de desmontar-se, paralisar-se ou regredir sob

tensão, ou ficarem abalados e desarvorados quando pressionados;

aceitavam desafios e iam até o fim, em vez de desistir, mesmo

diante de dificuldades; eram independentes e confiantes,

confiáveis e firmes; e tomavam iniciativas e mergulhavam em

projetos. E, mais de uma década depois, ainda podiam esperar

um certo tempo para receber suas recompensas, enquanto

perseguiam seus objetivos.

Aqueles que agarraram o marshmallow — cerca de um

terço do grupo — tendiam a ter reduzidas essas qualidades e

possuíam, ao contrário, um perfil psicológico relativamente mais

problemático. Na adolescência, tinham mais probabilidade de

serem considerados tímidos nos contatos sociais; de serem

teimosos e indecisos; de perturbarem-se facilmente diante de

frustrações; de julgarem-se “ruins” ou indignos; de regredirem ou

ficarem imobilizados quando tensos; de serem desconfiados e

ressentidos por “Não conseguir nada”; de tenderem ao ciúme e

à inveja; de reagirem exageradamente a irritações com mau

humor, desta forma provocando discussões e brigas. E, após

todos aqueles anos, continuavam sendo incapazes de aguardar a

recompensa.

O que aparece discretamente no início da vida desabrocha

numa ampla gama de aptidões sociais e emocionais com o

desenrolar dela. A capacidade de conter os impulsos está na

raiz de uma pletora de esforços que vão desde manter uma

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