Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
centrais da ruminação — questionar sua validade e pensar emalternativas mais positivas. A outra é programarintencionalmente acontecimentos agradáveis, que distraiam.Um dos motivos por que a distração funciona é que as idéiasdepressivas são automáticas, invadindo nosso estado de espíritosem serem convidadas. Mesmo quando as pessoas deprimidastentam eliminar suas idéias deprimentes, muitas vezes nãopodem produzir melhores alternativas; uma vez que começa, amaré de pensamento depressivo tem um poderoso efeitomagnético sobre a cadeia de associação. Por exemplo, quandose pediu a pessoas deprimidas que ordenassem frases de seispalavras embaralhadas, elas tiveram um desempenho melhor naadivinhação das mensagens deprimentes (“O futuro se mostrabastante sombrio!”) que das otimistas (“O futuro se mostrabastante brilhante!”).17A tendência de a depressão se perpetuar influi até no tipo dedistrações que as pessoas escolhem. Quando se deu adeprimidos uma lista de opções para afastar a mente de umacoisa triste, como o enterro de um amigo, por exemplo, aescolha recaiu sobre uma maior quantidade de atividadesmelancólicas. Richard Wenzlaff, psicólogo da Universidade doTexas, que efetuou esses estudos, conclui que as pessoas que jáestão deprimidas precisam fazer um esforço especial para fixara atenção em alguma coisa inteiramente alegre e têm de termuito cuidado para não resvalar em certas coisas — um filmedramalhão, um romance trágico — que lhes deixe, novamente,de baixo astral.Levanta-moralImagine-se dirigindo numa estrada desconhecida,íngreme e cheia de curvas, num nevoeiro. De repente,um carro surge de uma saída apenas alguns palmos àsua frente, perto demais. Você mete o pé no freio ederrapa, bate de lado. Vê que o outro carro está cheiode crianças, um transporte solidário para o pré-escolar— pouco antes da explosão de vidros quebrando-se emetal arranhando metal. Aí, no súbito silêncio após acolisão, você ouve um coro de choros. Consegue correraté o outro carro e vê que uma das crianças jazimóvel. Você fica cheio de culpa e tristeza diante datragédia.Esses cenários dilacerantes foram usados para provocarperturbação em voluntários que participaram de uma das
experiências de Wenzlaff. Durante dez minutos, eles escreveramtudo o que lhes passava pela cabeça, tentando, ao mesmotempo, “apagar” a cena. Todas as vezes que a cena invadissesuas mentes, eles teriam de fazer um X no que escreviam.Enquanto a maioria das pessoas pensava cada vez menos nacena à medida que passava o tempo, os voluntários maisdeprimidos, na verdade, mostravam um pronunciado aumentonos intrusos pensamentos sobre a cena e faziam até referênciasindiretas a ela em pensamentos que, presumivelmente,deveriam distraí-los dela.E, além disso, os voluntários propensos à depressão usavamoutros pensamentos angustiantes para distrair-se. Como me disseWenzlaff:— Os pensamentos se associam na mente não apenas porconteúdo, mas por estado de espírito. As pessoas têm o queequivale a um conjunto de pensamentos depressivos queacorrem mais prontamente à mente quando estão se sentindotristes. As pessoas que se deprimem facilmente tendem a criarredes muito fortes de associação entre esses pensamentos, demodo que é mais difícil suprimi-los uma vez que se evocaalgum tipo de estado de espírito negativo. Ironicamente, aspessoas deprimidas, para tirar da mente um tema depressivo,utilizam outro tema de igual teor, o que apenas desperta maisemoções negativas.Diz uma teoria que o choro pode ser uma maneira naturalde reduzir níveis de produtos químicos do cérebro quealimentam a angústia. Embora o choro possa, às vezes, obstruiruma crise de tristeza, também pode deixar a pessoa ainda maisobcecada com os motivos do desespero. A idéia de que “chorarfaz bem” é enganadora: o choro que prolonga a ruminaçãoapenas prolonga a infelicidade. As distrações rompem a cadeiade pensamento que mantém a tristeza; uma das principaisteorias sobre a eficácia da terapia eletroconvulsiva para asdepressões mais severas é que causa perda da memória decurto prazo — os pacientes sentem-se melhor porque não selembram do motivo que lhes causou tanta tristeza. De qualquerforma, para afastar a tristeza comum, constatou Diane Tice,muita gente disse que recorria a distrações como leitura, TV ecinema, videogames e quebra-cabeças, sono e fantasias arespeito da viagem dos seus sonhos. Wenzlaff acrescentaria queas distrações mais eficazes são as que mudam o estado deespírito — um acontecimento esportivo emocionante, um filmecômico, um livro edificante. (Uma nota de advertência aqui:algumas distrações, por si próprias, podem perpetuar adepressão. Estudos com pessoas que vêem muito TVconstataram que, depois, em geral elas estão mais deprimidas
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centrais da ruminação — questionar sua validade e pensar em
alternativas mais positivas. A outra é programar
intencionalmente acontecimentos agradáveis, que distraiam.
Um dos motivos por que a distração funciona é que as idéias
depressivas são automáticas, invadindo nosso estado de espírito
sem serem convidadas. Mesmo quando as pessoas deprimidas
tentam eliminar suas idéias deprimentes, muitas vezes não
podem produzir melhores alternativas; uma vez que começa, a
maré de pensamento depressivo tem um poderoso efeito
magnético sobre a cadeia de associação. Por exemplo, quando
se pediu a pessoas deprimidas que ordenassem frases de seis
palavras embaralhadas, elas tiveram um desempenho melhor na
adivinhação das mensagens deprimentes (“O futuro se mostra
bastante sombrio!”) que das otimistas (“O futuro se mostra
bastante brilhante!”).17
A tendência de a depressão se perpetuar influi até no tipo de
distrações que as pessoas escolhem. Quando se deu a
deprimidos uma lista de opções para afastar a mente de uma
coisa triste, como o enterro de um amigo, por exemplo, a
escolha recaiu sobre uma maior quantidade de atividades
melancólicas. Richard Wenzlaff, psicólogo da Universidade do
Texas, que efetuou esses estudos, conclui que as pessoas que já
estão deprimidas precisam fazer um esforço especial para fixar
a atenção em alguma coisa inteiramente alegre e têm de ter
muito cuidado para não resvalar em certas coisas — um filme
dramalhão, um romance trágico — que lhes deixe, novamente,
de baixo astral.
Levanta-moral
Imagine-se dirigindo numa estrada desconhecida,
íngreme e cheia de curvas, num nevoeiro. De repente,
um carro surge de uma saída apenas alguns palmos à
sua frente, perto demais. Você mete o pé no freio e
derrapa, bate de lado. Vê que o outro carro está cheio
de crianças, um transporte solidário para o pré-escolar
— pouco antes da explosão de vidros quebrando-se e
metal arranhando metal. Aí, no súbito silêncio após a
colisão, você ouve um coro de choros. Consegue correr
até o outro carro e vê que uma das crianças jaz
imóvel. Você fica cheio de culpa e tristeza diante da
tragédia.
Esses cenários dilacerantes foram usados para provocar
perturbação em voluntários que participaram de uma das