Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
e, sobretudo, uma ansiedade sufocante”.14 Depois, há os sinaisintelectuais: “confusão, falta de concentração mental e lapsos dememória”, e, num estágio posterior, a mente “dominada pordistorções anárquicas”, e “uma sensação de que meus processosde raciocínio estavam envoltos numa maré tóxica e inominávelque obliterava toda reação prazerosa ao mundo vivo”. Há osefeitos físicos: não dormir, sentir-se apático como um zumbi,“uma espécie de dormência, desalento, porém maisparticularmente uma curiosa fragilidade”, juntamente com uma“agitação nervosa”. Depois vem a perda de prazer: “A comida,como tudo mais no âmbito sensitivo, era absolutamente insípida.”Por fim, a perda de expectativas, à medida que “a cinzentagaroa do horror” chegava a um desespero tão palpável como sefora uma dor física, uma dor tão insuportável que o suicídioparecia ser a única saída.Nessas grandes depressões, a vida é paralisada; nenhumrecomeço pode ser visualizado. Os próprios sintomas dadepressão revelam uma vida em suspenso. Para Styron, nãoadiantou nenhum medicamento ou terapia; foi a passagem dotempo e o refúgio num hospital que acabaram varrendo adesolação. Mas, para a maioria das pessoas, sobretudo aquelascom casos menos severos, a psicoterapia ajuda, como ajuda amedicação — o Prozac é o remédio da moda, porém mais deuma dúzia de outros medicamentos oferece alguma ajuda,sobretudo para a depressão severa.Eu me concentro aqui na tristeza mais corriqueira que, nomáximo, se transforma, tecnicamente falando, em “depressãosubclínica” — ou seja, a melancolia comum. Este é um tipo dedesolação que as pessoas podem controlar por si mesmas, setiverem os recursos interiores. Infelizmente, algumas dasestratégias a que mais freqüentemente se recorre podem terefeito contrário e deixarem as pessoas se sentindo pior do queantes. Uma delas consiste em ficar sozinho, o que muitas vezesé desejado por pessoas que se sentem deprimidas; na maioriadas vezes, porém, essa providência só acrescenta à tristeza umasensação de solidão e isolamento. Isto talvez explique em partepor que Diane Tice constatou que a tática mais comum paracombater a depressão é ter vida social — sair para comer fora,ir a um jogo ou ao cinema; em suma, fazer alguma coisa comos amigos ou a família. Dá certo se o resultado for não pensarna tristeza. Mas simplesmente prolonga o estado de espírito se aocasião for utilizada apenas para ruminar sobre o que a deixounessa situação.Na verdade, uma das principais maneiras de determinar seum estado depressivo vai persistir ou passar é o grau deruminação das pessoas. A preocupação com o que nos
deprime, parece, torna a depressão mais intensa e prolongada.Na depressão, a preocupação assume várias formas, todasconcentrando-se num aspecto da própria depressão — ocansaço que sentimos, a pouca energia ou motivação que temos,por exemplo, ou o pouco que estamos produzindo. De ummodo geral, nada dessa reflexão é acompanhado por qualquerlinha concreta de ação que possa amenizar o problema. Entreoutras preocupações que surgem na depressão, estão a pessoa“isolar-se e pensar no quanto está-se sentindo mal, que ocônjuge pode rejeitá-la porque ela está deprimida e perguntarsese vai ter mais uma noite de insônia”, diz Susan Nolen-Hoeksma, psicóloga de Stanford, que estudou a ruminação empessoas deprimidas.15As pessoas deprimidas, às vezes, justificam esse tipo deruminação dizendo que estão tentando “se compreendermelhor”; na verdade, estão alimentando os sentimentos detristeza sem tomar nenhuma medida que possa de fato tirá-lasda depressão. Assim, na terapia, pode ser perfeitamenteproveitoso refletir a fundo sobre as causas de uma depressão, seisso conduz a intuições ou ações que mudem as condições que acausam. Mas uma imersão passiva na tristeza apenas piora ascoisas.A ruminação também pode aumentar a depressão criandocondições... ora, mais deprimentes. Susan dá o exemplo de umavendedora que fica deprimida e passa tantas horas preocupadacom isso que não sai para importantes visitas de negócios. Suasvendas então caem, fazendo-a sentir-se um fracasso, o quealimenta sua depressão. No entanto, se ela reagisse à depressãotentando distrair-se, poderia muito bem ir fundo nas visitas aosclientes como uma maneira de se desligar da tristeza. As vendastalvez não caíssem e uma venda eventual poderia aumentar suaautoconfiança, reduzindo a depressão.Susan constata que as mulheres tendem muito mais aruminar, quando deprimidas, que os homens. Ela acha que issoexplica, em parte, o fato de elas receberem duas vezes mais odiagnóstico de depressão do que os homens. É óbvio que existemoutros fatores, como o fato de as mulheres falarem maisabertamente sobre suas angústias ou terem mais coisas em suasvidas para deprimi-las. E os homens, duas vezes mais que asmulheres, afogam sua depressão no alcoolismo.Descobriu-se em alguns estudos que a terapia cognitivadestinada a mudar esses padrões de pensamentos é equivalenteà medicação para o tratamento da depressão clínica branda, emelhor que a medicação para prevenir o retorno da depressãobranda. Duas estratégias são particularmente eficazes nocombate.16 Uma é aprender a contestar os pensamentos
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deprime, parece, torna a depressão mais intensa e prolongada.
Na depressão, a preocupação assume várias formas, todas
concentrando-se num aspecto da própria depressão — o
cansaço que sentimos, a pouca energia ou motivação que temos,
por exemplo, ou o pouco que estamos produzindo. De um
modo geral, nada dessa reflexão é acompanhado por qualquer
linha concreta de ação que possa amenizar o problema. Entre
outras preocupações que surgem na depressão, estão a pessoa
“isolar-se e pensar no quanto está-se sentindo mal, que o
cônjuge pode rejeitá-la porque ela está deprimida e perguntarse
se vai ter mais uma noite de insônia”, diz Susan Nolen-
Hoeksma, psicóloga de Stanford, que estudou a ruminação em
pessoas deprimidas.15
As pessoas deprimidas, às vezes, justificam esse tipo de
ruminação dizendo que estão tentando “se compreender
melhor”; na verdade, estão alimentando os sentimentos de
tristeza sem tomar nenhuma medida que possa de fato tirá-las
da depressão. Assim, na terapia, pode ser perfeitamente
proveitoso refletir a fundo sobre as causas de uma depressão, se
isso conduz a intuições ou ações que mudem as condições que a
causam. Mas uma imersão passiva na tristeza apenas piora as
coisas.
A ruminação também pode aumentar a depressão criando
condições... ora, mais deprimentes. Susan dá o exemplo de uma
vendedora que fica deprimida e passa tantas horas preocupada
com isso que não sai para importantes visitas de negócios. Suas
vendas então caem, fazendo-a sentir-se um fracasso, o que
alimenta sua depressão. No entanto, se ela reagisse à depressão
tentando distrair-se, poderia muito bem ir fundo nas visitas aos
clientes como uma maneira de se desligar da tristeza. As vendas
talvez não caíssem e uma venda eventual poderia aumentar sua
autoconfiança, reduzindo a depressão.
Susan constata que as mulheres tendem muito mais a
ruminar, quando deprimidas, que os homens. Ela acha que isso
explica, em parte, o fato de elas receberem duas vezes mais o
diagnóstico de depressão do que os homens. É óbvio que existem
outros fatores, como o fato de as mulheres falarem mais
abertamente sobre suas angústias ou terem mais coisas em suas
vidas para deprimi-las. E os homens, duas vezes mais que as
mulheres, afogam sua depressão no alcoolismo.
Descobriu-se em alguns estudos que a terapia cognitiva
destinada a mudar esses padrões de pensamentos é equivalente
à medicação para o tratamento da depressão clínica branda, e
melhor que a medicação para prevenir o retorno da depressão
branda. Duas estratégias são particularmente eficazes no
combate.16 Uma é aprender a contestar os pensamentos