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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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A combinação de atenção e saudável ceticismo atuaria como

uma espécie de freio na ativação neural que está por trás da

baixa ansiedade. A geração ativa desses pensamentos prepara

os circuitos que inibem o impulso límbico de preocupar-se; ao

mesmo tempo, a indução ativa de um estado de relaxamento

contrabalança os sinais de ansiedade que o cérebro emocional

envia para todo o corpo.

Na verdade, observa Borkovec, essas estratégias estabelecem

uma cadeia de atividade mental incompatível com a

preocupação. Quando se deixa uma preocupação repetir-se

continuamente, sem que seja contestada, ela adquire poder de

persuasão; contestá-la, pensando numa série de pontos de vista

igualmente plausíveis, impede que unicamente o pensamento

preocupado seja ingenuamente tomado como verdadeiro.

Mesmo algumas pessoas com preocupação crônica a ponto de

merecer um diagnóstico psiquiátrico têm obtido alívio através do

recurso a esse método.

Por outro lado, para pessoas com preocupações tão severas

que se tornaram fobia, distúrbio obsessivo-compulsivo ou de

pânico, talvez seja prudente — na verdade este já seria um

sinal de autoconsciência — recorrer à medicação para

interromper o ciclo. O recondicionamento dos circuitos

emocionais por meio de terapia ainda assim é necessário para

reduzir a probabilidade de a ansiedade retornar quando a

medicação for suspensa.13

CONTROLE DA MELANCOLIA

Um dos estados de espírito do qual as pessoas em geral mais se

esforçam para se livrar é a tristeza; Diane Tice constatou que,

quando se trata de escapar da depressão, a inventividade é

grande. É claro que nem toda tristeza deve ser evitada; a

melancolia, como todos os outros estados de espírito, tem suas

vantagens. A tristeza decorrente de uma perda tem alguns

efeitos invariáveis: tira nosso interesse por diversões e prazeres,

prende a atenção na perda e mina nossa energia para iniciar

coisas novas — pelo menos por algum tempo. Em suma, impõe

uma espécie de retiro reflexivo das atividades da vida e deixanos

em suspenso para chorar a perda, meditar sobre seu

significado e, finalmente, fazer os ajustes psicológicos e novos

planos que nos permitirão continuar vivendo.

O luto é útil; a depressão total, não. William Styron faz uma

eloqüente descrição das “muitas e pavorosas manifestações da

doença”, entre elas o ódio de si próprio, a sensação de

inutilidade, uma “úmida ausência de alegria”, com “a tristeza

acumulando-se sobre mim, um sentimento de pavor, alienação

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