Revista Minaspetro nº 124 - Dezembro 2019 /Janeiro 2020
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MERCADO
Nº 124 – Dez 2019/Jan 2020
do comércio é o revendedor. Não seria mais justo
o empresário ter total acesso aos dados de quem
está em sua pista? Para a Ipiranga, não. Por essa
razão, o Minaspetro já estuda como garantir o
direito dos postos credenciados junto ao Abastece
Aí. “O posto é parte diretamente interessada nessa
relação comercial. Logo, tem o direito de acessar
os dados das transações realizadas pelos consumidores
em seu estabelecimento”, diz Villamil.
Se a Ipiranga utilizasse os dados com o objetivo
de ampliar o volume de vendas, atuando
em conjunto com a Revenda, aí, sim, o setor varejista
consideraria o Abastece Aí um verdadeiro
aliado na gestão do negócio. Mas não é isso que
vem sendo feito. Há relatos de postos que eram
bandeirados ou credenciados ao programa e que
por algum motivo cessaram a parceria. Foi o que
bastou para que clientes antigos passassem a receber
mensagens ostensivas da distribuidora com
a sugestão de que trocassem o posto por uma Revenda
que oferecesse as vantagens previstas no
programa de fidelidade. “Há uma ilegalidade aí.
A Ipiranga quer direcionar o cliente para outra
Revenda? Tudo bem, desde que ela compartilhe
os dados desse consumidor com o empresário,
para que ele também entre em contato e dispute a
preferência. Só assim ele conseguirá competir em
pé de igualdade com a distribuidora. Não se pode
proibir que ela se comunique com o consumidor,
mas tirá-lo de um posto com o qual tem um contrato
vigente configura desvio de clientela e pode
ser um problema jurídico”, adverte o advogado.
PUBLICIDADE POLÊMICA
O app vem gerando polêmica em vários aspectos.
Até mesmo a placa que exibe os preços promocionais
tem sido fruto de discórdia entre os entes
públicos. Quem é credenciado ao programa sabe
que muitas vezes o cliente se irrita ao perceber
que o valor do combustível mostrado no cartaz do
Abastece Aí não é o mesmo do cobrado na bomba.
Ou seja, já está claro que a placa deve informar
tanto os preços para quem usa o aplicativo
quanto os normalmente cobrados. Ainda assim,
isso pode ser um problema. Não existe desconto,
o que há é uma troca de pontos acumulados por
uma possibilidade de um desconto randômico,
que pode variar de 2% a 5%. Entendeu? É complicado
mesmo. O usuário do app não ganha propriamente
o desconto, e sim o compra por meio
da troca de pontos. Fazendo um paralelo, é como
adquirir uma passagem de avião com as milhas
da companhia. Para o usuário poder trocar, ele
precisa abastecer sem desconto nenhum por um
determinado período.
Fábio Moreira, dono da Rede Monte Santo, em
Belo Horizonte, estava satisfeito com o retorno
obtido com o programa de fidelidade até que, no
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