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>>> serviços para os 60+
❙❙Paula Toguchi, da MetLife
“Com o aumento da longevidade da
população, principalmente pela melhoria
do atendimento médico, novas tecnologias
e mais acesso à informação, cada vez
mais, nós como sociedade, teremos que
nos preparar para encarar uma realidade
na qual o principal desafio será manter a
qualidade de vida das pessoas pelo maior
tempo possível”, afirma Paula Toguchi,
superintendente de Produtos da MetLife.
É importante haver uma grande preocupação
em relação à sustentabilidade
do planeta, já que a população como um
todo aumenta e cria novas necessidades,
tanto no âmbito da preservação ambiental
e recursos, como também exige mais
do mercado de trabalho, que precisará
absorver essa população ativa e cheia de
experiência.
“Isso significa, também, que teremos
que nos preparar para ter uma redução
na população economicamente ativa. Os
principais desafios estão ligados a rever
nossas políticas públicas nas áreas de
habitação, saúde e mobilidade urbana”,
completa Paula.
Na visão de Renato Pedroso, presidente
da Previsul, os governos deverão
estar atentos para implementar políticas
públicas que garantam o bem-estar da
população idosa, desde as áreas da saúde
até as da infraestrutura. “De outro lado,
a sociedade deverá estar mais aberta às
questões que deverão ser, necessariamente,
discutidas nos próximos anos,
a exemplo das reformas de Estado, que
terão que cortar privilégios e adequar
os programas públicos a uma realidade
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que contará com mais pessoas idosas na
composição da população”, analisa.
Um grande aspecto positivo é o
surgimento de novas oportunidades de
mercado para serviços e produtos. “Quem
ignorar essa nova onda de consumidores,
certamente, deixará de ganhar muito
dinheiro”, afirma João Urdiales Gongora,
da J.Gongora Corretora de Seguros.
Ele, que tem 80 anos, revela que, apesar
de reunir idosos em sua carteira, é “seu
cliente” mais velho, possuindo plano
de saúde, seguro de vida e previdência
privada.
Processo de evolução no
atendimento aos idosos
O mercado de serviços para pessoas
60+ está em franco crescimento, já que
a população mais longeva cria abertura
para diversos novos nichos. As empresas
do setor de seguros estão cada vez mais
focadas em desenvolver soluções para
este público, que engloba não somente
a situação de morte, mas sim a perda de
renda. É possível ajudá-los a garantir sua
qualidade de vida, pensando em produtos
que tragam benefícios em vida, tais como
os ligados a possíveis doenças graves e
invalidez.
“Existe uma preocupação das seguradoras
em iniciar um processo de
educação e conscientização da população
como um todo para um planejamento
mais adequado de suas finanças e de
seu futuro, o que mostra também que as
seguradoras se planejam para constituir
reservas de longo prazo”, afirma Paula.
Pedroso reforça que as seguradoras
estão popularizando os produtos de acumulação,
fazendo com que as pessoas
estejam mais preparadas financeiramente
para uma vida mais longa. “Já no aspecto
de qualidade de vida, as seguradoras
estão desenvolvendo produtos de risco
adequados, acoplados a uma grande
variedade de assistências, que permitem
aos segurados contarem com boas opções
de contratação”, declara.
“No mercado de seguros, as companhias
oferecem seguros de vida para as
pessoas acima de 60 anos idênticos aos
demais, sem nenhum fator real de diferenciação
pela idade. É possível encontrar
todos os tipos de coberturas, entretanto
com a grande diferença na questão do
custo das coberturas, que pode chegar a
ser até seis vezes maior que os seguros
de vida ou saúde para pessoas mais jovens”,
garante o corretor de seguros João
Gongora.
O presidente da Previsul lembra
que pode beneficiar, principalmente
os idosos, a grande gama de serviços
disponibilizados pelo mercado para
serem contratados junto às coberturas
securitárias, como guincho, encanador
e eletricista. “Esses serviços facilitam a
vida dos segurados, principalmente os
mais idosos, e auxiliam na materialização
do seguro na vida das pessoas”.
Por outro lado, os consumidores
relatam dificuldades que ainda precisam
ser contornadas pelo setor. A aposentada
Maria Virgínia de Lima Gois, de 64
anos, mantém seguro de vida há muitos
anos, pensando em deixar seus familiares
amparados em uma falta. No entanto, ela
vem de uma geração que sempre contou
com a estabilidade da previdência social
e, por isso, não planejou complementar
sua renda na velhice.
“Sou aposentada pelo INSS desde
que tinha 50 anos, por tempo de trabalho.
Há uns 15 anos cheguei a fazer
uma previdência privada, mas cancelei e
resgatei o valor que tinha pago. Percebi
que, pelo fato de ter demorado a fazer,
estava pagando muito (para mim) por mês
para, no final, receber pouco. Não valia
a pena. O ideal é começar a previdência
privada quando se é jovem, as novas
gerações já têm mais esta consciência, é
totalmente diferente. Minha filha e meu
genro possuem previdência privada num
planejamento que fica melhor para pagar.
No caso deles, é um produto muito interessante”,
reconhece. “Com o valor que
recebo do INSS consigo mais ou menos
me manter, o problema é que as pessoas
estão vivendo mais e dependemos deste
auxílio do governo”, diz Maria Virgínia.
Outro segurado idoso, Celso Luiz
dos Santos Soares, tem 77 anos e sempre
contou com seguro residencial, automóvel
e saúde, gostaria de adquirir outros
produtos, mas encontra obstáculos. “Em
virtude da idade, às vezes é difícil fazer
seguro de vida. Gostaria de garantir
um montante para minha família, mas