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Revista Apólice #250

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>>> serviços para os 60+

❙❙Paula Toguchi, da MetLife

“Com o aumento da longevidade da

população, principalmente pela melhoria

do atendimento médico, novas tecnologias

e mais acesso à informação, cada vez

mais, nós como sociedade, teremos que

nos preparar para encarar uma realidade

na qual o principal desafio será manter a

qualidade de vida das pessoas pelo maior

tempo possível”, afirma Paula Toguchi,

superintendente de Produtos da MetLife.

É importante haver uma grande preocupação

em relação à sustentabilidade

do planeta, já que a população como um

todo aumenta e cria novas necessidades,

tanto no âmbito da preservação ambiental

e recursos, como também exige mais

do mercado de trabalho, que precisará

absorver essa população ativa e cheia de

experiência.

“Isso significa, também, que teremos

que nos preparar para ter uma redução

na população economicamente ativa. Os

principais desafios estão ligados a rever

nossas políticas públicas nas áreas de

habitação, saúde e mobilidade urbana”,

completa Paula.

Na visão de Renato Pedroso, presidente

da Previsul, os governos deverão

estar atentos para implementar políticas

públicas que garantam o bem-estar da

população idosa, desde as áreas da saúde

até as da infraestrutura. “De outro lado,

a sociedade deverá estar mais aberta às

questões que deverão ser, necessariamente,

discutidas nos próximos anos,

a exemplo das reformas de Estado, que

terão que cortar privilégios e adequar

os programas públicos a uma realidade

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que contará com mais pessoas idosas na

composição da população”, analisa.

Um grande aspecto positivo é o

surgimento de novas oportunidades de

mercado para serviços e produtos. “Quem

ignorar essa nova onda de consumidores,

certamente, deixará de ganhar muito

dinheiro”, afirma João Urdiales Gongora,

da J.Gongora Corretora de Seguros.

Ele, que tem 80 anos, revela que, apesar

de reunir idosos em sua carteira, é “seu

cliente” mais velho, possuindo plano

de saúde, seguro de vida e previdência

privada.

Processo de evolução no

atendimento aos idosos

O mercado de serviços para pessoas

60+ está em franco crescimento, já que

a população mais longeva cria abertura

para diversos novos nichos. As empresas

do setor de seguros estão cada vez mais

focadas em desenvolver soluções para

este público, que engloba não somente

a situação de morte, mas sim a perda de

renda. É possível ajudá-los a garantir sua

qualidade de vida, pensando em produtos

que tragam benefícios em vida, tais como

os ligados a possíveis doenças graves e

invalidez.

“Existe uma preocupação das seguradoras

em iniciar um processo de

educação e conscientização da população

como um todo para um planejamento

mais adequado de suas finanças e de

seu futuro, o que mostra também que as

seguradoras se planejam para constituir

reservas de longo prazo”, afirma Paula.

Pedroso reforça que as seguradoras

estão popularizando os produtos de acumulação,

fazendo com que as pessoas

estejam mais preparadas financeiramente

para uma vida mais longa. “Já no aspecto

de qualidade de vida, as seguradoras

estão desenvolvendo produtos de risco

adequados, acoplados a uma grande

variedade de assistências, que permitem

aos segurados contarem com boas opções

de contratação”, declara.

“No mercado de seguros, as companhias

oferecem seguros de vida para as

pessoas acima de 60 anos idênticos aos

demais, sem nenhum fator real de diferenciação

pela idade. É possível encontrar

todos os tipos de coberturas, entretanto

com a grande diferença na questão do

custo das coberturas, que pode chegar a

ser até seis vezes maior que os seguros

de vida ou saúde para pessoas mais jovens”,

garante o corretor de seguros João

Gongora.

O presidente da Previsul lembra

que pode beneficiar, principalmente

os idosos, a grande gama de serviços

disponibilizados pelo mercado para

serem contratados junto às coberturas

securitárias, como guincho, encanador

e eletricista. “Esses serviços facilitam a

vida dos segurados, principalmente os

mais idosos, e auxiliam na materialização

do seguro na vida das pessoas”.

Por outro lado, os consumidores

relatam dificuldades que ainda precisam

ser contornadas pelo setor. A aposentada

Maria Virgínia de Lima Gois, de 64

anos, mantém seguro de vida há muitos

anos, pensando em deixar seus familiares

amparados em uma falta. No entanto, ela

vem de uma geração que sempre contou

com a estabilidade da previdência social

e, por isso, não planejou complementar

sua renda na velhice.

“Sou aposentada pelo INSS desde

que tinha 50 anos, por tempo de trabalho.

Há uns 15 anos cheguei a fazer

uma previdência privada, mas cancelei e

resgatei o valor que tinha pago. Percebi

que, pelo fato de ter demorado a fazer,

estava pagando muito (para mim) por mês

para, no final, receber pouco. Não valia

a pena. O ideal é começar a previdência

privada quando se é jovem, as novas

gerações já têm mais esta consciência, é

totalmente diferente. Minha filha e meu

genro possuem previdência privada num

planejamento que fica melhor para pagar.

No caso deles, é um produto muito interessante”,

reconhece. “Com o valor que

recebo do INSS consigo mais ou menos

me manter, o problema é que as pessoas

estão vivendo mais e dependemos deste

auxílio do governo”, diz Maria Virgínia.

Outro segurado idoso, Celso Luiz

dos Santos Soares, tem 77 anos e sempre

contou com seguro residencial, automóvel

e saúde, gostaria de adquirir outros

produtos, mas encontra obstáculos. “Em

virtude da idade, às vezes é difícil fazer

seguro de vida. Gostaria de garantir

um montante para minha família, mas

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