16.12.2019 Views

Revista Apólice #250

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

>>> panorama

❙❙Clea Kloürï, do Hype60+

O estudo Tsunami 60+ considerou as

classes A, B e C, com 2500 respondentes

em todos os estados brasileiros. A pesquisa

qualitativa foi feita em São Paulo,

Recife e Porto Alegre.

Apesar de ainda ser pouco notado,

este público deve emergir nos próximos

anos. Clea conta, por exemplo, que cerca

de 70% dos “criativos” de agências de publicidade

nunca receberam uma demanda

específica para os 60+. As campanhas publicitárias

normalmente focam o público

até 45 anos. “Esta é uma característica do

nosso mercado, que nunca olhou para a

população mais velha, que ficava refém

do que vinha do público mais novo”,

ressalta a pesquisadora.

O potencial de consumo dos 50+

está ficando bastante significativo, o

que provoca as marcas a olharem para

este público. As empresas também estão

surpresas com a velocidade do avanço

do poder deste público. Antes, apenas

produtos muito específicos olhavam para

os 60+, como os bancos e seus produtos

de crédito consignado e outras áreas

ligadas à saúde.

A geração prateada começa a ser

vista, ainda que timidamente, pelas instituições

financeiras do ponto de vista

do envelhecimento dos seus próprios

clientes, com o objetivo de retê-los. Clea

explica que o mercado de consumo ainda

é fraco como por exemplo, em alimentos

e bebidas. “A parte de cosméticos e beleza

está começando a ver este público.

Por incrível que pareça, as empresas de

comunicação estão olhando para os mais

velhos, com várias iniciativas de como ter

um olhar mais acurado”.

16

❙ ❙

Antonieta Scarlassari, da

Alfa Seguradora

Saúde

Vivendo cada vez mais, há uma fatia

grande da população que chega ao 65

anos muito bem, seja fisicamente, financeiramente

ou emocionalmente. O médico

Alexandre Kalache, gerontologista e

presidente do Instituto da Longevidade,

afirma que chegar aos 100 anos é como

correr uma maratona, que necessita de

preparação. “É preciso integrar os capitais

de saúde e qualidade de vida, de

conhecimento, social e financeiro com

um propósito de vida”, ensina.

As pessoas chegam aos 60, 65 anos

bem de saúde, seja emocional, física ou

financeira. “Elas trabalharam e mantém

um perfil financeiro satisfatório”. São

pessoas que se aposentaram e que mantém

uma rotina de lazer, com viagem,

entretenimento etc. Isso vai até um determinado

ponto”, pontua Clea. Isso porque

há um momento em que o corpo começa

a sentir os efeitos do tempo.

Mesmo assim, a economia prateada,

no Brasil, é responsável emocional ou financeiramente

por mais de 30% dos lares.

Eles contribuem com seu dinheiro, como

arrimo da família, ou com sua atenção

para os netos, por exemplo. Só que com

o avanço da idade, o dinheiro começa a

ficar mais escasso também, porque a longevidade

traz problemas de saúde consigo.

O setor de saúde é um dos mais impactados

pela longevidade. Nos últimos

20 anos de vida, os gastos com saúde

representam 80% de tudo que foi despendido

ao longo da sua existência. Por isso,

planos de saúde voltados especificamente

ao público idoso tendem a ser especia-

❙❙

Alexandre Kalache,

do Instituto da Longevidade

lizados neste público, pois necessitam

equacionar uma conta de gastos mais

altos e mais frequentes.

Mercado de seguros

De olho neste novo segmento de

consumidores, a Comissão de Inteligência

de Mercado da CNseg (Confederação

Nacional das Seguradoras), decidiu realizar

uma pesquisa com suas associadas. O

objetivo foi entender se o mercado já está

olhando para este público com a devida

atenção que o tema merece.

Antonieta Scarlassari, Controller da

Alfa Seguradora e uma das coordenadoras

da pesquisa, disse que havia uma preocupação

mais latente com o público jovem

e futuro consumidor, principalmente

os millenials, mas observa que começa a

haver uma mudança. “Queríamos entender

se alguma empresa já olhava para a

questão da economia prateada”, define. A

análise foi feita a partir de questionários

enviados a 40 empresas do setor.

“Quando perguntamos se a empresa

tinha produtos com foco no público a

partir de 60 anos, a maioria respondeu

que possuía produtos que abrangiam este

público (41%)”, ressalta Antonieta. Ela

acrescenta que estes produtos estão na

linha dos prestamistas, seguros de vida

coletivo ou individual.

Quando questionadas sobre serviços

específicos para o público com mais de

60 anos, 30% responderam que possuem

algum módulo especial, principalmente

relacionado aos checkups para idosos,

assistência viagem, assistência funeral,

cobertura para terceiros e descontos.

“Por enquanto, as empresas não

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!