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FKA Twigs Vintage Delight Veganismo

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aquilo a que chamamos de crise. Que quase sempre acaba

por separar o trigo do joio. Seja nos negócios vintage ou

em qualquer outro negócio ou indústria.

Presentemente há mercado para toda a gente, para todo

o tipo de peças, para todo o tipo de negócios, de pessoas.

É como se nesta questão de moda vintage, nos colocássemos

todos dentro de uma saladeira e misturássemos de

tudo um pouco: cores, feitios, formas, marcas, designers,

décadas, réplicas, originais, novos, antigos, colecionadores,

aficionados, amadores, apreciadores e o resultado final irá

sempre agradar ou servir a alguém.

A importância do vintage na moda é enorme, embora a

moda seja olhar para a frente. Mas muitos dos designers

que admiramos visitam cidades como Amesterdão, Londres

e Berlim onde procuram feiras e mercados vintage para se

inspirarem e encontrarem novas tendências com base em

épocas anteriores.

Podemos orgulhar-nos de em Portugal existiram boas lojas

vintage. Em Lisboa existe a RETRO CITY nos Anjos e no Chiado,

as lojas ÀS DE ESPADAS, JOKER, POP CLOSET, A OUTRA FACE

DA LUA e perto do Largo Camões a loja ELDORADO VINTAGE

STORE (desde 1977), em Campo de Ourique a loja D U C H I C

À VENDRE com artigos vintage de luxo e a BE VINTAGE, com

vários objetos e acessórios de moda, entre outras dezenas

de lojas que existem espalhadas pela cidade. No Porto

também existem várias lojas, entre as quais: MON PÈRE

VINTAGE que também tem uma loja outlet, WILD AT HEART,

CORAÇÃO ALECRIM, ORNITORRINCO, MÃO ESQUERDA VINTAGE,

CET OBJECT DU DÉSIR, a LA PETITE COQUETTE com artigos

vintage e segunda mão de luxo e a TRICIRCULO. Esta última

conta com uma loja online, onde podemos encontrar alguns

artigos vintage, assim como peças novas.

Se formos além fronteiras podemos perder-nos em Barcelona,

que é conhecida pela grandes lojas de venda de roupa vintage

ao quilo, assim como tem algumas daquelas que são

consideradas as melhores lojas vintage da Europa, como é

o caso da FLAMINGOS VINTAGE KILO. Em Paris estão as lojas

vintage mais caras, mas é um lugar onde se podem encontrar

peças raras e luxuosas como é o caso da famosa loja LE S 3

MARCHES de CATHERINE B., onde a proprietária é famosa no

mundo inteiro por ser especialista em marcas como C H A N EL

e HERMÈS e por ter os artigos mais exclusivos destas marcas,

assim como podemos encontrar peças de streetwear

muito originais e acessíveis na F R E E` P` S TA R . Londres conta

com muitas lojas, mas talvez uma das melhores opções

seja também uma das mais antigas, o MERCADO DE CAMDEN

ou o THE GREENWICH VINTAGE MARKET. Londres sempre foi

conhecida por ter dos melhores mercados vintage e até nos

anos setenta o FREDDIE MERCURY e ROGER TAYLOR chegaram

a ter uma banca no MERCADO DE KENSINGTON (encerrado

em 2001), era lá que vendiam peças usadas e vintage.

Mas isso foi apenas durante um curto período de tempo,

enquanto o sucesso dos QUEEN ainda não tinha chegado.

Se formos até Nova Iorque encontramos as lojas vintage

mais sofisticadas e elegantes. Seja a WHAT GOES AROUND…

COMES AROUND com artigos de luxo, ou a THE VINTAGE TWIN

que tem as t-shirts mais desejadas ou a até a confusa, gigante

e incrível L-TRAIN VINTAGE, onde podemos encontrar

peças a partir dos dois dólares. Das mais antigas e mais

reconhecidas marcas vintage destaca-se a HOLALA!, uma

marca com cerca de quarenta anos, que tem lojas em Paris,

Los Angeles, Saint Tropez, Ibiza e Barcelona. A HOLALA! tem

clientes como K ATE MOSS, HEDI SLIMANE, MADONNA, JA N E

BIRKIN, ELTON JONH, entre outros. Com casacos dos anos

setenta, t-shirts de bandas de rock dos anos setenta e oitenta,

tem vestidos dos anos sessenta.

De forma resumida: tem um mundo de peças vintage para

todos os gostos e desejos. No mundo online é impossível

não deixar de mencionar o site francês que opera em todo

o mundo, a VESTIARE COLLECTIVE. Fundada em 2009, é um

caso de sucesso absoluto. Encontramos no site peças actuais,

assim como verdadeiras peças vintage. Uma excelente

opção para quem pretende comprar e receia ser enganado.

Afinal, a VESTIARE COLLECTIVE tem um sistema de

verificação e autenticação dos seus produtos. O que quer

dizer que quando recebemos em casa o que comprámos,

vem acompanhado de uma certificação com data, carimbo

e rúbrica de quem fez a verificação da peça. Neste site

confiável podemos comprar e vender todo o tipo de artigos

vintage e em segunda mão, em várias partes do mundo.

Este Verão conheci uma inglesa que se chama ELAINE WALSH,

com os seus oitenta anos muito bem vividos, estudou arte

e no início dos anos oitenta criou um modelo de negócio

que até à época era desconhecido, vários vendedores que

tivessem peças para vender poderiam fazê-lo e estavam

todos juntos num único edifício, o mítico AFFLECK´S PALACE.

Desta forma todas as pessoas que queriam comprar roupa,

acessórios, mobiliário e todo o tipo de arte vintage, podiam

procurar num único lugar. Atraiu milhares de pessoas

e foi um sucesso que até hoje é reconhecido. Não estou a

exagerar, existem inúmeras referências a este caso de sucesso

de Manchester na internet, várias entrevistas e podem

ler o livro: “Vintage Luxury of Fashion: Exploring the Rise of the

Secondhand Clothing Trade” onde este fenómeno da época é

devidamente explorado e relatado.

Quando a conheci estava longe de saber quem ela era ou

saber a sua história, eu era apenas uma cliente que tinha

entrado pela porta dentro, em busca de peças dos anos

setenta. Falámos durante imenso tempo, sobre décadas,

criadores, tendências, mostrou-me vários livros que tinha,

senti-me profundamente feliz por ter a possibilidade de fazer

tantas perguntas e ter tantas respostas sólidas e de

conhecimentos aprofundados vindos de uma única pessoa.

Hoje em dia é viúva, mudou de país e tem um pequeno negócio

vintage, porque rever diariamente todas aquelas peças

é o que lhe traz vida. Perguntei-lhe: “Este boom de lojas

vintage e toda a gente querer comprar vintage é uma

moda ou genuinamente fomos tocados pela consciência

e sustentabilidade do planeta?”, a resposta: “Já cá estou

há algumas décadas, antes de vender vintage, já comprava

desde a minha adolescência. Em várias décadas já vi o

vintage estar na moda e deixar de estar na moda, é um ciclo.

Só que desses ciclos há pessoas para quem foi só uma

moda e outras para quem vai fazer parte o resto da vida.

É como uma onda que só leva alguns.”

texto por Patrícia César Vicente

fotografia por Vânia Viana

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MODA

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