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O vintage não está na moda, o vintage é um eco da moda.
Que nos irá sempre acompanhar e ser a representatividade
da evolução e metamorfoses desta indústria. Questões
relacionadas com a sustentabilidade mudaram as regras
do jogo e começaram a ser debatidas.
VINTAGE
Mas o que é o vintage? De acordo com o dicionário de língua
portuguesa, vintage é uma palavra inglesa que é aplicada
a um ano de colheita de vinho; vinho de excelente qualidade,
que provém de uma única colheita; diz-se de produto
antigo, mas de excelente qualidade.
A palavra inglesa foi criada para se referirem a um determinado
ano de colheita de vinho, mas atualmente a palavra
vintage é usada para denominar algo pertencente a uma
época passada, que apesar de antigo, não se pode qualificar
como uma antiguidade. Pode utilizar-se para todo o
tipo de objetos, acessórios, roupas, desenhos, entre outros.
Desde que tenham entre vinte a cem anos. Se tiver mais
do que cem anos, é considerado uma antiguidade ou até
se pode considerar ser uma peça histórica, dependendo do
seu criador ou a quem pertencia. Esta terá sido a melhor
definição que encontrei sobre este tema.
Enquanto estiver a escrever este artigo, estão a surgir mais
negócios vintage em algum lado. Seja online ou loja física.
E claro, que as questões relacionadas com o impacto ambiental
talvez devessem ser uma prioridade, mas na realidade,
o vintage foi a melhor forma que muitas pessoas encontraram
de se sentirem únicas, especiais, sem usarem
o que está nas montras e que toda a gente tem. Misturar
peças vintage, com peças contemporâneas e criar aquilo a
que chamamos estilo pessoal. Entre as gerações mais novas
tornou-se “a” novidade. Para as gerações “mais antigas”
por vezes é uma forma de colecionismo. Mas o mais
importante é que conservem as peças e não comprem de
forma compulsiva, que sejam feitas escolhas acertadas e
douradoras. Naturalmente existem várias lojas que se intitulam
como sendo vintage, mas apenas têm peças em segunda
mão e no pior dos casos, peças recentes que imitam
peças vintage. Felizmente há mercado para toda a gente,
para todas as carteiras e para todos os estilos. Nada está
muito definido em questões relacionadas com a sua comercialização.
O que permite que uma pessoa possa vender
artigos novos, dizer que a loja é vintage e anunciá-la
aos quatro cantos do mundo.
Qualquer pessoa pode ter uma loja com malas de luxo
em segunda mão, como uma LOUIS VUITTON de 2016, uma
BALENCIAGA de 2015, ou uma UTERQUE do Verão passado
e mesmo assim escrever no toldo da loja, de forma bem visível
que é uma loja vintage. Não há ninguém que vá entrar
pela loja e dizer: “Olhe, desculpe, mas consigo avaliar que
esta camisa não é dos anos oitenta, mas sim, foi fabricada
na China há seis meses. Vou ter de a multar!” ou “Lamento
informar, mas a senhora só vende artigos em segunda mão,
vejo que são coleções contemporâneas. Como tal, tem uma
semana para deixar de divulgar que tem uma loja vintage.”
Mesmo esta regra de que se tem mais de vinte anos é vintage,
ninguém entende muito bem. Em alguns países como
França, se tiver mais do que quinze anos já é considerado
uma peça vintage, mas em países como a Holanda o mínimo
para ser considerada como uma peça vintage são vinte
anos. Confuso?! Talvez. No entanto, compreendemos
que para uns o vintage é um eco da moda e para outros o
vintage é uma moda que será passageira. Que não querem
saber se a camisa é vintage ou não, desde que pelo menos
se pareça com uma camisa vintage. É a diferença entre
ter importância e apenas parecer importante. Hoje em dia
assistimos a um boom de negócios vintage, uma expansão
e o mais certo é que depois de tempos prósperos, surge
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MODA