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FKA TWIGS
VINTAGE DELIGHT
ROTEIRO VEGAN
←
camisola polo R A L P H
LAUREN na Pop Closet
camisa e calças COS
colete amarelo NEW BALANCE
colete azul TOMMY JEANS
gorro TOMMY HILFIGER
óculos de sol KUBORAUM
na André Ópticas
anéis POP CLOSET
meias HAPPY SOCKS
ténis NEW BALANCE
850 ALL TERRAIN
MÚSICO
TAY
Em que medida te sentes uma
pessoa da tua época?
Uso as mesmas ferramentas
e tenho gostos semelhantes a
muitos da minha idade. Ainda
assim, a geração de hoje em
dia passa muito tempo presa
nas redes sociais, nos jogos de
computador etc. Eu também,
mas ainda assim passo a
maior parte do meu tempo no
"mundo real" – a conviver com
amigos, a jogar basquete, a
dançar ou em estúdio com a
malta. Pelo que vejo, hoje em
dia, isto é cada vez mais raro.
O que de essencial tens para
dizer ao teu público?
A mensagem dos meus temas
varia bastante. Podem ser
temas de amor, ego trips, ou
até temas introspetivos. Mas
o que tento sempre ter em
comum em todos é passar uma
boa energia e que as pessoas
se relacionem com as músicas.
O público é exigente. Até onde vais
para alimentar as suas exigências?
Considero que tento introduzir
na minha música/show
características que não se
veem muito por cá. A exigência
que meto no meu trabalho é
com base no que vejo também
lá fora. Gostava de, com o
tempo, elevar muito a fasquia
por cá, tanto na música
como nas produções. Algo
que surpreenda o público!
Qual é a música da tua vida?
CAROLINA DESLANDES – Vida Toda
02
CANTORA / ACTRIZ
SORAIA
TAVARES
Em que medida te sentes uma
pessoa da tua época?
Confesso que sou um pouco
de tendências. Da forma de
vestir à comida, das tecnologias
às artes. Apesar de estarmos
numa época um pouco
individualista, também acho
que cada vez mais há uma
consciencialização de que só
temos um planeta e acho que,
isto sim, se está a tornar uma
óptima “tendência” nesta época.
↓
macacão RICARDO ANDREZ
top NEW BALANCE
blazer GONÇALO PEIXOTO
cinto TOMMY HILFIGER
brincos JOANA SANTOS
meias Hysteria for HAPPY SOCKS
ténis NEW BALANCE HIERRO V5
fotografia FREDERICO SANTOS
ass. fotografia RICARDO ARRIAGA
e CAROLINA PAULINO
styling SARA SOARES
ass. styling MIGUEL SILVA VEIGA
make-up BEATRIZ TEXUGO
estúdio Colorfoto
ilustração (p.05) LARO LAGOSTA
O que de essencial tens para
dizer ao teu público?
Sou uma pessoa que corre
sempre atrás das coisas que
quer e tento passar essa forma
de estar aos outros – que com
trabalho e dedicação podemos
conquistar o nosso lugar. Eu
vou contar esta história, porque
acho que pode inspirar alguém:
quando me candidatei ao casting
do musical CHICAGO, enviei o
meu vídeo a dançar e a cantar
e acabei por ser selecionada
para fazer um casting para o
ensemble. Durante o casting
de dança para o ensemble
dei o meu todo e, no final,
o encenador chamou-me à
parte e perguntou se eu queria
fazer uma audição para ser
uma das protagonistas. Hoje
sinto‐me bastante grata porque
fiquei com uma personagem
de relevo que inicialmente
não era pensada para mim.
O público é exigente. Até onde vais
para alimentar as suas exigências?
Considero-me bastante criativa
e exigente e sei que quando
mostro algo quero que seja
o melhor de mim. Isto num
espetáculo, nas redes sociais...
e até como pessoa – quero
sempre mostrar a minha melhor
versão. Não alimento a exigência
do público, mas sim a minha.
Qual é a música da tua vida?
Uma música da minha
adolescência – “Es Bida” da
LURA. Faz-me lembrar a minha
irmã mais velha e sempre que
me pedem para cantar uma
canção, acabo por cantar
esta. Mostra as minhas raízes
e relembra-me momentos
bons. Acho que pode ser uma
das músicas da minha vida.
03
←
André
calças OBEY na Pop Closet
tshirt KTZ na Pop Closet
ténis NEW BALANCE
850 ALL TERRAIN
Carlos
fato de treino NEW BALANCE
cachecol TOMMY HILFIGER
camisola de gola alta COS
óculos DRAGON FORCE
meias HAPPY SOCKS
ténis NEW BALANCE HIERRO V5
DJ'S
KARETUS
Em que medida te sentes uma
pessoa da tua época?
André Reis: Tudo o que estamos
a fazer sentimos que é no
tempo certo e na altura certa.
Existe sempre aquela ideia
de que o passado era melhor,
mas isso é apenas nostalgia.
Estamos a criar neste presente
as memórias no nosso futuro.
E vão ser os momentos de
agora que vão ser nostálgicos.
O que de essencial tens para
dizer ao teu público?
André Reis: Um obrigado sincero
porque tudo o que passa
deles para nós, e por este
feedback constante que nos
faz querer dar o nosso melhor.
Costumamos dizer: nós em
cima do palco e o pessoal lá em
baixo – e todos somos KARETUS.
O público é exigente. Até onde vais
para alimentar as suas exigências?
Carlos Silva: Nós somos
exigentes com o nosso público
e, como tal exigentes connosco.
O desafio é ter a capacidade
de nos surpreendermos a
nós mesmos, todos os dias,
tanto no estúdio como em
palco. Esperamos que as
pessoas entendam isso.
Qual é a música da tua vida?
Carlos Silva: Sem sombra de
dúvida é H A D DAWAY – What Is Love.
04
NEW
BALANCE
ALL TERRAIN
A NEW BALANCE introduziu o
primeiro modelo de trail em 1977,
o Trail 355. Desde então, tem
proporcionado diferentes modelos
pensados para as atividades ao ar
livre e trilhos. Hoje, os novos All
Terrain são híbridos e vivem entre
dois universos – o lifestyle e o trail,
unidos pelo detalhe da evolução
tecnológica e os materiais premium
dirigidos a um público mais exigente.
A coleção é composta por dois
modelos de sapatilhas: um modelo
de lifestyle, 850 All Terrain, e um
de trail, o conhecido Hierro v5.
HIERRO V5
– PERFORMANCE
O Hierro v5 é um modelo de trail
dedicado inteiramente à atividade
ao ar livre. Utiliza materiais que
oferecem maior durabilidade e
uma entre-sola preparada para
suportar quilómetros. A nova versão
do Hierro foi reforçada na parte
superior para melhor proteger de
elementos exteriores. Contém uma
sola Vibram® MegaGrip que garante
uma melhor tração e durabilidade
para os corredores de trilhos que
se preocupam com o desempenho
em corridas de longa distância.
850 ALL
TERRAIN
– LIFESTYLE
O 850 All Terrain da NEW BALANCE é
um modelo de lifestyle, robusto e
com influência nos trilhos. É uma
tendência incontornável dos últimos
tempos. Com uma sola grossa,
inspirada no modelo original 850, é
multicolorido e versátil. A aclamada
tecnologia Vibram®, integrada na
sola, foi pensada para a liberdade
de movimento, tornando este
modelo perfeito para o uso diário.
05
FKA TWIGS
FKA TWIGS
VINTAGE DELIGHT
VINTAGE DELIGHT
ROTEIRO VEGAN
ROTEIRO VEGAN
SORAIA TAVARES e TAY
fotografados por FREDERICO
SANTOS. Styling SARA SOARES.
(Soraia) hoodie Guess, top e saia
David Ferreira, colete Pepe
Jeans, colares Mango, anéis Pop
Closet, meias Hysteria for Happy
Socks, ténis New Balance.
(Tay) sweatshirt, colete, calças
e choker Alexandra Moura,
camisa Cos, ténis New Balance.
You Must
08 Tecla
10 Josh Sperling
12 Azuma Makoto
14 Tascas de Lisboa
16 Six n Five
18 Balcony
20 Oito Cds
22 Le Mans 66
23 Yves Saint Laurent
24 Ray Tracer
25 Savic + Kenzo vs Palladium
26 In and Outdoor + Severa
27 Beleza
30 Sneakers
PARQ: Revista de tendências
de distribuição gratuita.
Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2 o esq.
1000-251 Lisboa
Assinatura anual: 12 euros
Soundstation
32 FKA Twigs
34 Sudan Archives
Director: Francisco Vaz Fernandes (francisco@parqmag.com)
Editor: Conforto Moderno
Editor de Moda: Rúben de Sá Osório
Design: Valdemar Lamego (www.k-u-n-g.com)
Central Parq
36 Pensar a 5G
38 18—25 Research
40 A era do veganismo
42 Vintage
Periocidade: Bimestral
Depósito legal: 272758/08
Registo ERC: 125392
Edição: Conforto Moderno Uni, Lda.
NIF: 508 399 289
Propriedade: Conforto Moderno Uni, Lda.
Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2 o esq. 1000—251 Lisboa
Telef: 00351 218 473 379
Fashion ed.
44 Blocking
54 Xiaodi and Caviar
Parq Here
64 Ding Dong
65 Esqina Lodge
66 Cidade Saudade
Impressão: Eurodois. R. Santo António 30, 2725 Sintra
12.000 exemplares
Distribuição: Conforto Moderno Uni, Lda.
A reprodução de todo o material é expressamente
proibida sem a permissão da PARQ. Todos os direitos
reservados. Copyright © 2008 — 2020 PARQ.
Textos
Rui Miguel Abreu
António M. Barradas
Sara Madeira
Bárbara Pires
Sara Silva
Carla Carbone
Carlos Alberto Oliveira
Fotos
Diana de Nóbrega
Andy Dyo
Francisco Vaz Fernandes
Frederico Santos
Joana Teixeira
Frederico OM
João Levezinho
Pedro Leote
Liliana Pedro
Luís Sereno
Styling
Margarida Santos
Daniela Gil
Maria São Miguel
Marta Lobo
Miguel Rodrigues
Patrícia César Vicente
Patrícia César Vicente
Pedro Aparício
Rafael Vieira
Sara Soares
Roger Winstanley
www.parqmag.com
/parqmag
/parqmag
youtube
/parqmag
64
06
DEZEMBRO 2019
HABITAT SUSTENTÁVEL
TECLA
texto por Rafael Vieira
Qualquer exercício de imaginação
requer actualmente um esforço
extra de visionário. Se tudo o
possível já foi ensaiado na ficção,
há coisas ainda por materializar
e prototipar. Aguardem.
Os MC A (MARIO CUCINELLA
ARCHITECTS) e os WASP (WORLD’S
ADVANCED SAVING PROJECT),
respectivamente arquitectos
e pioneiros da impressão
tridimensional, lançaram-se
na impressão de um protótipo
de uma casa em Bolonha.
Impressa/construída no estaleiro
de obra com recurso a uma
impressora 3D, a Crane WASP,
serve-se inteiramente de materiais
reutilizados e de barro recolhido
localmente, na lógica da economia
circular e desperdício zero.
Tal como a Tecla de CALVINO,
uma urbe permanentemente em
construção, esta TECLA está em
processo de construção e estará
concluída no início de 2020.
www.3dwasp.com
www.mcarchitects.it
08
YOU MUST SEE
FREDPERRY.COM
FRED PERRY STORES:
NORTE SHOPPING, MATOSINHOS / PORTO
ARRÁBIDA SHOPPING, V. N. GAIA
RUA DO OURO, LISBOA
SHOP-IN-SHOP:
EL CORTE INGLÉS GAIA / PORTO
EL CORTE INGLÉS LISBOA
MARQUES & SOARES, PORTO
LISTEN TO BLACK / CHAMPAGNE / CHAMPAGNE
JOSH
SPERLING
texto por Francisco Vaz Fernandes
Não fosse a escala e as composições
de JOSH, de uma forma geral,
seriam esguichos pastosos saídos
diretamente de tubos de tinta
sobre uma folha branca. Essa
perceção, de facto, prende-se ao
próprio processo de trabalho. Para
o antigo designer gráfico, todos os
trabalhos são concebidos a partir
de uma idealização gráfica. Ou
seja, no momento da produção, o
artista retira-lhe a manufatura e o
improviso que estão muitas vezes
ligados ao gesto artístico. Apesar da
expressão industrial é um trabalho
que mergulha na própria história
da arte contemporânea. Dela
restam resquícios que triturados
e reequacionados dão uma
expressão pop ao seu trabalho. J O S H
SPERLING traz algumas questões
com que os artista minimalistas
sempre se debateram, como por
exemplo, o esbater das fronteiras
entre a pintura e a escultura ou
entre a imagem e o objeto. Nesse
sentido, FRANK STELLA é o artista
americano com quem encontramos
maiores referências. Contudo,
SPERLING dá a esse legado um
carácter lúdico, como se fosse
um desconstrutivista pop.
No essencial ele trabalha com
formas tridimensionais de uma cor,
que às vezes se interligam para
construir composições. Em certos
casos mais elaborados, parecem
peças de um puzzle que encaixam.
Cada peça contribui com uma cor
para uma composição de carácter
abstracionista. Outras vezes, pelo
contrário, as formas parecem
explodir pelo espaço criando ainda
assim uma composição de “rabiscos”
de cor. Cada elemento é, de facto,
trabalhado como se fosse uma tela
monocromática. No seu processo
de trabalho cria uma estrutura de
contraplacado que dá um tipo de
relevo convexo sobre o qual repousa
então uma tela que é esticada e
depois pintada de forma uniforme.
Em geral, Josh Sperling não afasta
a circunstância da sua obra parecer
lúdica, porque é assim que deseja
que seja a vida. A sua última
exposição, na galeria Perrotin em
Paris, é marcada pela capacidade
de explorar as características do
espaço expositivo, pondo mais uma
vez em evidência a ideia de uma
composição que nasce a partir
de uma exploração gráfica. Desta
vez, uma das salas é polvilhada
por essa simulação de esguichos
de cor preta enquanto a outra é
composta por várias composições
circulares sempre com duas cores.
www.galerieperrotin.com
10
YOU MUST SEE
BELEZA ENCAPSULADA
AZUMA
MAKOTO
texto por Rafael Vieira
www.azumamakoto.com
Há toda uma poética da
contemplação que sobressai
dos gestos artísticos de A Z U M A
MAKOTO, um escultor-artista floral
e botânico japonês que molda
(talha/conforma) plantas e flores
a seu gosto para obter objectos
escultóricos da pequena à grande
escala, de paludários a instalações
botânicas de dimensão pública.
É o pretender fixar a beleza e a
essência do instante e é também
o aceitar da lenta decomposição
dos organismos, elementos que
encontrarão tradução possível
nos conceitos nipónicos de wabi
sabi (sublinhando, sem aprofundar)
e do prazer na observação da
floração transitória das cerejeiras
e ameixeiras, o concorrido hanami
(ou umemi). Praticante da longa
tradição de arranjos florais do
Japão, ikebana, AZUMA MAKOTO
acrescentou no seu trabalho algo
que diz ser marcadamente diferente
do tradicional japonês: o fazer com
que as flores pareçam mais vivas
do que realmente são (um aparente
paradoxo) e também o incorporar
(e aceitar) a natural decomposição/
devolução à terra das plantas e
flores que são a sua matéria-prima.
A par do trabalho artístico, A Z U M A
MAKOTO desenvolve arranjos florais a
partir da sua loja Jardins des Fleurs,
em Tóquio, descrita por si como uma
loja de haute couture de arranjos
florais e que também é escola.
12
YOU MUST SEE
LIVRO
TASCAS
DE LISBOA
texto por Bárbara Pires
O FRAME COLETIVO junta‐se à STET
para lançar o livro “[TASCAS] - Pelas
tascas de Lisboa” e acreditamos
que algumas das imagens vão
deixá-lo com água na boca.
Esqueça o glamour, as decorações
modernas ou os termos complexos
da alta cozinha. Em Lisboa,
sabemos que também não
dispensamos uma boa e tradicional
tasca. É então que chega o livro
de fotografias que precisávamos.
Com o objetivo de homenagear
as tascas lisboetas, o projeto da
FRAME COLETIVO juntamente com
30 autores reúne fotografias,
textos e ensaios gráficos que
capturam a essência destes locais
cheios de história. É através da
lente de NUNO ANDRADE, CATA R I N A
BOTELHO, AUGUSTO BRÁZIO e de
muitos outros fotógrafos que cada
detalhe ganha vida. Apresentado
a 29 de novembro, o livro “Pelas
tascas de Lisboa” reflete não só à
base da imagem mas também
os testemunhos de quem ainda
mantém a vida de taberna bem
presente nas ruas de Lisboa.
←
☺ NUNO ANDRADE
na Tasca do Zé Pinto
→
☺ PAULO CATRICA
na Tasca Castiça
14
YOU MUST SEE
SU (REAL)
SIX
N FIVE
texto por Francisco Vaz Fernandes
O design 3D permitiu-nos criar
imagens que de outra forma
seriam completamente impossíveis,
levando a que os nossos limites
sejam constantemente postos
à prova. O atelier SIX N FIVE de
Barcelona tem sido a prova disso,
oferecendo-nos em cada trabalho
uma visão espacial das possíveis
atmosferas que vão povoar o nosso
futuro. As suas composições,
por mais fantásticas e futuristas
que possam ser, têm sempre um
carácter realista. Facilmente as
aceitamos como verdadeiras —como
se pudessem pertencer ao nosso
quotidiano, mesmo que no futuro.
Contudo, por detrás desse realismo
há um labor técnico árduo que, leva
horas e dias a completar. Dizem que
na verdade grande parte do seu
trabalho é adicionar imperfeições,
poeiras e detalhes que possam
dar uma sensação mais realista.
Especializados em imagem de
produto, os SIX N FIVE têm uma
predileção por nos envolver em
espaços arquitetónicos elegantes
e singulares que nos remetem,
algumas vezes, para os quadros
de RENÉ MAGRITTE. Na verdade, as
relações entre a arte e o design
têm sido a via que procuram seguir,
com o objetivo de alcançar uma
maior carga poética e emocional
em cada trabalho realizado. Fazer
esboçar um sorriso, uma repulsa
←
Hugo in the Garden
↓
Space 10, Exploring Spaces of Tomorrow
16
YOU MUST SEE
ou um prazer não é uma tarefa
evidente, mas é sempre um
objetivo. Já sem terem muito que
provar, criaram a primeira linha de
mobiliário —um passo tridimensional
quase óbvio no seu percurso—
depois de tantos anos a imaginar
o espaço a que pertenceriam os
objetos dos seus clientes. A linha
Holo Scandinavian, composta por
cadeiras, mesas e sofás é uma
homenagem ao design escandinavo
que ganha nas mãos dos SIX N FIVE
formas exageradas e inesperadas.
↑
Halo Scandinavian
O SIX N FIVE studio foi fundado em
Buenos Aires por EZEQUIEL PINI
e ANDRÉS REISINGER, mas dado
o seu rápido sucesso mudou‐se
rapidamente para Barcelona. Hoje,
todas as grandes marcas querem
desenvolver trabalhos com eles,
mas estão conscientes de que
estar na crista da onda não é
para sempre, e em geral leva a um
esgotamento de soluções, como
aconteceu a muitos. Por isso,
deram-se ao luxo de instituir um
período Lab no seu estúdio, onde
apenas desenvolvem projetos
pessoais que são pensados com
mais tempo para atingir uma maior
maturidade. Acreditam que são
essas experiências que podem
alimentar a ânsia de novidade
dos clientes e garantir um futuro
ao estúdio, num panorama
de grande concorrência.
→
Hugo in the Garden
↓
Space 10, Exploring Spaces of Tomorrow
↑
Atelier Aveus
17
YOU MUST SEE
IRREVERÊNCIA E TRANSGRESSÃO ARTÍSTICA
BALCONY
texto por Miguel Rodrigues
fotos por Bruno Lopes
(Cortesia da Galeria Balcony)
Além da oferta gastronómica,
barbearias modernas e comércio
de bairro —conhecido pela simpatia
dos comerciantes—, a freguesia
de Alvalade abre cada vez mais
espaço para a instalação de um novo
habitat artístico. Os colecionadores
de arte escolhem esta localização
para as suas galerias devido ao
crescimento e rejuvenescimento
do bairro, como é o caso da Uma
Lulik Contemporary Art Gallery,
a Artworks e, recentemente, a
Balcony Contemporary Art Gallery.
A Balcony, fundada por três amigos
—LUÍS NEIVA, PAULO CAETANO e P E D R O
MAGALHÃES—, foi inaugurada há dois
anos, em setembro de 2017. Falámos
com um dos fundadores da Balcony,
PEDRO MAGALHÃES, que sublinhou
que a localização da galeria “só
podia ser aqui”, justificando que
nasceu e cresceu em Alvalade.
Esta galeria localizada na Rua
Coronel Bento Roma, numa antiga
loja do Edifício América, acolheu 19
exposições nos primeiros dois anos.
A Balcony encontra–se distribuída
por dois pisos, possibilitando o
encontro de vários circuitos e
espaços expositivos. Por ano,
fazem 6 exposições na galeria e
2 em espaços alternativos. “Se
contarmos com as feiras de arte,
teremos que acrescentar mais
4”, adiciona PEDRO MAGALHÃES.
O leque de artistas é bastante
diversificado, tanto em termos de
nacionalidade como de criação
e oferta artística. Alguns dos
nomes que a Balcony representa
são TIAGO ALEXANDRE, BINELDE
HYRCAN, DEALMEIDA ESILV,
HORÁCIO FRUTUOSO, FERNÃO CRUZ
e M AYA SA R AVIA, entre outros.
Cabra Cega
Exposição colectiva
curadoria por TIAGO ALEXANDRE
Galeria Balcony
Rua Coronel Bento Roma 12 A
Lisboa
Ter. → Sáb.
14:00 → 19:30
Artistas presentes na exposição
→ → →
Ana Vidigal, Binelde Hyrcan, Dealmeida Esilva, Fernão Cruz, Horácio
Frutuoso, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Nikolai Nekh,
Nuno Nunes–Ferreira, Sara Mealha, Tiago Alexandre, Vera Mota.
18
YOU MUST SEE
“Cabra Cega” foi o nome da última
exposição coletiva, que teve
a curadoria do artista T I AG O
ALEXANDRE, e decorreu entre
setembro e novembro deste ano.
A partir de 14 de dezembro, Balcony
receberá uma nova exposição
coletiva com a curadoria do
italiano DOMENICO DECHIRICO.
No futuro, a Balcony pretende
continuar a afirmar–se no panorama
nacional da arte contemporânea,
assim como continuar a construir
ligações internacionais, lançando os
jovens artistas que representam.
“Ir cada vez mais para fora” é um
dos principais objetivos sublinhados
por PEDRO MAGALHÃES.
Como surgiu a Balcony?
Qual é a vossa missão?
PM: Surgiu do interesse de 3 amigos
(PAULO, LUÍS e PEDRO), que em
simultâneo, também eram colecionadores
ou “amontoadores”
de arte contemporânea, que se
cruzaram com diversos artistas
emergentes portugueses. A nossa
missão é promover e representar,
nacional e internacionalmente,
artistas emergentes nacionais
e estrangeiros.
O PEDRO, assim como os restantes
proprietários da Balcony, têm um
passado ligado à criação de marcas
e gestão de empresas. De que
forma é que esse conhecimento
é aplicado na vossa galeria?
PM: Não consigo dar exemplos
concretos, mas o facto de dois de
nós estarmos ligados no passado
à construção de marcas e à publicidade,
ajuda nas boas práticas
de comunicação. Uma galeria de
arte contemporânea também é
um produto e um serviço.
Qual é o lugar da Balcony
dentro do panorama cultural
nacional? O que a distingue?
PM: Ser uma galeria de referência
no panorama da arte contemporânea,
é o que nos move diariamente.
É para isso que trabalhamos.
O que nos distingue, neste
momento, é termos a convicção
de que representamos uma geração
de artistas de enorme relevância.
Um orgulho e uma honra
para nós, mas acima de tudo uma
responsabilidade enorme.
Como vê o atual mercado de arte
contemporânea portuguesa?
PM: Vejo com esperança, mas
também com a preocupação de
que apenas os privados estão
a fazer o papel de promoção da
arte contemporânea portuguesa.
Tem que haver uma política de
incentivos do estado, e o estado
tem que perceber que a arte contemporânea
é um bem exportável
que pode trazer muitos benefícios
ao país.
Como define o público
da vossa galeria?
PM: É um publico jovem com mistura
de um público mais informado
(instituições, colecionadores,
curadores e artistas), com um
novo público que se quer junto da
Arte contemporânea.
Quais são os principais desafios
que têm encontrado?
PM: Criar uma nova geração de
colecionadores. Esse é o nosso
principal desafio em Portugal.
Internacionalmente, é o estabelecer
de laços com Instituições,
curadores e colecionadores. Um
desafio diário.
19
YOU MUST SEE
OITO
DISCOS
texto por Carlos Alberto Oliveira
O ano 2020 aproxima-se a largos
passos. Com o foco na música
nova que se avizinha, deixamos oito
sugestões do que este ano nos trará.
A artista britânica GEORGIA, que
já foi jogadora de futebol, tem um
novo disco Seeking Thrills, que será
lançado a 10 de janeiro pela Domino
Record Co. O mais recente single
"Never Let You Go" contagia graças à
sua singularidade Pop dançante,
com elevado teor adocicado.
As manas COCOROSIE estão de volta
com o seu universo surpreendente
e surreal. "Smash My Head" é a mais
recente canção, um cruzamento
perfeito entre o bizarro e o belo. O
disco Put The Shine On será lançado a
6 de março pela Marathon Artists.
Os POLIÇA, banda de Minneapolis
com um som synthpop, lança o seu
quarto álbum When We Stay Alive a 31
de janeiro pela Memphis Industries.
O single de avanço "Driving"
coloca a banda em ambientes
mais melódicos que o habitual.
O muito aguardado novo álbum
de LA ROUX, Supervision, chega a
7 de fevereiro. Após cinco anos
sem novidades, o mais recente
single “International Woman of
Leisure”, cativante e viciante,
inscreve a artista novamente
na cultura Pop dançante.
A banda eletrónica dinamarquesa
TAN lançou recentemente o single
"Pharmacy". Com edição de singles
a conta gotas, a banda tem vindo a
gerar uma extraordinária expetativa.
Durante o ano de 2017 foram
lançados “Panorama”, “Barbara” e “It
Will Never Be The Same”. Os ambientes
criados mesclam uma incrível batida
eletrónica com elementos retro
magistrais. O álbum de estreia
está previsto para a Primavera.
Chega finalmente este ano o novo
disco de originais dos TRÊS TRISTES
TIGRES. A banda já mostrou música
nova, “Galanteio”, um tema que
atualiza o espírito e linguagem
própria do grupo e antecipa o
novo longa duração, com data
prevista de saída para o primeiro
trimestre deste novo ano que
está mesmo, mesmo a chegar.
O quarto disco de originais dos TA M E
IMPALA, The Slow Rush chega a 14
de fevereiro. Os singles “Borderline”
e "It Might Be Time" fazem justiça ao
reportório da banda australiana.
Seguramente um dos álbuns do ano.
“Runner" foi a primeira canção a ser
apresentada pelos TENNIS, banda do
Colorado, retirada do quinto disco de
originais Swimmer, que será editado a
14 de fevereiro. O single mostra‐os
elegantes, frescos e românticos,
como tem vindo a ser hábito.
20
YOU MUST LISTEN
O CARRO PERFEITO
LE MANS
66
texto por João Paulo Levezinho
Nos anos 60 a marca norte
americana FORD, resolve participar
nas corridas de automóveis
de resistência, para acabar de
vez com o domínio da italiana
FERRARI, e assim assumir‐se
como a marca automóvel de
referência dos tempos modernos,
querendo ganhar o prestígio e o
glamour daquela década. JA M E S
MANGOLD pega na lenda em torno
do FORD GT4 0, e constrói um
filme a partir desse desafio, que
resulta numa peculiar espécie de
“cowboyada” de motores e rodas.
No fundo deste enredo temos M AT T
DAMON no papel do lendário CA R R O L L
SHELBY, um ex vencedor de Le
Mans incumbido de desenhar para
a FORD um carro vencedor capaz
de derrotar os “diabos vermelhos
transalpinos”, no velho continente.
Para isso vai contar com o cada
vez mais genial CHRISTIAN BALE no
papel de KEN MILES, o piloto “bife”
que tenta ganhar Le Mans apesar de
todos os obstáculos a que é sujeito
por parte dos executivos da FORD.
O filme tem sido elogiado pela
fidelidade na ação desenfreada
que se desenvolve em pista,
nomeadamente nas sequências
principais recriadas em território
francês. Evidentemente este filme
dá uma versão americana dos
factos contando com a ajuda de
dois grandes atores que conseguem
agigantar esse momento de glória
em que pela primeira vez a indústria
automóvel americana desafiou a
lógica e a tecnologia concebendo
um modelo verdadeiramente rápido
e eficaz capaz de assombrar
o domínio da FERRARI.
22
YOU MUST SEE
O DOCUMENTÁRIO PROÍBIDO
YVES SAINT
LAURENT
texto por Bárbara Pires
Podemos dizer que as boas coisas
levam o seu tempo e, com certeza,
que é o caso do novo documentário
realizado por OLIVIER MEYROU sobre
um dos génios da alta-costura
francesa, YVES SAINT LAURENT.
Marcado desde o seu início por uma
polémica, a produção procurava
registar o seu dia a dia profissional
no momento em que fechava a sua
última coleção. Não encontramos
propriamente um depoimento
pessoal sobre o seu legado mas
um olhar vago e criterioso que
passa por cada peça proposta
para o derradeiro desfile. Nesse
aspeto a câmara de OLIVIER MEYROU
é essencialmente voyeurista,
vagueando atrás do costureiro
sem raramente obter um retrato
frontal. No essencial o espetador é
convidado a espreitar. Perante um
YVES que procura sair do foco, a vida
do atelier torna-se a personagem
principal, e é aí que encontramos
PIERRE BERGÉ, sempre na sombra
sem disputar o protagonismo. Não
dá para abordar a vida de Y V E S S A I N T
LAURENT sem mencionar aquele que
foi o seu companheiro e sócio. É
graças a PIERRE BERGÉ que O L I V I E R
MEYROU foi convidado a acompanhar
a realidade intensa e frenética do
ateliê. No entanto, o documentário
não pôde chegar às salas de cinema,
demorando assim 20 anos para o
conseguir, pois PIERRE e o seu dedo
controlador impediram a aprovação
de algumas imagens retratadas.
Não há data de estreia para os
cinemas portugueses mas Yves Saint
Laurent: The Last Collections promete
fazer suspirar muitos amantes
da moda em todo o mundo.
23
YOU MUST SEE
FILA
RAY
TRACER
texto por Maria São Miguel
Os novos Ray Tracer da FILA são o
must-have deste Outono-Inverno
e uma das estrelas da coleção.
Com um design inspirado nos
arquivos da marca, este modelo
de look desportivo apresenta
conjugações de cores tendência
que vão marcar a diferença neste
Inverno. Decididamente um modelo
com um toque vintage, dirigido a
homem e mulher que nos faz reviver
o otimismo do 80's, cheio de cor e
exibicionista. É uma época marcada
pelas produções dos irmãos FILA que
procuravam trazer um determinado
luxo de gosto italiano, assim como
a sua rica tradição têxtil a um
patamar mais desportivo, mas
que depressa saltou para a rua ,
alimentando o nascente streetwear.
BJÖRN BORG, JOHN MCENROE,
BORIS BECKER e MONICA SELES
celebraram as suas maiores vitórias
de FILA nessa época e provocaram
uma “verdadeira filamania”.
24
YOU MUST BUY
ELECTRIC MOTORCYCLE
SAVIC
texto por Maria São Miguel
Um dos aspetos positivos da
entrada das duas rodas no mundo
das motorizações elétricas foi
a possibilidade de fabricantes
mais pequenos, alguns deles bem
recentes, terem ganho rapidamente
a notoriedade e passarem a ser
conhecidos a nível global. A marca
australiana SAVIC que lançou este
ano três modelos é um desses
casos. Argumentos técnicos e
estéticos, não lhe faltam daí o seu
sucesso imediato. Com baterias que
já aguentam 200 km de autonomia,
os três modelos partilham um design
de estilo café racer com um depósito
em alumínio polido ou o assento
castanho monoposto coberto a pele.
Outro fator interessante é o preço.
COLABORAÇÃO EXCLUSIVA
KENZO
VS PALLADIUM
texto por Bárbara Pires
A KENZO acaba de lançar uma
nova parceria e, desta vez, com
a PALLADIUM. As duas marcas
francesas juntam-se para criar
uma novíssima coleção de calçado
e fundir os seus clássicos num só.
Com as botas para o ar livre da
PALLADIUM e a visão sofisticada
da KENZO surge um resultado
tentador. São duas as versões dos
modelos técnicos com gáspeas
em nylon colorido e apresentam
várias cores, com o logótipo
vintage na lateral. Uma aposta para
quem se assume um verdadeiro
explorador e aventureiro.
25
YOU MUST BUY
IN AND
OUTDOOR
texto por Maria São Miguel
Com uma grande variedade de
inovações tecnológicas e de design
para a prática de exercício físico
nesta estação, a MERRELL foca-se
cada vez mais em novos materiais
sustentáveis, sem nunca perder de
vista a otimização da performance,
proteção e conforto, para que
possa fazer exercício dentro e fora
de portas com todo o bem-estar.
↑
MERRELL BARE ACCESS XTR
↓
MERRELL BARE ACCESS XTR SWEEPER
↓
MERRELL MOVE GLOVE
Os novos Bare Access XTR fazem a
sua estreia neste Outono-Inverno
com um desnível de zero graus na
sola, espuma de absorção de choque
e uma sola Vibram® para maior
conexão com o solo. O destaque
vai também para os Bare Access
XTR Sweeper, o primeiro modelo de
velocidade sustentável da MERRELL,
construído em materiais reciclados
e com todas as características
técnicas dos Bare Access XTR.
Outra novidade nesta estação
são os ténis masculinos Move
Glove, que fazem parte duma linha
minimalista com uma sola de
geometria única e tecnologia com
espuma responsiva ao choque que
aumenta a capacidade de reação do
corpo. Seja na versão em camurça
ou na versão em rede, os Move
Glove são uma ótima aposta tanto
para treinos outdoor como indoor.
CERVEJA
JAMESON
VS MUSA
texto por Maria São Miguel
De um casório espera-se sempre
um fruto. Nem mais! Depois da
improvável ligação entre a irlandesa
JAMESON e a bem lisboeta cerveja
artesanal MUSA, que durante 7
meses estiveram literalmente
a dar-nos música, nasce um
rebento, a SEVERA. Trata-se de uma
cerveja preta apresentada pelos
progenitores como não sendo meiga
nem doce, num corpo de caramelo,
olhos amendoados com notas de
madeira e biscoito picante. É uma
cerveja com edição limitada que
passou por um estágio de 7 meses
em barris do whisky JAMESON,
tornando-se o culminar da parceria
desenvolvida entre a JAMESON e a
cerveja MUSA. Durante o processo de
elaboração da SEVERA esta parceria
não esteve parada e implantou
um programa de aquecimento
desenvolvido entre Lisboa e
Porto que reuniu em concertos
intimistas, músicos que à partida
seriam pouco evidentes. Foram 8
edições ao longo de 7 meses, com
combinações como CARLÃO x TÓ
TRIPS ou RUI REININHO x DUQUESA.
26
YOU MUST BUY
HUGO BOSS
ABSOLUTE
texto por Liliana Pedro
PACO RAVANNE
LADY
MILLION EMPIRE
texto por Liliana Pedro
DIOR
HOLIDAY
2019—2020
texto por Liliana Pedro
Está a chegar a temporada
do glamour, e a HUGO BOSS já
entrou no espírito com duas
novas fragrâncias: BOSS Bottled
Absolute e BOSS The Scent Absolute.
As novas propostas da HUGO BOSS
oferecem uma opção para cada
homem. Para a masculinidade
contemporânea, BOSS Bottled Absolute,
que reflete confiança e carisma,
enquanto BOSS The Scent Absolute
potencia o magnetismo e a sedução.
Neste inverno, a PACO RABANNE
lança no mercado uma nova
fragrância feminina cheia de
personalidade, o Lady Million Empire.
Este perfume tem duas faces: uma
lado floral que contém magnólia,
osmanthus e flor de laranjeira e,
por outro lado, uma parte mais
viciante que dá voluptuosidade
através de notas de patchouli e
conhaque. A embalagem é um dos
grandes pontos fortes do Lady
Million Empire. Criada pelo designer
NOÉ DUCHAUFOUR-LAWRANCE —e
seguindo os passos de sua mãe, Lady
Million—, a embalagem é na forma
de um diamante rosa. Além disso,
os detalhes em cor dourada dão
um toque exclusivo e glamouroso.
A campanha do Lady Million Empire
é protagonizada por vários rostos,
entre eles JOEY BADA$$, SIMONA
KUST e DREE HEMINGWAY —que
volta a ser uma das caras da
Million Empire nove anos depois.
A quadra festiva aproxima‐se
a passos largos. E a DIOR já
entrou espírito festivo com o
lançamento da coleção Dior
Holiday 2019 Collection – Happy 2020.
Cores vibrantes, como o rosa e o
verde estão presentes nas sombras.
Já os batons, o clássico vermelho,
divide o protagonismo com os
tons nude. Os vernizes também
se juntam a esta coleção em rosa,
vermelho, castanho e brilhantes.
A Dior Holiday 2019 Collection –
Happy 2020 foi criada por P E T E R
PHILLIPS e tem inspiração na
magia do fogo de artifício.
SISLEY
PHYTO-OMBRES
texto por Liliana Pedro
Neste inverno, todos os olhos
estão postos nas novas sombras
da SISLEY. Com uma alta
concentração de pigmentos e
nácares, estas sombras prometem
dar profundidade e brilho ao olhar.
Estão disponíveis em 20 cores, desde
o azul cromático ao castanho claro,
e com vários acabamentos: matte,
cetim, metálico, luminoso e glitter.
27
YOU MUST BUY
PACOLLECTION
THE MILLION
NATION
texto por Liliana Pedro
PACO RABANNE lança Pacollection, uma
coleção de seis novas fragrâncias
para cada estado de espírito.
Reconhecidos como gender‐fluid têm
a missão de desafiar as barreiras de
género representando um humor,
uma identidade ou personalidade
distintos. Foram criados para
colecionar e, dependendo do mood
do momento, dar o toque final
perfeito a qualquer look. Mais do que
uma coleção de fragrâncias, J U L I E N
DOSSENA, diretor criativo, procurou
capturar a essência de vários traços
de caráter claramente definidos. Ou
seja, a linha Pacollection é composta
por seis perfumes que vão do mais
sensual ao mais extrovertido. Cada
mood proposto foi capturado num
perfume desenvolvido por um grande
nome do universo das fragrâncias.
Pacollection inclui: "Genius Me", criado
por DOMINIQUE ROPION, com notas
de alecrim, casca de laranja, musgo
de árvore e cristalfizz; "Erotic Me",
criado por QUENTIN BISCH, tem notas
leitosas e coriáceas, combinadas
com osmanthus e incenso; "Fabulous
Me", de ALIENOR MASSENET, contém
notas de abóbora, ruibarbo,
baunilha e sândalo; "Crazy Me”,
desenvolvida por ALIENOR MASSENET,
com notas de mimosa, wasabi,
groselha preta e sândalo; "Dangerous
Me”, de MARIE SALAMAGNE, que
tem foco em baunilha, gengibre,
cedro e âmbar cinza; e "Strong
Me”, criada por FABRICE PELLERIN
e composta por notas de davana,
rum, baunilha e madeira de âmbar.
Cada fragrância possui uma
embalagem patenteada macia
e flexível que remete à lendária
malha metálica que marcou
uma era e é ainda a imagem
de moda de PACO RABANNE.
Genius Me
é @bbambounou, músico,
representa a volúpia erudita
e é uma fragrância suave e
reconfortante criada a partir de
notas de alecrim, casca de laranja,
musgo de árvore e Cristalfizz.
Erotic Me
é @evanmock, skater, representa
a sensualidade exacerbada, junta o
leite e o couro no mesmo frasco.
Fabulous Me
é @kelela, cantora, e representa
uma floresta extraterrestre
com uma fragrância que
contém notas de abóbora,
ruibarbo, baunilha e sândalo.
28
YOU MUST BUY
Tal como anunciado, esta é uma
coleção inovadora e indestrutível.
“A embalagem da Pacollection, que
é inquebrável, é verdadeiramente
inovadora, porque eu quis que ela
fosse macia, que tivesse aquele
design duro e ao mesmo tempo
mantivesse aquele conforto e uma
sensação relaxada. Pensei naquelas
almofadas prateadas de A N DY
WARHOL, mas também em trabalhos
de JEFF KOONS. É como uma espécie
de metal, o que é muito PAC O
RABANNE. Pode ser como um objeto
pop, e ao mesmo tempo podemos
colocar na casa de banho como uma
peça de arte”, afirma JULIEN DOSSEN.
A campanha Pacollection, pensada
essencialmente para as redes
sociais, foi realizada por S H E I L A
JOHANSSON, e envolve um grupo
de seis pessoas nos edifícios
Ricardo Bofill Walden 7 e La
Fabrica, em Barcelona. A Pacollection
é uma coleção que espelha os
cinquenta anos da PACO RABANNE
no mundo dos perfumes.
Esta coleção está apenas disponível
no El Corte Inglés de Lisboa.
Crazy Me
é @iamhyunjishin, manequim, e
o seu perfume é uma explosão
de cores que exalam uma uma
mistura de mimosa com wasabi.
Dangerous Me
é @dreelouisehemingway,
atriz, representa uma tatuagem
esotérica e a sua essência
é composta por baunilha,
gengibre, ambergris e cedro.
Strong Me
é @altonmason, bailarino, e o seu
perfume é um licor hipnótico com
um toque de rum e baunilha.
29
YOU MUST BUY
↓ DIADORA
↓ NEW BALANCE HIERRO V5
↓ PUMA STORM STREET
↓ VESPA
↓ EXCEED RAPTOR
↓ MERRELL ASCENT VALLEY
↓ VANS x VIVIENNE WESTWOOD
↓ LE COQ SPORTIF
↓ AMBITIOUS
↓ BUFFALO
↓ BUFFALO
↓ DIADORA
30
↓ PALLADIUM x JAZZELLE
↓ MERRELL ONTARIO 85 MID
↓ LE COQ SPORTIF
↓ FILA DISRUPTOR M LOW
↓ PUMA x SOPHIA WEBSTER
↓ NEW BALANCE
↓ FILA
↓ DR MARTENS
↓ CONVERSE x A$AP
↓ EXCEED FIGHTER
↓ FRED PERRY
↓ CONVERSE x GOLF LE FLEUR
31
FKA TWIGS
O NOVO TESTAMENTO
32
SOUNDSTATION
O regresso de FKA TWIGS aos discos com MAGDALENE eleva
a artista à estratosfera. Os domínios multimédia das suas
canções a que nos habituou continuam, mas desta vez
a voz assume o verdadeiro eixo da sua existência. Como
se a sua voz interior ganhasse corpo e assumisse o controlo
do corpo. Após quatro anos, FKA TWIGS revela uma
mulher quebrada pela sua separação com o ator ROBERT
PAT TINSON e com os seus problemas de saúde. Mas revela
ao mesmo tempo, que ao invés de debilitada regressa luminosa
e poderosa.
O recurso a inúmeras formas que a tecnologia oferece e as
diferentes expressões de arte são exponenciadas com uma
abordagem muito mais intíma, sobretudo na composição
escrita das canções. O feminino da sua existência é explorado
até à medula. MAGDALENE não sendo uma ode à figura
cristã propriamente dita, toma-a como referência contrapondo-a
com a complexidade humana que a artista viveu.
A expressão artística encontra pontos em comum com a
islandesa BJÖRK, na sua exposição, através da expressividade
visual, mas também pelo recurso ao seu universo interior
como matéria prima para os seus discos. As emoções
estão à flor da pele. As feridas ainda estão abertas.
A sua voz purga a sua dor mais intíma.
Os arranjos musicais deambulam entre o orgânico e o sintético
das matrizes eletrónicas. O recurso ao piano, às flautas
e aos coros, juntamente com o exercício vocal mais musculado,
fazem das suas canções um processo de expiação e
ao mesmo tempo cria um forte elo com os ouvintes, como
tão bem o fazem os temas “Home with you” e “Fallen Alien”.
A abertura do disco “Thousand eyes” introduz a poderosa versatilidade
da sua voz, que cativa e que nos prende de alma
e coração, como um abraço apertado peito a peito, o qual
não se quer largar. “Mirrored Heart” vai mais longe, como se
fosse possível, e a simbiose perfeita entre o ouvinte e a
artista é finalmente completada.
A emotividade é dissecada até à sua pura essência em
“Daybed” e “Cellophone”, o single de apresentação do disco,
criando a ilusão de que não existe nada mais no universo
do que as suas palavras. A busca pela compreensão do seu
desamor torna-se na nossa busca, na nossa partilha. Urge
a vontade de ouvir e compreender o que a artista canta.
Urge a necessidade de mergulhar nas suas emoções.
A melancolia e a tristeza de “Sad Day” chega a ser enternecedor.
O tempo e o espaço são ditados pela história que
nos conta. Sem aviso prévio, estamos dentro dela, somos
inseparáveis dela. Será que a estamos a vivê-la ou a revivê-la?
É tão estranho que chega a ser assustador a nossa
identificação com aquelas palavras. As suas palavras ou
as nossas palavras?
A escolha da figura de Maria Madalena surge, como a artista
comentou numa entrevista, por se tratar de uma mulher
dotada de uma extraordinária complexidade. Questionou‐se
porque seria ela conhecida apenas pela sua profissão de
prostituta se possuía habilidades de curadeira? O mote serve
também para a artista questionar a sua própria sexualidade
e mediatismo enquanto artista. Qual Maria Madalena,
sentira-se absorvida pelo estrelato do namorado, ofuscada
e vitima de cyberbullying pelos fans de PAT TINSON. O sentido
da sua existência e o resgate da sua essência vemos
tão bem retratado, evidentemente, em “Mary Magdalene”.
O seu segundo disco marca uma evolução extraordinária
enquanto artista. A artista avant-garde arquiteta verdadeiras
pérolas musicais como NICOLAS JAAR, ARCA e SKRILLEX.
No sentido em que cruza os elementos analógicos com os
tecnológicos. A narrativa que atravessa o disco conta histórias
vindas de si ou de emoções comuns a toda a gente.
No entanto, perspetiva a importância do papel da mulher,
sobretudo extraindo a misoginia das relações e atribuindo
ao feminino o seu verdadeiro poder, celebrando a sua singularidade
e beleza interior.
texto por Carlos Alberto Oliveira
SOUNDSTATION
SUDAN ARCHIVES
UM NOVO CORPO NEGRO
34
SOUNDSTATION
SUDAN ARCHIVES é BRITNEY DENISE PARKS, vocalista, violinista,
produtora que há um par de anos acusou nos radares
mais sensíveis graças a algumas indicações soltas dadas
através da conceituada Stones Throw de PEANUT BUTTER
WOLF. Agora é nessa mesma editora que se estreia com
Athena, belíssimo disco entre a folk, a soul e o hip hop que a
anuncia como um sério valor a ter em conta para o futuro.
Diz-se que não devemos julgar um livro pela capa, mas será
difícil ignorar a capa do teu disco [Athena]: o corpo negro
enquanto beleza clássica; é algo muito poderoso. Qual é a
ideia subjacente?
SA: É como dizes: o que é beleza clássica?
No meu mundo, parece ser algo
muito específico, está projectado para
uma beleza branca, como o que surge
em revistas e programas televisivos. A
diversidade parece ser pobre em formas
de beleza. Algo que abordo no Athena
é o colorismo, ser uma mulher negra
de pele escura, por experiência. Já me
disseram coisas estranhíssimas: “Meu
Deus, és tão bonita para uma mulher
negra!” ou “és mesmo gira para uma rapariga
de pele escura!” Isso é de doidos.
A tua editora descreve-te como uma violinista, uma cantora,
compositora e produtora —o que quero saber é se divides
esses papéis de acordo com uma hierarquia específica
ou se, sendo tudo parte da mesma persona artística,
não dás mais importância a um do que o outro.
SA: Quero dizer que me vejo como violinista
em primeiro lugar, mas também
como desenhadora de paisagens sonoras.
Ainda não sou mestre, mas aquilo
em que sou é a saber exactamente
o que quero. Antigamente, nunca sabia
o que queria para a minha música.
Agora, sei precisamente como quero
a minha produção, que instrumentos
desejo. Usei o violino como base desse
mundo: sinto que construo mundos
através de sons.
É uma boa imagem. O violino é um instrumento que está
ligado à experiência negra na América, mas não necessariamente
nos últimos tempos. O que te fez pegar nesse
instrumento?
SA: Foi quando eu era muito nova, a
ver pessoas tocar fiddle music [música
de violino]. A minha mãe disse-me
que, com oito anos de idade, quando
vi pessoas a tocar fiddle music e música
irlandesa de jig [jig music], e quando
vi isso, implorei-lhe por um violino. Foi
assim que tudo começou. Tocava muito
na igreja e isso deu-me confiança,
porque aprendi a tocar só de ouvir. Isso
fez-me criar as minhas próprias melodias
e canções.
Conseguiste colaborar com a WILMA ARCHER e o PAUL WHITE.
Como chegaste até estes dois produtores?
SA: Tinha a mente muito aberta. Quando
as pessoas chegavam de Londres, estava
simplesmente aberta para as conhecer.
O ARCHER e o WHITE são multi-instrumentistas:
tocam bateria, guitarra,
tudo. Poder colaborar com pessoas assim
é muito fixe, ambos têm uma musicalidade
robusta e uma abordagem
electrónica experimental. Fazer música
não exige esforço, percebes?
A tua ligação à Stones Throw foi algo surpreendente. Como
conheceste o PEANUT BUTTER WOLF? Achas que te enquadras
no plantel?
SA: Conheci-o através do M AT T H E W
DAVID, que é A&R. Tornou-se conhecido
com um projecto de beatmaking. Estava
um pouco nervosa para lhe mostrar a
minha música. Quando finalmente o fiz,
a ideia era lançá‐la na Leaving Records,
mas o CHRIS e o MAT THEW pensaram
que a Stones Throw seria uma opção
melhor para mim. Conheci-o no estúdio
porque estava a mostrar música ao
CHRIS, ele entrou com cão, a não dizer
muito e bazou. Lembrei-me posteriormente
dele.
Imagino que também possamos ler a capa do álbum como
metáfora para como expões as tuas emoções nas letras.
Fala-me um pouco dos temas deste novo disco.
SA: Estou a cantar temas como a dualidade:
o que é certo e errado, bom
e malévolo, lidar com esses lados. E
talvez confrontação, ter de lidar com
eles e não fugir. Antigamente, eu falava
de forma mais suave, mas para fazer
uma deusa, tens de ser austera e
agressiva, confrontar os teus problemas.
Sinto que o colorismo é um problema
mundial hoje; não há culturas
que valorizem a pele escura, e parece
que todas valorizam o quão menos escuro
és. As pessoas advertem sobre
poderes ficar demasiado bronzeado —
coisas que te fazem crer que, para seres
bonito, tens de ter uma pele mais
clara: falo disto porque, apesar de não
passar por essas coisas, senti que não
tinha representação.
texto por Rui Miguel Abreu
35
SOUNDSTATION
PENSAR A 5G
36
TECNOLOGIA
Cada tecnologia que é introduzida traz um conjunto de perigos
previsíveis. Mas, será que estamos cientes da revolução
que aí vem? 5G —quais os desafios?
O termo 5G refere-se à quinta geração de tecnologia móvel.
Com promessas de velocidades mais rápidas de navegação,
streamings e downloads, além de melhor conectividade,
o 5G pode parecer uma evolução natural para nossa
sociedade, cada vez mais dependente da tecnologia.
Para aplicações integradas, como robótica, carros autónomos
e dispositivos médicos, essas mudanças terão um
papel importante na rapidez com que adoptamos a tecnologia
na nossa vida quotidiana. No entanto, o suporte principal
da tecnologia 5G requer usar larguras de banda de
alta frequência, em todo o espectro de radiofrequência.
Mais de 10.000 estudos sobre 2G, 3G e 4G comprovam
que esses sistemas de redes de radiação por radiofrequência
(RF) sem fios apresentam riscos significativos para a
saúde, repentinos ou temporários. Mesmo antes de o 5G
ser proposto, cientistas internacionais e iniciativas como
o Apelo de Freiburg, assinado por mais de 3.000 médicos,
pedia uma interrupção na expansão das tecnologias sem
fios e uma moratória nas novas estações-base. Em 2015,
215 cientistas de 41 países comunicaram o seu alarme ás
Nações Unidas (ONU) e á Organização Mundial da Saúde
(OMS). Está programado o lançamento de 20.000 satélites
para transmitir 5G ao planeta. No que muitos consideram
um "ataque à vida na Terra" estes poderiam causar, segundo
o Dr. GABRIEL COUSENS, "uma interrupção da frequência harmónica
primária da Terra", chamada Ressonância Schumann.
Noutros debates destacam-se os estudos concluídos por
agências do governo dos E.U.A., como a Administração
Nacional Oceânica e Atmosférica, a NASA e a Marinha,
que alertam que os equipamentos 5G que operam na faixa
de frequências de 24 gigahertz podem interferir nas transmissões
de satélites em órbita polar usados para colectar
dados meteorológicos. Isso poderá tornar as previsões muito
menos confiáveis, segundo os relatórios. A chanceler
MERKEL diz que a Europa precisa de uma política unificada
para a implantação da 5G. Alguns parlamentares alemães
querem excluir a empresas chinesas dos contratos 5G, sobre
o potencial de espionagem. No entanto, preve-se uma
explosão na venda de smartphones 5G em 2020, mesmo
apesar dos preços elevados que são anunciados. E com as
redes 5G com capacidade para transportar quase metade
do tráfego de dados móveis do mundo até 2025, o Médio
Oriente e a África deverão ter a maior taxa de crescimento
nos próximos seis anos, segundo uma pesquisa da ERICSSON.
Só o tempo poderá dizer o que os resultados deste e de
outros estudos demonstram.
A Ressonância Schumann é essencialmente o pulso da Terra,
com o qual os nossos corações e cérebros estão especificamente
sintonizados. Pesquisadores demostraram que existe
uma conexão importante entre a Ressonância de Schumann
e os estados alfa do cérebro (frequências entre 8 Hz e 12
Hz). O Dr. KONIG, da Universidade de Munique, estudou a
correlação entre a Ressonância de Schumann e os ritmos cerebrais.
Os estados alfa são a frequência das ondas cerebrais
à qual o pensamento e a criatividade estão associados. Ao
contrário de outras tecnologias nas quais uma única antena
transmite em uma área ampla, as estações base 5G e
os dispositivos 5G possuem várias antenas dispostas em
"matrizes em fases" que trabalham juntas para emitir laser
focalizado e orientável. Cada telefone 5G requer dezenas de
minúsculas antenas para rastrear e apontar para um feixe
estreitamente focalizado na torre de celular mais próxima,
que pode estar a menos de 6 metros da sua casa; e esses
feixes serão usados em alguns segundos versus minutos
por 1.000 pessoas por metro.
texto por Diana da Nóbrega
Para aqueles que vivem em áreas densamente povoadas,
não há como "escapar" das inúmeras ondas de rádio que
passam ao nosso redor. Para reduzir a exposição a RF-
EMFs, a Food and Drug Administration americana (FDA) e
a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendam limitar
o tempo a que crianças e adolescentes passam em
dispositivos móveis. Os estudos de longo prazo que investigam
os efeitos da exposição a redes digitais ainda estão
em andamento.
Várias organizações ao redor do mundo, como a STOP5G e
KEIN5G —a STOP5G PORTUGAL tem uma página no facebook
— pedem a interrupção da expansão das redes até que um
painel de especialistas independentes de médicos tenha
sido consultado por especialistas em todo o mundo. No
entanto, é claro que o sucesso desta tecnologia depende
do interesse —ou a sua rejeição— por parte do público.
37
TECNOLOGIA
18—25 RESEARCH
REALIDADE VIRTUAL
→
Paradise Utopia, 18—25 RESEARCH STUDIO
→ →
Paradise Distopia, 18—25 RESEARCH STUDIO
↑
↑
Aemula Naturae, 18—25 RESEARCH STUDIO
→
D’après Piranesi, 18—25 RESEARCH STUDIO
38
ARQUITECTURA
Aemula Naturae é uma instalação de Realidade Virtual (VR)
realizada pelo 18—25 RESEARCH STUDIO, um atelier especializado
na visualização de arquitectura. Pode ser experimentada
até 5 de Janeiro de 2020 e faz parte da exposição
Inner Space/Espaço Interior, da 5ª Trienal de Arquitectura
de Lisboa, patente no MNAC – Museu Nacional de Arte
Contemporânea do Chiado.
A convite dos curadores MARIABRUNA FABRIZI e F O S C O
LOCARELLI, o estúdio 18—25 idealizou um portal de acesso
a mundos auto-gerados e que são únicos para cada visitante.
A cada vez que colocamos os óculos VR estamos
no centro de um quadripórtico de acesso a 4 mundos, dos
quais podemos escolher entrar num. Ao sair desse mundo
e no regresso ao centro do pórtico, damos conta de que
os outros mundos se regeneraram e já não são os mesmos:
novos mundos se abrem à nossa escolha. A experiência é
imersiva, intimista e transporta-nos a espaços fantásticos
e um tanto surreais: desertos avermelhados com pirâmides
invertidas que flutuam no ar, florestas cobertas de neve
onde se vislumbram planetas num espaço sideral próximo
ou volumetrias arquitectónicas que se intersectam
misteriosamente entre montanhas e mares. São diversas
as referências que encontramos, desde a História da
Arquitectura e da Arte aos universos da Banda Desenhada
ou Ficção Científica.
Através das suas pesquisas sobre metodologias da representação
de arquitectura, fazendo uso das novas tecnologias
disponíveis, o estúdio 18—25 vai desenvolvendo as próprias
ferramentas de trabalho, que optimizam a metodologia
projectual e a construção.
Os campos da arte e da arquitectura, permeáveis a uma
cultura multidisciplinar, têm sido bastante receptivos à experimentação
tecnológica. Em particular, as representações
através da Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada
(AR), como heranças da ficção científica e do mundo dos
vídeo-jogos, são recursos apetecíveis a essas experiências.
Actualmente, na arquitectura é possível vivenciar espaços
digitais, simulações à escala real que são hoje as representações
mais fiéis da realidade; na arte, podem experienciar-se
situações virtuais, performativas ou de representação, de
características imersivas que são percepcionadas como
reais. Cada vez mais se esbate a fronteira entre ficção e
realidade, pondo em causa a realidade física tal como a
conhecíamos até aqui.
Outra instalação VR realizada pelo 18—25 RESEARCH STUDIO
foi Paradise, concebida com o arquitecto PEDRO BANDEIRA
para a exposição Utopia/Distopia do MAAT – Museu de Arte,
Arquitetura e Tecnologia (2017) e apresentada no Vivarium
Festival no Porto, no início de 2019. Paradise consiste numa
performance virtual aplicada a um espaço concreto —o
Palácio de Cristal na cidade do Porto. Através de óculos VR
imergimos nessa nova realidade do Pavilhão, onde se explora
uma imagem do éden como utopia e, simultaneamente, a
imagem da distopia, possível através da mudança de lugar
do observador. A obra é crítica e surpreendente. No éden,
acompanhados do som de água e pássaros, temos uma visão
de lagos, cascatas e de uma vegetação luxuriante; já dentro
da zona distópica descobrimos o lixo que se acumula nas
margens do lago, percebemos a construção dos cenários
ou as canalizações necessárias à enorme cascata.
texto por Paula Melâneo
D’après Piranesi é um outro projecto digital do estúdio, e baseia-se
na concepção virtual dos espaços idealizados pelo
artista e arquitecto italiano GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
nas sua famosas gravuras. É uma oportunidade de, pela
primeira vez, poder experimentar uma espacialidade que
foi apenas desenhada bidimensionalmente, percepcionar a
escala e volumetria da arquitectura de PIRANESI e sentir de
modo realista como a luz penetra nos espaços.
39
ARQUITECTURA
A ERA DO
VEGANISMO
↑
↑
↑
COUVE
Rua Maria, 47a, intendente
↑
PASTELARIA BATALHA
R. Horta Seca, 1, Chiado
LEGUMI SUSHI VEGAN
Calçada do Monte, 92, Graça
↖
KONG — VEGAN MODERN FOOD
Rua do Crucifixo, 30, Chiado
→
ARCA TAT TOO PARLOUR
Calçada Marquês Abrantes, Santos
40
LIFESTYLE
texto por Joana Teixeira
Nunca foi tão fácil ser vegan —seja por questões de saúde,
ideologias éticas, ou apenas porque está na moda (sim,
também há quem seja por isso). Em 2018 estimava-se que
11% da população mundial tinha uma dieta flexitariana (não
consomem produtos de origem animal ocasionalmente),
vegetariana (apenas consomem lacticínios e ovos) e vegana
(não consomem quaisquer produtos de origem animal).
Mas, no que toca ao veganismo, não podemos colocar tudo
no mesmo saco. O tópico vegan gera 4 vezes mais procura
hoje do que há 5 anos, mas mesmo assim estima-se que
apenas 1% da população mundial o seja.
Vamos por partes. Ser vegan não é apenas deixar de consumir
produtos de origem animal —isso é ter uma dieta plant-
-based. O veganismo não limita apenas o que se leva à boca.
É um estilo de vida que passa por excluir todas as formas
de crueldade e exploração animal —tanto para alimentação,
como para roupa e entretenimento. É rejeitar o status
do animal como propriedade humana. Mas, de onde vem o
termo vegan? Em 1944 (sim, há 75 anos) DONALD WATSON
criou a palavra vegan quando fundou a Vegan Society, em
Inglaterra.
O veganismo anda nas bocas do mundo, mais do que nunca,
e cada vez mais de mão dada com a sustentabilidade.
A ideia estereotipada do vegan de outros tempos —hippie
e amigo dos animais e da Natureza— perdeu-se pelo caminho
quando o veganismo começou a ganhar relevo mundial,
timidamente, por volta de 2010. Avançamos quase
uma década e encontramo-lo naquele mercado biológico
que abriu no centro da cidade, naquela secção de “alternativas
a produtos de origem animal” do supermercado, naquele
restaurante novo que serve pratos típicos portugueses
vegan, e naquela marcha de ativismo ambiental no dia
da Greve Climática. A ideia estereotipada ainda está presente
(infelizmente) em questões como: “Então, mas, só
comes brócolos?” ou “Onde vais buscar a proteína?”, mas,
mesmo assim, o veganismo está mais forte do que nunca.
E Portugal (o país do bitoque, dos enchidos e do queijo da
Serra) não é exceção.
UM DIA VEGAN EM LISBOA
Começamos de manhãzinha com um pastel de nata vegan na
PASTELARIA BATALHA (R. Horta Seca, 1, Chiado). Espreitamos
depois a roupa e sapatos vegan que se vendem na COUVE
(Rua Maria, 47 A, Intendente). Descemos a colina para almoçar
uma Francesinha vegan no KONG – VEGAN MODERN
FOOD (R. do Crucifixo, 30, Chiado). Damos um salto à A R CA
TATTOO PARLOUR (Calçada Marquês Abrantes, Santos) —a
loja de tatuagens que só utiliza cremes vegan. Voltamos a
subir a colina para um lanche vegan no VEGANEATS CAFFE
(R. Cavaleiro de Oliveira, 42, Alameda). E saltamos para outra
colina para acabar o dia com um jantar no L EG U M I S U S H I
VEGAN (Calçada do Monte, 92, Graça) —um restaurante onde
sushi não é peixe.
41
LIFESTYLE
O vintage não está na moda, o vintage é um eco da moda.
Que nos irá sempre acompanhar e ser a representatividade
da evolução e metamorfoses desta indústria. Questões
relacionadas com a sustentabilidade mudaram as regras
do jogo e começaram a ser debatidas.
VINTAGE
Mas o que é o vintage? De acordo com o dicionário de língua
portuguesa, vintage é uma palavra inglesa que é aplicada
a um ano de colheita de vinho; vinho de excelente qualidade,
que provém de uma única colheita; diz-se de produto
antigo, mas de excelente qualidade.
A palavra inglesa foi criada para se referirem a um determinado
ano de colheita de vinho, mas atualmente a palavra
vintage é usada para denominar algo pertencente a uma
época passada, que apesar de antigo, não se pode qualificar
como uma antiguidade. Pode utilizar-se para todo o
tipo de objetos, acessórios, roupas, desenhos, entre outros.
Desde que tenham entre vinte a cem anos. Se tiver mais
do que cem anos, é considerado uma antiguidade ou até
se pode considerar ser uma peça histórica, dependendo do
seu criador ou a quem pertencia. Esta terá sido a melhor
definição que encontrei sobre este tema.
Enquanto estiver a escrever este artigo, estão a surgir mais
negócios vintage em algum lado. Seja online ou loja física.
E claro, que as questões relacionadas com o impacto ambiental
talvez devessem ser uma prioridade, mas na realidade,
o vintage foi a melhor forma que muitas pessoas encontraram
de se sentirem únicas, especiais, sem usarem
o que está nas montras e que toda a gente tem. Misturar
peças vintage, com peças contemporâneas e criar aquilo a
que chamamos estilo pessoal. Entre as gerações mais novas
tornou-se “a” novidade. Para as gerações “mais antigas”
por vezes é uma forma de colecionismo. Mas o mais
importante é que conservem as peças e não comprem de
forma compulsiva, que sejam feitas escolhas acertadas e
douradoras. Naturalmente existem várias lojas que se intitulam
como sendo vintage, mas apenas têm peças em segunda
mão e no pior dos casos, peças recentes que imitam
peças vintage. Felizmente há mercado para toda a gente,
para todas as carteiras e para todos os estilos. Nada está
muito definido em questões relacionadas com a sua comercialização.
O que permite que uma pessoa possa vender
artigos novos, dizer que a loja é vintage e anunciá-la
aos quatro cantos do mundo.
Qualquer pessoa pode ter uma loja com malas de luxo
em segunda mão, como uma LOUIS VUITTON de 2016, uma
BALENCIAGA de 2015, ou uma UTERQUE do Verão passado
e mesmo assim escrever no toldo da loja, de forma bem visível
que é uma loja vintage. Não há ninguém que vá entrar
pela loja e dizer: “Olhe, desculpe, mas consigo avaliar que
esta camisa não é dos anos oitenta, mas sim, foi fabricada
na China há seis meses. Vou ter de a multar!” ou “Lamento
informar, mas a senhora só vende artigos em segunda mão,
vejo que são coleções contemporâneas. Como tal, tem uma
semana para deixar de divulgar que tem uma loja vintage.”
Mesmo esta regra de que se tem mais de vinte anos é vintage,
ninguém entende muito bem. Em alguns países como
França, se tiver mais do que quinze anos já é considerado
uma peça vintage, mas em países como a Holanda o mínimo
para ser considerada como uma peça vintage são vinte
anos. Confuso?! Talvez. No entanto, compreendemos
que para uns o vintage é um eco da moda e para outros o
vintage é uma moda que será passageira. Que não querem
saber se a camisa é vintage ou não, desde que pelo menos
se pareça com uma camisa vintage. É a diferença entre
ter importância e apenas parecer importante. Hoje em dia
assistimos a um boom de negócios vintage, uma expansão
e o mais certo é que depois de tempos prósperos, surge
42
MODA
aquilo a que chamamos de crise. Que quase sempre acaba
por separar o trigo do joio. Seja nos negócios vintage ou
em qualquer outro negócio ou indústria.
Presentemente há mercado para toda a gente, para todo
o tipo de peças, para todo o tipo de negócios, de pessoas.
É como se nesta questão de moda vintage, nos colocássemos
todos dentro de uma saladeira e misturássemos de
tudo um pouco: cores, feitios, formas, marcas, designers,
décadas, réplicas, originais, novos, antigos, colecionadores,
aficionados, amadores, apreciadores e o resultado final irá
sempre agradar ou servir a alguém.
A importância do vintage na moda é enorme, embora a
moda seja olhar para a frente. Mas muitos dos designers
que admiramos visitam cidades como Amesterdão, Londres
e Berlim onde procuram feiras e mercados vintage para se
inspirarem e encontrarem novas tendências com base em
épocas anteriores.
Podemos orgulhar-nos de em Portugal existiram boas lojas
vintage. Em Lisboa existe a RETRO CITY nos Anjos e no Chiado,
as lojas ÀS DE ESPADAS, JOKER, POP CLOSET, A OUTRA FACE
DA LUA e perto do Largo Camões a loja ELDORADO VINTAGE
STORE (desde 1977), em Campo de Ourique a loja D U C H I C
À VENDRE com artigos vintage de luxo e a BE VINTAGE, com
vários objetos e acessórios de moda, entre outras dezenas
de lojas que existem espalhadas pela cidade. No Porto
também existem várias lojas, entre as quais: MON PÈRE
VINTAGE que também tem uma loja outlet, WILD AT HEART,
CORAÇÃO ALECRIM, ORNITORRINCO, MÃO ESQUERDA VINTAGE,
CET OBJECT DU DÉSIR, a LA PETITE COQUETTE com artigos
vintage e segunda mão de luxo e a TRICIRCULO. Esta última
conta com uma loja online, onde podemos encontrar alguns
artigos vintage, assim como peças novas.
Se formos além fronteiras podemos perder-nos em Barcelona,
que é conhecida pela grandes lojas de venda de roupa vintage
ao quilo, assim como tem algumas daquelas que são
consideradas as melhores lojas vintage da Europa, como é
o caso da FLAMINGOS VINTAGE KILO. Em Paris estão as lojas
vintage mais caras, mas é um lugar onde se podem encontrar
peças raras e luxuosas como é o caso da famosa loja LE S 3
MARCHES de CATHERINE B., onde a proprietária é famosa no
mundo inteiro por ser especialista em marcas como C H A N EL
e HERMÈS e por ter os artigos mais exclusivos destas marcas,
assim como podemos encontrar peças de streetwear
muito originais e acessíveis na F R E E` P` S TA R . Londres conta
com muitas lojas, mas talvez uma das melhores opções
seja também uma das mais antigas, o MERCADO DE CAMDEN
ou o THE GREENWICH VINTAGE MARKET. Londres sempre foi
conhecida por ter dos melhores mercados vintage e até nos
anos setenta o FREDDIE MERCURY e ROGER TAYLOR chegaram
a ter uma banca no MERCADO DE KENSINGTON (encerrado
em 2001), era lá que vendiam peças usadas e vintage.
Mas isso foi apenas durante um curto período de tempo,
enquanto o sucesso dos QUEEN ainda não tinha chegado.
Se formos até Nova Iorque encontramos as lojas vintage
mais sofisticadas e elegantes. Seja a WHAT GOES AROUND…
COMES AROUND com artigos de luxo, ou a THE VINTAGE TWIN
que tem as t-shirts mais desejadas ou a até a confusa, gigante
e incrível L-TRAIN VINTAGE, onde podemos encontrar
peças a partir dos dois dólares. Das mais antigas e mais
reconhecidas marcas vintage destaca-se a HOLALA!, uma
marca com cerca de quarenta anos, que tem lojas em Paris,
Los Angeles, Saint Tropez, Ibiza e Barcelona. A HOLALA! tem
clientes como K ATE MOSS, HEDI SLIMANE, MADONNA, JA N E
BIRKIN, ELTON JONH, entre outros. Com casacos dos anos
setenta, t-shirts de bandas de rock dos anos setenta e oitenta,
tem vestidos dos anos sessenta.
De forma resumida: tem um mundo de peças vintage para
todos os gostos e desejos. No mundo online é impossível
não deixar de mencionar o site francês que opera em todo
o mundo, a VESTIARE COLLECTIVE. Fundada em 2009, é um
caso de sucesso absoluto. Encontramos no site peças actuais,
assim como verdadeiras peças vintage. Uma excelente
opção para quem pretende comprar e receia ser enganado.
Afinal, a VESTIARE COLLECTIVE tem um sistema de
verificação e autenticação dos seus produtos. O que quer
dizer que quando recebemos em casa o que comprámos,
vem acompanhado de uma certificação com data, carimbo
e rúbrica de quem fez a verificação da peça. Neste site
confiável podemos comprar e vender todo o tipo de artigos
vintage e em segunda mão, em várias partes do mundo.
Este Verão conheci uma inglesa que se chama ELAINE WALSH,
com os seus oitenta anos muito bem vividos, estudou arte
e no início dos anos oitenta criou um modelo de negócio
que até à época era desconhecido, vários vendedores que
tivessem peças para vender poderiam fazê-lo e estavam
todos juntos num único edifício, o mítico AFFLECK´S PALACE.
Desta forma todas as pessoas que queriam comprar roupa,
acessórios, mobiliário e todo o tipo de arte vintage, podiam
procurar num único lugar. Atraiu milhares de pessoas
e foi um sucesso que até hoje é reconhecido. Não estou a
exagerar, existem inúmeras referências a este caso de sucesso
de Manchester na internet, várias entrevistas e podem
ler o livro: “Vintage Luxury of Fashion: Exploring the Rise of the
Secondhand Clothing Trade” onde este fenómeno da época é
devidamente explorado e relatado.
Quando a conheci estava longe de saber quem ela era ou
saber a sua história, eu era apenas uma cliente que tinha
entrado pela porta dentro, em busca de peças dos anos
setenta. Falámos durante imenso tempo, sobre décadas,
criadores, tendências, mostrou-me vários livros que tinha,
senti-me profundamente feliz por ter a possibilidade de fazer
tantas perguntas e ter tantas respostas sólidas e de
conhecimentos aprofundados vindos de uma única pessoa.
Hoje em dia é viúva, mudou de país e tem um pequeno negócio
vintage, porque rever diariamente todas aquelas peças
é o que lhe traz vida. Perguntei-lhe: “Este boom de lojas
vintage e toda a gente querer comprar vintage é uma
moda ou genuinamente fomos tocados pela consciência
e sustentabilidade do planeta?”, a resposta: “Já cá estou
há algumas décadas, antes de vender vintage, já comprava
desde a minha adolescência. Em várias décadas já vi o
vintage estar na moda e deixar de estar na moda, é um ciclo.
Só que desses ciclos há pessoas para quem foi só uma
moda e outras para quem vai fazer parte o resto da vida.
É como uma onda que só leva alguns.”
texto por Patrícia César Vicente
fotografia por Vânia Viana
43
MODA
BLOCKING
fotografia PEDRO LEOTE ( @wide.boy )
styling DANIELA GIL ( @gildanielar ) make-up + hair NATA MIRKINA ( @mirkina1 )
models ELIZAVETA JELYABOVA ( @lisa_jelyabova ), We Are Models DIOGO GOMES ( @newfacediogo ), Just Models
Diogo →
sweatshirt PERRY ELLIS
colete ZARA
calças de ganga LEVI'S
ténis MERRELL
chapéu LEVI'S
Elizaveta →
casaco HUNTER
vestido ZARA
botas PALLADIUM
44
45
Elizaveta ↑
sweatshirt FILA
gorro CARHARTT
Diogo ↗
sweatshirt PERRY ELLIS
46
Diogo ↗
sweatshirt PERRY ELLIS
calças CARHARTT
47
48
Diogo ↑
casaco ZARA
tshirt e calças CARHARTT
ténis CONVERSE
Elizaveta ↑
casaco FILA
sweatshirt LEVI'S
calças PRIMARK
botas PALLADIUM
49
Diogo ↑
casaco ZARA
50
51
Elizaveta ↑
tricot SH
óculos FERRAGAMO
Diogo ↑
casaco VANS
sweatshirt DOCKERS
calças LEVI'S
Elizaveta ↗
tricot SH
calças SH
cachecol LEVI'S
52
Diogo ↑
sweatshirt e calças
CARHARTT
Elizaveta ↗
sweatshirt LEVI'S
cachecol BARBOUR
53
XIAODI AND CAVIAR
fotografia FREDERICO OM ass. fotografia CAROLINA PAULINO
styling PEDRO APARÍCIO ass. styling MADALENA NUNES make-up SANDRA ALVES
hair EDGAR VENÂNCIO models XIAODI + CAVIAR
54
Caviar →
camisa e casaco D EC E N I O
x ALEXANDRA MOURA
calças ALEXANDRA MOURA
bandolete PRIMARK
Xiaodi ↘
vestido DECENIO x
ALEXANDRA MOURA
colete TWINSET
55
Caviar →
blazer MIGUEL VIEIRA
calças SCALPERS
botas GIOSEPPO
colares NININHA GS
brinco INÊS NUNES
Caviar →
saia DANIELA SOUSA
pregadeira SWAROVSKI
sapatos DAVID FERREIRA
57
Xiaodi ←→
camisola e colete
TOMMY HILLFIGER
saia ALEXANDRA MOURA
colar SWAROVSKI
cinto FRANCISCO FELIX
58
Caviar ←
saia DANIELA SOUSA
pregadeira SWAROVSKI
Caviar ↘
casaco BEATRIZ JULIÃO
calças FRANCISCO FELIX
botas ELISABETTA FRANCHI
Xiaodi ↓
top e cuecas
FRANCISCO FELIX
calças LEVI'S
sapatos DAVID FERREIRA
colares DECENIO x
ALEXANDRA MOURA
61
Caviar ↑
casaco e camisa D EC E N I O
x ALEXANDRA MOURA
bandolete PRIMARK
botas EXCEED
Xiaodi ↗
vestido DECENIO x
ALEXANDRA MOURA
colete TWINSET
sapatos DAVID FERREIRA
62
Caviar ↘
casaco BEATRIZ JULIÃO
calças FRANCISCO FELIX
botas ELISABETTA FRANCHI
jóias PORTUGAL JEWELS
63
DING
DONG
texto por Francisco Vaz Fernandes
Numa época em que o conhecimento
é muito espartilhado e especializado,
a DING DONG retoma uma versão
ancestral do arquiteto/artista total,
que domina as várias artes da
construção de uma casa, chegando
até ao detalhe dos interiores e do
próprio mobiliário, como se tudo
fizesse parte de um todo. O atelier
fundado por MICHAEL MIRANDA,
DAVIDE GOMES e MARIA JOÃO
GONÇALVES há oito anos, conseguiu
criar um universo muito próprio
dentro da área do luxo, que se
tornou por si só uma marca. Acabou
de sair um livro com os seus projetos
mais relevantes que são o espelho
da coerência de um percurso.
MICHAEL MIRANDA foi recentemente
considerado pela revista AD de
Espanha como um dos 100 designers
de interiores mais influentes.
Tirando partido do reconhecimento
que conseguiram em tão pouco
tempo, resolveram abrir uma loja na
zona de São Bento, que é uma forma
do público em geral se encontrar
com o seu universo. Mais que uma
representação de marcas, o que
vamos poder encontrar neste novo
espaço são os elementos do mundo
da casa, que poderíamos encontrar
num projeto DING DONG. São
peças de mobiliário que desenham
internamente, assim como peças
de outros designers ou marcas
que se tornaram referência para
MICHAEL MIRANDA. No seu conjunto
funcionam como uma montra do
atelier, um espaço que rapidamente
se pode transformar numa sala de
reuniões para encontro com clientes,
tendo uma parte dos materiais à
mão, como se fossem amostras.
DING DONG (STUDIO)
Rua da Cerca, 426 - Porto
info@dingdong.pt
T. 226 183 117
DING DONG (STORE)
Rua da Imprensa à
Estrela, 17- Lisboa
store@dingdong.pt
T. 213 961 079
www.dingdong.pt
64
PARQ HERE
ESQINA
COSMOPOLITAN
LODGE
texto por Francisco Vaz Fernandes
Depois de uma experiência com uma
pequena unidade no Bairro Alto, a
equipa do ESQINA COSMOPOLITAN
LODGE aventura-se num novo projeto
de Guest House, de maior dimensão,
que procura ser um novo centro
cultural cosmopolita em Lisboa.
Instalados num edifício antigo da
rua Madalena, a nova unidade de
dormidas foi pensada dentro de uma
filosofia que favorecesse o encontro
entre visitantes que pernoitam e a
cultura viva da cidade. No que diz
respeito à própria arquitetura, a
fronteira com a rua faz-se através
de amplas aberturas que deixam
descobrir em profundidade um
espaço convidativo, um Gastro
& Cocktail Bar, onde a partir
daí se pode ir encontrar outros
recantos —um pátio interior. Ou
seja, pode-se entrar sem grandes
cerimónias e usufruir de uma carta
de vinhos e de vários tipos de
refeições, tudo preparado a partir
de produtos sazonais biológicos.
Mas, para além dessa abertura
para o exterior, este projeto
procura criar uma plataforma
que convoca criadores para ali
desenvolver trabalhos criativos.
Há para isso um espaço de atelier
e espaço expositivo, assim como
infraestruturas para desenvolver
workshops abertos tanto aos
hóspedes como a indivíduos que
venham de fora. Têm um quarto
previsto para os criadores que
apareçam e que possam ali
permanecer uma temporada para
melhor concluírem a sua produção.
Essa possibilidade dos hóspedes
de assistirem ao processo de
desenvolvimento de trabalhos e o
facto de se poderem deparar com
os artistas convidados, faz parte
de um conceito de histórias “reais”
da cidade que em última instância
é o que tem de mais autêntico
para oferecer. O primeiro artista,
GUILLERME MORA, já cumpriu a
sua residência e tem com A N D R É
COSTA obras expostas até 21
de Dezembro, no Basement.
ESQINA COSMOPOLITAN LODGE
Rua da Madalena, 191—197
Lisboa
T. 210 522 735
65
PARQ HERE
LISBOA
CIDADE
SAUDADE
texto por António Mourinha Barradas
Apaixonei-me pela cidade onde
nasci através dos olhos dos outros.
Não dos meus, que mal se abriram
fui embora. Dos outros, que
transportam as 7 colinas no olhar.
Altos e baixos de amores jurados
em paredes várias. Barrigadas
de tristeza postas de parte em
cada café ao virar da esquina.
Conversas trocadas entre janelas
para ninguém ficar de fora. Dos
outros, que não a dão a ninguém,
mas deixaram-me agarrá-la aos
poucos, com passinhos de bebé,
que lutavam com a ansiedade de
a palmilhar toda, para não haver
monumento que ficasse de fora.
São as pontes a unir um Cristo, que
não é rei, mas dispõe da melhor
vista do mundo, a um Deus, que
a existir, tocou Lisboa com a mão
toda. Dos suspiros, recheados de
história solta em cada pedra da
calçada portuguesa, até à saudade,
que nasceu aqui. Sem tabuleta para
a celebrar, apenas os traços de um
retrato carregado de sofrimento
e terminado com esperança. Da
Boa, que não se deixa dobrar.
Saudade, sem mais nem porquê,
exposta nos olhos de fundo azul
a misturarem-se com o Tejo.
Miradouros que trocam os rios e
cortam a respiração. Ali não se mira
o Douro, é o Tejo. Outrora palco de
epopeias e ninfas; hoje, psicólogo
de gerações perdidas. Naquele
horizonte coberto de sonhos aos
magodes, desejamos não ir embora.
Aos poucos, fui cheirando a
memória nas ruas apertadas,
sentindo os trajectos feitos sobre
carris gastos e desaguando na
costa que acalma o mar. O meu
mar, tormentoso e revolto.
Nos dias que voam – já nenhum corre
-, aprendi a ver Lisboa como me
ensinaram. Despojada de presunção,
sem medo da novidade e com a luz
que abre sorrisos por cada cara
que passa. Por mais desconhecido
que caminhe, Lisboa há-de ter
sempre o meu mundo a seus pés.
66
PARQ HERE
ZION
PARA FAZER QUILÓMETROS DE MEMÓRIAS.
Partindo da base do nosso melhor calçado de trail running, os
Zion dão-te a proteção de umas botas de caminhada e o conforto de
uns ténis. Para a sua construção usámos só os melhores materiais:
pele premium, malha balística, tecnologia impermeável M Select DRY
e sola exterior Vibram ® Megagrip ®.
Disponível em sapato e bota impermeável.
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