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*Dezembro / 2019 - Revista Celulose - 43

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S U M Á R I O<br />

34 Inovação<br />

Realidade palpável<br />

Palpable reality<br />

18 Principal<br />

Crescimento estratégico<br />

Strategic growth<br />

54 Feira<br />

Tissue World<br />

04 Sumário<br />

06 Editorial<br />

08 Cartas<br />

10 Novidades<br />

24 Avanços e tecnologia<br />

Corrida sustentável<br />

The race for sustainability<br />

28 Artigo<br />

Renaturalização de rios usando eucalipto<br />

Renaturalization of rivers using eucalyptus<br />

40 Economia<br />

Balanço econômico<br />

Economic balance sheet<br />

46 Evento<br />

Ponto de encontro<br />

The meeting point<br />

50 Prêmio REFERÊNCIA<br />

60 Entrevista<br />

Fernando José Borges Gomes<br />

66 Calendário<br />

04


E D I T O R I A L<br />

REFERÊNCIA<br />

<strong>Celulose</strong> & Papel<br />

REFERÊNCIA <strong>Celulose</strong> & Papel<br />

Otimismo<br />

O crescimento da produção industrial tem<br />

sido digno de nota, sobretudo após anos e anos<br />

de recessão. Mesmo assim, a indústria de celulose<br />

e papel soube atravessar as marés tempestuosas<br />

e auxiliar no processo de retomada do rumo da<br />

economia nacional. Por isso, sempre conectada<br />

aos temas atuais, a revista CELULOSE & PAPEL<br />

traz reportagem sobre o cenário econômico do<br />

último trimestre. Além disso, estivemos no último<br />

jantar da Aplysia e trazemos as principais pautas<br />

colhidas no evento – também acompanhamos a<br />

edição mais recente da Abtcp, que sempre traz as<br />

mais atuais novidades para nosso setor. Tenha uma<br />

excelente leitura e um ótimo 2020!<br />

Optimism<br />

The growth of industrial production has been noteworthy,<br />

especially after years and years of recession. Even<br />

so, the pulp and paper industry knew how to navigate<br />

through the stormy weather and assist in the process of<br />

resuming the course of the national economy. Therefore,<br />

always connected to current topics, CELULOSE & PAPEL<br />

provides the reader with a report on the economic scenario<br />

of the last quarter. Also, we attended the latest Aplysia<br />

dinner, and have a story on the main subjects brought up<br />

at the event – we also accompanied the most recent Abtcp<br />

Fair, which always provides us with the latest about our<br />

Sector. Pleasant reading and the best for 2020!<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director: Fábio Alexandre Machado (fabiomachado@revistareferencia.com.br) • Diretor Executivo / Executive<br />

Director: Pedro Bartoski Jr (bartoski@revistareferencia.com.br) • Dep. de Criação / Graphic Design: Fabiana Tokarski - Supervisão, Fabiano Mendes,<br />

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(assinatura@revistareferencia.com.br)<br />

A <strong>Revista</strong> REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL é uma publicação da JOTA EDITORA<br />

Rua Maranhão, 502 Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

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e independente, dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços<br />

em celulose e papel, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou<br />

indiretamente ligados ao segmento. A <strong>Revista</strong> REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL<br />

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directed at the producers and consumers of the good and services of the pulp and paper industry,<br />

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06


C A R T A S<br />

Capa da Edição 42 da<br />

<strong>Revista</strong> CELULOSE & PAPEL<br />

Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />

EVENTO<br />

Por Lucas Falce - Belo Horizonte (MG)<br />

Excelente novidade a realização da PPW (Packaging & Process Week):<br />

Feira Internacional de Tecnologia e Processos para a Indústria de<br />

Embalagens, em 2020. O setor precisa sempre estar conectado às novas<br />

tendências para seguir evoluindo.<br />

PANORAMA<br />

Por Alexandre Cardoso - Maringá (PR)<br />

Excelente entrevista com o economista Leonardo Frota sobre o atual<br />

momento da indústria de <strong>Celulose</strong> & Papel no Brasil. Parabéns à toda a<br />

equipe!<br />

CONSCIÊNCIA<br />

Por Sophia Ribeiro - Curitiba (PR)<br />

Ótima reportagem sobre como o aspecto ecológico aumenta a<br />

competitividade dos papéis-toalha biodegradáveis. Inovar em prol da<br />

sustentabilidade é uma necessidade constante.<br />

SUGESTÃO<br />

Por Vitor Ribeiro - Rio de Janeiro (RJ)<br />

Parabenizo toda a equipe da <strong>Revista</strong> CELULOSE & PAPEL e gostaria<br />

de sugerir mais reportagens abordando novas tecnologias, sobretudo<br />

envolvendo a nanocelulose.<br />

Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a <strong>Revista</strong> REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL.<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

08


N O V I D A D E S<br />

Empresa<br />

aponta<br />

crescimento<br />

A Irani registrou receita líquida de R$<br />

238,9 milhões no terceiro trimestre de<br />

<strong>2019</strong>. O resultado representa um aumento<br />

de 10,1% em relação ao mesmo período<br />

do ano passado e é 6,3% maior que o<br />

segundo trimestre deste ano. O resultado é<br />

ocasionado pela expansão do volume de vendas e a alta dos preços nos segmentos de papel para embalagens<br />

e embalagem de papelão ondulado. No segmento embalagem de papelão ondulado, as vendas totalizaram<br />

42,7 mil toneladas, uma queda de 8% em relação ao mesmo período de 2018, mas um crescimento de 6,3%<br />

sobre o segundo trimestre de <strong>2019</strong>. Já o segmento de papel para embalagens totalizou 32 mil toneladas, um<br />

aumento de 23,2% em comparação com o mesmo período de 2018 e crescimento de 3,4% sobre o segundo<br />

trimestre deste ano.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Melhor do ano<br />

A Suzano foi eleita a melhor companhia do setor de Papel e <strong>Celulose</strong><br />

na edição de <strong>2019</strong> do anuário Época Negócios 360º. O anuário faz<br />

uma avaliação completa e multidisciplinar das companhias, levando em<br />

conta seis dimensões da gestão: desempenho financeiro, governança<br />

corporativa, inovação, pessoas, sustentabilidade e visão de futuro. “Este<br />

prêmio é o resultado da união dos esforços realizados diariamente por<br />

nossos 15 mil colaboradores diretos e mais de 30 mil indiretos. A homenagem<br />

nos estimula a continuar trabalhando porque temos a convicção<br />

de que devemos sempre buscar ser uma empresa melhor e que atenda<br />

a todas as partes interessadas e a sociedade”, frisa o presidente da Suzano,<br />

Walter Schalka.<br />

10


Foto: divulgação<br />

Recuperação<br />

gradual<br />

Se os preços globais da celulose ficaram<br />

abaixo do esperado em <strong>2019</strong>, devem se<br />

recuperar gradativamente a partir do segundo<br />

trimestre do ano que vem. A queda nas<br />

cotações se tratou de reflexo da diminuição<br />

estratégica na política de estoques das papeleiras<br />

chinesas. Entre o fim de 2018 e início de<br />

<strong>2019</strong>, a oferta produzia em níveis recordes. As<br />

produtoras Suzano e Klabin citam, entretanto,<br />

aumento recente na demanda da China, por<br />

mais que os estoques ainda estejam elevados.<br />

Ainda, relatório da Rabobank, multinacional<br />

holandesa de serviços financeiros, referente<br />

às expectativas para o agronegócio brasileiro,<br />

aponta que um mercado nivelado entre oferta<br />

e demanda em 2020 indica que os preços da<br />

celulose vão se recuperar de forma gradativa e<br />

moderada no ano que está para chegar.<br />

Produção e<br />

exportação<br />

Maior produtora e exportadora de papéis do<br />

Brasil, a Klabin foi premiada nas categorias “Reflorestamento,<br />

Papel e <strong>Celulose</strong>” e “Sustentabilidade”<br />

na 15ª edição do anuário “As Melhores do<br />

Agronegócio”, da revista Globo Rural. A premiação<br />

elege as maiores empresas do setor, divididas<br />

em 20 segmentos. A empresa, com 120 anos de<br />

atuação, investe em iniciativas de manejo florestal<br />

e inovação pautadas por seu compromisso ambiental<br />

e ligado ao desenvolvimento sustentável. A<br />

matriz energética da Klabin provém quase 90% de<br />

fonte sustentável. Com seu modelo de gestão ambiental,<br />

a organização, que tem base florestal com<br />

216 mil ha (hectares) de florestas nativas conservadas<br />

e 239 mil ha de florestas plantadas, também<br />

tem buscado reduzir cada vez mais o consumo<br />

total de água e a emissão de CO 2<br />

(Gás Carbônico).<br />

11<br />

Foto: divulgação


N O V I D A D E S<br />

Futuro<br />

sustentável<br />

Sustentável e<br />

benéfica<br />

Foto: divulgação<br />

Profissionais e estudantes ligados à pesquisa<br />

florestal estabeleceram compromisso com um<br />

futuro sustentável na “Carta de Curitiba”. O<br />

documento contendo compromissos do setor<br />

para um futuro sustentável foi elaborado ao final<br />

do XXV Congresso Mundial da União Internacional<br />

das Organizações de Pesquisa Florestal e<br />

contou com a assinatura de centenas de pessoas<br />

de 92 países. No documento, os cientistas se<br />

comprometem a acelerar os esforços para gerar<br />

e fornecer conhecimento e soluções práticas<br />

para melhorar a gestão da terra, da água e da<br />

vida selvagem, prevenir desmatamento, fornecer<br />

produtos madeireiros com menor pegada<br />

de carbono e que permitam que as florestas<br />

atendam às necessidades físicas e espirituais da<br />

sociedade. O documento reconhece ainda a<br />

necessidade de os cientistas melhorarem a forma<br />

de comunicação com a sociedade, buscando<br />

soluções eficazes e economicamente viáveis.<br />

Não é exagero dizer que o plástico é o<br />

inimigo número um daqueles que buscam<br />

consumir de forma mais consciente, afinal,<br />

cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos<br />

plásticos são despejadas nos oceanos todos os<br />

anos. A substituição de produtos plásticos por<br />

materiais de papel, em especial aqueles que<br />

costumam ser usados apenas uma vez e são<br />

descartados, é, portanto, natural. A tendência<br />

é que itens como pratos, copos e canudos<br />

descartáveis sejam trocados por versões<br />

biodegradáveis. Em São Paulo, o governador<br />

João Dória regulamentou, recentemente,<br />

proibição ao fornecimento de canudos<br />

plásticos em estabelecimentos comerciais,<br />

iniciativa que tem sido replicada por diversas<br />

prefeituras. E os canudos de papel são uma<br />

ótima alternativa. Segundo o diretor executivo<br />

de Papel da Suzano, maior fabricante de<br />

celulose de eucalipto do mundo, Leonardo<br />

Grimaldi, a expectativa é de que esse mercado<br />

movimente R$ 2 bilhões ao ano.<br />

Foto: divulgação<br />

12


N O V I D A D E S<br />

Embarque de<br />

celulose<br />

O Porto de Paranaguá (PR)<br />

embarcou a maior carga de<br />

celulose já exportada do seu<br />

terminal: 46 mil toneladas de<br />

celulose, da Klabin. A carga<br />

é destinada para o porto<br />

de Qingdao, na China. É a<br />

primeira vez que uma carga<br />

total de celulose é realizada<br />

pela Klabin no cais público do<br />

Paraná. A expectativa é de que<br />

esse tipo de procedimento se<br />

torne corriqueiro no terminal,<br />

aumentando ainda mais a eficiência<br />

portuária e trazendo mais<br />

ganhos para a região.<br />

Foto: ilustrativa<br />

Foto: divulgação<br />

Sequestro<br />

de carbono<br />

A Suzano fechou negócio de celulose para fraldas<br />

com a empresa global Ontex, no qual sequestrará da<br />

atmosfera o volume equivalente de CO 2<br />

(Gás Carbônico)<br />

emitido no processo produtivo. O projeto<br />

deverá neutralizar 8 milhões de toneladas de carbono.<br />

O grupo aguarda a regulamentação do crédito de<br />

carbono como moeda, inclusive como coparticipante<br />

das discussões que estariam bem mais avançadas no<br />

Ministério da Economia do que há alguns anos, afirma<br />

o gerente de meio ambiente e plantio, João Augusti.<br />

Segundo ele, em 2018 a Suzano teria sequestrado mais<br />

carbono do que emitiu e para isso a companhia inventaria<br />

o carbono em todas as fases de suas operações,<br />

desde a produção de mudas à chegada nos portos<br />

internacionais de suas mercadorias.<br />

14


N O V I D A D E S<br />

Aniversário<br />

A Unidade da Suzano em Limeira (SP)<br />

completou 60 anos de operações com produtos<br />

inéditos e a expectativa de inaugurar a<br />

primeira fábrica de lignina, um projeto com<br />

características inéditas mundialmente. Atualmente<br />

a unidade é responsável pela produção<br />

de 650 mil toneladas/ano de celulose e 400<br />

mil toneladas de papel por ano. A lignina é<br />

o segundo polímero de fonte renovável mais<br />

abundante na natureza, após a celulose. A<br />

Suzano vem pesquisando seu uso como substituto<br />

de produtos de origem fóssil ao longo dos<br />

últimos 11 anos.<br />

Foto: divulgação<br />

Benefícios a<br />

assentados<br />

A Veracel e a Ufsb (Universidade Federal do<br />

Sul da Bahia) estão avançando projeto de divisão<br />

de lotes que beneficia 345 famílias de agricultores<br />

em três fazendas da Veracel <strong>Celulose</strong>. Os<br />

lotes destinados aos assentados somam 3.319 ha<br />

(hectares) em terras cultiváveis. O tamanho dos<br />

lotes variam de 2 a 14 ha em função da capacidade<br />

de produtividade de cada família. A divisão foi<br />

estabelecida pelas cinco associações de agricultores<br />

que fazem parte do projeto, sem interferência<br />

da empresa ou da universidade. Algumas das<br />

culturas mantidas pelos agricultores incluem feijão<br />

de corda, milho e abóbora, entre outros, que<br />

são vendidos pelos produtores nas feiras livres de<br />

Eunápolis (BA).<br />

Foto: divulgação<br />

16


P R I N C I P A L<br />

CRESCIMENTO<br />

ESTRATÉGICO<br />

Fotos: divulgação<br />

PARA AVANÇAR CADA<br />

VEZ MAIS NO SEGMENTO<br />

DE PAPEL E CELULOSE<br />

BRASILEIRO, EMPRESA<br />

PAULISTA BUSCOU SE<br />

ATUALIZAR E INVESTIR<br />

EM TECNOLOGIA COMO<br />

DIFERENCIAIS<br />

Strategic<br />

growth<br />

TO MOVE FARTHER AHEAD IN THE<br />

BRAZILIAN PULP AND PAPER SEGMENT,<br />

A COMPANY FROM THE STATE OF SÃO<br />

PAULO SOUGHT TO UPDATE ITSELF<br />

AND INVEST IN TECHNOLOGY AS<br />

DIFFERENTIALS<br />

18


Omercado de papel e celulose no<br />

Brasil é, possivelmente, um dos<br />

mais promissores da indústria<br />

nacional. Em 2018, o setor produziu<br />

cerca de 15,8 milhões de<br />

toneladas fabricadas e alcançou<br />

um crescimento de 10,7% em suas exportações,<br />

quando comparadas ao ano anterior. Esses números<br />

mostram que as oportunidades são inúmeras, desde<br />

que existam profissionais capacitados e com visão<br />

de crescimento.<br />

O economista Leonardo Frota, mestre em Desenvolvimento<br />

Econômico, em entrevista recente à<br />

<strong>Revista</strong> CELULOSE & PAPEL, apontou que dados do<br />

Ministério da Economia mostram que em média a<br />

participação da celulose no total das exportações<br />

brasileiras foi de 3,4% nos últimos dez anos. Segundo<br />

ele, há uma tendência de aumento dessa participação.<br />

T<br />

he pulp and paper market in Brazil is<br />

possibly one of the most promising on<br />

the national industrial scene. In 2018,<br />

the Sector produced about 15.8 million<br />

tons while exports grew 10.7% when<br />

compared to the previous year. These figures show<br />

that the opportunities are numerous, as long as<br />

there are qualified professionals with a vision of<br />

growth.<br />

Economist Leonardo Frota, MSc. in Economic<br />

Development, in a recent interview with CELULO-<br />

SE & PAPEL, pointed out that data from the Ministry<br />

of Economy showed that the share of pulp in<br />

Brazilian exports averaged about 3.4% over the last<br />

ten years with a trend to increased participation.<br />

“Since more than 70% of Brazilian pulp<br />

production is exported, the consolidation of the<br />

national market in large corporations can favor the<br />

19


21


A V A N Ç O S E T E C N O L O G I A<br />

Corrida<br />

sustentável<br />

Sustentabilidade não é mais uma tendência no<br />

setor de celulose, mas uma demanda dos consumidores<br />

e uma necessidade para empresas<br />

se manterem competitivas. Para isso, inovações<br />

são cruciais para chegar aos insumos e produtos<br />

mais eficientes e competitivos, em diversas<br />

áreas, do agronegócio ao mercado de cosméticos.<br />

The race for<br />

sustainability<br />

S<br />

ustainability is no longer just a trend in the Pulp<br />

Sector, but a consumer demand and a need for<br />

companies to remain competitive. For this, in various<br />

areas, from agribusiness to cosmetics, innovations<br />

are crucial to reach the most efficient and competitive<br />

inputs and products.<br />

24


Alternativa aos microplásticos<br />

Foto: divulgação<br />

Apesar de as microesferas de plástico serem proibidas em muitos<br />

lugares do mundo, ainda são encontradas em cosméticos e produtos<br />

de higiene, causando poluição ambiental de difícil reparação:<br />

estima-se que 30 mil toneladas de microplásticos de produtos de<br />

consumo acabem nos oceanos do mundo todos os anos. Em resposta<br />

a isso, pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido,<br />

estão desenvolvendo microesferas biodegradáveis feitas de celulose<br />

para substituir o plástico.<br />

A tecnologia está sendo desenvolvida pelos professores Janet<br />

Scott e Davide Mattia do Center for Sustainable Chemical Technologies<br />

da Universidade de Bath em parceria com a empresa britânica<br />

Naturbeads. O objetivo é reduzir a poluição microplástica nos<br />

oceanos e ajudar a preservar a vida marinha.<br />

As microesferas biodegradáveis são produzidas a partir de uma<br />

solução de celulose, que é forçada através de pequenos orifícios<br />

em uma membrana tubular. Esse processo cria gotículas esféricas<br />

da solução que são lavadas da membrana usando óleo vegetal. Em<br />

seguida, as microesferas são coletadas e separadas do óleo antes do<br />

uso. O processo cria microesfera cujos tamanhos e texturas podem<br />

variar segundo o tipo de celulose utilizado no processo, segundo<br />

informações da Naturbeads.<br />

A inovação é apropriada para uso cosmético, pois a celulose tem<br />

propriedade emulsificante que ajuda a estabilizar soluções com solubilidade<br />

diferente, semelhante à sua função de suporte estrutural<br />

nas plantas. Nos cosméticos, a celulose ajuda a melhorar a experiência<br />

de aplicação do produto para o consumidor, podendo ser<br />

usada como um agente para aumentar a textura suave de cremes,<br />

um formador de filme para aplicação de esmalte de camada fina ou<br />

um agente antiaglomerante para fundações cosméticas, entre outras<br />

aplicações.<br />

Alternative to<br />

microplastics<br />

Although plastic microspheres are banned<br />

in many parts of the world, they are still found<br />

in many cosmetics and hygiene products, causing<br />

environmental pollution that is difficult to<br />

repair: it is estimated that 30 thousand tons of<br />

microplastics from consumer products end up<br />

in the world’s oceans every year. In response to<br />

this, researchers at the University of Bath in the<br />

UK are developing biodegradable microspheres<br />

made from cellulose to replace plastics.<br />

The technology is being developed by<br />

Professors Janet Scott and Davide Mattia of the<br />

Center for Sustainable Chemical Technologies<br />

at the University of Bath, in partnership with<br />

the British company Naturbeads. The goal is to<br />

reduce microplastic pollution in the oceans and<br />

help preserve marine life.<br />

Biodegradable microspheres are produced<br />

from a cellulose solution, which is forced<br />

through small holes in a tubular membrane.<br />

This process creates spherical solution droplets<br />

that are washed from the membrane using<br />

vegetable oil. Then, the microspheres are collected<br />

and separated from the oil before use.<br />

The process creates microspheres whose sizes<br />

and textures may vary depending on the type<br />

of cellulose used in the process, according to<br />

Naturbeads.<br />

The innovation is suitable for cosmetic use,<br />

as cellulose has emulsifier properties that help<br />

stabilize solutions with different solubility, similar<br />

to its structural support function in plants. In<br />

cosmetics, cellulose helps improve the product<br />

application experience for the consumer and<br />

can be used as an agent to increase the smooth<br />

texture of creams, a film former for the application<br />

of thin layers of nail polish, or an antibinder<br />

agent in cosmetic foundations, amongst<br />

other applications.<br />

25


26<br />

Fotos: divulgação


A R T I G O<br />

RENATURALIZAÇÃO DE RIOS USANDO<br />

EUCALIPTO: UM EXEMPLO DE COMO<br />

O SETOR DE CELULOSE E PAPEL PODE<br />

GERAR IMPACTOS POSITIVOS SOBRE A<br />

BIODIVERSIDADE<br />

Fotos: divulgação<br />

Tatiana Heid Furley<br />

Fundadora e Membro do Conselho Deliberativo e de<br />

inovação da Aplysia<br />

28


Renaturalization of rivers using<br />

eucalyptus: an example of how the pulp<br />

and paper sector can generate positive<br />

impacts on biodiversity<br />

29


A R T I G O<br />

RESUMO<br />

A<br />

mata ciliar exerce um papel muito<br />

importante na vida dos rios,<br />

“alimentando-os” com sombra,<br />

folhas e galhos. A sombra ajuda<br />

no controle da temperatura da<br />

água, as folhas servem de fonte<br />

de alimento e nutrientes, e os galhos que<br />

chegam aos rios exercem papel importante na<br />

regulação do fluxo de água, tanto retardando<br />

o escoamento evitando enchentes, quanto auxiliando<br />

no reabastecimento do lençol freático;<br />

além disso, os galhos são importantes para<br />

a qualidade da água, heterogeneidade do rio,<br />

criação de habitat e aumento da biodiversidade.<br />

Entretanto, com a ausência da mata ciliar,<br />

esses serviços ecossistêmicos deixam de existir.<br />

A ReNaturalização é uma técnica de restauração<br />

fluvial, que trata da introdução planejada<br />

de troncos de madeira no leito de rios,<br />

desempenhando um papel coadjuvante muito<br />

rápido, enquanto a mata ciliar se restabelece.<br />

Apesar de amplamente difundida na Europa,<br />

Austrália e EUA (Estados Unidos da América),<br />

e comprovados os serviços ecossistêmicos<br />

obtidos (Gippel, 1995 e Correll, 2005), essa<br />

técnica foi adaptada à realidade tropical e<br />

empregada pioneiramente no Brasil em dois<br />

cursos d’água: em 200 metros do rio Mangaraí,<br />

afluente do rio Santa Maria da Vitória, no<br />

estado do Espírito Santo (Aplysia, 2017); e em<br />

aproximadamente 2.000 metros do rio Gualaxo<br />

do Norte, afluente do rio Doce, no estado<br />

de Minas Gerais (Renova, <strong>2019</strong>).<br />

ASPECTOS METODOLÓGICOS:<br />

TRONCOS DE EUCALIPTO<br />

No caso da aplicação da técnica em<br />

território capixaba, optou-se pelo emprego<br />

de troncos de eucalipto, madeira frequentemente<br />

utilizada em projetos desta natureza na<br />

SUMMARY<br />

T<br />

he riparian forest plays a very vital role in<br />

the life of rivers, “feeding them” with shade,<br />

leaves, and branches. The shadow helps in<br />

the control of water temperature, the leaves<br />

serve as a source of food and nutrients, and the<br />

branches that reach the rivers play an essential role<br />

in regulating the flow of water, both slowing the flow<br />

avoiding floods and assisting in the replenishment of<br />

the water table; in addition, branches are essential<br />

for water quality, river heterogeneity, habitat creation,<br />

and increased biodiversity.<br />

However, with the absence of a riparian forest,<br />

these ecosystem services cease to exist. ReNaturalization<br />

is a technique of river restoration, which deals<br />

with the planned introduction of tree trunks on the<br />

riverbed, playing a very active supporting role, while<br />

the riparian forest reestablishes itself. Although widely<br />

disseminated in Europe, Australia, and the United States,<br />

and proven through the ecosystem services provided<br />

(Gippel, 1995 and Correll, 2005), this technique<br />

was only recently adapted to the tropical reality and<br />

first used in Brazil in two watercourses: 200 meters<br />

Projeto teve como objetivos:<br />

aumento da retenção de<br />

sólidos nos tributários, volta da<br />

heterogeneidade geomorfológica<br />

do canal; e aumento da<br />

abundância de peixes<br />

30


31


I N O V A Ç Ã O<br />

REALIDADE<br />

PALPÁVEL<br />

TÉCNICA DE IMPRESSÃO À BASE GEL<br />

DE NANOCELULOSE REVOLUCIONA<br />

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS<br />

REPORTAGEM SUGERIDA POR VITOR RIBEIRO<br />

Fotos: divulgação<br />

34


Palpable<br />

reality<br />

NANOCELLULOSE GEL-BASED<br />

PRINTING TECHNIQUE<br />

REVOLUTIONIZES PRODUCT<br />

MANUFACTURING<br />

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I N O V A Ç Ã O<br />

Pesquisadores da Chalmers University<br />

of Technology, na Suécia, desenvolveram<br />

um método para impressão<br />

em 3D com uma tinta à base de<br />

madeira de uma forma que imita a<br />

estrutura única da madeira. A pesquisa pode<br />

revolucionar a fabricação de produtos verdes.<br />

Anos atrás, os cientistas haviam criado um<br />

meio de impressão 3D feito de fibra de madeira.<br />

Agora, eles desenvolveram um novo método<br />

de impressão, produzindo material sólido com<br />

a estrutura e as qualidades da madeira natural.<br />

Por meio da emulação da arquitetura celular natural<br />

da madeira, eles agora apresentam a capacidade<br />

de criar produtos sustentáveis derivados<br />

de árvores, com propriedades únicas - desde<br />

roupas, embalagens e móveis até produtos de<br />

saúde e cuidados pessoais.<br />

O material original consistia de um gel de<br />

nanocelulose, contendo pequenas fibras de<br />

celulose, que eram obtidas a partir de polpa de<br />

madeira. Uma variedade de objetos poderia ser<br />

impressa a partir dele, mas eles não teriam a<br />

porosidade, resistência e força de torção da madeira<br />

real. Agora, no entanto, os pesquisadores<br />

adicionaram um novo ingrediente: a hemicelulose,<br />

que é um componente natural das células<br />

vegetais. Isso impulsionou a força do gel, agindo<br />

como uma cola para ajudar a manter as fibras<br />

de celulose juntas.<br />

Além disso, eles digitalizaram o código genético<br />

da madeira natural e usaram esse código<br />

para instruir uma impressora 3D que estava imprimindo<br />

com o gel recém-aprimorado. Como<br />

resultado, eles puderam controlar com precisão<br />

o arranjo das nanofibras durante o processo de<br />

impressão, criando itens simples que não eram<br />

feitos apenas de fibra de madeira, mas que também<br />

tinham a ultraestrutura da madeira real.<br />

A maneira como a madeira cresce é controlada<br />

pelo seu código genético, o que lhe<br />

confere propriedades únicas em termos de<br />

porosidade, tenacidade e resistência à torção.<br />

Mas a madeira tem limitações quando se trata<br />

de processamento. Ao contrário de metais e<br />

R<br />

esearchers at the Chalmers University of<br />

Technology in Sweden have developed a<br />

method for 3D printing with a wood-based<br />

ink in a way that mimics the unique structure<br />

of wood. The research can revolutionize<br />

the manufacture of green products.<br />

Years ago, scientists had created a way of 3D printing<br />

using wood fiber. Now, they have developed a new<br />

printing method, producing a solid material with the<br />

structure and qualities of natural wood. Through the<br />

emulation of wood’s natural cellular architecture, they<br />

now can create sustainable tree-derived products, with<br />

unique properties - from clothing to packaging, furniture,<br />

and healthcare and personal care products.<br />

The original material consisted of a nanocellulose<br />

gel, containing small cellulose fibers, which were<br />

obtained from wood pulp. A variety of objects could be<br />

printed from it, but they would not have the porosity,<br />

resistance, and twisting force of the actual wood. Now,<br />

however, researchers have added a new ingredient: hemicellulose,<br />

which is a natural component of plant cells.<br />

This boosted the strength of the gel, acting as a glue to<br />

help keep the cellulose fibers together.<br />

Also, they scanned the genetic code of natural wood<br />

and used this code to instruct a 3D printer that was<br />

printing with the newly enhanced gel. As a result, they<br />

were able to accurately control the arrangement of<br />

nanofibers during the printing process, creating simple<br />

items that were not only made of wood fiber but also<br />

had the ultrastructure of natural wood.<br />

The way wood grows is controlled by its genetic<br />

code, which gives it its unique properties in terms of<br />

A maneira como a madeira<br />

cresce é controlada pelo seu<br />

código genético, o que lhe confere<br />

propriedades únicas em termos de<br />

porosidade, tenacidade e resistência<br />

à torção<br />

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38


39


E C O N O M I A<br />

Balanço<br />

econômico<br />

SETOR SENTE LEVE IMPACTO DAS INCERTEZAS<br />

ECONÔMICAS, MAS TENDÊNCIA É DE<br />

RECUPERAÇÃO<br />

Fotos: divulgação<br />

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Economic<br />

balance sheet<br />

SECTOR FEELS A SLIGHT IMPACT FROM<br />

THE ECONOMIC UNCERTAINTIES, BUT<br />

THE TREND IS RECOVERY<br />

41


E C O N O M I A<br />

Oterceiro trimestre do ano<br />

mostra movimentos essenciais<br />

na economia e não é<br />

diferente com o mercado<br />

de celulose. O volume de<br />

produção de celulose do Brasil recuou 5,1%<br />

no acumulado do ano até setembro em relação<br />

ao mesmo período de 2018, somando 15<br />

milhões de toneladas, de acordo com dados<br />

da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores). No<br />

período, as exportações do insumo registraram<br />

queda de 0,4%, somando 11 milhões de<br />

toneladas vendidas. No mesmo período, aliás,<br />

o consumo aparente de celulose caiu 14,1%,<br />

chegando a 4,237 milhões de toneladas. No<br />

mercado doméstico, as vendas de papel caíram<br />

0,8% no comparativo de janeiro a setembro,<br />

registrando quatro milhões de toneladas.<br />

T<br />

his year’s third quarter is showing several<br />

essential movements in the economy,<br />

and it is no different in the pulp market.<br />

Brazil’s pulp production volume fell 5.1%<br />

in the nine months ended September compared to<br />

the same period in 2018, with a total production<br />

of 15 million metric tons, according to data from<br />

the Brazilian Tree Industry (Ibá). In the period, pulp<br />

exports fell 0.4% to 11 million metric tons. As such,<br />

in the same period, apparent pulp consumption fell<br />

14.1% to 4.24 million metric tons. In the domestic<br />

market, in the January to September period, paper<br />

sales fell 0.8% compared to the same period in the<br />

previous year, to four million metric tons.<br />

Also, in the nine months ended September,<br />

paper production reached 7.8 metric million tons,<br />

an increase of 1% compared to the same period a<br />

year earlier. The highlights were in the sanitary paper<br />

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<strong>43</strong>


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E V E N T O<br />

Fotos: divulgação<br />

PONTO DE<br />

ENCONTRO<br />

II JANTAR DA APLYSIA PROCURA ESTIMULAR<br />

IMPACTO LÍQUIDO POSITIVO NO SETOR<br />

THE MEETING POINT<br />

THE IIND APLYSIA DINNER SEEKS TO<br />

STIMULATE NET POSITIVE IMPACT ON<br />

THE SECTOR<br />

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Conservar a biodiversidade sem comprometer<br />

o desenvolvimento econômico e<br />

social é um dos maiores desafios deste<br />

século. Neste contexto, o mercado e a indústria<br />

estão cada vez mais atentos para a<br />

necessidade de cumprir metas de desenvolvimento. E<br />

isso está diretamente ligado a uma gestão mais eficaz<br />

e responsável dos recursos.<br />

A indústria, que depende de recursos naturais,<br />

desde água potável até proteção contra desastres<br />

naturais, reconhece que precisa olhar para o cenário<br />

geral e buscar compreender como suas atividades<br />

estão ligadas à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos<br />

de sua bacia hidrográfica, por exemplo.<br />

“Isso é necessário para sobrevivência e prosperidade,<br />

e o número de empresas que vem se atentando e<br />

atuando em prol de deixar o ambiente melhor do que<br />

encontrou vem aumentando”, explica a Dra. Tatiana<br />

Furley, Immediate Past President da Setac (Sociedade<br />

de Toxicologia e Química Ambiental da América Latina)<br />

e fundadora e membro do Conselho Deliberativo<br />

e de Inovação da Aplysia, empresa especializada em<br />

soluções ambientais com foco em recursos hídricos.<br />

O SETOR DE CELULOSE E O IMPACTO<br />

POSITIVO<br />

Temas que concernem ao setor foram discutidos<br />

com profundidade durante o II Jantar da Aplysia, no<br />

dia 22 de outubro de <strong>2019</strong>, em São Paulo. O encontro<br />

contou com representantes das principais indústrias<br />

de celulose e papel do país.<br />

“O evento visou estimular a prática do conceito<br />

NPI (Net Positive Impact ou Impacto Líquido Positivo),<br />

exemplificando como o setor de celulose pode ir<br />

além. “Uma maneira por exemplo é Renaturalizando<br />

os rios, e trazendo de volta as suas funções ambientais<br />

como: controle dos sólidos suspensos na água,<br />

aumento da biodiversidade, controle de enchentes e<br />

seca, resultado possível de ser alcançado por meio da<br />

técnica pioneira desenvolvida pela Aplysia”, explicou<br />

Tatiana Furley.<br />

Atingir as metas NPI significa que os impactos<br />

negativos gerais de um projeto na biodiversidade são<br />

superados pelos ganhos alcançados através de iniciativas<br />

de conservação e recuperação ambiental na<br />

mesma região, mesmo que seja inevitável que outras<br />

perdas ainda ocorram no local do desenvolvimento.<br />

A contabilização de tudo isso é de extremo valor, e<br />

vale comentar que ter o Baseline bem estabelecido<br />

C<br />

onserving biodiversity without compromising<br />

economic and social development is one of<br />

the biggest challenges of this century. In this<br />

context, the market and industry are increasingly<br />

attentive to the need to meet development<br />

goals. And this is directly linked to more active and<br />

responsible resource management.<br />

Industry, which relies on natural resources, from<br />

drinking water to protection against natural disasters,<br />

recognizes that it needs to look at the general scenario<br />

and seek to understand how its activities are linked<br />

to biodiversity and ecosystem services focused on<br />

watershed resources, for example.<br />

“This is necessary for survival and prosperity, and<br />

the number of companies that have been paying<br />

attention to this and acting in favor of making the<br />

environment better than they found it has been<br />

increasing,” explains Dr. Tatiana Furley, Immediate Past<br />

President of the Latin American Society of Toxicology<br />

and Environmental Chemistry (Setac) and founding<br />

member of the Deliberative Council and member of<br />

Council for Innovation of Aplysia, a company specializing<br />

in environmental solutions focused on water<br />

resources.<br />

THE PULP SECTOR AND ITS POSITIVE IMPACT<br />

During the IInd Aplysia Dinner held in São Paulo<br />

on October 22, <strong>2019</strong>, topics concerning the Sector<br />

were discussed in depth. The meeting was attended<br />

by representatives of the leading pulp and paper<br />

companies in the Country. “The event aimed to<br />

stimulate the practice of the “Net Positive Impact”<br />

concept (NPI), exemplifying how the Pulp Sector can<br />

go further. “One way, for example, is to “renaturalize”<br />

rivers, and returning them to their environmental<br />

functions such as control of suspended solids in water,<br />

increased biodiversity, and flood and drought control,<br />

possible through the results being achieved through<br />

the pioneering technique developed by Aplysia,”<br />

explains Dr. Furley.<br />

Achieving NPI targets means that the overall negative<br />

impacts of a project on biodiversity are overcome<br />

by the gains made through environmental conservation<br />

and recovery initiatives in the same region, even<br />

if it is inevitable that further losses occur in location<br />

development. Accounting for all this is of extreme<br />

value, and it is worth commenting that having a<br />

well-established baseline is critical to measurement.<br />

Moreover, this same baseline could serve as a “zero<br />

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P R Ê M I O<br />

DESTAQUES DO SETOR<br />

BRASILEIRO DE CELULOSE E PAPEL<br />

RECEBEM PRÊMIO<br />

REFERÊNCIA <strong>2019</strong><br />

Fotos: ROSANGELA BINI<br />

50


PRÊMIO<br />

2 19<br />

os principais empresários e profissionais<br />

do setor de celulose e papel de todo o<br />

país estiveram presentes na cerimônia<br />

do PRÊMIO REFERÊNCIA, realizada no<br />

final do mês de outubro, em Curitiba (PR), com<br />

assinatura da JOTA EDITORA.<br />

Com 17 anos de tradição, a premiação é uma<br />

das mais respeitadas do Brasil por enaltecer a<br />

atuação de empresas do setor ao longo do ano,<br />

como forma de reconhecimento ao trabalho e ao<br />

desenvolvimento do país, considerando também<br />

critérios como empregabilidade, sustentabilidade,<br />

valores, cultura organizacional, inovação, geração<br />

de renda, entre outros quesitos.<br />

O PRÊMIO REFERÊNCIA busca fomentar o<br />

mercado, em toda a cadeia produtiva da madeira:<br />

nas florestas, na indústria, na produção de celulose<br />

e de papel, na geração de biomassa e nos produtos<br />

de madeira. Desta maneira, valoriza as empresas<br />

e as organizações do setor que colaboram<br />

para que o mercado brasileiro seja um dos mais<br />

desenvolvidos e promissores do mundo. “Minha<br />

gratidão à presença de vocês que dedicaram um<br />

tempo para estarem aqui. Há 21 anos, a REVISTA<br />

REFERÊNCIA vem trazendo a informação especializada<br />

para o nosso segmento e sinto orgulho<br />

da força da revista impressa”, ressaltou o diretor<br />

comercial da JOTA EDITORA, Fábio Machado.<br />

Em tempos de fake news e da dubiedade de<br />

informações das mídias digitais, Fábio destacou<br />

a potência da mídia impressa especializada no<br />

mundo que, cada vez mais, tem um púbico cativo<br />

por ter a credibilidade como valor primordial.<br />

“Recentemente, a Rock Content, maior empresa<br />

de conteúdo digital da América Latina, lançou<br />

uma revista impressa, assim como a Uber e Airbnb,<br />

por exemplo. Isso tem ocorrido porque, em<br />

uma pesquisa, foi revelada a dificuldade dessas<br />

empresas em se comunicar com empresários,<br />

diretores, investidores, CEO’s, presidentes de<br />

empresas, etc. E esse público-alvo falou que busca<br />

informação na revista segmentada impressa por<br />

confiar nessa fonte de informação”, revelou.<br />

Além da credibilidade e qualidade de conteúdo<br />

da mídia impressa, outro ponto ressaltado<br />

pelo diretor executivo da JOTA EDITORA, Pedro<br />

Bartoski Jr., é a comunicação direta que as empresas<br />

passam a ter com público por meio do veículo<br />

impresso. “Muitas vezes o setor empresarial não<br />

informa ao seu público o que está produzindo e<br />

desenvolvendo. A revista é uma ferramenta para<br />

as empresas e os profissionais divulgarem e comunicarem<br />

o trabalho realizado em prol do nosso<br />

Brasil. A gente tem orgulho de estar premiando 10<br />

dessas empresas que pesquisamos e descobrimos<br />

como fizeram algo de muito importante, dentro<br />

do nosso segmento, neste ano. Mas convido<br />

a participarem ativamente: divulguem mais as<br />

empresas, porque credibilidade a gente tem de<br />

sobra, assim como vocês, precisamos saber usar<br />

mais essa ferramenta”, orientou o diretor executivo.<br />

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F E I R A<br />

TISSUE WORLD<br />

CONFIRA O QUE O MERCADO<br />

DA CELULOSE E PAPEL TRAZ PARA 2020<br />

Fotos: CELULOSE & PAPEL<br />

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TISSUE WORLD<br />

CHECK OUT WHAT THE PULP AND<br />

PAPER MARKET BRINGS TO 2020<br />

Entre 22 a 24 de outubro, aconteceu o<br />

52º Congresso Internacional de <strong>Celulose</strong><br />

e Papel. O evento teve como sede a<br />

cidade de São Paulo (SP), onde ilustres<br />

personalidades do mercado de <strong>Celulose</strong><br />

e Papel se reuniram para discutir o futuro<br />

do segmento. Um dos palestrantes convidados<br />

foi o engenheiro florestal José Maio. O consultor<br />

independente fez um resumo da história da<br />

silvicultura no Brasil, que, segundo sua pesquisa,<br />

começa com o descobrimento do país, com as<br />

madeiras tendo sido tiradas com desperdício. Depois,<br />

em 1965, com o incentivo fiscal, a criação<br />

dos institutos de pesquisa e a engenharia florestal,<br />

a floresta ganhou um fôlego e começou a de fato<br />

funcionar o mercado.<br />

“Saímos de 500 mil para 6 milhões de hectares<br />

plantados”, contou o palestrante. Em 1988,<br />

acabaram os incentivos fiscais e as empresas<br />

passaram a se organizar com incentivos privados,<br />

além de investir em produtividade e racionalização<br />

do custo. “Em 1996, começa a quarta fase<br />

da nossa silvicultura, quando vem a certificação<br />

floresta, que demanda das empresas que elas<br />

demonstrem desempenho ambiental. Não basta<br />

mais ter planos, agora é preciso de ações. Isso é<br />

reflexo da Rio 92”, complementou o engenheiro.<br />

Os participantes do evento discutiram soluções<br />

para o ramo e apontaram mudanças que<br />

devem ocorrer no futuro. Paralelo a isso, acontecia<br />

o Tissue World, em que empresas do mundo<br />

inteiro expuseram seus maquinários e projetos<br />

de destaque no mercado Tissue. Confira o que<br />

algumas das principais indústrias trouxeram para<br />

o evento.<br />

B<br />

etween October 22-24, the 52nd International<br />

Congress of Pulp and Paper<br />

took place. The event was held in the<br />

city of São Paulo, where illustrious<br />

personalities from the Pulp and Paper market<br />

met to discuss the future of the segment. One<br />

of the invited speakers was Forest Engineer José<br />

Maio. The independent consultant summarized<br />

the history of forestry in Brazil, which, according<br />

to his research, begins with the discovery of the<br />

Country, with the forests chopped down and considered<br />

waste. Then, in 1965, with the creation<br />

of fiscal incentives, research institutes sprung-up<br />

along with forest engineering, the forestry gained<br />

life and began actually to drive the market.<br />

“We went from 500 thousand to 6 million<br />

hectares planted,” the speaker said. In 1988, tax<br />

incentives ended, and companies began to organize<br />

using private incentives, in addition to investing<br />

in productivity and cost rationalization. “In<br />

1996, the fourth phase of forestry in Brazil begins,<br />

when forest certification arrives, which demands<br />

that companies demonstrate environmental performance.<br />

It’s not enough to have plans anymore;<br />

now you need action. This is a reflection of Rio<br />

92,” the engineer added.<br />

The participants in the event discussed solutions<br />

for the segment and pointed out changes<br />

that should occur in the future. Parallel to this,<br />

Tissue World was held, where companies around<br />

the world exhibited their machinery and projects<br />

for the Tissue market.<br />

Check out what some of the major companies<br />

have brought to this year’s event.<br />

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E N T R E V I S T A<br />

Avanço<br />

tecnológico<br />

Advances in<br />

technology<br />

Foto: divulgação<br />

Fernando José Borges Gomes<br />

Departamento de Produtos Florestais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro<br />

Department of Forest Products at the Federal Rural University of Rio de Janeiro<br />

Considerando o atual cenário de produção<br />

de celulose, onde a madeira<br />

representa mais de 50% dos custos<br />

de produção de uma unidade fabril<br />

no Brasil, há uma busca por matérias-<br />

-primas fibrosas alternativas à ela.<br />

Algumas empresas já têm se despertado para este<br />

cenário, que apesar de parecer longínquo, não pode<br />

ser descartado. Pensando nisso, os pesquisadores<br />

Fernando José Borges Gomes, do Departamento de<br />

Produtos Florestais da Universidade Federal Rural do<br />

Rio de Janeiro, e Cássio Anderson Martins Caetano,<br />

do Departamento Engenharia Florestal da Universidade<br />

Federal de Viçosa, testam possibilidades para<br />

produção de polpa celulósica a partir de cana-energia.<br />

Confira abaixo a conversa com Fernando sobre o<br />

trabalho desenvolvido:<br />

C<br />

onsidering the current pulp production<br />

scenario, where timber accounts<br />

for more than 50% of production<br />

costs in a pulping plant in Brazil, there<br />

is a search for alternative fibrous raw materials,<br />

and some companies have already become aware<br />

of this scenario, although it seems distant, cannot<br />

be discarded. Thinking of this, scientists Fernando<br />

José Borges Gomes from the Department of Forest<br />

Products at the Federal Rural University of Rio<br />

de Janeiro and Cássio Anderson Martins Caetano<br />

from the Forest Engineering Department of the<br />

Federal University of Viçosa experimented with<br />

the possibilities of producing cellulosic pulp from<br />

energy sugarcane. Check out the conversation<br />

with Dr. Gomes below:<br />

60


<strong>Celulose</strong>: Como surgiu a ideia de testar a cana-<br />

-energia para a produção de polpa celulósica?<br />

Fernando: Algumas fonte de biomassa tem sido<br />

muito ventiladas no Brasil, como o bambu, capim<br />

elefante e devido a sua grande disponibilidade<br />

no Brasil, a palha e o bagaço de cana-de-açúcar.<br />

Dentre estas matérias primas citadas, o bagaço da<br />

cana é a que possui o maior potencial, isto por<br />

ser oriunda de um segmento comercial já estabelecido,<br />

e se encontrar concentrada na forma de<br />

um resíduo nas usinas de açúcar e álcool. Contudo,<br />

a cana tradicional foi melhorada ao longo<br />

dos anos para gerar mais caldo do que material<br />

fibroso, o que a torna desafiadora. Já na cana-<br />

-energia, há grande volume de material fibroso,<br />

o que a torna diferenciada e muito atrativa para<br />

a produção de celulose, que busca por fibras.<br />

Assim, nasceu o interesse por este material.<br />

<strong>Celulose</strong>: A própria cana-energia é uma novidade<br />

no setor sucroenergético nacional. Ela<br />

é conhecida como super cana. Por que ela é<br />

diferente das demais?<br />

Fernando: Quando analisamos as características<br />

da cana-energia, esta se destaca da cana-de-açúcar<br />

tradicional por possuir um maior conteúdo<br />

de material fibroso. Esse material fibroso também<br />

pode ser usado para a obtenção de energia, por<br />

exemplo, pela geração de etanol de segunda<br />

geração vindo da celulose, também chamado de<br />

etanol celulósico, e que cada vez se desenvolve<br />

mais no Brasil. Dessa forma a cana-energia, tem o<br />

potencial de contribuir com a geração de energia<br />

através do seu caldo, o chamado etanol de primeira<br />

geração, e com o material fibroso gerando<br />

o etanol de segunda geração, por exemplo. Alguns<br />

estudos indicam que esta cana poderia produzir<br />

o dobro de combustível quando comparado<br />

a cana tradicional. Dessa forma, a grande diferença<br />

da cana-energia seria o elevado conteúdo de<br />

material fibroso. Do ponto de vista agronômico,<br />

também vale destacar que alguns dados indicam<br />

que este material pode ser até três vezes mais<br />

produtivo no campo do que a cana-de-açúcar<br />

convencional, o que impacta muito o custo dessa<br />

matéria-prima. Há ainda trabalhos que sugerem<br />

que a cana-energia seja menos exigente quanto<br />

ao tipo de solo. O que também seria um grande<br />

atrativo para este material.<br />

<strong>Celulose</strong>: How did the idea come about for<br />

testing energy sugarcane for cellulosic pulp<br />

production?<br />

Fernando: Several biomass sources have been<br />

very much ventilated in Brazil, such as bamboo,<br />

elephant grass, and, due to its excellent availability<br />

in Brazil, sugarcane straw and bagasse.<br />

Amongst these raw materials mentioned above,<br />

sugarcane bagasse is the one with the most<br />

significant potential due to it coming from an<br />

already established commercial segment, and<br />

is concentrated in the form of a residue from<br />

sugar and alcohol plants. However, traditional<br />

sugarcane has been improved over the years to<br />

generate more juice than fibrous material, which<br />

makes it challenging. As to energy sugarcane,<br />

there is a large volume of fibrous material, which<br />

differentiates it and makes it very attractive<br />

for pulp production, which seeks fiber. Thus,<br />

interest was born for this material.<br />

<strong>Celulose</strong>: Energy sugarcane is a novelty in<br />

the national Sugar/Energy Sector. It is known<br />

as “super cane”. Why is it different from the<br />

other types?<br />

Fernando: When we analyze the characteristics<br />

of energy sugarcane, it stands out from traditional<br />

sugarcane because it has higher fibrous<br />

material content. This fibrous material can also<br />

be used to obtain energy, for example, by generating<br />

second-generation ethanol from cellulose,<br />

also called cellulosic ethanol, and which<br />

is increasingly being developed in Brazil. Thus,<br />

energy sugarcane has the potential to contribute<br />

to energy generation through its juice,<br />

the so-called first-generation ethanol, and with<br />

fibrous material generating second-generation<br />

ethanol, for example. Some studies indicate<br />

that this cane could produce twice as much fuel<br />

when compared to traditional cane. Thus, the<br />

big difference in energy sugarcane is the fibrous<br />

material high content.<br />

From the agronomy point of view, it is also worth<br />

mentioning that some data indicate that this<br />

material can be up to three times more productive<br />

in the field than conventional sugarcane,<br />

which dramatically impacts on the cost of this<br />

raw material. Some studies suggest that energy<br />

sugarcane is less demanding about the type of<br />

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C A L E N D Á R I O<br />

DEZEMBRO <strong>2019</strong><br />

PAPEREX<br />

Data: 3 a 6<br />

Local: Nova Déli (Índia)<br />

Informações: www.paperex.in<br />

JUNHO 2020<br />

ASIAN PAPER<br />

Data: 3 a 5<br />

Local: Bagcoc (Tailândia)<br />

Informações: www.asianpapershow.com<br />

WOODEX<br />

Data: 3 a 6<br />

Local: Moscou (Rússia)<br />

Informações: www.woodexpo.ru<br />

SETEMBRO 2020<br />

PPW (PACKAGING & PROCESS WEEK)<br />

Data: 15 a 18<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.abimaq.org.br<br />

MARÇO 2020<br />

MOVELSUL<br />

Data: 16 a 19<br />

Local: Bento Gonçalves (RS)<br />

Informações: www.movelsul.com.br<br />

TISSUE WORLD ASIA<br />

Data: 15 a 17<br />

Local: Istambul (Turquia)<br />

Informações: www.tissueworld.com/istanbul<br />

ABRIL 2020<br />

FIEMA BRASIL<br />

Data: 14 a 16<br />

Local: Bento Gonçalves (RS)<br />

Informações: www.fiema.com.br<br />

OUTUBRO 2020<br />

BWEXPO<br />

Data: 6 a 8<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.bwexpo.com.br

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