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Casa Madre - Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante

Pesquisa de Arquitetura e Urbanismo acerca do tema da humanização da Arquitetura, para projeto de um Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante, com Banco de Leite Humano integrado.

Pesquisa de Arquitetura e Urbanismo acerca do tema da humanização da Arquitetura, para projeto de um Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante, com Banco de Leite Humano integrado.

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CASA

MADRE

CENTRO DE PARTO HUMANIZADO

E ATENDIMENTO À GESTANTE

TAMYREZ LEITE SCHNEIDER

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA | FSG

PESQUISA EM ARQUITETURA E URBANISMO

CAXIAS DO SUL | RS | SEMESTRE 2019/01

1



Agradeço em primeiro lugar ao destino por ter traçado rotas que me trouxeram

até aqui, e por ter tido a oportunidade de fazer escolhas ao longo da vida,

já que nem todos tem o ensejo de eleger os caminhos pelos quais trilharão.

Sou grata à acolhida do Centro universitário da Serra Gaúcha na qual concluo

meu curso, bem como às outras instituições pelas quais passei, que somadas

fizeram a combinação necessária no conhecimento que detenho hoje. Ao

professor Leonardo Giovenardi agradeço imensamente pelo compartilhamento

da sapiência, a qual foi fundamental na construção do pensar arquitetônico, e

também por auxiliar no processo criativo de sair da caixa.

Aos meus pais agradeço imensuravelmente, por me darem possibilidade

e liberdade nas mudança da rota na jornada acadêmica, bem como a base

necessária para seguir, corroborando na maturidade para encarar os desafios

da Arquitetura. Ao meu irmão, por contribuir no empoderamento com minhas

vocações e me motivar sempre que foi preciso. Agradeço pelo suporte

emocional dado pelo meu companheiro de vida, que trilhou esse caminho em

conjunto, compartilhando todas as etapas. Grandes méritos dou à minha filha

Serena, que trouxe a força propulsora para o fechamento do curso, partilhou de

sua doçura nos momentos mais difíceis e trouxe o discernimento necessário

para agir por dever. À ela devo o agradecimento ao tema escolhido, já que

fora devido às experiências advindas do seu parto, que pude ter empatia pelo

processo respeitoso da vinda ao mundo.



RESUMO

Desde a década de 60, o índice de cesáreas vem aumentando exponencialmente no mundo, principalmente

no Brasil. A prática do parto normal e natural, vem sendo menos difundidas diante de um contexto em que o

nascimento já não é mais uma escolha intríseca da mãe, mas também do médico. Diante desses dados, o Ministério

da Saúde passou a criar diretrizes, desde a década de 90, para reduzir as cesáreas no Sistema Único de Saúde. No

entanto, ainda é necessária uma atenção especial para o setor privado, que retém a maior relação de cesáreas. Em

contraponto, em Caxias do Sul, mais especificamente, existe um crescente número de mulheres de maior poder

aquisitivo, e com maior instrução, em busca da humanização do parto, no intuito de garantir saúde não somente

para si, mas também para o bebê. Por sua vez, o presente trabalho surge como uma resposta a esta demanda

crescente e ao mesmo tempo defasada no setor da saúde, de modo a gerar sensibilização diante do assunto e

possibilitar melhores condições para o ato de gestar a partir de um projeto de arquitetura humanizado. Deste modo

foram realizadas pesquisas na área (entrevistas e enquetes), para fazer um diagnóstico mais preciso da temática,

identificando as principais necessidades destas usuárias. Buscou-se um local de inserção situado em uma zona

de acordo com as características necessárias, com a proximidade adequada a hospitais com UTI, tanto da rede

pública, quanto privada, para a proposição de um Centro de Parto Normal e Atendimento à Gestante.

Palavras chave: centro de parto, parto humanizado, arquitetura hospitalar, humanização da arquitetura, gestante.


SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO

1.1 Introdução___11

1.2 Dados ___15

1.3 Levantamento de dados ___16

1.4 Justificativa de tema e terreno ___19

1.5 Objetivos ___24

1.6 Metodologia ___25

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Referencial teórico ___27

2.2 Parto e história ___28

2.3 Parto no Mundo e no Brasil ___32

2.4 Violência Obstétrica ___38

2.5 Empoderamento e autonomia materna 43

2.6 Amamentação e Banco de Leite Humano 45

2.7 Conclusões ___46

3. ANÁLISE DE REFERENCIAIS

3.1 Introdução___51

3.2 Casa Ângela ___52

3.3 Brent Birth Centre ___56

3.4 Alcyon Birth Centre ___64

3.5 Meggie’s Centre ___72

3.6 Comparativo de referenciais ___82

3.7 Conclusões ___83


4. ETAPA DE PLANEJAMENTO

4.1 Etapa de projeto ___85

4.2 Situação ___86

4.3 Localização ___88

4.4 Evolução urbana ___90

4.5 Infraestrutura e equipamento urbano 92

4.6 Hierarquia viária ___93

4.7 Distância entre terreno e hospitais 95

4.8 Uso e ocupação do solo ___96

4.9 Tipologias ___98

4.10 Cheios e Vazios ___100

4.11 Condicionantes Físicos ___102

4.12 Levantamento Fotográfico ___104

4.13 Observações sobre o terreno ___109

4.14 Condicionantes legais ___111

4.15 Síntese do diagnóstico ___114

5. PARTIDO ARQUITETÔNICO

5.1 Programa de necessidade 100

5.2 Fluxuogramas 104

5.3 Diagramas de partido 105

5.4 Planta baixas

5.5 Cortes

5.6 Materialidade

5.7 Perspectivas 106

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 Conclusão 108

6.2 Glossário 109

6.3 Referências


Figura 1 - Recém nascido de parto natural humanizado nos braços da mãe e do pai.| Fotógrafo: Fabiano Knopp


“O parto tem hora certa, não hora marcada”

Érica de Paula


Figura 2 - Nascimento de bebê em parto natural humanizado com mãe de joelhos apoiados.| Fotógrafo: Fabiano Knopp


APRESENTAÇÃO

11


INTRODUÇÃO

A presente pesquisa em Arquitetura e Urbanismo aborda o tema da gestação e o empoderamento feminino, visto o progressivo

aumento nos índices de cesáreas dispensáveis e indevidas nas redes de saúde. Junto à isso, entram casos de violência obstétrica,

desqualificação da mulher perante o médico e intimidação no período pré-parto. Diante desse cenário, um movimento crescente de

mulheres em busca de mais dignidade à frente do parto e nascimento está mostrando a necessidade de um novo olhar para este

assunto.

O parto foi considerado um processo natural para a sociedade até por volta do século XX. Após isso, entrou em cena a indústria

da saúde que passou a intervir no processo, e os índices de partos normais passaram a cair, enquanto que as cesáreas só

aumentaram, mesmo em casos sem a devida indicação. Os índices previstos pela Organização Mundial da Saúde para o percentual

de cesarianas são de 10% a 15%, segundo OMS - Organizaçao Mundial da Saúde (2015) , enquanto que o Brasil apresenta 57%

do total de acordo com Barbat (2018), ocupando o segundo lugar no mundo neste tipo de cirurgia. O Rio Grande do Sul está entre

os estados com maiores percentuais, com 63%. É válido ressaltar ainda, que no setor privado, as marcas podem chegar à 84%,

contra 40% no SUS, conforme Barbat (2018). Na maioria das vezes as cesáreas são executadas de forma eletiva, antes da mulher

entrar em trabalho de parto, sem a existência de nenhum risco que justifique.

Deste modo, o foco do presente trabalho volta-se para as gestantes bem como suas famílias, na busca de uma melhor acolhida

durante o pré-parto, parto e puerpério na cidade de Caxias do Sul/RS. Seguinte à definição do assunto, tem-se como objetivo o

desenvolvimento de uma Casa de Parto Humanizado e Atendimento

à Gestante, a qual visa atender às principais demandas deste conjunto no contexto em que se insere, e suas relações com a

localidade. Para o atendimento pré-parto serão disponibilizadas salas de consulta médica ou relacionadas à saúde da mulher,

assim como sala multiuso para palestras e workshops. Direcionado ao parto haverão quartos de atendimento humanizado e

seus apoios necessários, de acordo com as normas da RDC ANVISA nº DE 50 e diretrizes da Rede Cegonha do governo federal.

Para o atendimento pós-parto será oferecido atendimento ginecológico e também será anexado um Banco de Leite Humano,

também seguindo as normas da RDC ANVISA nº DE 50 e RDC-ANVISA nº. DE 171, devida a importância do aleitamento materno,

possibilitando o auxílio à mães neste processo.


Para tanto, primeiramente contextualizou-se o assunto, levando em conta a situação atual de atendimento às gestantes e os

locais onde encontram este tipo de atendimento na cidade de Caxias do Sul. Foram levantados dados a partir de órgãos de saúde

Municipais, Federais e Mundiais, assim como foram feitas entrevistas com mulheres que passaram pela experiência da gestação

e que optaram por diferentes formas de parto, para se compreender a necessidade, motivo da escolha e problemas enfrentados.

Assim sendo, foi realizada pesquisa de referencial teórico para embasamento do trabalho, com a finalidade de analisar como se

dá o atendimento ao parto na atualidade, em contraponto com a legislação específica, para interpretar os dados.

Na etapa seguinte, foram realizadas análises de referenciais arquitetônicos, visando entender o programa de necessidades, fluxos,

zoneamento, dimensionamento, localização e soluções arquitetônicas que pudessem colaborar com a proposta da Casa de Parto Hu.

manizado e Atendimento à Gestante. Seguido a isso, definiu-se o terreno para implantar a edificação, baseado nas necessidades

do projeto em conjuntura com a cidade. Foram feitos estudos e análises

de entorno, condicionantes de projeto (legais, físicos, funcionais e ambientais), para que o mesmo estivesse de acordo com as

demandas. Após, prossegue a etapa de partido arquitetônico, na qual o projeto começa a ser elaborado de acordo com o programa

de necessidades, dando importância aos fluxos que se fazem tão necessários neste tipo de projeto, mostrando isso por meio de

diagramas, fluxuogramas, plantas e cortes. Esta etapa abrange também as intenções de materialidade, sistema construtivo e

estratégias projetuais adotadas. Para finalizar, são utilizadas imagens de maquetes eletrônicas como forma de exemplificar o

modelo proposto e suas relações.

O trabalho não apresenta o caráter de sanar as necessidades existentes diante deste assunto, visto que a solução não é de

cunho projetual ou filosófico apenas. Por conseguinte, a pesquisa se apoia no intento da autora de se discutir um assunto que de

uma forma ou outra atinge a vida de todas as pessoas, se não pelo processo de partejar, mas pelo nascimento, já que todos foram

concebidos por uma gestante. Deste modo, alia-se a Arquitetura e Urbanismo ao tema, como uma forma de auxiliar na melhoria

das condições propostas juntamente com a integração da cidade.

13


Figura 3 - Recém nascido de parto cesárea sendo mostrado na vitrine pelo pai.| Fotógrafo: Fabiano Knopp


Dados - Panorama Nacional

Brasil

Parto Cesáreo: 55,6%

Parto Normal: 44,3%

Fonte: DATASUS (2017)

Rio Grande do Sul

Parto Cesáreo: 62,8%

Parto Normal: 37,1%

Fonte: DATASUS (2017)

Caxias do Sul

Parto Cesáreo: 72%

Parto Normal: 28%

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde (2018)

Sul

Parto Cesáreo: 61,3%

Parto Normal: 38,6%

Fonte: DATASUS (2017)

Índices máximos recomendados pela OMS no mundo são de 15% (OMS, 2015)

15


LEVANTAMENTO DE DADOS - PARTURIENTES DA CIDADE DE CAXIAS DO SUL

Foi realizado um questionário elaborado pela

pesquisadora (Apêndice A), respondido anonimamente, para

parturientes de Caxias do Sul. Parturientes com mais de

um filho, tiveram diferentes tipos de parto, relatando nem

sempre ser um impedimento o fato do filho anterior ter

nascido pelo método da cesariana. Os partos realizados em

ambiente domiciliar ocorreram na maioria por opção da

gestante, no entanto as parturientes acreditam ser de extrema

importância o acompanhamento médico e familiar, bem como

de doula durante o processo de partejar. Essa informação vai

de encontro ao fato de que a maioria não encontrou, ou teve

dificuldade, em achar a estrutura necessária para o tipo de

atendimento escolhido. A maior parte das entrevistadas (72,7%)

é usuária da rede privada de saúde, demonstrando facilidade

maior de obter o atendimento desejado, já que o serviço não fora

implantado ainda no Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade

referida. Ainda assim, as usuárias do SUS sentem a necessidade

de atendimento humanizado com relação ao pré-parto, parto e

pós-parto, e vêem-se mais desamparadas nesse sentido. 25,2%

Das entrevistadas relataram ter sofrido casos de violência

obstétrica, 30% sentiu-se induzida pelo médico obstetra em

algum momento a realizar cesária, e 30,9% teve a sensação

de ser diminuída pela equipe médica ou de enfermeiros. Esses

dados mostram que se faz necessária maior atenção para o parto,

de modo a empoderar as mulheres a fazerem suas escolhas

com segurança, preparando a equipe médica e de enfermeiros

obstetrizes para realizarem a acolhida fundamental para as

mães. Além disso, criar o ambiente que una a acolhida com a

estrutura capaz de admitir o nascimento de forma humanizada.

Natural

Humanizado

17%

Sim, foi

fácil.

18%

Normal

24%

Cesárea

59%

Em casa.

39%

Hospitalar.

61%

Sim, mas com

dificuldade.

40%

Não

encontrei.

42%

Grafico 1: Tipos de parto.

Fonte: Autora.

Grafico 2: Local do parto, quando parto

normal humanizado.

Fonte: Autora.

Grafico 3: Facilidade em encontrar

estrutura para parto humanizado.

Fonte: Autora.


AMPARO

PROFISSIONAL

RESPEITO

ESTRUTURA

FÍSICA

AMBIENTE

ACOLHEDOR

NECESSIDADES

ESTRUTURA

FÍSICA

PÚBLICO E

PRIVADO

VOZ

ATIVA

AMPARO

FAMILIAR

Figura 4 - Higienização da barriga da gestante antes da cesareana | Fotógrafo: Fabiano Knopp

17


Figura 5 - Recém nascido de parto natural humanizado nos braços da mãe, amparado pelo pai e doula.| Fotógrafo: Fabiano Knopp


JUSTIFICATIVA DE TEMA E TERRENO

19


Figura 6 - Momento do do início de um parto cesárea | Fotógrafo: Fabiano Knopp


Levantamento de dados - Parturientes da cidade de Caxias do Sul

A humanização do parto, conforme Sarah Carvalho (2019),

é um tema que vem sendo abordado de forma mais rotineira,

devido à busca de mulheres que primam por cuidados

adequados no momento do nascer em Caxias do Sul. De

acordo com Riscado, Jannotti e Barbosa (2016), os padrões

adotados por grande parte dos profissionais da saúde, não

tem respeitado as demandas da OMS, e nem às expectativas

das gestantes que priorizam o parto normal humanizado.

Se por um lado, o avanço da obstetrícia contribuiu

com a melhoria dos indicadores de morbidade e

mortalidade materna e perinatais, por outro permitiu a

concretização de um modelo que considera a gravidez,

o parto e o nascimento como doenças e não como

expressões de saúde, expondo as mulheres e recémnascidos

a altas taxas de intervenções, que deveriam ser

utilizadas de forma parcimoniosa e apenas em situações

de necessidade, e não como rotineiras. Esse excesso de

intervenções deixou de considerar os aspectos emocionais,

humanos e culturais envolvidos no processo, esquecendo

que a assistência ao nascimento se reveste de um caráter

particular que vai além do processo de parir e nascer.

(DIRETRIZES NACIONAIS DE ASSISTÊNCIA AO NORMAL

PARTO, 2017, p. 4).

prioridade às demandas do médico. Nessa trajetória, os

índices de cesarianas extrapolaram os limites aceitáveis da

OMS de 15%, segundo Suíça (2019), chegando a atingir 72%

em 2018 na cidade de Caxias do Sul, de acordo com Secretaria

da Saúde (2019). Perante os dados apresentados em relação

aos índices de cesáreas aceitáveis e efetivos em escala

nacional, e também de acordo com os dados levantados na

amostra de parturientes de Caxias do Sul, pode-se perceber

que a humanização do parto é de extrema relevância para o

momento atual.

Diante desse cenário, mudanças vem sendo feitas na cidade

em demonstração aos novos requisitos. Uma delas veio com o

surgimento do grupo Nascer Sorrindo em 2010, um movimento

liderado por doulas e mães, que segundo Soares (2010),

realizam encontros mensais para gestantes, casais

grávidos, mães, pais, bebês e demais interessados em

uma roda de conversa que tem por objetivo prestar

informações, com base em evidências científicas. Além

disso, segundo Alesi Ditadi (2017), foi inaugurada em

2018 a ampliação da ala materno-infantil do Hospital da

Unimed, que ganhou uma ala especial para partos

humanizados.

O parto natural, de acordo com (LEÃO 2013; Maia, 2010;

Riscado; Jannotti; Barbosa, 2016 TOSTES; SEIDL, 2016),

passou a ser descaracterizado como “normal“ ao longo

da história, após retirar a mulher como protagonista, e dar

Devido ao crescente número de cesarianas no país,

principalmente na rede privada, a Agência Nacional de Saúde

(ANS), lançou medidas para o estímulo ao parto normal no

Sistema de Saúde Suplementar. Conforme ANS (2015), são

21


números alarmantes e que apontam para uma verdadeira

epidemia de cesáreas no Brasil, onde as taxas na rede

suplementar de saúde alcançam 84,6%. Além disso,

segundo ANS (2015), quando não tem indicação médica,

a cesárea ocasiona riscos desnecessários à saúde da

mulher e do recém-nascido aumentando em 120 vezes a

probabilidade de problemas respiratórios para o neonato e

triplicando o risco de morte da mãe.

Ainda que esta transição esteja acontecendo, segundo

(RAQUEL FRONZA, 2018; NAGAHAMA; SANTIAGO, 2011), o

atendimento humanizado ao parto ainda é escasso na rede

pública de saúde, o que representa uma defasagem no acesso

às famílias de baixa renda. Por isso, a implantação de um Centro

de Parto Humanizado, que abranja o sistema público e privado,

é uma forma de atender às demandas das mulheres da cidade,

e também reduzir os índices de cesáreas desnecessárias em

ambas as redes. Deste modo, o presente trabalho baseia-se

nas Portaria 1.459 que institui a Rede Cegonha, lançada pelo

Ministério da Saúde em 2011, que define:

Art. 1° A Rede Cegonha, instituída no âmbito do

Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de

cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao

planejamento reprodutivo e à atenção humanizadaà

gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança

o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e

ao desenvolvimento saudáveis, denominada Rede

Cegonha. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)

Figura 7 - Mulher com mamilo invertido esgotando leite para amamentar.

Fotógrafo: Fabiano Knopp


A partir disso, este trabalho manifesta-se como uma

resposta às necessidade das parturientes, que muitas vezes

não recebem o zelo essencial em um momento deveras

emocionante e que, por sua vez, carregam multiplos anseios

de acordo com suas vivências. Desde modo, segundo Conitec

(2016), devem-se levar em conta todos os aspectos envolvidos,

sejam de cunho emocional, humano e cultural, já que a

assistência ao nascimento vai além do ato de parir e nascer,

pois o momento da gravidez e do parto é particular e único

para cada família, e as experiências deste momento deixam

marcas positivas ou negativas para o resto das suas vidas.

Seguindo as diretrizes da Rede Cegonha (2011), o

planejamento do parto (pré-parto) e o acompanhamento pósparto,

entram no programa como forma de dar o suporte

necessário à gestante e sua família, para gerar a confiança

necessária durante a gestação e na fase subsequente. Além do

Centro de Parto Humanizado, insere-se também o atendimento

à gestante por meio de atendimento pré-natal, pós-natal,

educativo, auxilio ao aleitamento materno, e Banco de Leite

Humano para que o respaldo às mães e sua família seja efetivo

do início ao fim.

O Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante

define-se, segundo Brasil (2011), como peri-hospitalar, o que

delimita que esteja situado nas proximidades de hospitais que

possuam atendimento materno-infantil, quando necessária

cirurgia cesariana em caso de intercorrência, bem como de

UTI Neonatal para quando houver necessidade de internação

do recém nascido. De acordo com COFEN (2006), os hospitais

devem estar localizados a no máximo 20 minutos de distância do

Centro de Parto, e deve haver uma ambulância prontificada no

local para os casos de urgência médica e remoção da paciente.

Apoiado nesse condicionante, o bairro escolhido para

estabelecer o projeto é o Jardelino Ramos, divisa com Jardim

América, por estar centralizado entre o Hospital Geral (público) e

Hospital do Círculo (privado), os quais apresentam os requisitos

necessários de atendimento e distância. O terreno escolhido

situa-se em uma zona residencial (ZR3), com o predomínio de

residências de 2 e 3 pavimentos. O bairro apresenta duas faces

distintas de ocupação, uma parte representada por baixa renda,

e outra por renda alta, indo de encontro com as premissas de

projeto público-privado. Apresenta também vazios urbanos

passíveis à ocupação, mostrando ser uma zona em ascensão

ocupacional residencial, indo de encontro com as necessidades

do terreno.

Além disso, o local apresenta outros condicionantes

importantes que foram levados em conta, como a proximidade

de vias arteriais para o fácil deslocamento até os hospitais, e

também a fácil

localização do terreno. Encontra-se também na esquina com

a rua Ocidentino da Fontoura, paradas de ônibus que prevêm

acessibilidade por meio do transporte público. A posição solar

também é favorável no terreno, já que situa-se na esquina, com

testada maior voltada para o Norte.

23


OBJETIVO GERAL

Elaborar o projeto de partido arquitetônico para

o Centro de Parto Humanizado e Atendimento à

Gestante na cidade de Caxias do Sul, que atenda a

demanda de parturientes do Sistema Único de Saúde

e Saúde Suplementar, que buscam o atendimento

respeitoso e humanizado ao parto, num ambiente

arquitetônico preparado para isso.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Avaliar as opções de atendimento ao parto humanizado encontradas

na cidade e estimar a aplicabilidade do projeto;

• Identificar as demandas do público que busca o atendimento de

parto humanizado;

• Analisar os referenciais teóricos, para se fazer o embasamento no

tema e entender profundamente o tema;

• Identificar os referenciais físicos, arquitetônicos ou não, que

possuem a mesma intencionalidade do assunto, para entender-se o

funcionamento do programa no cunho arquitetônico;

• Analisar o terreno proposto por meio de visita ao local, para

apresentar suas condicionantes e a aptidão de adequar-se ao projeto;

• Estabelecer um programa de necessidades que se adeque às

diretrizes dos Centros de Parto.

• Desenvolnver uma proposta de partido geral apto a atender

funcional, estética e socialmente ao tema de humanização do parto,

que proporcione o bem-estar inerente às mães no momento do parto.


METODOLOGIA

Para elaboração do presente trabalho, empregouse

a pesquisa quantitativa e qualitativa como

técnica metodológica para levantamentos de

dados precisos acerca do assunto.

Contabilizou-se uma amostra de 139 mulheres

puérperas, por meio da plataforma GoogleDocs

através de uma pesquisa qualitativa e quantitativa,

afim de conhecer o público, suas vivências e

demandas, assim como comparar os índices

levantados com a realidade do país.

METODOLOGIA - MAPA TEÓRICO CONCEITUAL

1ª ETAPA

2ª ETAPA

QUESTIONÁRIO

RELACIONADO AO TEMA

SELEÇÃO E PESQUISA

BIBLIOGRÁFICA

Para a seleção dos materiais pesquisados, realizouse

pesquisa bibliográfica por meio de plataformas

de pesquisas relacionadas a área da saúde. Uma

delas, a Biblioteca Virtual em Saúde, por meio dos

Descritores em Ciência da Saúde, para buscar os

temas específicos abordados. E na sua sequencia,

a Plataforma Sucupira, para realizar a avaliação

das revistas científicas de cunho nacional, levando

em conta apenas artigos com classificações A1,

A2, A3, B1, B2 ou B3. Quando artigos de revistas

internacionais, foi utilizada a plataforma Scimago

Journal & Country Rank, tendo como base apenas

revistas com avaliação mínima de 60. Além de

material de cunho científico, foi feita análise

de leis, resoluções e diretrizes relacionadas ao

assunto no âmbito nacional.

3ª ETAPA

4ª ETAPA

5ª ETAPA

ANÁLISE DE REFERENCIAIS

ARQUITETÔNICOS

ANÁLISE DE TERRENO,

ENTORNO E CONDICIONANTES

DESENVOLVIMENTO DE

PARTIDO ARQUITETÔNICO

Figura 8 - Diagrama conceitual | Fonte: Autora.

25


Figura 9 - Recém nascido de parto natural humanizado nos braços da mãe e amparado pelo pai | Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


REFERENCIAL TEÓRICO

27


PARTO E HISTÓRIA

A espécie humana faz parte do Reino Animal e Classe dos Mamíferos (TODA

BIOLOGIA, 2019), deste modo é simples entender que nosso nascimento

se dá pela mesma via que para outras espécies. Igualmente entende-se

que o processo de amamentação é essencial tanto quanto para os outros

animais mamíferos. Levando isso em conta, com a modernização do parto,

os aspectos naturais inerentes ao bicho homem, tornaram-se muitas vezes

desgostosos para o meio médico devido à sua imprevisibilidade (MAIA, 2010).

Do ponto de vista fisiológico, a posição ideal em que os seres humanos

(e todos os mamíferos com uma razão fetal semelhante à da pelve

materna) devem dar à luz é uma postura ereta ou agachada. Sabe-se que

o agachamento é benéfico na redução da dor nas costas, oxigenação e

podem facilitar a rotação do bebê através do canal do parto. As posições

eretas do parto também estão associadas a menores taxas de fórceps ou

parto vacuísta e menores taxas de episiotomia (JOSEY E KRUSKE 2013 p. 5).

Pode se constatar através de registros históricos, de acordo com as

figuras 10, 11 e 12, que sociedades antigas tinham por hábito realizar seu

parto em posição vertical. Em sociedades modernas, conforme Josey e

Kruske (2013) os partos eram realizados com o auxílio de cadeiras de parto,

de acordo com a figura 14. Atualmente a parturição, em sua maioria, segue

o padrão da posição horizontal, em mesas de parto no ambiente hospitalar,

de acordo com a figura 13. O local escolhido para dar a luz nunca foi um

ambiente hostil, mas sim de resguardo, diferente também do que se encontra

em hospitas onde, segundo Josey e Kruske (2013), as camas de parto

localizam-se centralizadas na sala, criando um ambiente de desconfiança,

pela ausência de visão da mãe, assim como submissão ao médico, já que o

posicionamento da pelve direciona-se para a equipe médica. Pode-se dizer

ainda, de acordo com Josey e Kruske (2013), que o parto realizado em uma

Figura 10 - Nascimento isolado ocorrido em

comunidades tribais no período paleolítico e em algumas

sociedades atuais africanas e indígenas. | Fonte: Instituto

de Medicina Materno Fetal

Figura 11 - No antigo Egito, os nascimentos eram

realizados em tipo de cadeira de parto em que a

parturiente ficava em posição de cócoras no trabalho de

parto.| Fonte: Birth Supplies Canadá Inc.


Figura 12 - Nascimentos eram realizados por

parteiras no período greco-romano em posição

vertical, apoiada em tijolos, ou mesmo no

colo do marido ou de pessoas da comunidade

treinadas para isto (boas de colo), em domicilio.

| Fonte: Instituto de Medicina Materno Fetal

Figura 13 -Cadeiras de parto utilizadas no

período Moderno. Fonte: Awebic (2019)

Figura 14 - Mesas / cama de parto / cicurgia dos

tempos atuais utilizada em partos hospitalares.

Fonte: Equipmed (2019)

cama ou em posição supina é um fenômeno moderno, pois

até o século XVII dar à luz em posições retas era comum nas

sociedades ocidentais, conforme mostram representações

históricas.

A medicalização e centralização da saúde ao ambiente

hospitalar, tornaram os métodos e procedimentos prioritários

ao invés de atender aos anseios dos seres humanos em

questão (mãe e filho). Leão (2013) descreve, a medicalização

do parto como resultado da medicalização social, sendo este

um processo complexo, em que sofrimentos e dores antes

tratados no ambiente familiar, tornaram-se necessidades

médicas.

De acordo com Leister e Riesco (2013) o parto natural, sem

intervenções médicas, era considerado comum até o final do

século XIX. Antes disso, era trivial que mulheres concebessem

seus filhos em casa, assistidas por uma parteira. Ela deslocavase

para a residência da gestante, ou a parturiente poderia ir

até a sua casa. Ter o filho no lar proporcionava vantagens, além

de econômicas, a mulher recebia ajuda doméstica durante as

primeiras semanas do puerpério. Quando havia complicações

ou dificuldades no parto, os cirurgiões-barbeiros, também

denominados cirurgiões-parteiros, eram chamados a intervir

(MAIA, 2010). Segundo Leister e Riesco (2013), os partos

fora do domicílio, em ambiente hospitalar, eram raros e

amedrontadores, pois ter um médico intervindo, em geral

homem, era apenas para quando houvessem complicações.

29


Foi no período do Renascimento, em conformidade com

Maia (2010), quando a medicina apropriou-se dos estudos

acerca do corpo feminino, o qual tinha como principal discurso

justificar as desigualdades de gênero, na qual centralizava

a mulher em seu útero, reduzindo sua vida ao processo de

gestar e parir. Deste modo, no século XIX, o parto transformouse

em um evento controlado com o advento da Obstetrícia,

no qual os médicos homens apresentavam superioridade

de conhecimento, devido aos instrumentos que utilizam, em

contraponto com as parteiras que precisavam apenas das

mãos para auxiliar no partejo, e também pela desigualdade de

gênero.

No Brasil, em São Paulo, capital econômica do país, conforme

Leister e Riesco (2013), apenas em 1894 foram instalados leitos

obstétricos na Maternidade São Paulo, onde os partos

normais eram realizados por parteiras, e os complicados, por

médicos. Gradativamente, no século XX, os partos foram sendo

vinculados a hospitais na medida em que foi crescendo também

o acompanhamento pré-natal, o uso de fármacos, bem como

produtos advindos da industrialização.

Em concordânca com Leister e Riesco (2013), os índices

de partos realizados em hospitais em São Paulo cresceram

exponencialmente no início do século, chegando a 29,5% em

1945. Mas foi a partir da década de 60 que o procedimento se

tornou habitual no ambiente médico, atingindo os 76% em

1968, período dos primeiros anos de INPS. O Instituto Nacional

de Previdência Social, criado como resultado da fusão dos

institutos de aposentadoria e pensões do setor privado, e

dos serviços integrados e comuns a todos esses institutos —

entre os quais o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de

Urgência (SAMDU), garantiu a criação de diversos benefícios

de seguridade social para os trabalhadores.

De acordo com Leister e Riesco (2013), foi na década

de 70 que se consolidou o plano de assistência ao parto e,

amparados pela seguridade, os hospitais passaram a pagar

mais caro aos médicos que realizassem partos cirúgicos, as

famosas cesarianas. Instaurou-se no país, em conformidade

com (BRASIL, 2011; PATAH; MALIK, 2011), o modelo de atenção

obstétrica tecnocrático, caracterizado pelo uso intensivo

de tecnologias, separação entre corpo e mente do paciente,

institucionalização do parto e grande número de intervenções

que vão de encontro com as conveniências dos profissionais

da saúde. Devido a hegemonia deste modelo, o número de

cesarianas vêm crescendo até hoje.

Conforme Patah e Malik (2011), em meados do final da

década de 70, iniciou-se uma colaboração internacional

para avaliar a assistência ao parto, e foi em 1985, quando foi

realizada pela OMS a Conferência sobre Tecnologia Apropriada

para o Parto, o que se tornou um marco na defesa dos direitos

das mulheres em conjunto com a Carta de Fortaleza, um

documento com escritas a favor das mudanças na abordagem

do parto e nascimento, centralizando a mulher no modelo de

assistência obstétrica.

Em 1980, o tema da humanização do parto veio também

à tona, segundo Maia (2010), por meio de grupos feministas

na luta pela garantia dos direitos reprodutivos das mulheres,

que assegurassem igualdade de gênero, dignidade na

função reprodutiva e exercício da sexualidade, liberdade e

justiça social. Por conseguinte, o Ciclo de Conferências da

Organização das Nações Unidas (ONU), na década de 1990

consolidou os direitos reprodutivos. Em seguida, em 1995, no

IV Conferência Mundial sobre aMulher, realizada em Pequim,

1995, reafirmou o conceito e foi além, adotando a posição de

que os direitos humanos das mulheres incluem o livre exercício


da sexualidade, sem coerção, discriminação e violência (MAIA,

2010 apud CORRÊA, 2001 p. 47).

Com a necessidade de mudanças e maior respeito à

gestante, de acordo com Brasil (2011), surge o modelo de

atenção obstétrica humanista, que visa o bem-estar da

mãe e bebê, levando em conta sua fisiologia, aspectos sócio

culturais e psicológicos, priorizando intervenções mínimas e

dando a condição de receber acompanhamento no processo

da parturição. Assim, o parto tanto pode ocorrer em casas

de parto ou ambulatórios, sendo que se reservam os

hospitais para casos em que comprovadamente são esperadas

complicações (BRASIL, 2011).

No ano de 2000, foi criado pelo Ministério da Saúde, conforme

Maia (2010), o Programa de Humanização do Pré-natal e

Nascimento (PHPN), de modo a ampliar as normativas e ações

na atenção à gestante de forma humanizada. Em 2003, foi

lançada a Política Nacional de Humanização (PNH), o programa

HumanizaSUS (BRASÍLIA, 2019), e a partir dele as Diretrizes

Nacionais de Assistência ao Parto. De acordo com Ministério

da Saúde (2017), as diretrizes têm como anseio melhorar a

assistência ao parto e nascimento, para reduzir a quantidade

de interveções desnecessárias, pelo incentivo ao parto normal e

melhora das condutas dos profissionais em questão.

Em 2005, foi instituída por meio da portaria nº 1.067, de 6 de

julho, a Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, a

qual garante atenção qualificada e humanizada à parturiente

durante o pré-parto e parto, que comportam algumas ações:

[...] utilizar o partograma (representação gráfica

da evolução do trabalho de parto); oferecer líquido

por via oral durante o trabalho de parto; respeitar a

escolha da mulher sobre o local e a posição do parto;

respeitar o direito da mulher à privacidade no local

do parto; fornecer às mulheres todas as informações

e explicações que desejarem; permitir liberdade de

posição e movimento durante o trabalho de parto;

estimular posições não supinas (não deitadas) durante

o trabalho de parto; oferecer métodos não invasivos e

não farmacológicos para alívioda dor, como massagens,

banhos e técnicas de relaxamento durante o trabalho

de parto; executar procedimentos pré-anestésicos e

anestésicos, quando pertinente, e restringir o recurso

à episiotomia. (MAIA, 2010 p. 48)

Em 2011, surgiu a Rede Cegonha, de acordo com Ministério

da Saúde (2017), a qual assegura à mulher o direito ao

planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez,

parto e puerpério, bem como o direito à criança ao nascimento

seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis. A Rede

Cegonha, segundo Brasil (2011), busca fomentar um novo

modelo de atenção à saúde da mulher e à da criança, assim

como organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil,

para garantir o acesso, e acolhimento, e também reduzir a

mortalidade materna e infantil. De acordo com Brasil (2011), a

Rede Cegonha normatiza por meio de um manual, a construção

de Centros de Parto Humanizado, entre outros, voltados ao

SUS como forma de incentivar o Parto Natural Humanizado.

Pode se dizer, segundo Leiste e Riesco (2013), que

projeto de humanização do parto vem sendo discutido

pelo Ministério da Saúde desde a década de 90 até

os dias atuais. Para tanto, será objeto de estudo a

ser usado na presente pesquisa para elaboração do

Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante na

cidade de Caxias do Sul.

31


A Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com

OPAS/OMS (2019), é um organismo internacional de saúde

pública, o qual dedica-se em melhorar as políticas de saúde

mundiais. Desde 1985, a comunidade médica internacional

considera que a taxa ideal de cesárea seria entre 10% e 15%

(Patah; Malik, 2011; OMS, 2015). Conforme OMS (2015), essas

taxas foram instauradas devido ao aumento exponencial nos

índices de cesarianas que se dá tanto em países Desenvolvidos,

quanto Em Desenvolvimento. Os estudiosos basearam-se

em dados disponíveis na época, levantados em países norteeuropeus,

que apresentavam resultados muito satisfatórios

com essas taxas de cesárias.

Segundo Patah e Malik (2011), pode-se constatar que

os índices de cesáreas estão diretamente relacionadas ao

acesso e facilidade que uma população é capaz de ter e podese

notar, a partir desses dados, que o acesso é muito mais

facilitado em países com políticas de saúde que precisam de

melhores avaliações no âmbito da saúde materno-infantil.

Segundo Jamil Chade (2018), os percentuais de cesáreas

na Europa são de 25%, nos EUA 32,8%, e o Brasil apresenta

55,6%, o que o coloca como segunda maior taxa do mundo,

atrás apenas da República Dominicana, com 56%. De

acordo com Patah e Malik (2011), percebe-se diferenças de

números entre países ricos e pobres, como por exemplo na

África, principalmente na região Subsaariana, onde os índices

são muito baixos, e acredita-se que seja pela falta de oferta

da cirurgia, mesmo que haja necessidade, devido a falta de

O PARTO NO BRASIL E NO MUNDO

atendimento médico-hospitalar. Acredita-se que, por conta

disso, 1 em cada 12 mulheres morram por causas obstétricas.

Jamil Chade (2018) afirma que de acordo com a OMS, em

1990 as taxas de cesarianas eram de 6% mundiamente, e em

2016 chegaram à 18,6% dos parto. Para o Brasil a organização

utiliza o termo “epidemia“, devido seus números crescerem

de forma acelerada, conforme dados de Patah e Malik (2011),

os índices eram 38,9%, em 2000, a 46,5%, em 2007 e 55,6% em

2016. Como forma de tentar frear esse aumento mundialmente,

de acordo com Jamil Chade (2018), a OMS anunciou novas

medidas que buscam alertar médicos e redes de saúde,

sobre a afirmação de que cada parto é único e cada corpo

tem um ritmo diferente, e deste modo cada gestante, deve

ser informada que não existe um padrão a ser rigorosamente

seguido, mesmo que ainda possa ser respeitado um prazo

máximo para o nascimento.

Consoante à Patah e Malik (2011), para alguns autores, os

índices mencionados pela OMS são apenas referenciais, os

quais acreditam na busca de se criar porcentagens de acordo

com as características das populações em questão. Leão (2013)

ressalta que a taxa ideal de cesarianas deve ser como base o

melhor atendimento materno-natal, assim como os recursos

disponíveis e a preferência materna. Visto a dificuldade

do processo, a OMS (2015) elaborou uma table chamada

Classificação de Robson (figura 15), executada por diversos

locais no mundo. Conforme OMS (2015), a classificação foi


Figura 15: Classificação de Robson. | Fonte: OMS (2015)

desenvolvida pelo médico Michael Robson em 2001, e é dividida em

10 grupos onde as puérperas são relacionadas pelo seu histórico

gravídico. Esta classificação já passou por revisões e pode ser

utilizada em entidades médicas para que se façam as avaliações e

comparações necessárias de acordo com a classificação.

No Brasil o modelo assistencial ao parto é definido segundo

Patah e Malik (2011) como evento médico ou tecnológico ou, e de

acordo com Maia (2010) tecnocrático, no qual a gestante é tratada

como paciente, e os nascimentos se dão principalmente dentro

de hospitais, onde o médico é o profissional responsável pelo

desfecho. Segundo Patah e Malik (2011), o público de gestantes

é dividido em duas partes, um atendido pelo Sistema de Saúde

Suplementar, privado, em que as gestantes são acompanhadas pelo

mesmo médico obstetra durante o pré-natal e parto, o que favorece

a criação de uma estreita relação entre médico-paciente. Nesse

caso a mulher pode escolher o profissional pelo qual será atendida,

favorecendo a realização da cesárea eletiva.

No entanto, em conformidade com Patah e Malik (2011),

a maior parte da populaçao do país é atendida pelo Sistema

Único de Saúde, as quais não tem a mesma possibilidade de

escolher o médico pelo qual serão atendidas no hospital, já que

acompanhamento pré-natal é realizado normalmente em postos

de saúde, podendo ser este outro fator de encaminhamento para

cesárea, já que o obstetra não possui as referências anteriores da

gestação da mãe. Ainda conforme Patah e Malik (2011), relata-se

no ambiente hospitalar público, que os partos em grande parte das

vezes não são assistidos de um turno para outro, de modo que o o

trabalho de parto é abordado pela equipe como algo a ser resolvido

com imediatismo e para isso são feitas as intervenções que se

mostrarem necessárias.

33


O PARTO NO BRASIL E NO MUNDO

No ambito projetual, conforme Jenkinson, Josey e Kruske

(2013), a arquitetura hospitalar não evoluiu da mesma forma

como os procedimentos médicos. Diferente do que se espera no

conceito de atendimento centralizado na mulher, segundo Riscado,

Jannotti e Barbosa a assistência em geral se dá em detrimento da

facilidade dos procedimentos para o médico e, em geral, não está

de acordo com a fisiologia feminina do parto.

Segundo Jenkinson, Josey e Kruske (2013), mesmo que os

quartos de nascimentos tenham evoluído, o parto em quartos

com design centrado na mulher, são mais efetivos em centros

de nascimento. No entanto, por uma variedade de razões,

relativamente poucas mulheres podem ter esse acesso. Em

contraponto, todas as mulheres deveriam sentir-se seguras

durante o partejo, e os sentimentos de segurança e satisfação

são influenciados pelo ambiente. Conforme Jenkinson, Josey

e Kruske (2013 apud Walsh 2007), o cenário para o nascimento

pode ser “a diferença entre uma experiência de parto satisfatória

e traumática”.

Jenkinson, Josey e Kruske (2013) afirmam, que o caminho

para o parto no hospital é um trajeto que reflete inseguranças e

desafios. Sair de casa, de um ambiente seguro em direção a um

local muitas vezes hostil, pode atrapalhar o trabalho de parto bem

como inibí-lo. Embora muitas mulheres valorizem a segurança

do ambiente hospitalar, a sensação de ser observada durante

o trabalho de parto também pode provocar respostas neurohormonais

que interrompem o trabalho e diminuem a capacidade

de parir sem intervenção.

De acordo com Jenkinson, Josey e Kruske (2013), as

interferências no processo, podem reagir diretamente na evolução

do parto. Nos casos de cesarianas agendadas, segundo Riscado,

Jannotti e Barbosa (2016), a generalização da cirurgia mostra-se

um problema sanitário que pode colaborar com maiores riscos de

morbidade e mortalidade para a mulher e o recém nascido, assim

como prejudicar a amamentação, já que, conforme OMS (2015), ao

nível populacional, taxas de cesárea maiores que 10% não estão

associadas com redução de mortalidade materna e neonatal.

Em se tratando de cesarianas, deve-se salientar o fator

médico no direcionamento das decisões das parturientes pois,

conforme (Riscado; Jannotti; Barbosa, 2016; TESSER, 2015),

em muitos casos os altos níveis de cesarianas estão associados

à crenças médicas, de que o método é mais seguro, ou pela

falta de preparo dos profissionais em assistir ao parto vaginal,

conveniência financeira e de organização do tempo, bem como

a presunção da preferência feminina pela cirurgia. Ainda, de

acordo com Riscado, Jannotti e Barbosa (2016), muitos médicos

do setor privado tratam como equivocada a tomada de decisão

feminina pelo parto normal, e neste processo fazem a persuasão,

parecendo orientação, conduzindo-as para as vias da cesárea.


Legenda: 1- Cama tablado em alvenaria | 2 - Colchão de casal com almofadas (Figura A) | 3- Rede de apoio para os braços da parturiente | 4 - Arco removível de apoio da

parturiente para o parto vertical (Figura B) | 5 - Perneiras que permitem posição ginecológica | 6 - Orifício para o encaixe do arco removível ou das perneiras | 7 - Banheira

para parto na água | 8 - Bola de Bobat

Figura 16: Itens de uma quarto P.P.P. humanizado proposto pela Rede Cegonha com banheira incluída.| Fonte: Rede Cegonha (2011).

São inúmeros os riscos relacionados à interferência no parto quando feita sem necessidade.De acordo com Couto (2019), em sua

maioria ocorrem porque grande parte das cesarianas são realizadas antes do final do período gestacional, a partir da 37ª semana,

quando ocorre maior amadurecimento do cérebro e pulmões do bebê, assim como liberação de hormônios ocitocina e prolactina

que irão auxiliar a mãe no processo do parto e amamentação, respectivamente. Além disso, segundo Tesser (2015), nascidos por

meio de casariana tem maiores chances de desenvolver alergias digestivas e de pele, asma, obesidade, diabestes tipo 1 e problemas

relacionados à imunidade e metabolismo. Pessoas que não nasceram pela via do parto vaginal, podem ter problemas com doenças

crônicas durante toda a vida, pois o trabalho de parto e o parto, são potentes processos neuroendócrinos que interferem na expressão

do genoma humano (processos epigenéticos) (TESSER, 2015}.

35


Conforme (CARNEIRO, 2012; COUTO, 2019) a ocitocina é o

mesmo hormônio liberado no orgasmo, e sua liberação está

diretamente relacionada com a entrega e confiança da mulher, e

tem papel de auxiliar no processo de dilatação uterina, tornando

evidente novamente a importância da mulher sentir-se tranquila,

e evitar o encaminhamento para mais cesarianas Sua produção,

de acordo com (CARNEIRO, 2012; COUTO, 2019; Jenkinson; Josey;

Kruske, 2013) é instintiva, e pode sofrer influência de outros

hormônios, como a adrenalina, relacionado ao estado de alerta.

A produção de adrenalina decorre na inibição do fluxo sanguíneo

para o abdômen e pode ser um dos agravantes para o sofrimento

fetal, o qual é indicativo para cesariana. Para que o parto evolua,

é necessário deixar o corpo seguir seu fluxo natural, e isso está

muito mais conectado com o bem-estar materno, do que com a

equipe médica, pois se a gestante está em consonância com seu

corpo, o parto tende a fluir.

O parto segundo Brasil (2011), não deve ser tratado como

doença ou processo patológico, mas como parte da fisiologia

natural, e tem o compromisso de ser amparado com dignidade,

segurança e beleza. A importância da ambiência humanizada dada

por Brasil (2011) no Manual de Implantação da Rede Cegonha,

para o bem-estar integral. No material de Orientações para

Elaboração de Projetos Rede Cegonha, pode-se ver, conforme

Rede Cegonha (2011), na figura 16, os itens propostos para projeto

de quarto pré-parto, parto e pós-parto (P.P.P.) para centros de parto

humanizado, os quais primam pelo conforto da parturiente.

De acordo com estudos feitos por pesquisadores da Universidade

de Tecnologia de Sydney, que levantaram alguns dados durante

dois anos para reconhecer os fatores que contribuem para a

evolução do parto, através da ferramenta BUDSET. Conforme,

Jenkinson, Josey e Kruske (2013), este guia pode ser usado para

ações de melhoria no ambiente do parto, bem como para projetos

iniciais. Os principais elementos que contribuem para um ambiente

de parto tranqüilizante foram identificados como: privacidade; a

cama; acesso a imersão em água; chuveiro e banheiro privativo;

iluminação; janelas; barulho; decoração, móveis e equipamentos;

capacidade e espaço para se movimentar; inclusão da natureza;

aspectos olfativos; itens pessoais; provisões para pessoas de apoio

e considerações culturais.

Com isso, pode-se concluir que, de acordo com Jenkinson,

Josey e Kruske (2013), as intervenções no parto, muitas vezes

estão associadas ao estado de estresse da parturiente, e isso

tem relação com a hostilidade que o ambiente proporciona. O

ambiente hospitalar pode contribuir no aumento do medo e

ansiedade, o que acaba alterando as funções neuro-hormonais,

e por sua vez pode atrapalhar ou interromper o trabalho de

parto, exigindo assim o aumento das interferências médicas.

Segundo Jenkinson, Josey e Kruske (2013), há evidências

que os espaços devidamente projetados para o nascimento que

transmitam segurança e calma, estão associados a menores

índices de intervenções, melhores resultados clínicos e experiências

positivas em relação ao parto para as gestantes.


Figura 17 - Parto cesariano realizado por médicos | Fotógrafo: Fabiano Knopp

37


A violência obstétrica (VO) segundo Diniz et al. (2015), está

associada ao parto, em todos os seus âmbitos, seja parto

vaginal ou cesáreo, e pode ocorrer no período pré-parto, parto

ou pós-parto. De acordo com (DÉBORA DINIZ, 2019; DINIZ

et al., 2015), uma em cada quatro mulheres sofrem VO na

gestação no Brasil, e esse número só não é maior devido à

falta de conhecimento da maioria no assunto, ou por estrem

acostumadas aos maus-tratos.

O tema da violência obstétrica, conforme Diniz et al. (2015),

vem sendo abordado no Brasil desde a década de 1980 por

grupos de feministas de ativismo, e era também tema das

políticas de saúde no final da década, no Programa de Atenção

Integral à Saúde da Mulher (PAISM), o qual reconhecia muitas

vezes agressivo na atenção à saúde das mulheres. No entanto,

de acordo com Diniz et al. (2015), o tema foi negligenciado

principalmente por resistência dos profissionais da área, ou

por haverem outras questões prioritárias a serem resolvidas.

Em 05 de maio de 2019, o Ministério da Saúde deixou de

utilizar o termo violência obstétrica, e o mesmo pode ser abolido

de documentos de políticas públicas, conforme Febrasgo

(2019). Seguido a isso, no dia 07 de Junho de 2019, o Ministério

da Saúde retomou o assunto, segundo recomendação do

Ministério Público Federal no entanto, o termo não é citado

literalmente no ofício:

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA (VO)

“[...] o MS reconhece o direito legítimo das mulheres

em usar o termo que melhor represente suas experiências

vivenciadas em situaçõesde atenção ao parto e nascimento

que configurem maus tratos, desrespeito,abusos e uso de

práticas não baseadas em evidências científicas, assim

comodemonstrado nos estudos científicos e produções

acadêmicas que versam sobreo tema” (BRASIL, 2019 p. 3).

Conforme Tesser (2015), a primeira legislação a respeito da

VO ocorreu na Venezuela, e a patir dela pode ser definida como:

Qualquer conduta, ato ou omissão por profissional

de saúde, tanto em público como privado, que direta ou

indiretamente leva à apropriação indevida dos processos

corporais e reprodutivos das mulheres, e se expressa em

tratamento desumano, no abuso da medicalização e na

patologização dos processos naturais, levando à perda da

autonomia e da capacidade de decidir livremente sobre

seu corpo e sexualidade, impactando negativamente a

qualidade de vida de mulheres (VENEZUELA, 2015 p.38).


Figura 18 - Relato de uma mulher que mostra a cicatriz de uma episiotomia realizada sem o seu consentimento. | Fotografia: Carla Raiter

39


Em consonância com Tesser (2015), violência obstétrica é uma

forma desumana de abordagem ao parto, e os tipos de violência

podem ser configurados da seguinte forma:

- Abuso físico

Procedimentos sem justificativa clínica e intervenções “didáticas”,

como toques vaginais dolorosos e repetitivos, cesáreas e

episiotomias desnecessárias. Imobilização física em posições

dolorosas, prática da episiotomia e outras intervenções sem

anestesia, sob a crença de que a paciente “já está sentindo dor

mesmo”. (DINIZ et al., 2015; Tesser 2015);

- Imposição de intervenções não consentidas, intervenções aceitas

com base em informações parciais ou distorcidas

Direito à informação, ao consentimento informado e à recusa, e respeito

pelas escolhas e preferências, incluindo acompanhantes durante o

atendimento de maternidade (DINIZ et al., 2015; Tesser 2015);

- Cuidado não confidencial ou privativo

Maternidades mantêm enfermarias de trabalho de parto coletivas,

muitas vezes sem sequer um biombo separando os leitos, e ainda

usam a falta de privaci dade como justificativa para desrespeitar o

direito a acompanhantes (Tesser 2015; DINIZ et al., 2015);

- Cuidado indigno e abuso verbal

Formas de comunicação desrespeitosas com as mulheres,

subestimando e ridicularizando sua dor, desmoralizando seus

pedidos de ajuda. Humilhações de caráter sexual, do tipo “quando

você fez você achou bom, agora está aí chorando” (DINIZ et al.,

2015; Tesser 2015);

- Discriminação baseada em certos atributos

Tratamento diferencial com base em atributos considerados

positivos (casadas, com gravidez planejadas, adultas, brancas,

mais escolarizadas, de classe média, saudáveis, etc.) depreciando

as que têm atributos considerados negativos (pobres, não

escolarizadas, mais jovens, negras, e as que questionam ordens

médicas) (DINIZ et al., 2015; Tesser 2015);

- Abandono, negligência ou recusa de assistência

Estudos mostram o abandono, a negligência ou recusa de assistência às

mulheres que são percebidas como muito queixosas, descompensadas

ou demandantes, e nos casos de assistência ao aborto incompleto,

frequentemente são deixadas por último, com riscos importantes à sua

segurança física (DINIZ et al., 2015; Tesser 2015);

- Detenção nos serviços

Pacientes podem ficar retidas até que saldem as dívidas com

os serviços. No Brasil e em outros países, começam a ocorrer

detenções policiais, como no caso narrado no início deste artigo

(DINIZ et al., 2015; Tesser 2015).

As práticas relacionadas à VO, as quais devem ser eliminadas por ser

serem prejudiciais ou ineficazes, e não contribuem com a humanização

do parto são descritas de acordo com (TESSER 2015; OMS, 1996):

Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto, uso indiscriminado

de ocitocina, amniotomia para acelerar trabalho de parto, posição

de litotomia, episiotomia, manobra de Kristeller, restrição alimentar

e hídrica, restrição aos movimentos corporais, impedimento de

acompanhante, exames vaginais repetidos, tricotomia, uso enema,

exame retal, exploração manual do útero pós-parto.


De forma conclusiva, os itens que devem ser levados

em conta para prevenir a ocorrência de violência

obstétrica, de acordo com Diniz et al. (2015) são:

a inclusão no ensino sobre os direitos da mulher,

reprodutivos e sexuais durante a graduação para os

cursos voltados à área da saúde; o investimento na

formação de obstetrizes e enfermeiras obstétricas

que possam amparar corretamente ao parto

fisiológico; incentivar a implantação de Centros

de Parto Normal; fortalecer a autonomia das

parturientes por meio do acesso à informação e

acompanhamento familiar no trabalho de parto;

responsabiliar as deficiencias aos órgãos

governamentais pertinentes; incentivar a pesquisa

científica relacionada a VO e auxiliar as usuárias na

busca de seus direitos em casos de violência obstétrica.

Segundo Tesser (2015), cirurgia cesariana pode se

tornar VO,quando é executada sem a real necessidade,

realizada a partir de fatores médicos postos frente às

necessidades maternas, os quais induzem a gestante

na escolha, como por exemplo pela conveniência de

agendamento, rapidez na execução, falta de habilidade

na prática do parto vaginal ou maior remuneração com

o procedimento.

Figura 19 -Relato sobre solidão no local do parto e ausência de explicações. | Fotografia:

Carla Raite

41


Figura 20 - Parturiente recebendo abraço amparador de doula. | Fotografia: Fabiano Knopp


A mudança da posição da mulher diante do parto, conforme

(LEÃO 2013; Maia, 2010; Riscado; Jannotti; Barbosa, 2016

TOSTES; SEIDL, 2016), da qual passou de protagonista para

resignado, é um processo devido à medicalização do parto,

um reflexo da centralização do evento no médico e não mais

na mulher. Segundo Leão (2013), o processo de medicalização

do parto é entendido também um processo de medicalização

social, o qual transforma as vivências, sofrimentos e dores,

que antes eram naturais administradas dentro do próprio

ambiente familiar ou comunitário, em necessidades médicas.

O que acaba transformando culturamente as populações

na incapacitação de enfrentamento autônomo das dores

e adoecimento, corroborando no declínio da capacidade

feminina em lidar com o parto, suas dores e imprevisibilidade.

Ao mesmo tempo, a discussão acerca da escolha das vias

de parto recai em outro ponto, consoante Riscado, Jannotti

e Barbosa (2016), pelo provilégio da mulher de inquirir uma

cesariana, associada ao direito de escolha e um reflexo de

sua autonomia e empoderamento feminino. Contudo tem-se

apresentado em grande parte dos estudos, um olhar crítico

acerca das desigualdades de gênero e da medicalização

do corpo feminino e do nascimento. O aumento da cesárea

significa, desse modo, desempoderar a mulher e centrar

o evento do nascimento no médico. (RISCADO; JANNOTTI;

BARBOSA, 2016).

EMPODERAMENTO E AUTONOMIA MATERNA

Conforme Leão (2013), no final da década de 90, movimentos

femininos começaram a unir-se em reivindicação de sua

insatisfação relacionada aos cuidados obstétricos diante

do parto, e assim nasceram diversos grupos pró-parto

humanizado. A autora salienta que a Internet colaborou

na expansão dos movimentos por meio das redes sociais.

Um exemplo disso é o Grupo Nascer Sorrindo, de Caxias do

Sul. Formado em 2010 por mães e doulas, com o propósito

de amparar, confortar e instruir os casais que buscam o

atendimento humanizado ao parto, baseado em referenciais

científicos de pesquisa, consoante à Soares (2010).

Em vista disso, afirmam Jenkinson, Josey e Kruske (2013)

que, se faz necessário um trabalho de retomada de valores,

muitos ancestrais, conforme (Diniz et al. 2015; LEÃO, 2013)

baseados no apoio psicológico às mulheres e na equipe de

trabalho, para que as mesmas possam se fortalecer diante

do parto. O incentivo deve partir também de alterações

no ambiente físico pré-existente, de modo que, segundo

Jenkinson; Josey; & Kruske (2013), o mesmo proporcione

equipamentos específicos na sala de parto que apoiem o

processo de partejar, e assim as mulheres possam experenciar

posições verticais que ajudem no trabalho de parto, buscando

a posição que melhor favoreça seu biotipo e no alívio das dores.

Deste modo, o ambiente auxilia eficazmente a promover o

parto normal e colabora na retomada do encorajamento das

mulheres a buscarem um parto mais ativo

43


Figura 21 - Mãe amamentando enquanto pratica yoga na natureza. | Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


O leite materno, conforme (ALVES; OLIVEIRA; MORAES,

2013; PASSANHA et al., 2013), apresenta todos os componentes

nutricionais biodisponíveis ideais para alimentar o neonato, e

proporcionar o desenvolvimento infantil adequado. Além disso, a

amamentação confere o conforto emocional e proteção ao lactente

durante o contato. A amamentação, de acordo com Alves, Oliveira

e Moraes (2013), pode colaborar para a redução da morbidade

adulta e infantil. Conforme Unicef (2018), o leite materno para o

recém nascido, funciona como a primeira vacina, capaz de proteger

contra doenças potencialmente mortais para o lactente que ainda

não apresenta imundade.

De acordo com Unicef (2018), a OMS preconiza o aleitamento

materno exclusivo até os primeiros seis meses de vida, perdurando

até os dois anos de vida, e deve ser iniciado até uma hora após

o nascimento. Conforme Passanha et al. (2013), a prática do

aleitamento obtém maior sucesso quando o devido cuidado

materno-infantil é prestado. O autor afirma, que o trabalho

de incentivo deve ser iniciado ainda durante o pré-natal, e ser

continuado no período pós-parto, atentando a puérpera sobre as

oportunidades e riscos relacionados a amamentação e desmame

precoce, respectivamente.

No ano de 2015, segundo Estratégia Nacional Para Promoção

do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável

no Sistema Único de Saúde (2015), foi lançado no Brasil, pelo

MS, um manual, em consonância com a Rede Cegonha de 2011,

fundamentada nos princípios humanização do atendimento à

mulher e crianças, assim como seu desenvolvimento saudável.

A estratégia tem o intuito de promover maior conhecimento

relacionado ao aleitamento materno, por meio da capacitação dos

profissionais da saúde, e atividades participativas entre a equipe e

comunidade local.

AMAMENTAÇÃO E BANCO DE LEITE HUMANO

A OMS recomenda, de acordo com Oliveira (2017), que 60% das

crianças sejam exclusivamente amamentadas com leite materno

até os seis meses de vida, no entanto, no Brasil, somente 39% das

crianças deste faixa etária recebem o alimento exclusivo.

Em consonancia com levantamentos do estudo de Alves,

Oliveira e Moraes (2013), os recuos para a amamentação exclusiva

estão relacionados a baixa escolaridade de algumas mães,

demonstrando a falta de acesso ao conhecimento, a incidência

de parto cesáreo como interferência na amamentação exclusiva

em muitos casos, o uso da chupeta devido à interrupção das

mamadas, diminuindo a produção de leite, e o retorno da mulher

ao mercado de trabalho, colaborando com a introdução precoce de

líquidos e alimentos.

Em 09 de abril de 2002, a portaria n.º 698/GM, conforme Brasil

(2002), promove a instauração de Bancos de Leite Humano no país,

de modo a promover a amamentação natural, colaborando com a

redução da desnutrição e demame precoce. A Rede Cegonha (2011)

traz o conceito de Banco de Leite Humano como: [...] um serviço

especializado, responsável por ações de promoção, proteção e

apoio ao aleitamento materno e execução das atividades de: coleta

da produção lática de nutrizes, do seu processamento, controle de

qualidade e distribuição (REDE CEGONHA, 2011 p. 30).

Conforme preconiza Rede Cegonha (2011), os bancos de

leite tem o intuito de contruibuir com a redução da mortalidade

infantil, principalmente para os atendimento de recém-nascidos

internadosem unidades neonatais, mas também para outras

situações de neonatos que contribua com o apoio e promoção do

aleitamento materno. Os bancos de leite humano devem seguir as

normas da RDC nº171/2006.

45


CONCLUSÕES

A partir das análises de referenciais teóricos, pode-se concluir que o parto é um processo fisiológico inerente aos animais mamíferos,

mas que historicamente recebeu interferências, muitas vezes, desnecessárias. A evolução da medicina e a consequente redução dos

atendimentos por parteiras, assim como a centralização do parto nos médicos, em geral homens, e não mais na mulher, corroboraram

na retirada do poder feminino em relação ao parto, resultando na medicalização do mesmo.

As cesarianas sobressaíram-se em relação aos outros tipos de parto no cenário mundial, e os índices só cresceram desde o início do

século XX. A Organização Mundial da Saúde passou a tratar o tema como um problema de saúde, devido às grandes taxas de cesáreas

desnecessárias, as quais possuem ligação direta com maiores níveis de morbidade materno-infantil. Além disso o procedimento excessivo

está vinculado à desumanização do parto, pelo fato de, muitas vezes, não respeitar às diligências maternas, relacionar-se a casos de

violência obstétrica e centralizar-se na figura masculina do médico. Em busca de frear estes altos índices, a OMS, em contrapartida,

passou a recomendar que os países mantivessem as taxas máximas de cesarianas em 15%, o que não ocorre no Brasil.

A partir disso, desde a década de 1990 o Ministério da Saúde do Brasil vem buscando formas de incentivar o parto vaginal na rede

pública de saúde, por meio da criação de diretrizes para a humanização do parto, estendendo-se à equipe médica e ao ambiente do nascer.

A discussão à respeito da humanização do parto é também cada vez mais recorrente em grupos ativistas de mulheres as quais reivindicam

o livre direito de parir e nascer em prol da saúde materno-infantil.


A amamentação é outro tema em discussão, já que pode sofrer interferência direta com as altas taxas de cesarianas. A cirurgia pode

intervir na relação hormonal feminina e inibir o fluxo de leite materno para o neonato. É recomendado pela OMS que o recém-nascido

receba o alimento em até uma hora após o parto, devido a sua capacidade protetiva do sistema imunológico. A organização prevê também

que o aleitamento se estenda até os 24 meses de idade, sendo exclusivo até os 6 meses de vida.

No entanto, por questões como, ausência de conhecimento no assunto, introdução precoce de alimentos, breve retorno da mãe

ao mercado de trabalho, uso de chupeta, além da realização de cesarianas, o aleitameno materno não tem se estendido conforme

as recomendações. Sua importância vai desde reduzir a desnutrição infantil, redução da mortalidade por doenças infecciosas, como

proporcionar sobrevida para o ser humano até mesmo na fase adulta, devido à grande capacidade de proteção do imunológica.

Deste modo, a arquitetura coexiste como um meio de criar o ambiente capaz de atender às demandas da humanização da saúde e

às necessidades discutidas acerca do parto aleitamento materno. O projeto arquitetônico pode ser uma das ferramentas capazes de

realizar um local que disponha de segurança, conforto e acolhimento para as puérperas e suas famílias. Assim, atrelando os atributos da

humanização do ambiente do parto, em conjunto com a sociabilização da equipe médica, pode-se contribuir com as condições para que

mais partos sem interferências aconteçam.

47


Figura 22 - Pai segurando filho recém-nascido de parto natural humanizado.| Fotógrafo: Fabiano Knopp


ANÁLISE DE REFERENCIAIS

49



INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE REFERENCIAIS

Nesta estapa serão analisados quatro referenciais os quais abordam o tema do atendimento humanizado à saúde. Destes

referenciais, três deles (Casa Ânglea, Brent Birth Centre e Alcyon Birth Centre) são diretamente relacionados ao parto humanizado

e, o outro (Meggie’s Centre) relacionado à humanização da arquitetura. A partir deles, os itens descritos pertinentes ao projetos

serão levados em consideração para análise.

Casa Ângela: O projeto do Centro de Parto Casa Ângela é referência no país e apresenta iniciativa publico-privada, no entando

não apresenta questão formal e estrutural relevante para análise. Portanto, serão analisados os aspectos programático-funcionais

nesta obra, e aspectos tecnológicos relacionados apenas ao conforto ambiental.

Brent Birth Centre: O Centro de Parto e Atendimento à Gestante é precursor na Inglaterra. O projeto da Arquiteta Bárbara

Weiss apresenta questões relevantes a serem analisadas como: aspectos formais, aspetos programático-funcionais e aspectos

tecnológicos.

Alcyon Birth Centre: o Centro Alcyon é pequeno, voltado apenas para o atendimento ao parto humanizado. Deste projeto são

consideráveis os aspectos formais, programático-funcionais, e tecnológicos relacionados a questões de conforto ambiental.

Meggie’s Centre: O Centro Meggie de Oldham é um centro de atendimento humanizado à pessoas com câncer. Sua arquitetura

é pertinente ao tema da humanização dos espaços de saúde e, por isso, as análise completa dos aspectos formais, programáticosfuncionais

e tecnológicos compete ao tema.

51


CASA ÂNGELA

Localização: Jardim Mirante

São Paulo - SP - Brasil

Ano início do projeto: 2006

Ano conclusão do projeto: 2009

Área construída: 750m²

Figura 23 - Centro de Parto Humanizado Casa Ângela | Fonte: Casa Ângela Centro de Parto Humanizado (2019)


A escolha deste projeto deu-se devido ao fato de ser o Centro

de Parto Humanizado Peri-hospitalar precursor e referência

no país. O projeto de implantação de Casas de Partos no Brasil,

começou em São Paulo, segundo Centro de Parto Humanizado

(2019), por iniciativa da parteira alemã Angela Gehrke da Silva.

Porém, a história da Casa Ângela precedeu anteriormente

pela Casa de Parto Monte Azul em conjunto com a Associação

Monte Azul, bairro onde situava-se.

De acordo com Casa ângela Centro de Parto Humanizado

(2019), a Casa de Parto Monte Azul foi fundada em 1997

por Ângela, sendo esta a primeira casa de parto da cidade,

vinculada à Associação. A Casa fechou 2 anos depois, mas deu

origem à Casa Angela, a qual teve sua construção e implantação

coordenada pela médica Alemã Anke Riedel, que havia atuado

como voluntaria em conjunto com Ângela na antiga Casa. O

Centro de Parto foi batizado assim, em homenagem à parteira

que faleceu no ano seguinte ao fechamento.

Nos primeiros 6 anos de funcionamento, conforme Casa

Ângela Centro de Parto Humanizado (2019), a casa se manteve

apenas com o apoio de parceiros, doadores e pacientes

particulares. O convênio com a Prefeitura foi assinado em

dezembro de 2015, o que vem possibilitando que a Casa receba

recursos do SUS. Desde então, toda usuária do SUS da cidade de

São Paulo pode fazer seu parto gratuitamente na Casa Angela.

Conforme Casa Ângela Centro de Parto Humanizado

(2019) pacientes particulares também podem usufruir do

serviço de assistência humanizada ao parto, de modo que a

parceria público-privada seja a mantenedora do local. A casa

oferece também consultas e atendimentos individuais, cursos,

palestras e oficinas de apoio à gestação e de preparação para

o parto, amamentação e cuidados com o bebê.

Figura 24 - Oficina relacionada ao parto na sala multiuso

da Casa Ângela. Fonte: Casa Ângela Centro de Parto

Humanizado (2019)

Figura 25 - Quarto P.P.P da Casa Ângela. Fonte: Casa

Ângela Centro de Parto Humanizado (2019)

Figura 26 - Puérpera recebendo atendimento de doula

na Casa Ângela. Fonte: Casa Ângela Centro de Parto

Humanizado (2019)

53


LOCALIZAÇÃO

Brasil

Jardim Mirante

São Paulo - SP

Figura 27 - Mapa de localização | Fonte: Mapa desenvolvido

pela autora.

Av. Maria Coelho Aguiar

OMM

NM

Figura 28 - Mapa de situação Casa Ângela - Bairro Jardim

Mirante - SP | Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora

RMM

6

5

4 7 8

4

3

2

4

15

1

11 2

4

ASPECTOS FUNCIONAIS

4

9

9 9

10 11 14 14

12 13 14

ZONEAMENTO

CROQUI ESQUEMÁTICO

CASA ÂNGELA

Legenda

Acolhimento

Atendimento

Parturição

Apoio e administrativo

Serviço

Acesso principal

Acesso secundário de serviço

OM

NM R M

Circulação vertical

Figura 29 - Planta baixa pavimento térreo. Sem escala | Fonte: Costa (2019) adaptado

pela autora.

OM

NM

Fonte 30 - Planta baixa primeiro pavimento. Sem

escala.| Fonte: Costa (2019) adaptado pela autora

R

M

Funcionalidade

1 - Saguão

2 - Administrativo

3 - Atendimeno

4 - Ala funcionários

5 - Copa

6 - Cozinha

7 - Refeitório

8 - Deambulatório

9 - Alojamento conjunto

10 - Depósito

11 - Sanitário

12 - Reanimação neonatal

13 - Enfermaria

14 - Quarto P.P.P.

15 - Sala multiuso


FLUXOGRAMA

Acesso principal

ATENDIMENTO

ACOLHIMENTO PARTURIÇÃO

SERVIÇO

Acesso secundário de serviço

Figura 31- Fluxuograma Casa Ângela | Fonte: Análise desenvolvida pela autora

PROGRAMA

ASPECTOS TECNOLÓGICOS

A casa de alvenaria estrutural, segundo Casa Ângela

Centro de Parto Humanizado (2019), foi construída

em duas etapas, num misto de blocos de concreto e

tijolos (bloco cerâmico). A cobertura é estruturada por

tesouras de madeira e coberta com telhas cerâmicas.

Como aspectos de conforto ambiental, apresenta

aberturas grandes em vidro no segundo pavimento, as quais

permitem o aproveitamento da luz natural. A arquitetura

popular, configura a aproximação com a comunidade na qual

está inserida.

CONFORTO AMBIENTAL

SOCIAL ÍNTIMO SERVIÇO ACOLHIMENTO

ATENDIMENTO (1) QUARTOS P.P.P. (3) ALA FUNCIONÁRIOS (4) SAGUÃO (1)

ADMINISTRATIVO (1) ALOJAMENTO CONJUNTO (3) COPA (1) SALA MULTIUSO (1)

SANITÁRIO (1) COZINHA (1) SANITÁRIO (1)

SALA DE REANIMAÇÃO (1) ADMINISTRATIVO (1)

DEPÓSITO (1)

ENFERMARIA (1)

DE AMBULATÓRIO (1)

REFEITÓRIO (1)

Esquadrias amplas

Iluminação natural

Ventilação natural

Tabela 1: Programa Casa Ângela | Fonte: Análise desenvolvida pela

autora.

Figura 32 - Esquadrias amplas e altas permitindo iluminação e

ventilação naturais. | Fonte: Análise desenvolvida pela autora.

55


BRENT BIRTH CENTRE

Localização: Park Royal

Londres - Inglaterra - Reino Unido

Arquitetura: Barbara Weiss Architects

Engenheiro Estrutural: Alan Conisbee and Associates

Ano do projeto: 2004

Área construída: 950 m²

Figura 33 - Brenth Birth Centre | Fonte: Weiss (2019)


Antes do Brent Birth Center, a Inglaterra apresentava diversas alas

de parto humanizado dentro dos próprios hospitais. Segundo Cabe

(2006), acredita-se que este centro foi a primeira unidade de parto

autônoma (peri-hospitalar) de Londres. Situa-se em uma esquina,

próximo a uma via movimentada de Londres, nas proximidades de um

hospital da região, e recebe parteiras para realizar sua qualificação, e

assim humanizar o atendimento ao parto.

O local foi projetado, conforme Cabe (2006), para atender aos

anseios das mães que desejam ter suas necessidades atendidas

e respeitadas, e para isso o centro configura-se num local que

lembra uma casa, já que muitas dessas mulheres buscavam o

parto doméstico, para fugir da frieza que o hospital proporciona

num momento tão especial. Brent é um equipamento intermediário

entre a casa e o hospital, onde as mulheres podem dar à luz em um

ambiente doméstico descontraído, sabendo que são atendidas por

parteiras qualificadas.

A arquiteta Barbara Weiss, encarregada de projetar o centro, não

possuia muita experiência em projetos voltados para a área da saúde,

até então era tinha maior capacitalção em arquitetura residencial.

No entanto, essa característica foi fundamental para o projeto obter

o caráter doméstico necessário, o qual foi indicado para o Prêmio

de Melhor Edifício Público pelo Primeiro Ministro no ano de 2005, de

acordo com Cabe (2006).

O edifício fez grande sucesso entre a comunidade envolvida,

pacientes e funcionários. Os relatos, segundo Cabe (2006), são de que

a arquitetura do local, conforme figuras 34, 35, 36, 37 e 38, atende às

necessidades de um ambiente descontraído e atencioso, e também

para a construção de novos modelos de cuidado à saúde.

Figura 34 - Pátio Brent Birth Centre

Fonte: Weiss (2019)

Figura 35 - Quarto P.P.P com cama de casal | Fonte: Weiss

(2019)

Figura 37 - Sala de palestras | Fonte: Weiss

(2019)

Figura 36 - Quarto P.P.P com

banheira | Fonte: Weiss (2019)

Figura 38: Sala de espera | Fonte: Weiss (2019)

57


LOCALIZAÇÃO

Inglaterra

ASPECTOS FUNCIONAIS

O edifício é dividido em três setores (figura 41). A área social

abre-se para uma praça frontal (figura 40), o íntimo apresenta

ligação direta com o pátio interno, e o serviço envolve o setor

íntimo como se o protegesse o setor íntimo formando uma

câmara de barreira sonora para o ruído do tráfego.

SOCIAL ÍNTIMO SERVIÇO

Park Royal

London-UK

Figura 39 - Mapa de localização | Fonte: Mapa desenvolvido pela autora

RECEPÇÃO (1) SALA DE PARTO (6) ESCRITÓRIO (1)

TROCADOR (1) BANHEIRO SERVIÇO (1) VESTIÁRIO MASCULINO (1)

ESPAÇO KIDS (1) DEAMBULATÓRIO (1) VESTIÁRO FEMININO (1)

ESPAÇO DE PALESTRAS (1) PÁTIO JARDIM (1) BANHEIRO MASCULINO (1)

SALA ESTÁGIO (1) SALA VISITANTES(1) BANHEIRO FEMININO (1)

SALA DE PESQUISA (1) ARMÁRIO (1)

SALA DE ESPERA (1) BANHEIRO PNE (1)

SALA REUNIÃO (1) SALA ENTREVISTAS (1)

SALA PRÉ-NATAL (3) ESCRITÓRIO PARTEIRAS (1)

SALA DE PRODUTOS (1)

SALA DE EQUIPAMENTOS (1)

SALA ROUPAS SUJAS (1)

COZINHA (1)

SALA FUNCIONÁRIOS (1)

SALA DE PLANTAS (1)

SALA ROUPAS LIMPAS (1)

SALA REJEITOS (1)

Figura 40 - Mapa de situção Brent Birth Centre |

Fonte: The North West London Hospitals (2005)

adaptado pela autora

OMM

NM

RMM

Tabela 2 - Programa de necessidades Brent Birth Centre | Fonte: Análise

desenvolvida pela autora


FLUXOGRAMA

Legenda

Social

Íntimo

Serviço

Acesso principal

Acesso secundário de serviço

RECEPÇÃO

CONSULTAS PARTURIÇÃO

SERVIÇO

OM

NR

NM

M

Figura 41 - Zoneamento planta baixa pavimento térreo | Fonte: Costa (2019) adaptado pela

autora

FUNCIONALIDADE

Figura 43 - Fluxuograma Brent Birth Centre | Fonte: Análise desenvolvida pela autora

27

28

29

24

25 25

32

23

25

30

22

25

31

2120 19

25

26

25

18

13 15 14

12

11

10

10

10

9

8

7

16

17

1

2

3

6

4

5

1- Recepção

2 - Trocador

3 - Espaço kids

4 - Espaço de palestras

5 - Sala estágio de parteiras

6 - Sala de pesquisa parteiras

7 - Consultora de parteiras

8 - Sala de espera

9 - Sala de reunião pré-natal

10 - Sala de pré-natal

12 - Vestiário Masculino

13 - Vestiário Feminino

14 - Banheiro Feminino

15 - Banheiro Masculino

16 - Armário

17 - Banheiro PNE

18 - Sala de entrevistas

19 - Escritório parteiras

20 - Sala produtos de limpeza

21 - Sala de equipamentos

23 - Sala de roupas sujas

24 - Cozinha

25 - Sala de Parto

26 - Banheiro serviço

27 - Sala dos funcionários

28 - Sala de visitantes

29 - Sala de plantas

30 - Deambulatório

31 - Pátio jardim

32 - Sala de rejeitos

OM

NR

NM

M

11 - Escritório

22 - Sala de roupas limpas

Figura 42- Planta baixa pavimento térreo | Fonte: Costa (2019) adaptado pela autora

59


ASPECTOS FORMAIS

FLUXOS

PARTIDO PÁTIO

Figura 44 - Circulação horizontal | planta baixa pavimento térreo

Fonte: Costa (2019) adaptado pela autora

Circulação horizontal

O Centro Birth apresenta exclusivamente circulação horizontal

por apresentar apenas pavimento térreo. Esta circulação acontece

em linha, por meio de um corredor que distribui para o setor íntimo

e serviço (figura 44). A face lateral esquerda, conforme as plantas da

edificação, apresenta formato circular, que se aproxima da forma

pré-existente do terreno de esquina onde situa-se (figura 41).

Sua organização se dá em forma de pátio central (figura 45), para

o qual ficam voltadas os quartos de parto, proporcionando intimidade

para as usuárias. A forma compositiva se dá por meio da adição de

dois volumes conectados (figura 46), onde encontra-se o setor com

caráter social em um deles, e os setores íntimo e de serviço em outro,

basicamente (figura 41).

OM

NR

NM

M

Pátio

Edificação

Figura 45 - Sistema de organização em pátio | Fonte: Costa (2019) adaptado pela autora.

PLANO DECOMPOSTO

Volume 1

Volume 2

Figura 46 - Forma compositiva do projeto | Fonte: Costa (2019) adaptado pela

autora

OM

OM

NR

NR

NM

NM

M

M


a a a a a a a c/2

a

a

c

a

GRELHA

a

b

c

a

c

A obra possui organização em grelha, com uma malha regular

gerada a partir de sua estrutura que faz também a divisão interna

dos espaços. A malha apresenta duas modulações diferentes: na face

lateral direita a matiz é a,b,c,a,c,b,a, e na face superior predomina o

módulo a. No entanto a arquiteta trabalha submódulos variantes de

um módulo principal.

Grelha

OM

NR

NM

M

b

a

RITMO

O ritmo é visível na fachada principalmente pela organização das

esquadrias no interior do pátio.

Figura 47 - Organização em grelha | Fonte: Costa (2019) adaptado pela autora

Figura 48 - Grelha na fachada | Fonte: Weiss (2019) adapatado pela autora

Figura 49 - Ritmo nas esquadrias da fachada | Fonte: Weiss (2019) adaptado pela

autora.

61


VISUAIS

ASPECTOS TECNOLÓGICOS

Com relação a organização dos espaços, as salas do setor social

organizam-se centradas em torno de uma sala de espera. Dentre

estas salas evidencia-se a sala de palestras e treinamento para pais

que, segundo Brent Birth Centre (2004), apresenta piso de madeira

para tornar o local mais acolhedor para as famílias.

Eixos visuais

Figura 50 - Demarcação das visuais no projeto | Fonte: Costa (2019) adaptado

pela autora

O centro de parto foi implantado para privilegiar as visuais de acordo

com os usos, de acordo com a figura 50. O setor social, segundo Brent

Birth Centre (2004), possui os ambientes mais interativos com visão

para a praça em frente ao acesso, de modo que sua janela voltada

para esta face seja grande e com parapeito baixo, para que as crianças

também possam usufruir da visual. Já os quartos de parto possuem

visual para o jardim interno, para fazer relação direta com a natureza,

proporcionando intimidade. As aberturas para o pátio também

permitem a iluminação natural.

OM

NR

NM

M

Já na ala de parto humanizado, conforme Brent Birth Centre (2004),

cada um dos quartos é diferente em seu próprio layout e design, sendo

que dois deles têm piscinas de parto. O equipamento médico que

pode se fazer necessário, fica escondido atrás das portas de armário

dobráveis. Estes quartos são centrados na mulher, onde ela pode ser

cercada por sua família na estadia. Cada quarto apresenta um banheiro

individual com chuveiro e amplas camas de casal.

A deambulação das gestantes, segundo Brent Birth Centre (2004),

pode acontecer em dois locais. Um deles no corredor de interligação

dos quartos com o setor de serviço, o qual apresenta iluminação

natural zenital advinda de um teto abobadado. O outro local é o jardim

paisagístico para o qual estão voltadas as salas de parto, por onde

também infiltra iluminação natural bem como ventilação. As zenitais e

aberturas superiores são uma estratégia encontrada em todo o projeto,

proporcionando privacidade e iluminação natural.

Pode-se perceber que, tanto o setor social, quanto íntimo,

apresentam um espaço central, em torno do qual o programa se

resolve. Deste modo, o acolhimento imprescindível aos pacientes

acontece num ambiente protegido e relaxante.


MATERIALIDADE

CONFORTO AMBIENTAL

O centro de parto apresenta um pavimento e cores sóbreas

para proporcionar acolhimento e tranquilidade aos usuários.

Conforme Brent Birth Centre (2004), seu interior e mobiliário

foram projetados no estilo holandês. Seu revestimento é

discreto feito com tijolos amarelos pálidos, e somente o

volume saliente da sala de palestras apresenta reboco cor

damasco, indo de encontro com seu uso social..

Blocos cerâmicos

amarelos

Reboco com

pintura damasco

Zenitais

Esquadrias superiores

OM

NR

NM

M

Figura 52 - Demarcação de zenitais e jardim interno | Fonte: Costa (2019)

adaptado pela autora

Esquadria

superior sala

de espera

Zenitais

corredor

de circulação

Zenital

sala de

palestras

Esquadria

superior

circulação

Figura 51 - Materialidade da Fachada | Fonte: Weiss (2019)

adaptado pela autora

Figura 53 - Esquadrias zenitais e superiores em diferentes ambientes |

Fonte: Weiss (2019) adaptado pela autora

63


HALCYON BIRTH CENTRE

Localização: Smethwick

Sandwell - Inglaterra - Reino Unido

Escritório responsável:

West Hart Partnership Architects

Construtora: LSP Developments

Ano do projeto: 2011

Área construída: 348 m²

Figura 54 - Halcyon Birth Centre | Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)


Figura 55 - Jardim aromático Halcyon Birth Centre | Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)

O Centro de Nascimento Halcyon situa-se num distrito pequeno

da Inglaterra nas proximidades de um hospital pré-existente West

Birmingham Hospitals NHS Trust. Segundo Gutteridge (2013), a

edificação é pequena e seu atendimento se restringe apenas ao parto

gratuito aos habitantes. A localidade é composta por uma população

complexa e carente conhecida por ter um gama de desafios sociais

e de saúde. A população da cidade é tradicionalmente empregada na

indústria pesada e de mineração. Os perfis da comunidade mostram

que a população é principalmente mista entre brancos caucasianos

e asiáticos imigrantes; no entanto o local tem recebido influxo de

moradores do Leste Europeu.

De acordo com Gutteridge (2013), as necessidades de saúde

foram identificadas devido ao aumento obesidade, abuso de álcool,

distúrbios de depressão e gravidez na adolescência. Pode-se

citar também que o distrito tem servido como refúgio e asilo de

mulheres de outros locais, as quais acabam vivendo em condições

precárias, apresentando necessidades de saúde complexas, pois

necessitam de atendimento multi-profissional para lidar com doenças

infecciosas, doenças associadas à privação, como deficiências

nutricionais e anemia, assim como problemas de saúde duradouros.

Figura 56 - Quarto de parto| Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)

Gutteridge (2013) afirma que a criação de um Centro de de

Nascimento surgiu como forma de dar um atendimento mais humano

às pacientes que tem mostrado carência enorme em relação a cuidados,

por meio de uma maternidade dinâmica. Deste modo, o projeto tem

intenção de melhorar a qualidade no atendimento ao parto tanto de

alto risco, quando de baixo, fornecendo um serviço de alta qualidade

de atendimento e de conforto, assim como reduzir as intervenções

desnecessárias e o tempo de permanência no hospital para as mães.

Figura 57 - Copa | Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)

65


LOCALIZAÇÃO

Inglaterra

Oldbury Road

Smethwick

Sandwell - UK

Figura 58 - Mapa de Localização | Fonte: Mapa desenvolvido pela

autora.

OMM

NMM RMM

Figura 59 - Mapa de situação - Smethwick/Sandwell |

Fonte: Google Earth adaptado pela autora

ASPECTOS FUNCIONAIS

7

OM

6

8

9

1

2 3 4

5

10

11

1314 15

12 16

17

18

22

16

21

19

NM

20

23

19

16

19

24

R M

Funcionalidade

1- lobby

2 - espera

3 - banheiro com trocador

4 - sala de entrevista de

aconselhamento

5 - recepção

6 - sala de funcionários

7 - gases medicinais

8 - armários de funcionários

9 - vestiário funcionários

10 - utensílios limpos

11 - utensílios sujos

12 - área de descarte

13 - sala de equipamentos

14 - sala de equipamentos para

limpeza

15 - sala de ressucitação

16 - banheiro

17 - sala do gerador

18 - depósito

19 - sala de parto

20 - reservatório de bebidas para

pacientes e funcionários

21 - área livre para pacientes e

funcionários

22 - armário de roupas

23 - área coberta para remoção

ambulância

24 - jardim aromático

Figura 60 - Planta baixa Halcyon Birth Centre | Fonte: Costa (2017), retirada de http://

lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem acesso atual -

adaptado pela autora.


ZONEAMENTO

PROGRAMA

A casa é dividida em três setores: social, íntimo e de serviço. O

setor íntimo apresena maior importância no programa (figura 61),

e recebe apoio direto do serviço. Já setor social é o menor deles

e tem função apenas de recepcionar os pacientes e familiares.

Os quartos do íntimo voltam-se para um jardim aromático, no

qual as gestantes podem deambular e usufruir do espaço para

relaxar. Uma vaga coberta de espera para ambulância encontra-se

relacionada ao setor íntimo para atendimentos de urgência.

SOCIAL ÍNTIMO SERVIÇO

LOBBY (1) SALA RESSUCITAÇÃO (1) SALA FUNCIONÁRIOS (1)

ESPERA (1) BANHEIRO (1) GASES MEDICINAIS (1)

Legenda

OM

NM R M

Figura 61 : Planta baixa Halcyon Birth Centre com zoneamento | Fonte: Costa

(2017), retirada de http://lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_lsp-insert---

sandwell_lr.pdf - sem acesso atual - adaptado pela autora

Acesso

principal

Social

Íntimo

FLUXUOGRAMA

Serviço

Jardim

Acesso principal

Acesso secundário de serviço

Acesso secundário de serviço

Acesso secundário

de serviço

BANHEIRO (1) SALA DE PARTO (3) ARMÁRIO FUNCIONÁRIOS (1)

RECEPÇÃO (1) JARDIM AROMÁTICO (1) VESTIÁRIO FUNCIONÁRIO (1)

RESERV. BEBIDAS(1) UTENSILIOS LIMPOS (1)

ÁREA LIVRE (1) UTENSILIOS SUJOS (1)

ARMÁRIO ROUPAS (1) ÁREA DESCARTE (1)

REMOÇÃO AMBULATÓRIO. (1) SALA EQUIPAMENTOS (1)

PRODUTOS LIMPEZA (1)

RECEPÇÃO

PARTURIÇÃO

SERVIÇO

SALA GERADOR (1)

Figura 62 : Fluxograma Halcyon Birht Centre | Fonte: análise desenvolvida pela

autora.

Tabela 3: Programa de necessidades Halcyon Birth Centre | Fonte: Tabela

desenvolvida pela autora

67


ASPECTOS FORMAIS

GRELHA

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

OM

NM

Figura 63 - Malha Halcyon Birth Centre | Fonte: Costa (2017), retirada de http://

lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem

acesso atual - adaptado pela autora

O projeto é organizado por uma grelha regular que divide o edifício

em 15 quadrantes. Com um estudo mais aprofundado pode-se

constatar a existência de uma malha com módulo a que se repete

em todo projeto. A partir dessa modulação, são feitas subtrações

para compactação do programa e distribuição do espaço interno.

A planta tem caráter livre, mas ao mesmo tempo a organização do

espaço interno se dá a partir da modulação criada.

R

M

OM

NM

Figura 64 - Malha Halcyon Birth Centre | Fonte: Costa (2017), retirada de http://

lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem

acesso atual - adaptado pela autora

O jogo que acontece entre os módulos, por meio de alguns

desencaixes cria a sensação de movimento ao mesmo. Os ambientes

ora seguem o alinhamento da malha, ora são deslocados. Alguns

deles sofrem desencontros propositais, quando por exemplo, a face

de uma parede alinha-se com o centro ou lateral de uma esquadria,

ao invés de alinhar-se com outra parede. Essas articulações na

planta a partir da malha, cria uma possibilidade maior para se

explorar a espacialidade interna e também maior animação para

o espaço.

R

M


PARTIDO EM CRUZ

FLUXOS

Legenda

Forma1

Forma 2

Legenda

Circulação horiz. pacientes

Circulação horiz. serviço

Remoção com ambulância

OM NM R M OM

NM R M

Figura: 65 - Estrutural formal do partido em cruz, com dois eixos interligados |

Fonte: Costa (2017), retirada de http://lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_

lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem acesso atual - adaptado pela autora

Figura: 66 - Fluxos de circulções horizontal | Fonte: Costa (2017), retirada de http://

lspdevelopments.co.uk/uploads/project/25_lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem

acesso atual - adaptado pela autora

A estrutura formal se conforma por um partido em que dois

volumes se conectam e formam uma cruz (figura 65). No

entanto, as duas formas não configuram a organização do

zoneamento interno.

A circulação é exclusivamente horizontal, pelo fato do

centros resolver no pavimento térreo. Ela acontece

em linha, se distribuindo através dos corredores de

conexão entre os ambientes. Há dois fluxos de circulação

diferentes, um deles de serviço, e outro de pacientes.

69


VISUAIS

Legenda

Eixos visuais

Pátio

OM

NM

R

M

Figura 67 - Estratégia de localização dos quartos com visual para jardim

Fonte: Fonte: Costa (2017), retirada de http://lspdevelopments.co.uk/

uploads/project/25_lsp-insert---sandwell_lr.pdf - sem acesso atual -

adaptado pela autora

O projeto foi implantado no terreno priorizando

as visuais do jardim aromático para os quartos de parto

conforme figura 67. Os mesmos localizam-se na porção

Sul do terreno, devido ao fato de no hemisfério norte esta

ser a posição com maior incidência solar

Figura 68 - Vista externa Halcyon Birth Centre mostrando fechamento do jardim

interno | Fonte: Google Street View

Na figura 68, pode-se ver externamente o fechamento do

jardim aromático, executado com painéis de madeira, para que se

configure a privacidade necessária ao local.


Figura 69 - Fachada Halcyon Birth Centre | Fonte: Dayana Farrington (2017)

ASPECTOS TECNOLÓGICOS

MATERIALIDADE

Cobertura

inclinada com

telha shingle

Blocos

cerâmicos

aparentes

Parede com

reboco e pintura

Halcyon Birth Centre, conforme

Gutteridge (2013) é um projeto que

se assemelha a forma de uma casa

tradicional para que transmita os ares

domésticos àqueles que permanecerão

no espaço. Sua estrutura é independente

resolvida com alvenaria estrutural de

blocos cerâmicos (tijolos), de acordo

com figuras 69 e 70, envolvendo a

edificação. A materialidade empregada

é simples, feita com tijolos cerâmicos

aparentes nos fundos, onde integrase

com o jardim aromático, e na face

frontal reboco e pintura.

Legenda Aberturas amplas Jardim aromático Caimento do telhado

CONFORTO AMBIENTAL

Figura70 - Fachada Halcyon Birth Centre | Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)

O projeto apresenta esquadrias metálicas amplas no setor

social permitindo entrada abundante de luz natural (figura 69).

Grandes esquadrias também são encontradas nos quartos

de parto, onde se faz a relação direta com jardim paisagístico

(figura 70). O jardim apresenta conexão apenas com os

quartos.

A cobertura é feita com telhado quatro águas, devido ao

local receber incidência de neve anualmente, de acordo com

Gutteridge (2013). Seu revestimento é feito em telhas shingle

e acabamentos metálicos. Os quartos de parto são voltados

para o Sul, aproveitando de forma mais eficiente a insolação

71


MEGGIE’S CENTRE

Localização: Oldham

Inglaterra - Reino Unido

Escritório responsável: dRMM

Engenheiro Estrutural: Booth King

Ano do projeto: 2017

Área construída: 260.0 m2

Figura 71 - Centro Meggie | Fonte: West Hart Partnership Architects (2019)


Maggie’s Centres são espaços mantidos por uma instituição

filantrópica que oferece suporte fisico e psicológico gratuito

para pacientes em tratamento de câncer (GONZÁLEZ, 2018). De

acordo com Maggie Keswick Jencks Cancer Caring Centers Trust

(2019), são 22 centros formados por especialistas em apoio ao

câncer como, consultores, nutricionistas, terapeutas e psicólogos, para

prestar o apoio aos pacientes que descobrem o câncer.

Os Centros Maggie são o legado de Margaret Keswick Jencks, uma

mulher em estado terminal que tinha a noção de que os ambientes de

tratamento contra o câncer - e os resultados do processo - poderiam

ser drasticamente melhorados através de um bom projeto (MEDINA,

2014 p.1).

Afirma Medina (2014), que o projeto foi iniciado por um

experimento pelo marido de Margaret Jencks, o teórico historiador

de arquitetura Charles Jencks, há mais de duas décadas, o qual

tinha por missão prestar atendimento gratuito e global para

pacientes com câncer através por meio da boa arquitetura. Com

isso, diversos arquitetos mundialmente conhecidos passaram a

fazer parte desse projeto, promovendo uma arquitetura que alia

funcionalidade com o bem-estar dos pacientes, que até então

passavam o drama do cancêr sem o cuidado diferenciado o qual

necessitam.

Figura 72 - Jardim interno Meggie’s Centre |Fonte: Fotografia por Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin

Sohi, Jon Cardwell | disponível em González (2018)

Figura 73 - Interior mostrando jardim interno Meggie’s Centre | Fonte: Fotografia por Alex de Rijke,

Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell | disponível em González (2018)

O Centro Meggie de Oldhan, é mais um dos centros localizados

no Reino Unido, e sua estrutura arquitetõnica é conhecida também

como “arquitetura da esperança“, segundo Maria Francisca González

(2018), pois tem o objetivo de preparar as pessoas para os desafios da

luta contra o câncer e para que possam encontrar a força necessária,

que quiçá não saibam que tem, para enfrentar esta difícil batalha

(GONZÁLEZ, 2018).

Figura 74 - Jardim interno Meggie’s Centre | Fonte: Fotografia por Alex de Rijke, Tony Barwel,

Jasmin Sohi, Jon Cardwell | disponível em González (2018)

73


LOCALIZAÇÃO

Inglaterra

Oldham

ASPECTOS FUNCIONAIS

O Centro Maggie, de acordo com González (2018), foi

elaborado para que os pacientes pudessem vivenciar o bemestar

no momento dramático da descoberta do câncer. Por

isso, apresenta basicamente uma planta livre, em que o

setor social se sobressai de todo o resto, já que o espaço

privilegia o uso para os pacientes e acompanhantes.

Funcionalidade

1- Sala de reuniões

2 - Sala de diagnóstico

de exames

3 - Sala de

interpretação de laudos

4 - Sanitário P.N.E.

5 - Sanitário

6 - Sala de Psicólogo

7 - Sala de espera

8 - Jardim

9 - Espaço de refeições

10 - Copa

11 - Varanda

12 - Passarela acesso

ao Hospital

Figura 75 - Mapa de localização da cidade, inserida no país.

Fonte: Mapa desenvolvido pela autora

12

Sheepfoot Ln

1 2 3 4 5 6

7

8 9 11

A 671

10

OM

NM

R

M

Figura 76 - Mapa de situação na cidade de Oldham

Fonte: Google Earth adaptado pela autora

OMM

NMM RMM

Figura 77 - Planta baixa Meggie’s Centre | Fonte: González (2018) adaptado pela autora


OM

ZONEAMENTO

NM

Figura 78 - Planta baixa Meggie’s Centre mostrando zoneamento | Fonte: González (2018)

adaptado pela autora

R

M

Legenda

Social

Serviço

Acesso

principal

Acesso

secundário

de serviço

O ambiente foi projetado de forma simples, mas que se

integra com a natureza, por meio de um jardim

interno. Através dele a luz permeia para dentro

da edificação por uma pele de vidro que separa o

interno do externo, permitindo o contato direto com a

vegetação e suas cores.

Fluxograma

Acesso

principal

RECEPÇÃO

SERVIÇO

Figura 80 - Fluxuograma | Fonte: Figura desenvolvida pela autora

SOCIAL ÍNTIMO SERVIÇO

Acesso

secundário

de serviço

VARANDA (1) SALA TEMPORÁRIA (1) SALA REUNIÕES (1)

SALA ESPERA (1) DIAGNÓSTICO EXAMES (1)

ESPAÇO REFEIÇÕES (1) INTERPRETAÇÃO LAUDOS (1)

COPA (1) SANITÁRIO PNE (1)

JARDIM INTERNO SALA PSICÓLOGO (1)

PASSARELA ACESSO

HOSPITAL (1)

OM

NM

Legenda

Íntimo

Figura 79 - Planta baixa Meggie’s Centre mostrando zoneamento |Fonte: González (2018)

adaptado pela autora

R

M

SALA GERADOR (1)

Tabela 4: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

75


A sala de espera está incluída no setor social, no entanto tem

por característica de se tornar privada se for preciso. Por meio

de uma cortina pode ser fecha, cria-se uma barreira visual do

restante do centro, gerando intimidade visual para o espaço

quando necessário. O centro é um local de acolhimento e

convivência para pessoas em tratamento contra o câncer, por

isso o setor íntimo é mínimo, pois não se trata de um local para

internação, mas sim de apoio à cura.

FLUXOS

Figura 81 - Sala de espera | Fonte: Fotografia por Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin

Sohi, Jon Cardwell | disponível em González (2018)

A circulação do Centro Meggie acontece de forma livre,

assim como propõe sua planta. Não há divisão física entre

os ambiente, exceto o setor de serviço, pois suas funções

demandam. Desta forma, a circulação se dá por entre os

móveis, no entorno do jardim interno, e flui para todos os

ambientes.

OM

NM

R

M

Legenda

Circulação livre

Figura 82 - Circulação livre | Fonte: González (2018)


GRELHA

a/2

a a a a a/2

b

b

b

A edificação apresenta malha regular organizadora. No

eixo longitudinal, conforme figura 83 e 84, a grelha apresenta

módulo a, e também possui meio módulo de a nas extremidades

da planta. No eixo transversal, de acordo com figura 83 e 85, a

malha é regulada pelo módulo b. A estrutura é parte integrante da

modulação da grelha.

b

b

b

À esqurda, figura 83 - Grelha em planta baixa | Fonte: González (2018)

adaptado pela autora

OM

NM

R

M

a/2

a a a a a/2

b b b b b b

OM NM R M OM

NM R

Figura 84 - Grelha em corte longitudinal | Fonte: González (2018) adaptado pela

autora

Figura 85 - Grelha em corte longitudinal | Fonte: González (2018) adaptado

pela autora

M

77


VISUAIS

PARTIDO COMPACTO - PÁTIO

OM

NM

R

M

Legenda

Circulação Livre

OM

NM

R

M

Legenda

Forma subtrativa

Figura 86 - Demonstração das visuais em planta baixa | Fonte: González (2018)

adaptado pela autora

Conforme González (2018), as visuais são privilegiadas

nesse projeto, como forma de criar um ambiente

de paz internamente, tanto do edifício, quanto do

espectador. O clima é de aconchego, como se fosse a

extensão da casa do paciente, e não um ambiente asséptico

encontrado nos hospitais em geral.

Figura 87 - Corte longitudinal demonstrando partido compacto resolvido em torno

de um pátio | Fonte: González (2018) adaptado pela autora.

O partido é compacto, pois apresenta uma forma subtrativa.

A edificação, conforme pode ser visto corte longitudinal da figura

87, é organizada numa caixa retangular, e sua subtração se dá no

jardim interno, que configura a organização da obra em torno de

um pátio central.


ASPECTOS TECNOLÓGICOS

OM

NM

Figura 88 - Demonstração da esturtura em planta | Fonte: González (2018)

adaptada pela autora

R

M

ESTRUTURA

A estrutura do centro

Maggie é definida por

pilares e vigas metálicas

que suspendem a caixa de

madeira, como se a mesma

estivesse flutuando. Os

pilares situam-se apenas no

pavimento do jardim e morrem

no primeiro pavimento. Deste

modo a planta é organizada

livremente, seguindo a

modulação gerada pela malha

estrutural para organização

do layout interno.

Figura 89 -Pilotis do Centro Meggie | Fonte: González (2018) adaptada pela autora

Legenda

Estrutura de madeira

Estrutura metálica

OM

NM R M

Figura 90 - Demonstração da esturtura em planta | Fonte: González (2018)

adaptada pela autora

Figura 91 - Demonstração da esturtura em planta | Fonte: González (2018) adaptada

pela autora

79


Os materiais escolhidos para o Centro Meggie não são usuais

em centros de saúde, e é justamente essa a proposta. A maderia

traz acolhimento ao ambiente, que reveste toda área interna

e externa do projeto. A madeira utiizada é laminada colada

sustentável de tulipwood, conforme figura 93 (GONZÁLEZ, 2018).

O vidro, conforme González (2018), faz a conexão do ambiente

interno com a natureza exuberante do jardim, que faz o

MATERIALIDADE

edifício parecer flutuar sobre a copa das árvores, e permite

a permeabilidade da luz solar.As grandes esquadrias são

emolduradas por estruturas de carvalho branco americano

(GONZÁLEZ, 2018).

A cor amarela utilizada no piso, segundo Heller (2012), sua

representação na psicologia faz referência ao otimisto, e é isto que

o centro busca proporcionar aos pacientes que buscam a melhora

no local.

Figura 92 - Varanda com piso em madeira laminada colada Lipwood, guarda corpo

metálico e acabamento com tronco de madeira. | Fonte: Fotografia por Alex de

Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell. | disponível em González (2018) -

Adaptado pela autora

Figura 93 - Espacialidade interna mostrando madeira laminada colada Lipwood,

vidros no jardim interno e piso com coloração amarela. | Fonte: Fotografia por Alex

de Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell. | Disponível em González (2018) -

Adaptado pela autora


ISOLAMENTO TÉRMO-ACÚSTICO

A edificação apresenta isolamento térmico e acústico

em toda sua envoltória, privilegiando o bem-estar dos

usuários. Além disso, conforme González (2018), os pacientes

submetidos à quimioterapia costumam sentir dores ao tocar

em objetos frios, por isso também a escolha da madeira em

todo o projeto. A fibra de madeira é presente também no

isolamento térmico garantindo que o edifício respire, criando

um ambiente saudável.

Figura 94 -Fachada Meggie’s Centre mostrando fechamento em madeira Lipwood.

| Fonte: Fotografia por Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell

disponível em González (2018)

Figura 101 -Isolamento térmo-acústico demonstrado em planta reduzida. | Fonte:

González (2018)

Figura 96 - Isolamento térmo-acústico demonstrado em corte relacionado à

fachada. | Fonte: González (2018)

81


CASA ÂNGELA

COMPARATIVO DE REFERÊNCIAS

REFERÊNCIA PROJETO PROGRAMA ENTORNO URBANO

Centro de Parto

Humanizado na Zona

Sul de São Paulo com

parceria-público privada

que atende a comunidade

local e de outras regiões

da cidade.

O programa apresenta

medidas mínimas,

e abrange o parto

humanizado e seu apoio,

com área de acolhimento

com palestras e vivências.

Localizado no subúrbio de

São Paulo, bairro Jardim

Mirante. Tem relação

direta com a comunidade

pelo seu convêncio com o

SUS.

Integra-se com o meio

urbano em que se insere

pela sua tiologia e pelo

fato de estar implantada

numa Zona Residencial e

carente da cidade.

BRENT BIRTH CENTRE

Primeiro Centro de

Parto Humanizado

Peri-Hospitalar, conta

com atendimento prénatal,

especialização de

enfermeiras e palestras

às famílias.

Apresenta área de

parturição com banheiras

e jardim interno, apoio,

atendimento pré-natal

e especialização de

parteiras.

Localiza-se na cercania

de hospital pré existente

próximo à uma via de fluxo

intenso e praça na testada

frontal.

Situado em zona

residencial, possui relação

com hospital do entorno,

devido a sua proximidade

para atendimento de

emergência.

HALCYON BIRTH CENTER

Pequeno Centro de Parto

Humanizado na Inglaterra

nas proximidades de

hospital pré-existente.

Atende de forma gratuita

à comunidade carente.

Possui somente

atendimento ao parto

humanizado com 3 leitos

voltados apenas para

a parturição, jardim

aromático, sala de

triagem e apoio.

Situa-se próximo a um

hospital, numa região

industrial de Birmingham,

cidade que recebe

imigração constante para

trabalho na indústria.

Sua relação com o

entorno é importante

pelo fato de representar

um caráter humanizado

em relaçao ao entorno

industrial.

MAGGIE’S CENTRE

Centro de atendimento à

pacientes em tratamento

de câncer em Oldham,

na Inglaterra, que

busca proporcionar

a humanização aos

usuários.

O programa possui dois

setores, um grande social

e outro menor de serviço e

possui conexão direta com

o hospital pré-existente.

Localizado em área

residencial de Oldham,

em conexão com o

hospital de forma singela,

privilegia a visuais e

interação com natureza.

Importante relação com

o entorno, pelo fato de

ser representar caráter

de acolhimento, e não de

ambiente asséptico.

Tabela 5: Comparativo de referenciais | Fonte: Tabela produzida pela autora


CONCLUSÕES

A partir das análises realizadas dos projetos referenciais, e do quadro comparativo, pode-se perceber que os projetos apresentam

similaridades relacionadas à humanização dos centros de saúde, seja relativo ao parto ou não. A maioria localiza-se no mesmo

país (Inglaterra), o qual traz a abordagem da humanização da saúde há muitos anos, e por isso deve servir de referência para os

trabalhos no mesmo âmbito no Brasil.

A Casa Ângela, centro de referência de parto humanizado no Brasil, funciona a partir das diretrizes da Rede Cegonha, e se

destaca pela parceria público-privada. Possui programa com medidas mínimas e não apresenta caráter arquitetônico relevante

para questões projetuais, é pertinente como referência seus aspectos funcionais.

O Brent Birth Centre, é o centro peri-hospitalar mais antigo da Inglaterra e oferece atendimento humanizado ao parto e

acompanhamento pré-natal à puérpera. Sua arquitetura é elegante, e trabalha bem com os condicionantes físicos do entorno, ao

passo que acolhe às gestantes pela sua introspecção, conforto e design.

O Halcyon Birth Centre é uma pequeno centro voltado para o atendimento ao parto humanizado na cidade industrial de

Birmingham, a qual apresenta diversos problemas sociais. Desta forma, o atendimento humanizado é um meio de trazer a

esperança à população local.

Por fim, o Maggie Centre, apresenta a humanização do atendimento como prioridade, fazendo do caráter arquitetônico que

propõe, ser seu maior aliado para promover o bem-estar aos pacientes em tratamento do câncer.

83


Figura 97 -Trabalho de parto humanizado em imersão na água com participação de acompanhante. | Fotógrafo Fabiano Knopp


ETAPA DE PROJETO

85


Brasil

SITUAÇÃO

Jardelino Ramos

Caxias do Sul

Rio Grande do Sul

Caxias do Sul

Figura 98 - Mapa de situação | Fonte:

mapa desenvolvido pela autora

BRASIL > RIO GRANDE DO SUL > CAXIAS DO SUL > JARDELINO RAMOS

À direita, figura 99 - Mapa de localização | Fonte: Google Earth (2019) adaptado pela autora


87


AV. BRASIL

R. ARLINDO DOS SANTOS BRANDO

R. OCIDENTINO DA FONTOURA

Figura 100 - Mapa de localização | Fonte: Google Earth (2019) adaptado pela autora

CAXIAS DO SUL > JARDELINO RAMOS > AV. BRASIL


LOCALIZAÇÃO

PREMISSAS PARA DEFINIÇÃO DO LOCAL

PARADAS DE ÔNIBUS

O transporte público nas proximidades do terreno é essencial para que o acesso aos diferentes

público seja efetivado. Deste modo, o Centro de Parto pode acolher igualmente pessoas que se

deslocam por veículos, peatonalmente ou por transporte público.

HOSPITAIS

Pelas normas vigentes na RDC ANVISA nº DE 50, para Centros de Parto Peri-Hospitalares,

é obrigatório que haja algum hospital na proximidade, com distância máxima de 20 minutos. O

terreno está localizado há 5 minutos de distância de hospital público, e à 3 minutos de privado.

ZONA RESIDENCIAL

O Centro de Parto apresenta caráter familiar e deve estar inserido num contexto que componha

esta realidade. Deste modo, situa-se em Zona Residencial 3.

VIAS EM BOAS CONDIÇÕES E FÁCIL ACESSO

O terreno está localizado com sua maior testada na Avenida Brasil, via coletora, a qual leva seus

fluxos para vias arteriais da cidade. Assim, o trânsito do local é facilitado na conexão com a cidade

e os hospitais das proximidades.

INTEGRAÇÃO SOCIAL

O bairro Jardelino Ramos é habitado por pessoas de diferentes realidades econômicas, o que vai

de encontro com a proposta do projeto, que é atender igualmente aos públicos da rede pública e

privada de saúde da cidade.

89


O local de estudo situa-se no limite entre dois bairros, Jardelino

Ramos e Jardim América, e sua delimitação se dá pela Avenida

Brasil. O terreno localiza-se legalmente no bairro Jardelino

Ramos, inserido no segundo anel viário (Av. Perimentral Rubem

Bento Alves). O traçado inicial proposto para a cidade era o xadrez,

e os quarteirões Tipo eram configurados por lotes com dimensões

de 22 metros de frente por 40 metros de profundidade (BOSI, 2018).

A partir das análises da figura 101, imagens (a),(b) e (c), podese

constatar que esta porção do bairro era, antigamente, ocupada

em grande parte por lotes sem tamanho padronizado, chácaras

e vegetação nativa. De acordo com Bosi (2018), sua localização,

não estava na região central, contudo previa-se possibilidades

de especulação imobiliária futura, devido ao crescimento no seu

entorno estar em ascensão.Na década de 1940, segundo Wiggers,

Kormann e Robaina (2010), foi construída a BR 116, a qual

representou a ligação de Caxias do Sul com o país, fazendo com

que os interesses econômicos locais fossem fortalecidos, atraindo

também mais pessoas para a cidade. Neste período, na periferia

da cidade, em terras devolutas e com relevo acidentado, surgem

os primeiros assentamentos subnormais de Caxias do Sul, sendo

um deles o Complexo Jardelino Ramos (WIGGERS; KORMANN;

ROBAINA, 2010).

De acordo com Wiggers, Kormann e Robaina (2010) apud,

Machado (2001), a região do atual bairro Jardelino Ramos, teve

sua formação pelo conhecido “Burgo“, e sua área nunca foi

demarcada devido à sua grande declividade, que conforme não

fora reivindicada pelo município, permaneceu na condição de terra

devoluta. Sua primeira ocupação foi feita por migrantes advindos

dos Campos de Cima da Serra, principalmente por mulheres em

busca de emprego.

EVOLUÇÃO URBANA

Analisando o mapa apresentado na figura 101, imagem (a),

pode-se perceber que a Avenida Brasil já existia desde a década

de 1960, servindo como ligação principal ao centro da cidade, já

que neste período era de extrema dependência viária à área central

para a circulação no território urbano (SILVA, 2018).

É importante citar sobre a formação do Bairro Jardim América,

que segundo Bosi (2018), surgiu como bairro residencial modelo

em 1951, pois respeitava a formação irregular do relevo da

cidade, situado à 11 quarteirões de distância da praça central. O

planejamento do bairro, conforme Bosi (2018), iria de encontro com

as novas diretrizes propostas pelo primeiro Plano Diretor da cidade,

em 1953. Segundo as análises topográficas realizadas, muitos

conflitos devido ao corte e aterro de vias, bem como onerosos

gastos públicos na expansão da cidade estavam em questão.

Deste modo, entre as mudanças estavam a não utilização como

regra do traçado xadrez, priorizando a topografia e a abertura de

ruas principais e auxiliares com variação de largura, de acordo com

a localização e importância no contexto urbano (BOSI, 2018 apud

BASSO, 2000).

A partir desses dados, constata-se que a localidade faz parte

dos primeiros bairros planejados na cidade que buscaram

respeitar a paisagem natural. Assim como pode-se notar que

o Jardelino Ramos é uma evolução advinda da expansão do

Jardim América, pois apresenta características semelhantes com

relação à topografia e ao traçado orgânico da maioria das vias. A

Avenida Brasil mostra-se como via reguladora desse crescimento,

conforme pode-se ver na figura 101, imagem (a), (b), (c), (d), (e) e (f),

já que faz a conexão com a área central da cidade, por onde surgiu

sua ocupação a partir do “Burgo“.


(a)

1964

(d)

1998

(b)

1979

(e)

2010

(c)

1988

(f)

2018

Legenda

Terreno

Figura 101 - Imagens de satélite que demonstram a evolução urbana do bairro nos anos: 1964 (a); 1979 (b); 1988 (c); 1998 (d); 2010 (e) e 2018 (f) | Fonte: GeoCaxias (2019)

91


INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

Das diretrizes utilizadas para definição do local em relação à

infraestrutura, foram a presença de paradas de ônibus nas imediações

do terreno e a proximidade com de vias em boas condições coletoras e

arteriais.

As paradas de ônibus situam-se na rua Arlindo dos Santos Brando, e é

essencial pelo fato do projeto atender à rede de saúde pública. Assim, tem

a viabiliade de receber pacientes e gestantes para atendimento no centro

de outras localidades.

O fato da importância das vias se dá pela necessidade de acesso facilitado

aos hospitais localizados nos bairros vizinhos. Para tanto, a proximidade de

vias arteriais facilita os fluxos para acesso aos diferentes eixos da cidade.

Legenda

Terreno

Vias arteriais

Anéis viários

Via coletora de acesso ao centro

Paradas ônibus próxima ao terreno

Hospitais público e privado próximos

Ao lado, figura 104 - Mapa do bairro Jardelino Ramos e entorno,

demonstrando a infraestrutura e equipamentos relevantes disponíveis

| Fonte: Google Earth (2013) adaptado pela autora

Figura 102: Parada de ônibus na via Arlindo dos Santos | Fonte: Fotografado

pela autora

Figura 103: Parada de ônibus na via Arlindo dos Santos | Fonte: Google Street View


93


HIERARQUIA VIÁRIA

PERIMETRAL

NORTE

2º ANEL

VIÁRIO

ROTA MAIS

PRÓXIMA PARA

HOSPITAL DO

CÍRCULO

BR-116

3º ANEL

VIÁRIO

Figura 105 - Mapa de hierarquia viária

Fonte: GeoCaxias (2018) adaptado pela autora

Legenda

Terreno

Vias arteraisi

Vias coletoras

Vias intermediárias

Pontos conflitantes

Nós viários

ROTA MAIS

PRÓXIMA PARA

HOSPITAL

GERAL

Escala: 1|3000


DISTÂNCIAS DO TERRENO ATÉ HOSPITAIS MAIS PRÓXIMOS

Legenda

Terreno

Hospitais

Rota mais próxima para Hospital Geral (público)

4 minutos de ambulância - 1,5 Km

Rota mais próxima para Hospital do Círculo (privado)

3 minutos de ambulância - 1,2 Km

PI Mâã

NI Râã TRMãM

Figura 106 - Mapa de rotas de distâncias mais próximas até hospitais. | Fonte: Google Earth (2019) adaptado pela autora

95


Legenda

Residencial

Comercial

Misto

Industrial

Serviços

Institucional

Terreno

Figura 107 - Mapa de uso e ocupação do solo. Fonte: GeoCaxias (2018) adaptado pela autora

Escala: 1|3000


USO E OCUPAÇÃO

A partir das análises de uso e ocupação do solo, percebe-se que

a região apresenta predomínio de edificações de uso residencial,

com presença de comércio e serviços ao longo das vias de maiores

fluxos, José Aloísio Bruguer e São Paulo. Com relação ao terreno,

se faz importante que o uso residencial seja bem definido, como se

pode ver à partir da análise do mapa, pelo caráter que o centro busca,

de estar relacionado com o ambiente familiar de tranquilidade e

aconchego.

Figura 108 - Vista rua Bahia, no entorno do terreno demonstrando uso residencial.

Fonte:Google Street View (2013)

Figura 109 - Vista da rua José Aloísio Bruguer com tipologia de uso misto

Fonte: Google Street View (2013)

Figura 110 - Vista rua Humberto de Campos demonstrando uso residencial.

Fonte: Google Street View (2013)

97


Legenda

Terreno

1 Pavimento

2 Pavimentos

3 Pavimentos

4 Pavimentos

5 Pavimentos

6 Pavimentos

7 Pavimentos

8 Pavimentos

9 Pavimentos

10 Pavimentos

11 Pavimentos

Figura 111 - Mapa tipologia de alturas. Fonte: GeoCaxias (2018) adaptado pela autora

Escala: 1|3000


TIPOLOGIAS DE ALTURAS

Por meio das análises de alturas do entorno do terreno, pode-se notar que a Zona Residencial em questão apresenta predominânica

deedificações com tipologias de alturas de um e dois pavimentos, o que demonstra relação direta com o uso habitacional. As edificações

de 3 ou mais pavimentos são encontradas com menor frequência e, em grande parte, estão situadas nas proximidades às vias de maior

fluxo e maior ocupação.

No entorno imediato ao terreno, ao longo da Avenida Brasil, as edificações são em maioria de dois pavimentos. Contudo, pode-se notar

novas edificações com mais de quatro pavimentos nesta localidade, pelo fato de existirem ainda lotes disponíveis à ocupação, e também

pelo fato do plano diretor incentivar a substituição de residências antigas de madeira, por edifícios mais altos que contemples as alturas

permitidas.

Figura 112 - Vista do entorno imediato do terreno demonstrando tipologia de

alturas. | Fonte: Arquivo pessoal da autora

Figura 113 - Vista do entorno imediato do terreno demostrando tipologia de alturas.

Fonte: Arquivo pessoal da autora

99


Legenda

Terreno

Cheios

Vazios

Figura 114 - Mapa de cheios e vazios | Fonte: GeoCaxias (2018) adaptado pela autora

Escala: 1|3000


CHEIOS E VAZIOS

A partir da análise de cheios e vazios do entorno, pôde-se

perceber que a localidade apresenta uma quantidade de vazios

relevantes, devido à sua ocupação ter sido mais tardia, em

relação às regiões centrais ou próximas aos anéis viários.

Diante das análises in loco, constatou-se que o bairro está

em constante expansão, devido aos novos empreendimentos

residenciais encontrados acima de 3 pavimentos, de acordo com

grande valorização da área. Notou-se também que os maiores

índices de ocupação estão setorizados próximos à via arterial

Avenida José Aloísio Bruguer, devido à facilidade de acesso aos

diferentes pontos da cidade e pela proximidade aos serviços, como

restaurante, mercado, posto de gasolina, entre outros.

Figura: 115 - Vista de dentro do terreno para o entorno | Fonte: Fotografado pela

autora

Figura 116 - Vista do entorno do terreno, rua Arlindo dos Santos Brando, demosntrando

novas ocupações e áreas ainda não ocupadas. | Fonte: Fotografado pela

autora

Figura 117 - Vista da rua Arlindo dos Santos Brando Fonte: Fotografado pela autora

101


Legenda

Terreno

Edificação lindeira de 11 pavimentos

Movimento aparente do Sol

Ventos de inverno - Sul e Sudeste

Ventos de verão - Norte e Nordeste

Ruídos

Vegetação

Áreas de conflito

Escala: 1|1500

Figura 118 - Mapa de condicionantes físicos | Fonte: GeoCaxias (2018) adaptado pela autora


CONDICIONANTES FÍSICOS E TERRENO

Figura 119 - Maquete eletrônica do terreno e entorno imediato demonstrando a declividade do terreno

e condicionantes naturais. | Fonte: Maquete eletrônica | elaborada pela autora

A cidade de Caxias do Sul apresenta

clima temperado, com clima ameno

durante a maior parte do ano. O

inverno costuma ser rigoroso, e o

verão relativamente quente. Os ventos

quentes predominantes sopram de

Norte e Nordeste, e os ventos frios

sopram de Sul e Sudoeste. O terreno

possui declividade considerável, com

uma diferença de 7 metros partindo do

nível da via até o ponto mais alto na cota

816. A edificação vizinha que poderia

ser empecilho, não demostra prolemas

pelo estudo de insolação realizado no

período da tarde, de acordo com as

figuras 120,121, 122 e 123, já que situase

na porção Sul do terreno. A massa

vegetal pré-existente é composta por

Eucaliptus globulus, espécie exótica,

que pode ser manejada sem mais.

Figura 120 - Estudo de sombras,

solstício de verão (21/12) às 15h00 |

Fonte: Maquete eletrônica elaborada

pela autora

Figura 121 - Estudo de sombras,

equinócio de outono (20/03) às 15h00

| Fonte: Maquete eletrônica elaborada

pela autora

Figura 122 - Estudo de sombras,

solstício de inverno (21/06) às 15h00 |

Fonte: Maquete eletrônica elaborada

pela autora

Figura 123 - Estudo de sombras,

equinócio de primavera (23/09) às

15h00 | Fonte: Maquete eletrônica

elaborada pela autora

103


LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Figura 124 - Terreno em vista externa da esquina das vias Av. Brasil e Ocidentino da Fontoura. Fonte: Acervo pessoal da autora


Figura 125 - Vista interna do terreno. | Fonte: Acervo pessoal da autora

105


Figura 126 - Terreno em vista externa da Avenida Brasil. | Fonte: Acervo pessoal da autora


Figura 127 - Terreno em vista externa, da esquina das vias Ocidentino da Fontoura e Arlindo dos Santos Brando. Fonte: Acervo pessoal da autora

107


Figura 128 - Vista interna do terreno | Fonte: Acervo pessoal da autora


OBSERVAÇÕES SOBRE O TERRENO

O terreno de esquina apresenta declividade considerável de sete metros de desnível e forma orgânica, pois respeita a topografia

natural do bairro. Sua posição solar é um ponto forte, pois a maior testada, na Avenida Brasil, está voltada para Norte e Nordeste.

e os vizinhos frontais são edificações de até três pavimentos. Por ser um terreno de esquina, tende a receber menos interferências

dos lotes lindeiros e apresentar maior liberdade para ocupação da gleba.

A edificação adjacente de onze pavimentos não se mostra como um problema em relação à insolação, pois está implantado

na face Sul, e poderia ser impeditivo do sol poente. No entanto, a partir dos estudos de insolação realizados no período crítico

da tarde, o edifício sombreou apenas uma pequena porção do terreno a partir das 15h, principalmente no solstício de verão

e equinócio de primavera, ou seja, nos períodos mais quentes do ano. No local sombreado estará situado o estacionamento,

portanto, não afetará o conforto ambiental do centro de parto.

109


CONDICIONANTES LEGAIS

PLANO DIRETOR E CÓDIGO DE OBRAS

- Zona residencial 3 - ZR3

- Destinado aos espaços urbanos adequados à densificação,

tendo como função dar suporte ao uso residencial e atividades

complementares à habitação;

- Bairro Jardelino Ramos

- Loteamento Europa I

- Quadra 3435 - Lotes 016 e 017

- Área do Terreno (m²) - 878.33 m² e 2043.85 m²

- Dentro do Anel viário 2

ÍNDICES DE ACORDO COM CÓDIGO DE OBRAS MUNICIPAL

Área total dos terrenos: 2922,18m²

IA permitido

: 1,6

IA máximo

: 4675,49 m²

TO permitido

: 80%

TO máximo

: 2337,75 m² = 80%

TP: 20%

TP mínimo

: 584,43 m²

Ocidentino da Fontoura - via PDM

Largura da Via - Lado Esquerdo (m): 9

Largura da Via - Lado Direito (m): 9

Largura da Faixa de Domínio (m): 18

Avenida Brasil – via coletora

Largura da Via - Lado Esquerdo (m): 10

Largura da Via - Lado Direito (m): 10

Largura da Faixa de Domínio (m): 20

ÍNDICES EFETIVOS

IA efetivo

: 0,5

IA efetivo

: 1455,60 m²

TO efetivo

: 1789,17 m² = 61,2%

TP efetivo

: 1133,01 m² = 38,7%


NORMA DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL

Seguindo a normativa ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - no estabelecimento

de critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto de edificações às condições de acessibilidade universal.

NORMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Seguindo a normativa ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - no

estabelecimento de critérios e parâmetros técnicos a serem

observados quanto ao projeto de edificações às condições de

acessibilidade universal.

Seguindo as normativas da ABNT NBR 9077 - Saídas de

Emergência em Edifícios - para cálculos de população e descargas;

DEC 53.280 retificado - O Decreto nº 51.803, de 10 de setembro

de 2014, que regulamenta a Lei Complementar nº 14.376, de 26

de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre

segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações

e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e RT

CBMRS 11 - Parte 1 / 2016- Saídas de emergência.

- Ocupação: Serviços de saúde e institucionais

- Classificação: H3

- Altura: M - média altura - (6 < H < 12m);

- Carga de Incêndio: 450 MJ/m²

- Características Construtivas: Z (Díficil propagação do fogo);

Acesso de viaturas na edificação; Segurança estrutural

contra incêndio; Compartimentação Horizontal (áreas) (pode

ser substituído por chuveiros automáticos); Compartimentação

Vertical (Exigido para selagens dos shafts e dutos de instalações);

Controle de Materiais de Acabamento e Revestimento; Plano

de Emergência; Saídas de Emergência (Deve haver elevador de

emergência, podendo ser substituído por rampas que conduzam

ao pavimento de descarga); Brigada de Incêndio; Iluminação

de Emergência; Detectores de Incêndio; Alarme de Incêndio;

Sinalização de Emergência; Extintores; Hidrantes ou Mangotinhos.

RESOLUÇÃO ANVISA/DC Nº50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002

Normativa obrigatória utilizada para regulamentação técnica de

planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos

físicos de estabelecimentos assistenciais à saúde, em todo

território nacional, tanto em edificações novas como em reformas

de estabelecimentos já existentes.

- Medidas de Segurança (em atenção ao Decreto 53.280):

111


MATRIZ FOFA

FORÇAS

- Terreno em zona residencial;

- Maior parte da vizinhança com edificações

de até 3 pavimentos;

- Vias com boa conservação;

- Terreno de esquina;

- Transporte público atende a região;

- Proximidade com hospitais;

- Terreno de esquina.

OPORTUNIDADES

- Integração social, com a iniciativa público-privada

- Maior vitalidade urbana para a localidade, por meio do

aumento de pessoas nas vias em horários distintos;

- Ocupação qualificada do lote, sem interferir nos

aspectos físicos da vizinhança, como insolação e ventos.

F

O

F

A

FRAQUEZAS

- Vias frontais com paralelepípedo que causam ruído,

- Edificação de 11 pavimentos no lote lindeiro, que pode

limitar a privacidade do centro;

- Apoio do Plano Diretor vigente da substituição de

edificações antigas de madeira por novas e, mais altas,

conforme permitido.

AMEAÇAS

- Ocupação por prédios muito altos nos lotes vizinhos,

que colaborem com a diminuição da privacidade do

Centro;

- Ruídos intensos gerados pelo paralelepípedo;

Figura 129 - Matriz FOFA. Fonte: Análise elaborada pela autora.


SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO

Baseado nas análises realizadas, o local mostra-se apto para receber o projeto do Centro de Parto Humanizado e Atendimento à

Gestante. A zona residencial possui um padrão de altura das edificações de até três pavimentos, no entanto em um dos lotes lindeiros

encontra-se um imóvel de onze pavimentos, o qual pode refletir em ameaça para a privacidade do centro. Deste modo, se fará uso da

arquitetura para que essa intimidação não se torne uma fraqueza para o projeto.

Muitas das edificações estão consolidadas, no entanto, o Plano Diretor vigente tem incentivado a substituição de edificações

antigas de madeira, por novas e de maior altura, conforme permitido nas ZR3. Contudo, o fato do terreno situar-se numa esquina,

contribui para que haja menos conflitos com lotes lindeiros com relação à insolação e privacidade. A posição solar obtida pela maior

testada (Av. Brasil) do terreno é satisfatória pelo fato de estar situada à Norte, e o mesmo apresentar forma convexa, conforme a via, e

poder-se aproveitar ao máximo a iluminação natural.

Por fim, a implantação do objeto de estudo no Bairro Jardelino Ramos, contribuirá com a identidade do local, promovendo maior

integração entre as diferentes realidades do Bairro, entre população de baixa renda e renda maior. Trará também maior vitalidade para

o local, devido ao aumento de pedestres circulando em horários distintos, e pela obra em si, que proporcionará visual agradável aos

habitantes do entorno.

113


Figura 130 - Gestante recebendo apoio de doula em trabalho de parto domiciliar. | Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


ETAPA DE PROJETO

115


O Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante deve

contar com algumas diretrizes projetuais elencadas de acordo

com as análises levantadas, que busquem sanar as demandas por

meio de uma arquitetura resolutiva, que consiga através da forma

pertinente se aproximar do ser humano. Os conceitos são:

DIRETRIZES

RIGOR: Projetar com rigor significa voltar o foco da concepção

para aqueles aspectos do problema arquitetônico que são

relevantes e transcendentes, para aquilo que é essencial em um

programa, lugar ou processo construtivo, deixando de fora o que

for meramente acessório (MAHFUZ, 2004 p. 24);

SISTEMATICIDADE: Poder resolver mais de um problema

arquitetônico com a mesma estrutura formal e, por outro lado, a

definição de regras compositivas que orientam tanto a definição

das partes maiores como das partes menores de um projeto

(MAHFUZ, 2004 p. 26);

UNIVERSALIDADE: Condição de que algo seja reconhecido por

si mesmo e que possa servir para outros propósitos sem perder

sua qualidade intrínseca. Ambos aspectos, o reconhecimento de

forma, e sua flexibilidade dependem de uma estrutura formal

consistente (MAHFUZ, 2004 p. 25);

ECONOMIA: Tem a ver com o uso do menor número possível de

elementos para resolver um problema arquitetônico, e se refere

tanto aos meios físicos quanto conceituais de que uma obra é

composta (MAHFUZ, 2004 p. 23);

PRECISÃO: Um projeto preciso acentua a identidade formal de

um artefato arquitetônico, o que não apenas facilita o entendimento

da sua estrutura formal em suas várias escalas como também a

própria construção material do objeto (MAHFUZ, 2004 p. 24);

HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA: Projetar um ambiente de

saúde que leve em conta o ser humano como protagonista, e assim

atenda às necessidades do mesmo, em prol do seu bem-estar.

IDENTIDADE: Para que a obra possa ser entendida e percebida

pelo observador, segundo Mahfuz (2009), a obra precisa apresentar

características que permitam o seu reconhecimento como forma,

ou seja deve ter identidade.

IMAGEABILIDADE E LEGIBILIDADE: Conceitos definidos por

Lynch em 1960, tratam da “capacidade de um objeto físico de

transmitir uma imagem referencia para um observador; ou seja,

este conceito esta diretamente ligado ao de legibilidade uma vez

que uma cidade com referencias, facilitariam a um observador

entender a cidade pois convidaria seu olhar e consequentemente

sua atenção e entendimento” (DA HORA, 2015 p.1).

MATERIAIS E TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS: Emprego de

materiais que apresentem relação com o tema, com o local, e que

de preferência sejam encontrados numa distância próxima ao local

do projeto. Fazer o uso de técnicas arquitetônicas que proporcionem

conforto ambiental para os usuários. Além disso, buscar a máxima

adaptação aos condicionantes físicos apresentados, para assim

reduzir o gasto energético como um todo.

RELAÇÃO DE ALTURAS COM ENTORNO: Levar em conta o entorno

onde está inserido, para manter a legilibilidade do bairro residencial,

assim como zelar pela insolação e ventos dos edifícios vizinhos.


SETORIZAÇÃO

A setorização do centro foi criada com base nas necessidades que o programa apresenta, fundamentadas nos referenciais arquitetônicos

de mesmo tema. Foram criados cinco setores, os quais atendem o Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante com as

seguintes definições:

BANCO DE

LEITE HUMANO

ATENDIMENTO

E CONSULTAS

ACOLHIMENTO

PARTURIÇÃO

SERVIÇO

13,2% 14,9% 20,5% 15,4% 36%

Banco de Leite Humano: Proposto no intento de estimular o

aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida,

auxiliando mães que possivelmente não puderam amamentar

para que possam ter acesso ao alimento. Além disso, servir como

apoio às UTI’s neonatais dos hospitais parceiros para o processo de

aleitamento de prematuros.

Acolhimento: O setor de acolhimento servem para receber as

famílias que passarão a frequentar o centro, onde é feito o processo

de triagem para puérperas, são oferecidas palestras educacionais,

espaço de espera ao parto, e atendimento psicológico.

Atendimento para consultas: Os atendimentos servem como um

apoio ao centro de parto, voltados para mulheres frequentadoras,

auxiliando no acompanhamento ginecológico, pediátrico, pré-natal

e pós- parto.

Parturição: A parturição é o foco principal do projeto, onde

situam-se os quartos de parto e o jardim interno. Neste setor é

oferecido o atendimento e estímulo ao evento do parto natural

humanizado com foco na mulher e neonato.

Serviço: O setor de serviço é voltado completamente ao apoio

à parturição, onde encontra-se a enfermaria e tudo o que a

contempla, assim como âmbulância disponível em tempo integral.

117


PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Os programas de necessidades foram adaptados de diferentes formas de acordo com cada setor. Para a elaboração do programa

como um todo do Centro de Parto Normal e Atendimento à Gestante foi consultada a norma específica ANVISA RDC nº50 e a Constituição

do COFEN (2006). Para elaboração do programa do Banco de Leite Humano, em específico, foi utilizada também a norma ANVISA RDC

nº171/2006. Recursos do Somasus (2019) para auxílio de projetos voltados à área da saúde disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde,

Código de Obras Municipal, assim como embasamento em referenciais arquitetônicos foram também agregados para a formação e

adaptação do programa.

1. CENTRO DE PARTO NORMAL

Programa Quantidade Área (m2)

Quarto PPP (prever instalação de barra fixa ou escada Ling) com banheira 5 25,00

Banheiro anexo ao PPP 5 4,80

Área para deambulação (varanda/solário), interna e/ou externa 1 25,00

Tabela 6: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

Baseado nas diretrizes da RDC/Anvisa nº50, COFEN e SOMASUS.

TOTAL: 174 m²

2. ACOLHIMENTO

Programa Quantidade Área (m2)

Sala de Registro e recepção para acolhimento da parturiente e seu acompanhante 01 12,00

Sala de exames e admissão de parturientes 01 12,00

Sanitário anexo à sala de exames 01 1,60

Sanitário para companhantes, visitantes e familiares (masculino e feminino) 02 3,20

Sanitário PNE 01 2,25

Sala de espera (espaço criança e família) 01 30,00

Sala de palestras (espaço multiuso) 01 60,00

Sala atendimento Psicóloga 01 12,00

TOTAL: 136,65 m²

Tabela 7: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

Baseado nas diretrizes da RDC/Anvisa nº50, COFEN e SOMASUS.


3. SERVIÇO

Programa Quantidade Área (m2)

Posto de enfermagem 01 a cada 30 leitos 9,00

Sala de serviço 01 8,00

Área para higienização das mãos. 01 a cada 02 leitos (2) 1,10

Área de cuidados e higienização de lactente 02 8,00

Sala de higienização e preparo de equipamentos 01 7,00

Quarto de plantão para funcionários 01 5,00

Sala de utilidades 01 6,00

Sanitário para funcionários (masculino e feminino) anexo ao quarto de plantão 02 2,30

Vestiário funcionários 02 5,00

Sala de roupas limpas 01 2,30

Sala de roupas sujas 01 2,30

Sala de resçucitação neonatal 01 12,00

Depósito de material de limpeza 01 2,00

Depósito de equipamentos e materiais 01 3,50

Sanitário PNE 02 2,30

Copa 01 6,00

Refeitório 01 20,00

Área para guarda de macas e cadeiras de rodas 01 10,00

Área coberta para desembarque ambulância 01 22,00

Gerador 01 5,00

Ar- Condicionado 01 5,00

Gás-central 01 5,00

Armazenamento de resíduos externo 01 5,00

Tabela 8: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

Baseado nas diretrizes da RDC/Anvisa nº50, COFEN e SOMASUS.

Estacionamento 01 a cada 100 m² 250,00 (10 vagas)

TOTAL: 422,50 m²

119


4. BANCO DE LEITE HUMANO (BLH)

Programa Quantidade Área (m2)

Sala para recepção, registro e triagem de doadoras com arquivo de doadoras 01 9,00

Área para estocagem de leite cru coletado 01 4,00

Área de recepçãp de coleta externa 01 4,00

Vestiário de barreira 01 3,00

Sala de Ordenha 01 1,50 por cadeira (7,50 - 5 cadeiras)

Sala para processamento (degelo, seleção, classificação, reenvase, pasteurização, estocagem, distribuição) 01 15,00

Liofilização 01 2,25

Laboratório de controle de qualidade microbiológico 01 6,00

Sala de porcionamento 01 4,00

Sala para lactentes e acompanhantes 01 9,00

Sanitário para companhantes, visitantes e familiares (masculino e feminino) 02 3,20

Sanitário PNE 01 2,25

Central de material esterilizado 01 2,00

Depósito material de limpeza 01 2,00

Consultório Nutricionista 01 12,00

TOTAL: 88,40 m²

Tabela 9: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

Baseado nas diretrizes da RDC/Anvisa nº50 e SOMASUS.


5. ATENDIMENTO E CONSULTAS

Programa Quantidade Área (m2)

Sala administrativa 01 12,00

Sala de entrevistas 01 9,00

Sala de estágios 01 9,00

Sala para recepção 02 9,00

Sala de ultrassonografia 02 10,00

Sala de interpretação de laudos 01 6,50

Sala médico obstetra 01 13,50

Sala médico pediatra 01 13,50

Sala de espera 01 12,00

Sanitários (masculino e feminino) 02 3,20

Sanitário PNE 01 2,25

TOTAL: 122,15 m²

Tabela 10: Programa de necessidades | Fonte: Tabela desenvolvida pela autora

Baseado nas diretrizes da RDC/Anvisa nº50, COFEN e SOMASUS.

01 + 02 + 03 + 04 + 05 (+ 30% CIRCULAÇÕES) = 1226,81 m 2

121


ORGANOGRAMA

O Centro de parto humanizado e atendimento à gestante recebe todos os fluxos no setor de acolhimento localizado no pavimento

térreo e, à partir dele, os usuários são encaminhados para os outros setores de atendimento e consultas, banco de leite e parturição.

No caso do setor do serviço, o mesmo possui acesso independente do resntate do centro mas, ainda assim, possui livre acesso para os

outros setores.

BANCO DE

LEITE HUMANO

ATENDIMENTO

E CONSULTAS

ACOLHIMENTO

PARTURIÇÃO

SERVIÇO

Legenda

Acesso de pedestres

Acesso de serviço

Figura 132 - Organograma desenvolvido pela autora


FLUXUOGRAMA

APOIO PSICOLÓGICO

ESTACIONAMENTO

ACESSO

AO CENTRO

TRIAGEM

ACESSO SERVIÇO

ESPAÇO ESPERA

QUARTOS PPP

JARDIM

RECEPÇÃO

PALESTRAS

ECOGRAFIA

ADMINISTRATIVO

OBSTETRÍCIA

ENTREVISTA

PEDIATRIA

ESTÁGIOS

BANCO DE LEITE

Legenda

Acesso de pedestres

Acesso de serviço

Acesso de veículo

COLETA EXTERNA

ORDENHA

PROCESSAMENTO

LABORATÓRIO

NUTRICIONISTA

Figura 133 - Fluxograma desenvolvido pela autora

123


DIAGRAMAS DE PARTIDO ARQUITETÔNICO

Figura 134 - Desenvolvido pela autora Figura 135 - Desenvolvido pela autora Figura 136 - Desenvolvido pela autora

Movimento aparente do Sol

Ventos Norte/Nordeste

Ventos Sul/Sudoeste

Visuais

1 Terreno com desnível

O projeto respeitou as curvas

de nível para implantar-se

com o melhor aproveitamento,

hierarquizando alturas e usos.

2 Insolação e ventos

O centro voltou as faces

principais para a posição norte e nordeste,

de modo a aproveitar a insolação nos setores

mais necessários e a ventilação higiênica.

3 Visuais

A interatividade com o entorno é um

condicionante do projeto, já que o entorno

residencial proporciona visual agradável

para o centro.


Figura 137 - Desenvolvido pela autora Figura 138 - Desenvolvido pela autora Figura 139 - Desenvolvido pela autora

Pátio púbico para estacionamento

Pátio público para usuários do centro

Pátio privado interno para parturientes

Acesso para cadeirantes

Acesso pedestres

Acesso veículos

Acesso veículo oficial

Banco de Leite Humano

Atendimentos consultas

Acolhimento

Parturição

Serviço

4 Pátios

5 Acessos e fluxos

6 Setorização

O projeto está implantado em linha

para aproveitar a condução formal

que o terreno propõe aliado aos

seus condicioantes. Os pátios são

uma forma de se criar espaços

públicos e privados, de diferentes

usos para os usuários do centro.

Os fluxos são bem definidos, de pedestres, cadeirantes e

veículos de diferentes tipologias. A fluidez se faz presente no

projeto, pois a partir da sua adequação à topografia, criou os

acessos adapatados a cada nível. A rampa de acesso rasga

o terreno proporcionando maior facilidade no vencimento

dos desníveis na Av. Brasil e é uma forma de conectar-se

aos usuários que chegam ao centro pelo transporte público,

situado na Rua Arlindo dos Santos Brando

A setorização se deu como

conclusão dos condicionantes do

programa do centro relacionados

ao que o local proporciona.

125


Legenda

Acesso de pedestres

Acesso de veículos

Acesso de veículo oficial

Acesso peatonal serviço

AV. BRASIL

OCIDENTINO DA FONTOURA

ARLINDO DOS SANTOS BRANDO

QMã

OMã

NMã

M

Figura 140 - Planta de implantação | desenvolvida pela autora


IMPLANTAÇÃO

O projeto do Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante foi implantado de modo à ocupar ao máximo o terreno em

sua dimensão, para que assim, ocupasse mais em extensão, e menos em altura, mantendo a legibilidade do bairro residencial e acatando

o caráter do projeto com foco no acolhimento. A questão da insolação também foi condicionante para a implantação, pois a face Norte

situa-se para a via Assis Brasil. O projeto dispõe-se no terreno no intuito de criar dois pátios, um voltado para estacionamento, e outro,

na face frontal, para o lazer passivo dos usuários do centro. Por meio da disposição da forma, cria-se um jardim interno na intenção de

gerar intimidade e bem-estar para as puérperas do centro. Um acesso especial para ambulância pela Avenida Brasil permite o apoio

direto aos casos de emergência. O acesso de automóveis acontece pela via Ocidentino da Fontoura, e o acesso peatonal pela Avenida

Brasil. Cadeirantes tem o acesso facilitado por uma rampa na esquina da Rua Ocidentino da Fontoura com Avenida Brasil, que chega

diretamente no acesso ao centro.

127


PLANTAS BAIXAS

O projeto buscou aproveitar a extensão do terreno e a declividade existente. Para isso foram criados acessos que se elevam até o

nivel do pavimento térreo, que está na cota 3,50 m. O acesso , no mesmo nível, tem conexão com todos os setores do edifício. Neste nível

situam-se os pátios, estacionamento, salas de atendimento e banco de leite, conforme figura.

Legenda

Acesso de pedestres

Acesso de veículos

Acesso de veículo oficial

Acesso peatonal serviço

1 - Laboratório

2 - Material estéril

3 - Liofilizaçao

4 - Sala de processamento

5 - Sala de ordenha

6 - Porcionamento

7 -Vestiário de barreira funcionários

8 - Coleta externa

9 - Vestiário de barreira ordenha

10 - Consultório Nutricionista

11 - Sala de triagem

12 - Recepção BLH

13 - Espaço família

14 - Banheiro

15 - Consultório Pediatra

16 - Consultório Obstetra

17 - Sala de utilidades

18 - Sala de ultrassonografia

19 - Sala de espera consultas

20 - Atendimento consultas

21 - Interpretação de exames

22- Sala de ecografia

23 - Sala do administrativo

24 - Informações do Centro

25 - Sala de entrevistas

26 - Sala de estágio

27 - Lobby

28 - Estacionamento

Escala 1|500

Figura 141 - Planta baixa Térreo


No primeiro pavimento, no nível 6,50 m, encontra-se o setor de acolhimento, com as salas de apoio à família, salas

de parturição e todo o setor de apoio ao parto no qual situa-se o serviço de enfermagem e ambublância. Pode-se notar a

implantação de um jardim interno o qual apresenta acesso apenas para os quartos de parto.

Legenda

Acesso de pedestres

Acesso de veículos

Acesso de veículo oficial

Acesso peatonal serviço

29 - Espaço criança e espera

família

30 - Sala de palestras família

31 - Sala de triagem gestante

32 - Sala da Psicóloga

33 - Posto de enfermagem

34 - Sala de serviço

35 -Preparação instrumentos

36-Roupas limpas

37 - Higienização de lactente

38 - Roupas sujas

39 - Sala de resçucitação

40 - Depósito maca e cadeira

de roda

41 - Sala de produtos limpeza

42 - Área lavagem mãos

43 - Alojamento funcionários

44 - Vestiário e banheiro

funcionários

45 - Quarto PPP

46 - Copa e refeitório

47 - Jardim Interno

48 - Vaga da ambulância

Escala 1|500

Figura 142 - Planta baixa Primeiro Pavimento

129


CORTES

A B C D E F G H I J K L M N

Escala 1|500

Figura 143 - Corte esquemático AA’ com malha estrutural

Foi utilizada uma grelha para a modulação dos ambientes e

também da estrutura de 1,5x1,5 em toda a extensão do projeto,

exceto nos encontros dos volumes angulados. A edificação

proposta comtempla dois pavimentos, para respeitar as alturas do

entorno, que em sua maioria apresentam um ou dois pavimentos.

O Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante

possui caráter acolhedor, e sua proposta busca assemelhar-se

ao ambiente residencial. Tal proposta foi baseada à partir dos

estudos de análises de referenciais, os quais apresentam como

prerrogativa o conforto, bem-estar e acolhimento do lar, ou seja

o centro demanda ser uma extensão da casa dos usuários que

frequentam.

O edifício apresenta pé direito de 3,50 metros, e tem como

intenção aproximar-se do usuário. Além disso, a proposta formal

do projeto é ser uma massa únca onde, por meio da materialidade

e do ritmo com a qual é utilizada, identificam-se os diferentes

usos do centro.

Foram realizados cortes e aterros nos locais definidos na figura,

para que a edificação pudesse acontecer de forma mais fluida para

os usuários, levando em conta o deslocamento dentro do centro.

També por se tratar de uma obra com foco na saúde, levou-se

em conta que os pacientes possam transitar com facilidade num

ambiente acolhedor. Deste modo o edifício encontra-se nos níveis

mais altos do terreno, ocupando sua extensão e, no entanto,

apresenta acesso por rampa externa, o que confere acessibilidade.


Escala 1|500

Figura144 - Esquema corte e planta baixa de corte e aterro

131


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A estrutura do projeto será resolvida em Madeira

Laminada Colada (MLC) a qual, segundo Bonafé (2019)

tem capacidade de vencer grandes vãos, maiores até

mesmo que a madeira maciça. A MLC é constituída

pela colagem e laminação de “tábuas” que formam

a madeira. A peças são resistentes à humidade e

também apresenta propriedades termoacústicas.

Portanto, a utilização da madeira vai de encontro

com as premissas do projeto de humanização da

arquitetura, devido ao aconchego proporcionado,

tanto em questões visuais, mas também de conforto.

Maderia ripada vazada com

esquadrias embutidas

Pilares e vigas

de MLC

Figura 145 Kevi Scott (2019) | Disponível em Archinect.

Figura 146 - Filtro

Magazine (2019)

Figura 147 - Kevin

Scott (2019)

Disponível em

Archinect.


Vidros duplos com

câmara de ar

Esquadria metálica

com pintura cor preta

Forro de madeira com

caimento uma água

Figura 148: Imagem gerada por maquete eletrônica pela

autora

Figura 149 -

Vidraçaria Ideal

(2019).

Figura 150-

Miliauskas (2019).

Figura 151 - Ken West (2011)

Disponível em Archdaily

133


Figura 152 - Imagem gerada por maquete eletrônica pela autora


PERSPECTIVAS

Figura 153 - Imagem gerada por maquete eletrônica pela autora

135


Figura 154 - Imagem gerada por maquete eletrônica pela autora


Figura 155 - Imagem gerada por maquete eletrônica pela autora

137


Figura 156 - Detentas amamentando seus filhos no presídio. |Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


CONSIDERAÇÕES FINAIS

139



CONCLUSÃO

A presente Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, efetivou-se a partir da análise do tema que circunda o parto humanizado, pré-parto

e pós-parto na cidade de Caxias do Sul. Realizou-se um levantamento de dados acerca das mulheres puérperas, afim de compreender

suas necessidades e como direcionar a solução para a defasagem que apresentou.

A abordagem do Parto Humanizado, é um tema relativamente novo, mas que vem sendo cada vez mais abordado no Brasil,

principalmente quando se trata dos altos índices de cesarianas desnecessárias. Pode-se constatar que os problemas encontrados

não se detém às taxas de cesáreas, mas que estão ligados a outros fatores que antecedem isso, como: problemas sociais pela falta de

acesso, ausência de insfraestrutura, centralização do parto em relação ao médico e não à mulher, ausência de incentivo às mulheres e

famílias, e políticas de saúde existentes, mas pouco aplicadas.

Os dados encontrados a partir dos levantamentos feitos por questionário, vão de encontro com os estudos feitos à partir dos

referenciais bibliográficos. Deste modo, a pesquisa pôde comprovar a real necessidade de um atendimento digno às mulheres

advindo do comprometimento dos órgãos governamentais e das equipes relacionadas à área da saúde, através de estrutura eficiente.

A proposta para um Centro de Parto Humanizado e Atendimento à Gestante será iniciada por meio do desenvolvimento do Partido

Arquitetônico, e aprofundada na etapa seguinte na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso até a fase de Anteprojeto. Serão

apresentados os seguintes instrumentos de apresentação: diagramas conceituais, localização e implantação, planta baixa de todos os

pavimentos, cortes, elevações, detalhes construtivos, perspectivas internas e externas, bem como e maquete física.

141


Figura 157 - Recém-nascido recebendo primeiro banho em hospital, segurando o dedo do pai | Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


APÊNDICE A

143


QUESTIONÁRIO ANÔNIMO ELABORADO PELA AUTORA COM FOCO

EM PARTURIENTES, PARA PESQUISA ACERCA DO TEMA DO PARTO.


145



147



149



151


Figura 159 - Gestante recebendo apoio do parceiro durante trabalho de parto domiciliar. Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


GLOSSÁRIO

153


Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA)

Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro

1999, tem por finalidade institucional

promover a proteção da saúde da

população, por intermédio do controle

sanitário da produção e consumo de

produtos e serviços submetidos à vigilância

sanitária, inclusive dos ambientes, dos

processos, dos insumos e das tecnologias

a eles relacionados, bem como o controle

de portos, aeroportos, fronteiras e recintos

alfandegados.

Amniotomia

Diz-se de um procedimento médico no qual

uma ruptura é feita nas membranas que

envolvem o feto, na tentativa de induzir o

parto.

Centro de Parto Normal (CPN)

É uma unidade desenvolvida para o

atendimento humanizado e de qualidade ,

exclusiva ao parto de risco habitual.

Centro de Parto Intra-Hospitalar (CPNi)

Localizado nas dependências internas do

estabelecimento hospitalar.

GLOSSÁRIO

Centro de Parto Peri-Hospitalar (CPNp)

Localizado nas imediações do

estabelecimento hospitalar de referência,

a uma distância que deve ser percorrida

em tempo inferior a 20 (vinte) minutos do

respectivo estabelecimento, em unidades

de transporte adequadas.

Cesariana

Operação cirúrgica que consiste em extrair

um feto por meio de uma incisão no ventre

e no útero da mãe, geralmente quando o

parto natural não é possível. (Equivalente

no português do Brasil: cesárea.).

Doula

Mulher que dá apoio e formação a outra

mulher durante a gravidez, no parto e após

o parto.

Empoderamento

Ato ou efeito de dar ou adquirir poder ou

mais poder.

Enema

Introdução de água e medicamentos

líquidos no organismo por via retal; clister,

lavagem intestinal.

Episiotomia

Intervenção cirúrgica que consiste num

corte na região do períneo (entre a vagina

e o ânus), para ampliar o canal e facilitar

o parto, geralmente efetuada em casos de

partos instrumentalizados.

Fórceps

Instrumento semelhante a uma pinça que é

encaixada na cabeça do bebê para forçar a

saída do feto do útero.

Gestante

A mulher em período de gravidez.

Humanização

Ação ou efeito de humanizar ou humanizarse;

tornar-se mais sociável, gentil ou

amável.

Litotomia

Posição ginecológica, (deitada com as

pernas elevadas por apoios) com ou sem

estribos durante o trabalho de parto e parto.

Manobra de Kristeller

Pressão feita na parte superior do útero

para acelerar a saída do bebê.


Ministério da Saúde (MS)

Órgão do Poder Executivo Federal

responsável pela organização e elaboração

de planos e políticas públicas voltados para

a promoção, a prevenção e a assistência à

saúde dos brasileiros.

Obstetrícia

Ciência ou arte dos partos.

Ocitocina

Hormônio responsável por auxiliar nas

contrações uterinas e na liberação do leite

materno. É produzido naturalmente pelo

cérebro, mas existe em formato sintético,

sendo usado para induzir o parto.

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Agência especializada em saúde, fundada

no ano de 1948 e é subordinada à

Organização das Nações Unidas. A sede

da OMS é em Genebra, na Suíça.

Parir

Dar à luz (falando-se da fêmea vivípara

quando expele do útero o ser que gerou).

(Sinônimo: Partejar)

Parteira

Mulher cuja profissão é assistir os

partos, ajudar as parturientes. (Sinônimo:

obstetriz, comadre.)

Parto

Ato de parir, de dar à luz.

Parto Humanizado

Parto em que a vontade da gestante é

respeitada, suas decisões são levadas

em conta no momento do seu parto,

apenas os procedimentos e intervenções

médicas aprovadas pela gestante devem

ser realizado, sendo a evolução fisiológica

priorizada em detrimento de intervenções

cirúrgicas.

Parto Natural

Além de a via de parto ser a vaginal,

quer se enfatizar que o bebê nasce sem

intervenções médicas.

Parto Normal

É de início espontâneo, de baixo risco

no início do trabalho de parto, e assim

permanece por todo o trabalho de parto.

O bebê nasce espontaneamente com

apresentação cefálica entre 37 e 42

semanas completas de gestação. Após o

nascimento, tanto mãe como bebê estão

em boas condições.

Parturiente

Diz-se da mulher que se encontra em

trabalho de parto ou acabou de dar à luz.

Pós-Parto

Que acontece depois do parto. Período que

se segue ao parto.

Pré-Parto: Que antecede o parto;

que acontece antes do parto. Período,

geralmente preparatório, que antecede o

parto

Puerpério

Período de várias semanas, posterior ao

parto, durante o qual os órgãos genitais

femininos regressam à normalidade.

Quarto PPP (pré-parto, parto e pósparto):

O quarto PPP recebe atividades como

assistir parturientes em trabalho de

parto; assegurar condições para que

acompanhantes assistam ao pré-parto,

parto e pós-parto; prestar assistência de

enfermagem ao RN envolvendo avaliação

de vitalidade, identificação e higienização

e realizar relatórios de enfermagem e

registro de parto.

155


Figura 160 - Recém-nascido nos braços maternos em primeiro contato com irmã.| Fonte: Fotógrafo Fabiano Knopp


REFERÊNCIAS

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“Se existe acompanhamento humano, o parto pode ser doloroso, longo, cansativo e complicado, porém se

passa fortalecida. Se não, qualquer situação de dor ou de medo, se converte em sofrimento e desamparo.

E este é o estado, em que logo uma mãe tem que cuidar do seu bebê, integrada ou destruída.”

Laura Gutmann


Figura 161 - Recém nascido de parto natural humanizado unido à placenta.| Fotógrafo: Fabiano Knopp

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