PARQ 63
Casa do Cais Paul B. Preciado Soraia Chaves UAU Project
Casa do Cais
Paul B. Preciado
Soraia Chaves
UAU Project
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CABANA MAD<br />
Rua da Misericordia, 66 -1ºdto<br />
Lisboa<br />
URBAN<br />
SHAPES<br />
texto por Francisco Vaz Fernandes<br />
Na busca de uma programação<br />
multifacetada, a Galeria Cabana<br />
Mad reúne 3 artistas que apesar<br />
de trabalharem disciplinas e<br />
medias diferentes têm na sua<br />
lógica de apropriação e construção<br />
das formas, pontos de contágio<br />
relevantes. APRIL KEY é uma designer<br />
inglesa residente em Istambul<br />
que desenvolve trabalhos a partir<br />
de lógicas da escultura trazendo<br />
referências a formas arquitetónicas,<br />
nomeadamente a arquitetura deco.<br />
Os seus candeeiros da Ocean Drive<br />
collection, tiveram como ponto de<br />
inspiração inicial o colorido de uns<br />
Kodakcromes com vistas de Miami<br />
que encontrou numa loja de velharias<br />
de Istambul. Tal como na silhueta<br />
de uma cidade há uma acumulação<br />
de formas tendencialmente<br />
geométricas coroadas por neons.<br />
São matérias que nos remetem<br />
para o brilho e a magia de qualquer<br />
cidade. Os candeeiros de KEY são<br />
realizados a laser, e os tubos de<br />
vidro dos neons são produzidos à<br />
mão por artesãos locais experientes<br />
que lhes conferem a mesma<br />
ternura mágica das cidades.<br />
↑<br />
☺ MARCO LABORDA<br />
☺ APRIL KEY ↑<br />
☺ MONICA MENEZ ↓<br />
O mesmo ambiente formal dos anos<br />
50 parece sugestionar o universo de<br />
MONICA MENEZ, fotógrafa de moda,<br />
residente em Berlim, que gosta de<br />
recriar ambientes cinematográficos.<br />
A par dos filmes de moda, a maior<br />
parte da sua fotografia é criada para<br />
revistas de moda, classificando-se<br />
na área de fotografia de produto.<br />
A execução da imagem obriga<br />
um processo construtivo e uma<br />
execução rigorosa para chegar<br />
a uma imagem transgressiva e<br />
sensual. Ainda que em alguns<br />
aspetos toque o kitsch e um certo<br />
irreal, essa regressividade leva<br />
a criadora a um sentimento de<br />
libertação e permissividade. Ou seja<br />
as suas fotografias, são o espelho<br />
da liberdade que molda as grandes<br />
cidades como Berlim. MONICA MENEZ<br />
trabalhou para a Vogue Portugal<br />
assim como para muitos outros<br />
títulos de referência na moda.<br />
Também no trabalho de M A R C O<br />
LABORDA, artista catalão residente<br />
em Madrid, encontramos um<br />
processo construtivo e uma certa<br />
emoção surreal, a partir das suas<br />
colagens sobre fotografias. Tendo<br />
no essencial o retrato como<br />
referência, desconstrói as imagens<br />
usando o recorte, para depois as<br />
reconstruir, aplicando colagens.<br />
Nesse sentido, recusa uma lógica<br />
naturalista juntando elementos<br />
formais que desfigurar o retrato, dão<br />
uma nova plasticidade ao trabalho<br />
final. As novas formas acumuladas<br />
adensam os seres que nos são<br />
propostos e dão-lhes aspetos<br />
surrealistas uma experiência que vai<br />
ao encontro do trajeto modernista<br />
sobre a representação do real. As<br />
desfigurações dos seres criados<br />
por MARCO LABORDA remetem-nos<br />
para o mundo das transfigurações<br />
do ser na complexidade das<br />
sociedades urbanas.<br />
17<br />
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