Apostila de Educação Patrimonial e Turística em Macaé

(Foto: Grazielle Heguedusch)
GUIA RÁPIDO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E TURÍSTICA PARA
O RECEPTIVO DE MACAÉ.
O BE-A-BÁ DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
CULTURAL DE MACAÉ - 2019
Por: Grazielle Heguedusch e Rúben Pereira

GUIA RÁPIDO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E TURÍSTICA PARA O RECEPTIVO DE
MACAÉ.
O BE-A-BÁ DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL DE MACAÉ - 2019
Por: Grazielle Heguedusch e Rúben Pereira
ESTE MATERIAL DIDÁTICO FOI ORGANIZADO PARA REALIZAÇÃO DE TREINAMENTO DOS
PROFISSIONAIS DO RECEPTIVO TURÍSTICO DE MACAÉ.
Baseado em pesquisas bibliográficas, didático-pedagógicas, realizadas a partir do rico acervo de Antônio
Alvarez Parada, o “Professor Tonito”, que além de autor do hino de Macaé, foi o maior memorialista e escritor
sobre a história da cidade.
Essa pesquisa foi realizada por Grazielle Heguedusch, formada em Licenciatura em Turismo pela UNIRIO
(Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), pós-graduanda em História e Cultura no Brasil e Rúben
Pereira, macaense, memorialista, músico e atuante no cenário cultural da cidade desde 2001, quando criou o
Festival Benedicto Lacerda.
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Sumário
Apresentação....................................................... 4
Conceito sobre Turismo..................................... 5
O que é Hospitalidade Turística...................... 5
Reconhecendo o Patrimônio em Macaé........... 6
Bens Naturais....................................................... 6
Bens Históricos Culturais, Materiais
e Imateriais.......................................................... 8
Forte Marechal Hermes e
Nova Aurora.......................................................... 9
Lyra dos Conspiradores e Câmara Antiga...... 10
Casa de Caridade e Farol velho......................... 12
Solar dos Mellos e Arquipélago de
Santana.................................................................. 13
Mota Coqueiro e APA Peito do Pombo............ 14
Breve História e Memória de Macaé ............. 15
Bibliografia............................................................ 16
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Apresentação
Macaé vem se destacando como destino turístico de lazer e
• Qual a percepção que desejamos que os turistas
tenham ao nos visitar?
recebendo, a cada ano que passa, mais turistas sob esse segmento.
Mas será que você, que trabalha diretamente com o atendimento
ao turista, já parou para pensar na cidade como sua ferramenta de
trabalho?
HOJE, o que você tem de melhor para oferecer ao
turista que visita seu estabelecimento?
(Fonte: https://www.getninjas.com.br/guia/consultoria/cuidados-que-turistas-devem-ter/)
• Qual a sua responsabilidade sobre a percepção do
turista?
(Fonte: Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND)
Para analisarmos isso de forma reflexiva, temos que nos
fazer algumas perguntas importantes:
• O que motiva o Turista a vir para Macaé?
• Quais as expectativas desse turista?
• Qual a percepção do turista em nossa cidade?
Os profissionais do receptivo turístico, estão entre as
maiores referências de informações que o turista tem no local
visitado, pois é com quem ele mantém maior contato social, em
qualquer destino turístico. Sendo assim podemos perceber como é
importante o domínio sobre o produto turístico como um todo. Para
melhorar a concepção já existente, em cada um de vocês, sobre a
E por fim, as duas perguntas mais
importante:
4

elação entre o turismo, o turista e o serviço que vocês oferecem
aqui em Macaé, vamos abordar, a seguir, alguns conceitos de grande
relevância.
Conceito sobre Turismo Segundo a OMT: Turismo
é o deslocamento de indivíduos, para fora do seu local de
residência, por período acima de 24h e abaixo de 180 dias, sob a
motivação de satisfação pessoal.
Para muitos pesquisadores, o Turismo significa um
intercâmbio cultural simultâneo, onde ensinamos e aprendemos
mutuamente.
Para a UNESCO, o Turismo é uma ferramenta de
autoeducação, tolerância mútua, aprendizagem sobre a diferença
entre os povos e da diversidade global.
Para que o turismo se realize de forma adequada é de
fundamental importância, entre outros fatores, a hospitalidade e
a qualidade da mão de obra no setor.
O que é Hospitalidade Turística?
É acolher, com ética e profissionalismo da chegada à
despedida;
(Fonte:http://www.sindicatohrbs.com.br/hospitalidade-do-brasileiro-e-destaque-naavaliacao-dos-turistas-internacionais/)
Segundo diversos estudiosos sobre o assunto, a
Hospitalidade só existe quando composta pelos três fatores a
seguir:
‣ Acessibilidade: Acesso igualitário das pessoas,
individual ou coletivamente (instalações,
equipamentos, atividades, recursos econômicos e
serviços oferecidos);
‣ Legibilidade: Qualidade visual de uma cidade ou de
um território, sob a percepção/ imagem obtida,
principalmente, a percepção de seus habitantes.
‣ Identidade: Algo formado ao longo do tempo, que
herdamos de referências sobre nós de nossos
antepassados.
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Dentro dessa reflexão podemos perceber
que:
Quando o indivíduo lê os elementos
constitutivos de determinado local com mais
facilidade, ele tem maior possibilidade de
interpretação e percepção positiva;
Reconhecendo o Patrimônio em
Macaé
Macaé, é o produto, que todos nós, que
trabalhamos com Turismo, temos em comum!
Com certeza, quando conhecemos melhor o
produto que estamos oferecendo, maiores são as
chances de convencer o cliente, além de passarmos
segurança, para ele que está em um lugar estranho do
seu habitual.
Sendo assim, conforme dominamos melhor as
informações sobre o produto (Macaé), melhor é o
nosso atendimento e a percepção do turista.
(Fonte: Observatório da |Memória Macaense)
Existe a necessidade de reflexão sobre a
compreensão do Patrimônio como elemento
fundamental de Hospitalidade em um destino
turístico.
Mas...O que é Patrimônio quando falamos de
Turismo?
Patrimônio: São Bens Naturais e Bens
Culturais, que herdamos de nossos antepassados e
que precisamos assegurar para as gerações futuras.
Bens Naturais:
‣ Praias:
• Praia do Aeroporto;
• Praia da Barra;
• Praia Campista;
• Praia dos Cavaleiros;
• Praia do Farol (ou Prainha);
• Praia do Forte;
• Praia do Francês (Ilha do Francês);
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• Praia Grande (Ilha de Santana);
• Praia de Imbetiba;
• São José do Barreto;
• Praia do Lagomar;
• Praia do Pecado.
‣ Ilhas:
• Santana;
• Francês;
• Ilhote Sul.
‣ Região Serrana/ Distritos e Localidades:
• Areia Branca;
• Bicuda Pequena;
• Bicuda Grande;
• Córrego do Ouro;
• Crubixais;
• Frade;
• Glicério;
• Sana;
• Serra da Cruz;
• Trapiche.
• Rio Sana (Sana);
• Rio São Pedro (Glicério).
‣ Cachoeiras (Algumas):
• Bicuda Grande;
• Bicuda Pequena;
• Escorrega (Sana);
• Fortuna (Córrego do Ouro);
• Pai e Mãe (Sana);
• Sete quedas (Sana);
• Siriaca (Glicério);
• Volta escura (Frade).
‣ Parques:
• Parque Municipal do Atalaia;
• Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba;
• Parque Municipal da Restinga do Barreto;
• Parque Natural Municipal do Arquipélago de Santana.
‣ Lagoas:
• Lagoa Cumprida (Parque do Jurubatiba/ Lagomar);
• Lagoa de Imboassica.
‣ Rios
• Rio Macaé;
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Bens Históricos Culturais,
Materiais e Imateriais:
‣ Monumentos Arquitetônicos:
• Biblioteca Municipal Télio Barreto;
• Casa de Caridade;
• Estação de trem de Glicério;
• Farol antigo;
• Farol da Ilha de Santana;
• Forte Marechal Hermes;
• Hotel Imbetiba (Construído em 1889);
• Igreja de Santana (construída em 1630 pelos
Jesuítas);
• Instituto Nossa Senhora da Glória (Castelo);
• Museu do Legislativo (Câmara Antiga);
• Praça Veríssimo de Mello;
• Praça Washington Luiz;
• Prédio da Prefeitura (obra assinada por Niemeyer);
• Solar do Mellos (Museu da cidade);
• Sociedade Musical Nova Aurora (banda centenária);
• Sociedade Musical Lyra dos Conspiradores (banda
centenária).
• Busto de Júlio Olivier;
• Busto de veríssimo de Melo;
• Monumento em homenagem a Braile;
• Monumento ao petróleo (no trevo de entrada da
cidade pela BR 101);
• Obelisco de centenário da cidade;
‣ Relógio Solar (Rua da Praia).
‣ Lendas:
‣ A noiva da ponte;
‣ A Santa Fujona.
‣ Manifestações Folclóricas e Culturais:
• Apresentação das Bandas Escolares (dia 29/07–
Aniversário de Macaé);
• Boi Pintadinho (Desde 1910);
• Circo (Sana e Cavaleiros);
• Folia de reis Estrela do Oriente (Desde 1913);
• Procissão de São Pedro (Padroeiro dos Pescadores);
• Tapetes de Sal (Na Páscoa – Imbetiba);
• Via Sacra;
• Maracatu (Sana).
‣ Monumentos Artísticos:
• Busto de Washington Luiz
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Agora é hora de refletir: Se existem tantos itens
patrimoniais em Macaé, por que não utilizá-los a nosso
favor?
Portanto, não podemos perder tempo! E, como nosso tempo
já é curto nesse treinamento, vamos explorar alguns lugares
relevantes de interesse turístico em Macaé, porém, abordaremos
os patrimônios históricos Culturais de mais destaque. Os lugares
que não forem abordados aqui, podem ser pesquisados na internet,
é só seguir a lista de patrimônios acima. Ao final da apostila, você
também contará com nosso contato, caso queira tirar dúvidas.
Igreja de Santana
(Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_GyWVEAuKyDU/TAE_zOStzxI/AAAAAAAAAkY/S_D0gIgNVwY/s1600/comunic
acao_corporativa1.jpg)
Quando ocorre um retorno, em um trabalho de excelência,
temos um turista mais satisfeito, que vai fazer questão de nos
elogiar, recomendando os serviços do estabelecimento, inclusive
nas redes sociais, fazendo também, o Marketing boca a boca e,
acima de tudo, voltando à Macaé.
ESSE RETORNO É FUNDAMENTAL, POIS REFLETE
DIRETAMENTE NA NOSSA VIDA PESSOAL, FINANCEIRA E
PROFISSIONAL.
Então reflita: O TURISMO EXISTE SEM O TURISTA?
(Fonte Observatório da Memória Macaense)
Localizada no Morro de Santana, a capela, parte original,
onde hoje fica o altar da Igreja de Santana, é a construção mais
antiga, ainda em pé, existente na cidade, construída a partir de
1630, pelos Padres da Ordem de Jesus (Jesuítas). Sua localização
é estratégica, em um ponto alto do morro, próximo ao Rio Macaé.
Sofreu posteriormente inúmeras reformas e hoje está sob os
cuidados da Confraria de Santana.
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Forte Marechal Hermes
Sociedade Musical Nova Aurora
(Fonte :Observatório da Memória Macaense)
Localizado no antigo Monte Frio, originariamente, foi
construído em 1613, chamado de Fortaleza de Santo Antônio do
Morro Feio (ou Frio), para proteger a cidade das constantes
invasões. Por conta das erosões do tempo, houve a necessidade de
substituí-la por essa construção mostrada acima, que é de 1910,
quando foi inaugurado o Forte Marechal Hermes, que hoje abriga a
9ª Bateria Antiaérea, em seu quartel militar. Por ser área militar,
as visitações são permitidas, porém com marcação antecipada,
respeitando as normas do regulamento interno do Forte.
(Fonte: Observatório da Memória Macaense
Em pleno funcionamento, desde 8 de junho 1873, a banda
centenária, Sociedade Musical Nova Aurora, tem sua sede na Av.
Rui Barbosa, 551 (”Calçadão”), destinada a reuniões sociais e
ensaios musicais, sendo assim, local de fomento à música,
contemplada em seu espaço interno, por um salões e uma capela de
Santa Cecília, padroeira da música, local onde já foram celebrados
casamentos, missas, etc.
A banda conta com aulas de música de diversos instrumentos
e faz apresentações, sendo a principal delas, em comemoração ao
seu aniversário, no próprio local.
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Sociedade Musical Beneficente Lyra dos
Conspiradores
Antiga Câmara Municipal
(Fonte: Observatório da Memória Macaense
A partir da rivalidade de ideais escravocratas x
abolicionistas, internamente, entre os componentes da Banda Nova
Aurora, foi fundada em 1882, a Sociedade Musical Beneficente
Lyra dos Conspiradores, que como o próprio nome já diz, conspirava
contra os ideais políticos vigentes, quando indagada pelo imperador
Pedro II, o porquê do uso desse nome, se defenderam, dizendo que
a conspiração era só musical, se livrando assim de uma possível
complicação mais grave, perante o império.
(Fonte: Observatório da Memória Macaense)
Localizada no começo da Rua Direita (Calçadão do Centro),
está desde a década de 30 do século XIX, a imponente construção,
inicialmente utilizada como residência do bem-sucedido
comerciante Francisco Domingues de Araújo. Em 1847, hospedou
D. Pedro II em sua primeira visita à Macaé. Nesse prédio
funcionaram a Prefeitura, a Biblioteca Municipal, o Tribunal do Júri
e a Câmara dos Vereadores, sendo por longos anos o local
institucional mais importante da cidade. Hoje o prédio encontra-se
em poder da Câmara de Vereadores, em planejamento para instituir
no local uma escola do legislativo e um museu, ainda sem previsão
para abertura ao público.
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Casa de Caridade
Farol Velho de Imbetiba (“Farolito”)
(Fonte: Observatório da Memória Macaense)
Localizada ao lado da Praça Veríssimo de Mello, foi
construída em 1872, a partir da iniciativa de um português que
vendia cuscuz, mais conhecido como “Casculeiro”, que sem ter
parentes no Brasil, decidiu deixar todas as suas economias para a
fundação da Casa de Caridade, tão desejada pela necessidade da
sociedade macaense de então. A capela tem acesso pela frente,
porém apenas em dias de missa. Por funcionar como um hospital,
não tem regulamentação para visitação patrimonial, mas pode ser
visitada externamente.
(Fonte: Observatório da Memória Macaense)
O Farol velho, ou “Farolito”, se encontra em área, do
Terminal Marítimo da Petrobrás. Foi construído, em um rochedo
costeiro, segundo Godofredo Tinoco, pela Cia. Estrada de Ferro
Macahé e Campos, que era a principal via de transporte entre a
corte e o norte fluminense, porém não há precisão na data de sua
construção. O monumento conta com uma escada externa que dá
acesso ao seu interior. Por estar em área externa, é possível a
visitação, recomendada para fotos incríveis e se o dia estiver
propício, um delicioso banho de mar na Praia do Cantinho, que fica
ao lado do monumento.
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Solar dos Mellos
Arquipélago de Santana
(Fonte: Observatório da Memória Macaense)
Localizado na Rua Conde de Araruama, nº 248 - Centro, o
Museu da Cidade de Macaé: Solar dos Mellos. O prédio foi
construído em 1891, pelo Coronel Bento de Araújo Pinheiro, em um
formato de chalé romântico, sendo na atualidade, uma referência
arquitetônica e histórica para a cidade. Possui relevante acervo
para história e memória da cidade, inclusive um Centro de Memória
em homenagem ao maior memorialista da cidade Antônio Alvarez
Parada, autor do hino de Macaé, professor, jornalista e escritor.
Está aberto a visitações de segunda a sexta feira em horário
comercial e conta com o atendimento especializado de
historiadores muito bem qualificados.
(Fonte:Guialagos.com)
Em 2011, foi instituído através da lei municipal,
nº3705/2011, o Parque Natural Municipal do Arquipélago de
Santana, com a finalidade de proteger aquela área. Há oito
quilômetros da costa, se encontra um santuário ecológico de
grande interesse científico nas áreas de: Biologia, Geologia,
Arqueologia, entre outros. No ano de 1981, a Petrobrás notificou o
IPHAN, sobre uma ossada encontrada na obra de abertura de
dutos, esse achado colocou a ilha em relevante posição científica,
pois foi a primeira ossada encontrada em uma ilha costeira nas
Américas. Além de animais endêmicos (que só são encontrados
naquele local), temos também formação rochosa que corrobora com
a hipótese científica de Gondwana e Pangeia, ou seja, uma riqueza
histórica e cultural inestimável além das belezas naturais que o
Arquipélago possui.
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Mota Coqueiro
de tal barbárie, então o imperador, suspendeu definitivamente a
pena de morte no Brasil.
APA PEITO DO POMBO
(Fonte: Marlon MUk)
Em 06 de março 1855, aconteceu a última pena de morte do
Brasil, aqui em Macaé. Foi o famoso enforcamento de Mota
Coqueiro, fazendeiro bem-sucedido, vivia na região de Conceição
Macabu, que até então fazia parte de Macaé.
Mota Coqueiro, abrigou em sua fazenda uma família,
composta por um casal e seus seis filhos. Esses, chegaram na
fazenda, pedindo morada em troca de trabalho, porém Mota
Coqueiro, que era casado, se envolveu amorosamente com a filha
mais velha do casal. Isso gerou muitos conflitos, culminando em um
assassinato brutal de toda família, morreram todos queimados.
Acusado de ter cometido a chacina infame, Mota Coqueiro foi
acusado, julgado e morto, sob conclamação popular da pena de
morte. Ele sempre se defendeu, se dizendo inocente. Diz a lenda
que, durante o enforcamento, ele rogou uma praga que a cidade iria
amargar o retrocesso durante 100 anos pela injustiça cometida.
Não se sabe ao certo o que ocorreu, mas apareceram indícios, após
sua morte de que Mota Coqueiro poderia realmente ser inocente
(Foto: Observatório da Memória Macaense)
O Sana, 6º distrito de Macaé, localizado na serra macaense,
é contemplado pela Área de Proteção Ambiental do Peito do Pombo,
que é uma unidade de conservação de uso sustentável de recursos,
criada pela lei municipal nº 2172/2001 e que abrange toda extensão
do distrito.
Frequentado por pessoas que buscam o ecoturismo e o
contato com a natureza, se mantém há alguns anos entre os
melhores destinos para curtir os feriados no estado do Rio de
Janeiro. Composto por uma rica bacia hidrográfica é possuidor de
belíssimas cachoeiras, como a Sete Quedas, Pai, Mãe e Escorrega,
possui também trilhas ecológicas e esse lindo monumento natural
que fica a 1.400 metros de altitude, o Peito do Pombo.
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Breve História e Memória de Macaé:
Macaé era habitada inicialmente, por índios Goytacazes, temidos
por sua personalidade hostil e agressiva pelas outras tribos da região.
Após 34 anos da descoberta do Brasil, o rei de Portugal, então D. João
III, dividiu o Brasil de norte a sul em quinze lotes, as Capitanias
Hereditárias. O nobre que recebeu a porção de Terra em que se encontra
Macaé, se chamava Pero de Gois, amigo de infância do rei, saiu daqui
falido e sem um olho, pois entrou em conflito com os Goytacazes.
Após 93 anos em estado de abandono e entregue à pirataria, essas
terras, em 1627 foram doadas pelo rei, em forma de sesmaria, desde o
braço norte do Rio Macaé até o braço sul do Rio Itapemirim, para os Sete
Capitães, oficiais exploradores de territórios.
Em 1630 os Padres da Ordem de Jesus chegam por aqui e vendo
as riquezas da região e seu abandono, solicitam também as terras ao rei,
que permitiu que se estabelecessem do braço sul do Rio Macaé até o
norte do Rio Leripe (Rio das Ostras). Esses já chegaram estabelecendo
seu marco na cidade, a capela de Santana, em um local alto, com ampla e
estratégica visão e próximo ao rio, além de engenhos, senzalas, fábrica
de farinha, enfim uma boa estrutura para produção rural.
Com a expulsão dos Jesuítas, pelo Marquês de Pombal, em 1759,
as terras são vendidas em um leilão a um mestre caldeireiro, do Rio de
janeiro, Ferreira Rabello.
Em 1813, torna-se Villa de São João de Macaé, através de decreto
de D. João VI.
Em 1846 é elevada a cidade.
Com o desenvolvimento e expansão de produção de cana de açúcar,
em 1877 é fundado o Engenho Central de Quissamã, que neste tempo
ainda fazia parte do município de Macaé, essa usina se revelou
vanguardista e passou a ser a modelo de empreendimento na América
Latina.
Durante longo período, Macaé se destacou no cenário econômico
do norte fluminense, o Porto de Imbetiba, chegou a ser o sexto mais
importante do império, tendo grande relevância a nível mundial, escoando
a riquíssima produção agrícola da região. Para auxiliar nesse escoamento,
foi construído o Canal Campos Macaé em 1874. Considerado o segundo
maior canal construído pelo homem, do mundo.
Ao completar cem anos de sua emancipação, em 1913, Macaé passa
a ter um prefeito, pois até então só havia o legislativo.
Ao final da década de 1970, a Petrobrás se instalou em Macaé, e
a cidade passa a ter como principal fonte de economia, o arranjo
produtivo de petróleo e gás, produzindo 85% do petróleo nacional e
trazendo consigo inúmeras empresas de todo o mundo.
Recentemente, o arranjo produtivo de petróleo e gás entrou em
declínio por conta de crises recorrentes e sucessivas, trazendo à tona,
novamente a discussões sobre a importância do Turismo para o
desenvolvimento da economia em Macaé. Tendo sido observado, também,
um aumento na cadeia produtiva do turismo na cidade. Porém não
podemos esquecer que por Macaé já ter sido, em diversas épocas
anteriores, uma localidade próspera, o turismo sempre existiu por aqui,
prova disso é o Hotel Balneário de Imbetiba, construído em 1889, para
atender às demandas turísticas da ocasião, estando o mesmo em pé até
os dias atuais.
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Bibliografia
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