GAZETA DIARIO 947
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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 15 de agosto de 2019<br />
CRISE<br />
Geral<br />
03<br />
Manifestantes "interditam" Ciudad del<br />
Este e entram em confronto com polícia<br />
Trânsito na Ponte da Amizade ficou parado por duas horas;<br />
participantes pediam impeachment do presidente e vice do Paraguai<br />
Ronildo Pimentel<br />
Reportagem<br />
A manhã de quarta-feira<br />
(14) ficou marcada pela<br />
tensão em Ciudad del Este,<br />
na fronteira do Paraguai<br />
com o Brasil. Manifestantes<br />
se reuniram logo nas primeiras<br />
horas para protestar contra<br />
a assinatura de um acordo<br />
bilateral com o governo<br />
brasileiro, sobre o setor energético.<br />
O ato, que começou<br />
pacífico, teve confronto com<br />
a polícia. Eles pediam o impeachment<br />
do presidente<br />
Mario Abdo Benítez e do<br />
vice, Hugo Velázquez.<br />
A mobilização em Ciudad<br />
del Este integrou a convocatória<br />
de greve geral,<br />
com atos nos principais centros<br />
do país. A população<br />
foi para as ruas e literalmente<br />
"interditou" a área comercial.<br />
Os empresários atenderam<br />
ao pedido e fecharam<br />
os estabelecimentos. Por<br />
volta das 10h30 foi interrompido<br />
o trânsito de veículos<br />
na Ponte Internacional<br />
da Amizade, que liga a<br />
cidade a Foz do Iguaçu.<br />
A manifestação, que<br />
começou pacífica, teve momentos<br />
de tensão com con-<br />
Fotos: Wilson Ferreira/UH<br />
Manifestantes começaram o protesto de forma pacífica, mas depois houve<br />
confronto com a Polícia Nacional<br />
fronto entre manifestantes<br />
e policiais. Gritando palavras<br />
de ordem, o grupo pedia<br />
o julgamento político de<br />
Mario Abdo e seu vice,<br />
Hugo Velázquez. A polêmica<br />
começou no dia 24 de<br />
maio deste ano, depois da<br />
assinatura da Ata Bilateral<br />
entre Paraguai e Brasil.<br />
Na sequência, o documento<br />
acabou anulado por decisão<br />
dos dois países.<br />
A imprensa paraguaia<br />
relatou mais de um incidente<br />
envolvendo manifestantes<br />
e policiais em Ciudad del<br />
Este. Os agentes de segurança<br />
dispararam balas de<br />
borracha e bombas de gás<br />
lacrimogênio, numa tentativa<br />
de dispersar a multidão,<br />
que contou com apoio<br />
de moradores de Minga<br />
Guazú e Presidente Franco,<br />
informou o La Clave.<br />
Policiais estavam escoltando caminhões carregados de<br />
dinamite quando se depararam com os manifestantes<br />
Calmaria<br />
No início da tarde, apesar de o clima<br />
tenso ainda persistir devido aos ânimos<br />
acirrados dos manifestantes, o trânsito<br />
de veículos na Ponte da Amizade voltou a<br />
fluir. Em entrevista ao Ultima Hora, o<br />
ministro do Interior, Juan Ernesto<br />
Villamayor, falou sobre a ação dos órgãos<br />
policiais durante a manifestação em<br />
Ciudad del Este.<br />
De acordo com ele, havia a previsão de<br />
circulação de dois caminhões com<br />
explosivos no local onde estava<br />
acontecendo a mobilização, a Ruta 7 —<br />
Doctor Gaspar Rodrígues de Francia, no<br />
acesso à aduana da Ponte da Amizade. "A<br />
aduana liberou os veículos com cargas<br />
explosivas. Como os manifestantes não<br />
abriram passagem, a Polícia Nacional teve<br />
que intervir", disse.<br />
"Como resposta, os cidadãos romperam<br />
os vidros dos veículos e atacaram os<br />
caminhões do Exército que escoltavam<br />
[os caminhões]", completou Villamayor.<br />
Na avaliação dele, os manifestantes não<br />
tinham conhecimento da situação<br />
envolvendo o transporte de explosivos.<br />
Os incidentes em Ciudad del Este<br />
ocorreram um dia após milhares de<br />
membros do Partido Colorado fecharem<br />
o microcentro de Assunción em apoio a<br />
Abdo Benítez. Os simpatizantes da<br />
Associação Nacional Republicana (ANR)<br />
rechaçaram o julgamento político contra<br />
o presidente.