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GAZETA DIARIO 947

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14 Geral<br />

Foz do Iguaçu, quinta-feira, 15 de agosto de 2019<br />

TURISMO RELIGIOSO<br />

Pacote turístico vai explorar as reduções jesuíticas<br />

Largada oficial será no dia 17, com uma caminhada de 700 quilômetros percorrendo a rota das missões no Paraguai, Brasil e Argentina<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

A Secretaria Nacional<br />

de Turismo (Senatur)<br />

do Paraguai acaba<br />

de lançar um projeto<br />

destinado a divulgar o<br />

roteiro das missões jesuíticas<br />

no país, como<br />

também no Brasil e na<br />

Argentina.<br />

A largada oficial do<br />

programa será no dia 17<br />

de agosto, com uma peregrinação<br />

de quase 30<br />

dias que percorrerá as<br />

ruínas das antigas reduções<br />

jesuítico-guaranis<br />

dos povos missioneiros<br />

da região.<br />

Durante a caminhada<br />

serão visitados os<br />

patrimônios culturais e<br />

naturais dos três países.<br />

"Na verdade, esse trabalho<br />

foi iniciado há alguns<br />

anos, e hoje estamos<br />

colhendo os frutos.<br />

São quase 750 quilômetros,<br />

percorrendo sete<br />

patrimônios culturais<br />

da humanidade, reconhecidos<br />

pela Unesco",<br />

explica a ministra do<br />

Turismo, Sofia Montiel<br />

de Afara.<br />

Durante a cerimônia<br />

de lançamento, a ministra<br />

destacou os trabalhos<br />

realizados pelos<br />

técnicos da Senatur por<br />

meio de uma articulação<br />

público-privada<br />

com representantes das<br />

comunidades. "Isso permitiu<br />

que hoje tenhamos<br />

prestadores de serviços<br />

turísticos capacitados<br />

e preparados para<br />

receber turistas no Caminho<br />

das Missões",<br />

acrescentou.<br />

"Este produto vai<br />

trabalhar dentro do que<br />

chamamos de turismo<br />

da fé e o que representa<br />

essa rota jesuítica<br />

para o nosso país. A<br />

ideia foi concebida<br />

como uma vivência tangível,<br />

da cultura, da história<br />

e natureza dos jesuítas<br />

e guaranis", afirmou<br />

Beatriz Arévalo,<br />

gerente da Câmara Paraguaia<br />

de Turismo das<br />

Missões Jesuíticas.<br />

Uma das ruínas das reduções em território paraguaio<br />

Diversos municípios<br />

foram incluídos nesse<br />

roteiro. "Esta é uma<br />

rota com muita história,<br />

muito misticismo de<br />

um povo que viveu nesta<br />

região há 400 anos.<br />

O legado jesuítico-guarani<br />

será melhor conhecido<br />

por turistas nacionais<br />

e estrangeiros",<br />

pontuou o secretário de<br />

Cultura de San Ignácio Redução de San Ignácio, uma das mais<br />

Guzaú, Carlos Bedoya. importantes da Argentina<br />

Principal redução<br />

brasileira está no RS<br />

No Brasil, os principais vestígios das reduções<br />

jesuíticas estão localizados em São Miguel das<br />

Missões, noroeste do Rio Grande do Sul. Trata-se<br />

de um conjunto de ruínas da antiga redução de<br />

São Miguel Arcanjo, integrante dos chamados<br />

Sete Povos das Missões, e um dos principais<br />

vestígios do período das missões jesuíticas.<br />

O sítio, comumente chamado de ruínas de São<br />

Miguel das Missões, foi declarado Patrimônio<br />

Mundial pela Unesco. A construção foi edificada<br />

no século 18, entre 1735 e 1745. A igreja foi<br />

projetada pelo padre italiano João Batista Primolli<br />

e construída inteiramente em pedra grês. Não foi<br />

finalizada, pois faltou ser construída a segunda<br />

torre, que seria o observatório astronômico.<br />

No sítio está também o Museu das Missões, que<br />

guarda uma importante coleção de esculturas<br />

sacras dos Sete Povos, em sua maioria de madeira<br />

policromada. (Rota das Missões)<br />

Redução Jesuítica de São Miguel, localizada<br />

no Rio Grande do Sul<br />

Uma história de conflitos<br />

As missões, também chamadas de reduções,<br />

foram fundadas e organizadas por padres da<br />

Companhia de Jesus. As 30 reduções ocupavam os<br />

atuais territórios de Brasil, Paraguai, Argentina e<br />

Uruguai. Em tais missões havia índios de diversas<br />

etnias, mas a maioria era guarani.<br />

Os jesuítas chegaram à região em 1626 com o<br />

objetivo de catequizar e "civilizar" sob a<br />

autoridade espanhola. A permanência, contudo,<br />

era conflituosa. Durante o século 17, eram<br />

comuns as batalhas travadas entre bandeirantes<br />

e indígenas.<br />

Os conflitos eram marcados pela destruição das<br />

missões e pelos primeiros êxodos dos guaranis.<br />

Nos períodos de paz, os indígenas retornavam ao<br />

local de origem com o apoio dos jesuítas.<br />

No auge, a região de Sete Povos das Missões<br />

comportou 30 mil pessoas. Todas eram indígenas,<br />

mas os padres espanhóis eram os<br />

administradores que dividiam as tarefas com os<br />

caciques das tribos.

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